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CVD EM CASA LITERATURA I 3º ANO EM I Prof. Braulio Versos da semana: Efêmera A beleza efêmera da juventude deveria nos ensinar a buscar apenas a virtude de uma vida bem vivida. Com o tempo, dissipam-se certezas e vaidades mal chega a longa idade e o que sobra é uma verdade nua. Com o tempo, a juventude impávida muda-se, despede-se e o medo torna-se nosso vizinho e nos pede uma xícara de café. Com o tempo, vão-se as vontades e ficam só as necessidades não do ego, mas do corpo e da alma e é isso, exatamente isso, que não deveria nos culpar, antes, nos acalmar. - Braulio Rodrigues Queiroz - Vamos revisar o que já vimos em sala até agora: TROVADORISMO – HUMANISMO – CLASSICISMO 1. (ESPCEX) – É correto afirmar sobre o Trovadorismo que a) os poemas são produzidos para ser encenados. b) as cantigas de escárnio e maldizer têm temáticas amorosas. c) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino. d) as cantigas de amigo têm estrutura poética complicada. e) as cantigas de amor são de origem nitidamente popular. http://www.espcex.eb.mil.br/ 2. (UFRS) – Assinale a alternativa incorreta com respeito ao Trovadorismo em Portugal: a) nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino. b) nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão. c) a influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas. d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre poesia e música. e) muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros. 3. Sobre as principais características do Trovadorismo, estão corretas: I. Primeiro movimento literário da língua portuguesa, o Trovadorismo surgiu em um período no qual a escrita era pouco difundida, por esse motivo, os poetas transmitiam suas poesias oralmente, na maioria das vezes cantando-as. II. Foi marcado pela transição do mundo medieval para o mundo moderno, conduzindo as artes ao Renascimento cultural. Na literatura, deu-se a consolidação da prosa historiográfica, do teatro e da poesia palaciana. III. Os primeiros textos da literatura portuguesa receberam o nome de cantigas, tradicionalmente divididas em cantigas de amor, de amigo, escárnio e maldizer, representadas por nomes como Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes, entre outros. IV. Inspirado na cultura clássica greco-latina, o Trovadorismo foi marcado pela introdução de novos gêneros literários, entre eles os romances de cavalaria e a literatura de viagens. V. Os poetas do Trovadorismo pertenciam à nobreza ou ao clero e, além da letra, criavam também a música das composições que executavam para o seleto público das cortes. a) III e IV. b) I, II e V. c) III, IV e V. d) I, III e V. e) III e IV. 4. Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que: a) Refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas. b) Representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade. c) Pode ser dividida em lírica e satírica. d) Poesia e música caminhavam juntas. e) As cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu-lírico feminino. http://www.ufrgs.br/ufrgs/inicial (MACKENZIE) “Ai dona fea! foste-vos queixar porque vos nunca louv’em meu trobar mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia!” 5. Assinale a informação correta a respeito do trecho de João Garcia de Guilhade: a) é cantiga satírica de maldizer. b) foi o primeiro documento escrito em língua portuguesa (1189). c) trata-se de cantiga de amigo. d) foi escrita durante o Humanismo (1418-1527). e) é uma cantiga satírica de escárnio. O FRAGMENTO DE TEXTO, ABAIXO TRANSCRITO, FOI RETIRADO DA FARSA DO VELHO DA HORTA, DE GIL VICENTE. LEIA-O COM ATENÇÃO. Entra a MOÇA na horta e diz o VELHO: Senhora, benza-vos Deus, MOÇA: Deus vos mantenha, senhor. [...] VELHO: Que buscais vós cá, donzela, senhora, meu coração? MOÇA: Vinha ao vosso hortelão, por cheiros para a panela. VELHO: E a isso vinde vós, meu paraíso. Minha senhora, e não a aí? MOÇA: Vistes vós! Segundo isso, nenhum velho não tem siso natural. VELHO: Ó meus olhinhos garridos, mina rosa, meu arminho! MOÇA: Onde é vosso ratinho? Não tem os cheiros colhidos? VELHO: Tão depressa vinde vós, minha condensa, meu amor, meu coração! MOÇA: Jesus! Jesus! Que coisa é essa? E que prática tão avessa da razão! VELHO: Falai, falai doutra maneira! Mandai-me dar a hortaliça. Grão fogo de amor me atiça, ó minha alma verdadeira! MOÇA: E essa tosse? Amores de sobreposse serão os da vossa idade; o tempo vos tirou a posse. VELHO: Mas amo que se moço fosse com a metade. [..] MOÇA: Que prazer! Quem vos isso ouvir dizer cuidará que estais vivo, ou que estai para viver! VELHO: Vivo não no quero ser, mas cativo! [...] MOÇA Que galante! Que rosa! Que diamante! Que preciosa perla fina! VELHO: Oh fortuna triunfante! Quem meteu um velho amante com menina! [...] MOÇA: Ora, dá-lhe lá favores! Velhice, como te enganas! VELHO: Essas palavras ufanas acendem mais os amores. MOÇA: Bom homem, estais às escuras! Não vos vedes como estais? VELHO: Vós me cegais com tristuras, mas vejo as desaventuras que me dais. MOÇA: Não vedes que sois já morto e andais contra a natura? [...] VICENTE, Gil. O Velho da Horta.16.ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. 6. Levando-se em conta que o tema central da farsa de Gil Vicente é o amor de um Velho por uma Moça, é verdadeiro afirmar o seguinte: a) No diálogo com a Moça, o Velho mostra-se tímido e embaraçado. b) As palavras do Velho apaixonado não atraem a Moça, que se revela realista e ajuizada. c) Ao ouvir as propostas desrespeitosas do Velho, a Moça, ofendida, ameaça ir chamar seu noivo. d) Tanto o Velho quanto a Moça, desde o início, chegam à conclusão de que aquele amor era impossível e proibido. e) A Moça deixa-se seduzir, aceita os galanteios do Velho e esquece que tinha vindo ali apenas para comprar hortaliças. Texto - VILANCETE Mote Perdigão¹ perdeu a pena, Não há mal que lhe não venha. Voltas Perdigão que o pensamento Subiu a um alto lugar, Perde a pena do voar, Ganha a pena do tormento. Não tem no ar nem no vento Asas com que se sustenha: Não há mal que lhe não venha. Camões ¹ Perdigão: tipo de ave; macho da perdiz. 7. Os versos confirmam que: a) Poesia camoniana contempla sonetos lírico-amorosos nos quais se nota a influência do ideal filosófico platônico. b) É comum encontrar, nas obras do poeta português, referências mitológicas da cultura greco-romana. c) A produção lírica camoniana compreende também em redondilhas ou medida velha. (sete sílabas poéticas) d) Camões introduziu o Barroco em Portugal, em 1580, quando passou a defender os princípios da Contrarreforma. e) Camões repudiou a poesia popular de tradição medieval, por ser poeta renascentista. 8. (UFSCar) A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes. Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto) Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C’um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito: “Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C’uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldadesneles experimentas! Dura inquietação d’alma e da vida Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios! Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana.” 8. Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como O Velho do Restelo. Nela, o velho a) abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à procura de uma vida melhor. b) critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama. c) emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os mares até chegar às Índias. d) destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa. e) adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama em outras terras. 9. As obras literárias produzidas durante o Renascimento privilegiam as seguintes características, exceto: a) Recuperação de temas da Antiguidade Clássica. b) Perspectiva humanista. c) Universalidade. d) Racionalismo. e) Metafísica e religiosidade. 10. (MACKENZIE-SP) Sobre o poema Os Lusíadas, é incorreto afirmar que: a) quando a ação do poema começa, as naus portuguesas estão navegando em pleno Oceano Índico, portanto no meio da viagem; b) na Invocação, o poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio Tejo; c) Na ilha dos Amores, após o banquete, Tétis conduz o capitão ao ponto mais alto da ilha, onde lhe descenda a “máquina do mundo”; d) Tem como núcleo narrativo a viagem de Vasco da Gama, a fim de estabelecer contato marítimo com as Índias; e) É composto em sonetos decassílabos, mantendo em 1.102 estrofes o mesmo esquemas de rimas. 11. Camões utilizou em seus versos tanto a medida nova como a medida velha. Explique a diferença entre medida nova e medida velha. Exercícios resolvidos 1. c) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino. 2. d) durante o trovadorismo, ocorre a separação entre poesia e música. 3. Alternativa “d”. II. Humanismo. IV. Renascimento. 4. b) Representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade. 5. e) é uma cantiga satírica de escárnio. 6. b) As palavras do Velho apaixonado não atraem a Moça, que se revela realista e ajuizada. 7. c) A produção lírica camoniana compreende também em redondilhas ou medida velha. (sete sílabas poéticas). 8. b) critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama. 9. e) Metafísica e religiosidade. 10. e) É composto em sonetos decassílabos, mantendo em 1.102 estrofes o mesmo esquemas de rimas. 11. Medida nova, também chamada de versos decassílabos, ou seja, com dez sílabas poéticas; medida velha, versos com cinco sílabas poéticas, chamados de redondilha menor ou versos com sete sílabas poéticas, chamados de redondilha maior.