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A Engenharia de Software é a área da computação responsável por aplicar princípios 
científicos, matemáticos e práticos à concepção, desenvolvimento, manutenção e 
gestão de sistemas de software. Seu objetivo é garantir que o produto final seja 
confiável, eficiente, seguro, escalável e de fácil manutenção, atendendo às 
necessidades dos usuários e das organizações. 
Ela surgiu como resposta à chamada “crise do software” na década de 1960, quando 
sistemas começaram a crescer em complexidade e as técnicas tradicionais de programação 
tornaram-se insuficientes para garantir qualidade e prazos. A Engenharia de Software, 
então, passou a tratar o desenvolvimento de software como uma disciplina de engenharia, 
com métodos sistemáticos, ferramentas e boas práticas. 
 
1. Conceito e Objetivos 
Engenharia de Software é o estudo e a aplicação de processos, métodos e ferramentas 
para o desenvolvimento e manutenção de software de alta qualidade. 
 Seus principais objetivos são: 
● Garantir qualidade e confiabilidade do software; 
 
● Reduzir custos e tempo de desenvolvimento; 
 
● Facilitar a manutenção e evolução do sistema; 
 
● Promover a reutilização de componentes; 
 
● Melhorar a produtividade das equipes. 
 
Assim como na engenharia civil ou mecânica, o engenheiro de software precisa planejar, 
projetar, testar e gerenciar os riscos, sempre considerando o ciclo de vida completo do 
produto. 
 
2. Ciclo de Vida de Software 
O ciclo de vida de software descreve as fases pelas quais um sistema passa desde a 
concepção até a desativação. Ele é a espinha dorsal da engenharia de software e costuma 
incluir as seguintes etapas: 
1. Levantamento e análise de requisitos: entender o que o cliente e os usuários 
precisam. 
 
2. Especificação de requisitos: documentar as funcionalidades e restrições do 
sistema. 
 
3. Projeto (design): definir a arquitetura, componentes, interfaces e banco de dados. 
 
4. Implementação (codificação): transformar o projeto em código executável. 
 
5. Teste e verificação: garantir que o software funcione corretamente e atenda aos 
requisitos. 
 
6. Implantação: disponibilizar o sistema no ambiente de produção. 
 
7. Manutenção: corrigir falhas, adaptar o sistema a novas demandas e aprimorá-lo. 
 
Essas etapas podem ser organizadas em diferentes modelos de processo, como o 
modelo cascata, espiral, incremental ou ágil, dependendo da natureza do projeto e da 
equipe. 
 
3. Modelos de Processo de Software 
Os modelos de processo são estratégias para organizar o desenvolvimento. Os mais 
conhecidos são: 
● Modelo Cascata: sequência linear de fases; cada etapa só começa quando a 
anterior termina. Simples, mas pouco flexível. 
 
● Modelo Incremental: o software é construído em partes (incrementos), cada uma 
agregando novas funcionalidades. 
 
● Modelo Espiral: combina prototipação e análise de riscos; indicado para projetos 
grandes e complexos. 
 
● Modelos Ágeis (Scrum, XP, Kanban): priorizam entregas rápidas, colaboração e 
adaptação constante. 
 
As metodologias ágeis são as mais usadas atualmente, pois permitem lidar melhor com 
mudanças e incertezas, entregando valor contínuo ao cliente. 
 
4. Engenharia de Requisitos 
A engenharia de requisitos é uma das fases mais críticas, pois define o que o sistema 
deve fazer. Envolve: 
● Elicitação: coleta de informações com usuários e partes interessadas; 
 
● Análise: resolução de conflitos e priorização de requisitos; 
 
● Especificação: documentação técnica e funcional; 
 
● Validação: verificação de que os requisitos são corretos, completos e viáveis. 
 
Erros nessa etapa são os mais caros de corrigir posteriormente, tornando a clareza dos 
requisitos essencial. 
 
5. Projeto e Arquitetura de Software 
O projeto de software traduz os requisitos em uma estrutura lógica e física. 
 Nesta fase, o engenheiro decide como o sistema será dividido em módulos, como se 
comunicarão e quais tecnologias serão usadas. 
A arquitetura de software define o esqueleto do sistema — componentes, camadas, 
padrões de comunicação e segurança. 
 Alguns padrões arquiteturais comuns são: 
● MVC (Model-View-Controller); 
 
● Camadas (Layered Architecture); 
 
● Microserviços; 
 
● Cliente-servidor; 
 
● Event-driven. 
 
