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529 | P á g i n a INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E RASTREABILIDADE: A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA GARANTIA DA QUALIDADE DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL 1,2Maria Fernanda Neto Campos 1,2Julio Ribeiro Lopes 1,2Ariany Lacerda Nogueira 2,3Júlia da Costa Carneiro Cruz 1,2Emília Maricato Pedro dos Santos 1Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina Veterinária, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil;. 2Grupo de Pesquisa em Inspeção, Tecnologia e Controle de Qualidade de Produtos de Origem Animal da Universidade Federal de Juiz de Fora (GPPoa UFJF), Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil; 3Universidade Federal do Pampa, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil Área temática: Biotecnologia Resumo: A rastreabilidade é um instrumento fundamental para assegurar a transparência, segurança dos alimentos e conformidade regulatória nas cadeias produtivas de produtos de origem animal. A crescente complexidade destas cadeias e a demanda por qualidade têm impulsionado a utilização de tecnologias inovadoras. Nesse cenário, a Inteligência Artificial (IA) emerge como uma aliada estratégica na superação de limitações operacionais e na otimização dos sistemas de rastreamento. Objetivou-se, neste estudo, analisar a utilização da IA no aprimoramento da rastreabilidade de produtos de origem animal, abordando suas aplicações, benefícios, desafios e perspectivas. Este trabalho consiste em uma revisão de literatura integrativa, a partir da busca sistematizada das informações, que resultou na seleção de 11 estudos relevantes. A utilização de IA, blockchain, sensores IoT (Internet of Things) e algoritmos de aprendizado de máquina possibilitam avanços significativos na detecção de anomalias, na análise preditiva e na tomada de decisões em tempo real, aumentando a precisão, a agilidade e a confiabilidade dos dados ao longo da cadeia produtiva de alimentos. A IA apresenta eficácia na garantia de qualidade, na rastreabilidade ética e religiosa e no monitoramento do bem-estar animal, e promove ganhos em biosseguridade, sustentabilidade e resposta a não conformidades. Contudo, ainda existem desafios a serem superados, como altos custos de implementação, escassez de profissionais capacitados e necessidade de validação em ambientes reais. Portanto, a IA apresenta elevado potencial para fortalecer a rastreabilidade e a governança nas cadeias agroindustriais, desde que acompanhada por estratégias de capacitação, políticas públicas adequadas e infraestrutura compatível. INTRODUÇÃO Os sistemas de rastreabilidade configuram-se como instrumentos estratégicos indispensáveis à governança das cadeias produtivas agroalimentares, com ênfase na promoção da segurança higiênico-sanitária, no aprimoramento do controle de qualidade, na mitigação de adulterações, na conformidade com exigências normativas internacionais e no fortalecimento da confiança do consumidor. Tais sistemas são concebidos com o propósito de assegurar a rastreabilidade da origem dos produtos e dos insumos empregados em sua elaboração, mediante um arcabouço informacional robusto e integrado. Fundamentam-se, conceitualmente, em três pilares interdependentes: a abrangência, que se refere à diversidade 530 | P á g i n a e à amplitude dos dados registrados ao longo da cadeia produtiva; a profundidade, relativa ao grau de monitoramento e detalhamento destas informações; e a precisão, entendida como a acurácia na identificação de eventos, atributos ou não conformidades vinculadas ao produto. A eficácia da rastreabilidade, portanto, repousa na sinergia entre estas três dimensões, sendo especialmente relevante em cadeias produtivas complexas e sensíveis, como a da carne bovina (Furquim, 2016). A rastreabilidade identifica a origem dos materiais e envolve documentação meticulosa de processos, o que exige uma compreensão detalhada e o gerenciamento correto das informações. Portanto, sua implementação e funcionamento dependem de execução precisa e livre de falhas humanas. Nesse cenário, a negligência na aquisição de informações ou o registro inadequado de dados compromete a qualidade do sistema. Além disso, a perda de integrantes durante a execução do sistema de rastreabilidade pode levar à perda de conhecimentos tácitos, comprometendo a continuidade e a precisão dos dados, o que, por sua vez, gera falhas na comunicação e interpretações equivocadas, afetando diretamente a sua eficácia. Dessa forma, a dependência de uma estrutura sólida e bem executada, tanto na coleta de dados quanto na transmissão de conhecimento entre os envolvidos, é imprescindível para que os sistemas de rastreabilidade cumpram seu papel de forma eficiente (Vinholis; Azevedo, 2002). Nesse sentido, as exigências sociais e regulatórias por alimentos seguros e de qualidade impulsionaram a implementação de sistemas de rastreabilidade ao longo da cadeia de produtos de origem animal. A rastreabilidade permite o acesso ao histórico e à trajetória dos alimentos, desde a produção da matéria-prima até a chegada ao consumidor final, garantindo transparência e resposta ágil frente a não conformidades. Embora não garanta, de forma isolada, a inocuidade dos alimentos, sua integração