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1 A6.1 – Logística urbana: Uso do meio-fio e de modais alternativos para entrega eficiente de cargas em São Paulo CONTEXTO As medidas para conter a transmissão da COVID-19 aumentaram a demanda da última milha de entregas decorrente da nova dinâmica do transporte de cargas. O isolamento e o distanciamento social e o fechamento de serviços não essenciais alteraram os hábitos de consumo e aumentaram a demanda por serviços de entrega. Por exemplo, segundo pesquisa realizada pela SBVC, 61% dos entrevistados aumentaram as compras online devido ao isolamento social, sendo que em 46% dos casos, o aumento nas compras online foi superior a 50%. Esse fato foi acompanhado por um acréscimo no número de motocicletas nas ruas, juntamente com um aumento significativo de acidentes de trânsito e mortes. Enquanto a taxa de crescimento anual da frota de automóveis na cidade de São Paulo (Município de São Paulo – MSP) caiu entre 2019 e 2021, o crescimento do número de motocicletas permaneceu constante em 4%. Enquanto isso, a ciclologística tornou-se um tema de muitas discussões nos últimos anos, dada a contribuição dos ciclistas para a promoção da sustentabilidade em uma área de mobilidade tradicionalmente utilizada por veículos movidos a combustíveis fósseis – motocicletas, vans e caminhões. Em 2020, São Paulo criou a Política Municipal de Ciclologística por meio da Lei 17.322/2020 para incentivar o uso da bicicleta nas operações urbanas de carga e movimentação de encomendas. OBJETIVOS Este estudo concentrou-se no desenvolvimento de três grupos de trabalho de partes interessadas de diferentes áreas, como academia, indústria, navegação, logística, setor público e outras entidades, com os seguintes objetivos: (1) Estruturar um projeto piloto e recomendações otimizando o uso do meio-fio pelo transporte urbano de carga. (2) Estruturar um projeto piloto e recomendações para o uso de modos alternativos de transporte no setor de movimentação de cargas urbanas. (3) Recomendar iniciativas legislativas para aumentar a eficiência do transporte urbano de carga e considerar a melhoria do compartilhamento de dados com o uso de tecnologia moderna. RESULTADOS Os resultados obtidos pelo primeiro grupo de trabalho indicaram que a gestão e compartilhamento do espaço do meio-fio, muitas vezes disputado por diferentes grupos e indivíduos nas cidades, principalmente em áreas de uso misto do solo, pode contribuir 2 para destinar faixas exclusivas para modos de mobilidade ativa, como caminhada e ciclismo, localizadas por exemplo em espaço público em frente a lojas, estacionamentos residenciais pagos ou em espaços exclusivos destinados a entregas na calçada. As pesquisas detectaram um grande número de caminhões de entrega estacionando em locais inapropriados, próximo ao meio-fio ou mesmo nas calçadas. Em uma pesquisa com entregadores, 24% dos entrevistados admitiram usar o meio-fio para estacionamento de curta duração (menos de cinco minutos). Os entrevistados também relataram a ocorrência frequente de estacionamento de veículos individuais de passageiros em vagas destinadas ao embarque e desembarque de cargas, dificultando assim as atividades de entrega. Uma explicação foi a falta de vagas de estacionamento disponíveis e a rotatividade inadequada nos parquímetros. O número limitado de vagas de estacionamento para entregas causa congestionamentos, acidentes e poluição. Além disso, a necessidade de os motoristas de entrega estacionarem em locais distantes do desejado prejudica a eficiência, o manuseio seguro das mercadorias e aumenta o tempo geral de viagem. Uma primeira recomendação é reavaliar a demanda por vagas de estacionamento, levando em consideração o número de vagas em uma área, as características das vias, o número de multas de estacionamento e assim por diante. Isso não apenas lastrearia o planejamento, mas também possibilitaria a realização de uma análise preliminar de uma eventual precificação dinâmica. Em relação aos modos alternativos de transporte de carga, também foram realizadas simulações para o uso de bicicletas de carga para entregas de última milha. A colaboração entre os expedidores e receptores de mercadorias pode contribuir para a redução do tempo e da distância total percorrida. No entanto, a sustentabilidade financeira das operações depende de escala, para reduzir custos fixos. Foi desenvolvido um Manual Piloto de Ciclologística com base em exemplos e boas práticas internacionais, criando uma referência estruturada para futuros projetos nesta área. RECOMENDAÇÕES As recomendações para o planeamento de espaços, tarifação e funcionalidades do serviço de estacionamento rotativo “Zona Azul” e a utilização pública de lugares de estacionamento privados para cargas e descargas, dependem de uma melhor articulação entre entregadores e destinatários. A importância de considerar a ciclologística ao planejar a infraestrutura cicloviária também foi destacada. A principal recomendação foi realizar uma pesquisa com empresas de motoboy e entregadores para identificar as dificuldades enfrentadas por ambos. O último grupo de trabalho fez recomendações gerais para ampliar a discussão sobre a logística do setor de transportes. Uma recomendação foi engajar diferentes stakeholders do setor de transportes, criando um Comitê Técnico focado em logística urbana e uma plataforma de compartilhamento de dados para transporte urbano de cargas. O Manual dos Pilotos de Ciclologística foi elaborado e compartilhado com a Prefeitura de São Paulo (Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP) e Agência de Engenharia de 3 Tráfego (Companhia de Engenharia de Tráfego – CET) na expectativa de implantar futuros projetos-piloto em conjunto com potenciais parceiros logísticos, bem como organizar um Dia de Ciclologistica e um Demo Day em parceria com o governo do Reino Unido (Reino Unido), patrocinador deste estudo no âmbito do programa de Mobilidade Inteligentes para SP. DOCUMENTOS RELACIONADOS Logística Inteligente para São Paulo Resumo Executivo de Logística Inteligente para São Paulo Executive Summary of Smart Logistics for São Paulo Manual para um Piloto de Ciclologística para São Paulo https://documents.worldbank.org/en/publication/documents-reports/documentdetail/099061623170011080/p173414014de1d09c0b9420da96efcdd8ab https://documents1.worldbank.org/en/publication/documents-reports/documentdetail/099050223200525046 https://documents1.worldbank.org/en/publication/documents-reports/documentdetail/099050223200513391 https://documents1.worldbank.org/en/publication/documents-reports/documentdetail/099050223200530632