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DISCUSSÃO As análises realizadas permitiram determinar os teores de lipídeos, cinzas e proteínas presentes na amostra de aveia em flocos integral triturada e peneirada, relacionando-os com os valores descritos na literatura e avaliando a qualidade nutricional do produto. Lipídeos (balão 1) O teor de lipídeos encontrado foi de 8,48%, valor obtido a partir da diferença entre a massa final do balão e sua tara após a extração no Soxhlet. Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO (2011), a aveia integral apresenta entre 6 e 9% de lipídeos, intervalo que engloba o resultado experimental obtido. Estudos recentes também reportam teores de 3,1 a 15% de lipídeos, dependendo da variedade e do grau de processamento (JAROSŁAWSKA et al., 2021). Essa concordância indica boa eficiência do método Soxhlet e confirma que o produto analisado possui o conteúdo lipídico esperado. Os lipídeos da aveia são majoritariamente insaturados, compostos por ácidos oleico (ômega-9) e linoleico (ômega-6), relacionados à redução do colesterol LDL e à proteção cardiovascular (RAFIQUE et al., 2022). Diferenças sutis entre o valor obtido e o da literatura podem decorrer da trituração da amostra, umidade residual ou perdas durante o manuseio, mas o resultado é coerente com o perfil químico típico da aveia integral. Cinzas (cadinho 3) O teor de cinzas determinado foi de 5,56%, valor superior à faixa normalmente descrita para aveia integral, que varia entre 1 e 3% (ALEMAYEHU et al., 2021; PHYTOTRIBUNE, 2020). Entretanto, estudos com diferentes cultivares reportam valores mais elevados, chegando a cerca de 5,9%, dependendo da variedade e do local de cultivo (GHOGARE, 2021). Assim, o resultado obtido, embora alto, permanece dentro do intervalo observado em algumas genótipos e produtos processados. Esse aumento pode ser justificado pela presença de impurezas minerais aderidas, carbonização incompleta ou resíduos no cadinho. Além disso, o teor de cinzas reflete a quantidade de minerais da amostra — como ferro, fósforo, magnésio e zinco — confirmando o alto valor nutricional da aveia (BUTT et al., 2020). Proteínas (método de Kjeldahl) O teor médio de proteína obtido foi de 14,2%, valor coerente com o intervalo de 12 a 20% descrito na literatura (RAFIQUE et al., 2022; JAROSŁAWSKA et al., 2021; TACO, 2011). Essa concordância demonstra boa execução das etapas do método de Kjeldahl, que determina o nitrogênio total da amostra, refletindo o teor proteico global. As proteínas da aveia são compostas majoritariamente por avenalina, de alto valor biológico e boa digestibilidade, representando cerca de 80% do total (RAFIQUE et al., 2022). A proximidade entre o valor experimental (14,2%) e o teórico médio (15%) indica que não houve degradação significativa de proteínas durante o preparo da amostra. O resultado confirma que a aveia é uma excelente fonte de proteínas vegetais, rica em aminoácidos essenciais como lisina e treonina, frequentemente limitantes em outros cereais. Síntese Geral Os resultados de lipídeos, cinzas e proteínas mostraram-se coerentes com os dados de referência, evidenciando a composição nutricional equilibrada da aveia integral. O teor adequado de lipídeos e proteínas, aliado à presença expressiva de minerais, confirma o potencial da aveia como alimento funcional, contribuindo para o controle do colesterol, saúde cardiovascular e fornecimento de micronutrientes essenciais. As pequenas variações observadas são esperadas em análises laboratoriais e podem ser atribuídas a diferenças experimentais sem comprometer a confiabilidade dos resultados. ALEMAYEHU, G. F. et al. Proximate, mineral and anti-nutrient compositions of oat grains (Avena sativa) cultivated in Ethiopia: implications for nutrition and mineral bioavailability. Food Science & Nutrition, 2021. BUTT, M. S. et al. Nutritional and phytochemical composition and associated health benefits of oats. Foods, v. 9, n. 9, p. 1368, 2020. DOI: 10.3390/foods9091368. GHOGARE, M. Assessment of biochemical traits and minerals status of oat (Avena sativa) genotypes. International Journal of Chemical Studies, v. 9, n. 1, p. 106–112, 2021. JAROSŁAWSKA, J. et al. Oat and Oat Processed Products—Technology, Composition, Nutritional Value, and Health. Applied Sciences, v. 13, n. 20, 11267, 2021. PHYTOTRIBUNE. Studies on physical, chemical and mineral evaluation of oats (Avena sativa). The Pharma Innovation Journal, v. 9, n. 3, p. 580– 584, 2020. RAFIQUE, H. et al. Dietary-Nutraceutical Properties of Oat Protein and Peptides. International Journal of Molecular Sciences, v. 23, n. 13, 2022. TACO. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. 4ª ed. Campinas: NEPA/UNICAMP, 2011. DISCUSSÃO Lipídeos (balão 1) Cinzas (cadinho 3) Proteínas (método de Kjeldahl) Síntese Geral