Além disso, o projeto de interface e a integração com bancos de dados também fazem parte 
dessa etapa. 
 
6. Implementação e Codificação 
Nesta fase, o projeto é transformado em código fonte. Boas práticas incluem: 
● Padrões de codificação e nomenclatura; 
 
● Documentação clara e concisa; 
 
● Versionamento de código (Git); 
 
● Revisões por pares (code review); 
 
● Reutilização de bibliotecas e frameworks. 
 
O código deve ser limpo, modular e legível, de forma a facilitar testes e manutenção. 
 
7. Testes de Software 
Os testes garantem que o software funcione conforme o esperado e não apresente 
falhas. 
 Principais tipos de teste: 
● Teste unitário: verifica partes isoladas do código; 
 
● Teste de integração: avalia a comunicação entre módulos; 
 
● Teste de sistema: valida o sistema completo; 
 
● Teste de aceitação: feito pelo cliente, verifica se o software atende aos requisitos; 
 
● Teste de regressão: assegura que novas mudanças não quebrem funcionalidades 
antigas. 
 
Automatizar os testes é uma prática comum para aumentar a eficiência e reduzir erros 
humanos. 
 
8. Manutenção e Evolução 
O software raramente é “finalizado”. Após a entrega, ele precisa de manutenção, que pode 
ser: 
● Corretiva: corrigir falhas; 
 
● Adaptativa: ajustar o sistema a novos ambientes ou tecnologias; 
 
● Perfectiva: melhorar desempenho ou usabilidade; 
 
● Preventiva: evitar problemas futuros. 
 
Estima-se que a manutenção consuma mais de 60% do custo total de um projeto de 
software, mostrando a importância de um design bem planejado desde o início. 
 
9. Qualidade de Software 
A qualidade é um pilar central da engenharia de software. A ISO/IEC 25010 define atributos 
de qualidade, como: 
● Funcionalidade 
 
● Confiabilidade 
 
● Usabilidade 
 
● Eficiência de desempenho 
 
● Segurança 
 
● Manutenibilidade 
 
● Portabilidade 
 
Garantir qualidade envolve práticas de garantia (QA) e controle (QC) de qualidade, 
auditorias, métricas e revisões constantes. 
 
10. Engenharia de Software e Gestão de Projetos 
Além dos aspectos técnicos, a engenharia de software envolve planejamento, controle e 
comunicação. 
 A gestão de projetos de software inclui: 
● Definir escopo, cronograma e orçamento; 
 
● Estimar esforço e recursos; 
 
● Monitorar progresso e riscos; 
 
● Facilitar colaboração entre equipes multidisciplinares. 
 
Ferramentas como Jira, Trello e Azure DevOps são amplamente usadas para acompanhar 
tarefas e entregas. 
 
11. Tendências e Desafios Atuais 
A área está em constante evolução. Algumas tendências são: 
● DevOps: integração entre desenvolvimento e operações, com automação de deploy 
e monitoramento contínuo; 
 
● Integração Contínua e Entrega Contínua (CI/CD); 
 
● Inteligência Artificial aplicada ao desenvolvimento; 
 
● Arquiteturas baseadas em nuvem e microserviços; 
 
● Segurança desde o início (Security by Design); 
 
● Sustentabilidade de software, considerando impacto energético e ambiental. 
 
Os desafios incluem lidar com sistemas legados, complexidade crescente e necessidade de 
adaptação constante a novas tecnologias. 
 
Conclusão 
A Engenharia de Software é a base que sustenta o desenvolvimento moderno de sistemas 
computacionais. 
 Ela une técnica, metodologia e gestão, buscando equilibrar qualidade, custo e tempo. 
 Mais do que escrever código, o engenheiro de software deve projetar soluções 
confiáveis que atendam às pessoas e organizações de forma eficiente e sustentável. 
Em um mundo digital em rápida transformação, engenharia de software não é apenas 
programar — é construir o futuro com método, precisão e responsabilidade. 
 
	1. Conceito e Objetivos 
	2. Ciclo de Vida de Software 
	3. Modelos deProcesso de Software 
	4. Engenharia de Requisitos 
	5. Projeto e Arquitetura de Software 
	6. Implementação e Codificação 
	7. Testes de Software 
	8. Manutenção e Evolução 
	9. Qualidade de Software 
	10. Engenharia de Software e Gestão de Projetos 
	11. Tendências e Desafios Atuais 
	Conclusão

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