a programas de autocontrole reforça os mecanismos de controle sanitário. Destaca-se, ainda, a adoção crescente de tecnologias disruptivas, como o blockchain, que assegura registros invioláveis e auditáveis em tempo real, viabilizando uma rastreabilidade contínua, confiável e acessível, com benefícios diretos à gestão da segurança dos alimentos e à proteção do consumidor (Freire; Shecaira, 2020). Tecnologias como identificação por radiofrequência, códigos de resposta rápida, códigos de barras de DNA e chips microfluídicos têm demonstrado eficiência no controle de qualidade de ponta a ponta, proporcionando uma rastreabilidade robusta e assegurando a autenticidade dos produtos de origem animal ao longo da cadeia de suprimentos. Entretanto, a crescente complexidade das cadeias produtivas de alimentos, aliada à sofisticação das práticas fraudulentas, impõe a necessidade de soluções mais escaláveis, adaptáveis e tecnologicamente avançadas. Nesse cenário, a Inteligência Artificial (IA) emerge como uma ferramenta disruptiva, oferecendo capacidades aprimoradas para o processamento de grandes volumes de dados heterogêneos, além de otimizar os sistemas de verificação e rastreabilidade, promovendo maior segurança e integridade na autenticação dos alimentos (Liu et al., 2025). OBJETIVO Objetivou-se, neste estudo, apresentar e discutir a utilização da inteligência artificial como ferramenta para aprimorar a rastreabilidade de produtos de origem animal, destacando suas aplicações, vantagens, desafios e perspectivas. METODOLOGIA O presente trabalho configura-se como uma revisão de literatura integrativa, com 531 | P á g i n a foco na utilização da inteligência artificial na rastreabilidade de produtos de origem animal. Para tanto, foi realizada uma busca sistematizada das informações nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Science Direct e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), utilizando-se os descritores “artificial intelligence”, food safety’’, “future” “meat”, “traceability”, “inteligência artificial”, “produtos de origem animal”, “rastreabilidade”, combinados por meio do operador “and”, para o cruzamento de dados. A coleta de dados foi realizada em maio de 2025, priorizando-se publicações em língua inglesa e portuguesa, no período compreendido entre 2002 e 2025. Os critérios de inclusão contemplaram estudos que apresentavam os descritores no título e/ou nas palavras-chaves, excluindo-se os trabalhos com data de publicação anterior ao período de busca estipulado assim como os duplicados e, ainda, cartas ao editor, monografias, tesese dissertações. Obteve-se, aproximadamente, 20.500 publicações, elegendo-se 11 referências para leitura e discussão do tema. As informações obtidas foram organizadas e sintetizadas na forma deste estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO A aplicação de técnicas de inteligência artificial ao longo da cadeia produtiva de alimentos de origem animal promove avanços significativos em termos de eficiência, precisão e rastreabilidade. Ferramentas baseadas em redes neurais artificiais e algoritmos genéticos têm sido empregadas com êxito na identificação automática de indivíduos, no monitoramento da qualidade de produtos em tempo real, bem como na detecção precoce de falhas operacionais e sanitárias. Além disso, a integração da IA com sistemas de blockchain possibilita o registro inviolável e a análise preditiva de grandes volumes de dados, favorecendo a rastreabilidade contínua e segura dos produtos de origem animal. Tais inovações não apenas otimizam os processos produtivos e logísticos, mas também ampliam a capacidade de tomada de decisão baseada em dados, assegurando maior transparência, biosseguridade e sustentabilidade nas cadeias agroindustriais (Costa, 2009). A crescente complexidade da cadeia de suprimentos alimentares tem ampliado vulnerabilidades, como adulterações e contaminações, exigindo soluções tecnológicas avançadas. A integração de inteligência artificial, blockchain (BC) e sensores IoT (Internet of Things) é eficaz na rastreabilidade e segurança de alimentos e pode ser aplicada em abatedouros frigoríficos, unidades de beneficiamento de leite e derivados, granjas e fazendas. Algoritmos de aprendizado de máquina e aprendizado profundo realizam a análise preditiva de dados, detectando anomalias de contaminação ou deterioração. A tecnologia de blockchain assegura a imutabilidade e transparência dos registros, enquanto sensores IoT monitoram variáveis críticas, como temperatura e umidade dos alimentos, em tempo real. A convergência destas tecnologias reduz erros, aprimora a tomada de decisões e fortalece a confiança do consumidor nos processos produtivos e na conformidade com padrões regulatórios (Femimol; Joseph, 2025). A crescente complexidade das cadeias globais de suprimentos demanda a atuação estratégica dos responsáveis por políticas públicas (policymakers) na promoção da rastreabilidade e da sustentabilidade. Os policymakers exercem papel estratégico na consolidação de sistemas digitais de rastreabilidade nas cadeias globais de pescado, promovendo governança, sustentabilidade e justiça social. Ao estabelecerem marcos regulatórios, que exigem compartilhamento transparente de dados e verificação de conformidade, contribuem para mitigar práticas ilícitas, como a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, além de coibir fraudes e violações de direitos humanos. A incorporação de tecnologias como blockchain e IoT deve ser incentivada por políticas públicas que 532 | P á g i n a alinhem inovação à regulação eficaz. Assim, a atuação dos formuladores de políticas se revela essencial para fortalecer a resiliência das cadeias produtivas, assegurar a rastreabilidade de ponta a ponta e fomentar práticas sustentáveis no setor pesqueiro internacional (Cromwell et al., 2025). A rastreabilidade também apresenta grande valia na questão ético-religiosa. Sob essa afirmação, a rastreabilidade de carne fresca sob certificação halal tem sido significativamente potencializada por meio da convergência entre blockchain e tecnologias de sensores IoT. A adoção do modelo de consenso Point of Authority (PoA) em conjunto com sensores ambientais, possibilita o monitoramento contínuo de parâmetros críticos, como temperatura e umidade dos alimentos, durante o transporte. O sistema, estruturado em arquitetura PHP/Laravel com banco de dados SQLite e módulos embarcados programados em linguagem C, permite a rastreabilidade em tempo real acessível ao consumidor via QR Code. Esta abordagem fortalece a transparência, auditabilidade e integridade na cadeia de suprimentos halal, notadamente em mercados tradicionais. Ao articular inovação tecnológica com exigências religiosas, o modelo proposto configura-se como referência replicável. Contribui, ainda, para o avanço da governança e da segurança de alimentos no contexto da rastreabilidade bovina com escopo halal (Adhiwibowo et al., 2025). Apesar dos avanços tecnológicos, a implementação de sistemas baseados em inteligência artificial na manufatura, produção e operações industriais ainda enfrenta desafios significativos, sobretudo aqueles referentes a aspectos éticos, segurança de dados, transparência algorítmica e elevados custos de adoção. A análise de dados em larga escala e a automação de processos inteligentes impõem complexidades gerenciais, exigindo adaptações organizacionais substanciais. Entre os principais entraves, destacam-se a escassez de profissionais capacitados, a resistência à adoção de novas tecnologias, e impactos adversos sobre a produtividade e o desempenho operacional, evidenciando a necessidade de pesquisas acadêmicas e tecnológicas avançarem no desenvolvimento de abordagens integradas que viabilizem operações industriais inteligentes, ao mesmo tempo em que identifiquem e mitiguem riscos emergentes e fragilidades sistêmicas (Zatsu et al., 2024). Além disso, apesar de apresentar elevado potencial para a promoção do bem-estar animal, sobretudo por meio do monitoramento contínuo e automatizado de parâmetros comportamentais e fisiológicos, e viabilizar a detecção precoce de alterações indicativas de estresse, dor ou desconforto, para sua efetiva aplicação no contexto produtivo, as soluções baseadas em IA devem ser tecnologicamente acessíveis, de fácil integração à rotina operacional e capazes de emitir alertas precisos e interpretáveis aos produtores, favorecendo intervenções rápidas e eficazes. No entanto, a ampla adoção destas tecnologias requer evidências empíricas robustas, geradas por validações em condições reais de produção, que atestem sua eficácia na melhoria das condições de bem-estar animal. Assim, a IA configura- se como uma ferramenta estratégica na conversão de grandes volumes de dados em tomadas de decisão assertivas, contribuindo para sistemas de produção mais éticos, sustentáveis e responsivos às demandas sociais e de mercado (Dawkins, 2025). CONSIDERAÇÕES FINAIS A inteligência artificial tem se mostrado uma ferramenta promissora na otimização dos sistemas de rastreabilidade e sua integração com tecnologias avançadas aprimora a segurança de alimentos e permite a detecção precoce de falhas operacionais. Contudo, apesar dos avanços tecnológicos substanciais, a implementação em escala ampla da IA ainda enfrenta desafios, como a necessidade de capacitação técnica especializada, altos custos de 533 | P á g i n a adoção e questões éticas. Para uma adoção bem-sucedida, é imprescindível a validação empírica das soluções, que assegure sua aplicabilidade em contextos reais de produção. Assim, a IA se estabelece como uma ferramenta estratégica não apenas para aprimorar a rastreabilidade, mas também para fortalecer a confiança do consumidor e fomentar práticas mais sustentáveis e responsáveis na produção de alimentos. Palavras-chave: Coadjuvantes de Tecnologia Alimentar; Controle de Qualidade; Produção de Alimentos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADHIWIBOWO, W.; WIDAYAT, W.; SYAFEI, W. A. Design of dual blockchain-based with Point of Authority for halal traceability system application on fresh meat-based supply chain. Results in Engineering, v. 26, n. 1, p. 105133, 2025. DOI: 1016/j.rineng.2025.105133. COSTA, E. J. X. Inteligência artificial aplicada à Zootecnia. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 1, p.390-396, 2009. DOI: 10.1590/S1516-35982009001300038. CROMWELL, J.; TURKSON, C.; DORA, M.; YAMOAH, F. A. Y. Digital technologies for traceabilityand transparency in the global fish supply chains: A systematic review and future directions. 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