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Aula 8 - Desafios e oportunidades da 
indústria 4.0 no Brasil
Apresentação
A indústria 4.0 é um conceito relativamente novo, surgindo a partir da quarta revolução industrial, 
que trouxe necessidade de adaptação e atualização para empresas do mundo todo. Para que essas 
empresas se adequem ao novo modelo, é preciso que haja uma política industrial que as apoie e 
que alguns desafios sejam superados.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará como a indústria brasileira se situa na quarta 
revolução industrial, qual a importância da política industrial brasileira e os desafios e 
oportunidades do Brasil com a indústria 4.0.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Situar a indústria brasileira na quarta revolução industrial.•
Relacionar a importância da política industrial brasileira com as mudanças da quarta revolução 
industrial.
•
Analisar os desafios e oportunidades do Brasil com a indústria 4.0.•
Infográfico
Para que as indústrias brasileiras se adaptem às mudanças oriundas da quarta revolução industrial, 
é preciso que ações sejam tomadas em diferentes esferas, como no desenvolvimento tecnológico, 
na infraestrutura, em recursos humanos especializados, na articulação institucional, entre outras, 
promovendo a transformação das empresas em direção à indústria 4.0.
No Infográfico a seguir são apresentadas sete ações prioritárias para a indústria 4.0 no Brasil. 
Aponte a câmera para o 
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Conteúdo do Livro
Para alguns especialistas, o Brasil ainda está se adequando à terceira revolução industrial, tendo 
muito desafios, mas também oportunidades, até se adaptar à indústria 4.0. Para essa adaptação, é 
importante que as políticas industriais sejam adequadas, que as empresas sejam incentivadas a 
realizar mudanças e que processos e pessoas passem por constante atualização.
No capítulo Desafios e oportunidades da indústria 4.0 no Brasil, que faz parte do livro Indústria 4.0, 
base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você irá entender como a indústria brasileira se situa 
na quarta revolução industrial e como a política industrial pode ser importante e irá conhecer os 
desafios e as oportunidades para o Brasil com a indústria 4.0.
INDÚSTRIA 4.0 
Aline Morais da Silveira
Desafios e oportunidades 
da Indústria 4.0 no Brasil
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Situar a indústria brasileira na Quarta Revolução Industrial.
  Relacionar a importância da política industrial brasileira com as mu-
danças da Quarta Revolução Industrial.
  Analisar os desafios e oportunidades do Brasil com a Indústria 4.0.
Introdução
A Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0, que iniciou na Alema-
nha, trouxe mudanças para as indústrias de todo o mundo, mas muitos 
países não se encontram prontos para essas mudanças, visto que ainda 
não se adaptaram às revoluções anteriores. O Brasil é um desses países; 
aqui, a implementação da Indústria 4.0 ainda engatinha, seja por falta de 
conhecimento ou de investimentos.
Neste capítulo, você vai estudar onde a indústria brasileira se encontra 
frente à Quarta Revolução Industrial, a importância da política industrial 
brasileira em relação às mudanças e os desafios e oportunidades para o 
Brasil com a Indústria 4.0.
Indústria brasileira na Quarta Revolução 
Industrial
Uma das formas de saber a situação da economia brasileira é por meio do 
Produto Interno Bruto (PIB). O PIB brasileiro se manteve estável nos anos de 
2017 e 2018, apresentando aumento anual na faixa de 1,1%. Já em comparação 
ao PIB de 42 países em 2018, o Brasil fi cou na 40ª posição, fi cando acima 
somente da Itália e do Japão (PIB..., 2019).
O PIB industrial, que representa menos de 10% do PIB brasileiro, teve 
aumento de apenas 0,6% em 2018 em comparação a 2017, com pequena alta na 
produção e distribuição de eletricidade, na produção automotiva e na extração 
de minério (ALVARENGA; SILVEIRA, 2019).
No cálculo do PIB industrial, estão inclusas indústrias extrativas, de transformação, de 
construção civil e de distribuição de gás, eletricidade e água.
A indústria de transformação, segundo o portal Indústria 4.0 do governo 
brasileiro, sofreu queda no PIB nos últimos anos, chegando próximo a 11% em 
2016, devido a mudanças na estrutura produtiva do país e nos novos modelos 
de negócios.
Na avaliação do Índice Global de Competitividade do Setor Industrial 
de 2016, o Brasil caiu da 8ª posição em 2013 para a 29ª em 2016, mas esse 
mesmo estudo projeta uma pequena melhora para 2020, quando o Brasil 
deverá ocupar a 23ª posição. 
A produtividade no Brasil cresceu nos últimos anos, mas o acumulado 
entre os anos de 2007 e 2017 mostra uma queda de 1,8% em comparação 
com a média dos países parceiros comerciais (Estados Unidos, Argentina, 
Alemanha, México, Japão, França, Itália, Coreia do Sul, Países Baixos e Reino 
Unido) (WOLKE, 2018).
Um dos motivos da economia brasileira estar atrás da de muitos outros países 
é o baixo nível de inovação. Segundo o Índice Global de Inovação de 2018 
(DUTTA; LANVIN; WUNSCH-VINCENT, 2018), dentre 126 países avaliados, 
o Brasil está na 64ª posição, tendo subido 5 posições em relação a 2017. Das sete 
regiões avaliadas no IGI 2018, a América Latina está na 5ª posição, ficando à 
frente apenas da Ásia Central e Meridional e da África Subsaariana.
Conforme Sakkis (2018), as áreas em que o Brasil se destacou no IGI 2018 
foram:
  pesquisa e desenvolvimento;
  importações e exportações de alta tecnologia;
  qualidade de publicações científicas;
  universidades.
Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil2
De acordo com uma publicação do FIRJAN (2016), grande parte da indústria 
brasileira está transitando entre a Segunda e a Terceira Revolução Industrial, 
ou seja, entre o uso de linhas de montagem e a aplicação da automação, sendo 
que o setor mais adiantado em relação à Indústria 4.0 é o setor automotivo.
De um modo geral, podemos considerar que o Brasil ainda está se adequando 
à Terceira Revolução Industrial, aplicando o uso de computadores no chão de 
fábrica. Mas, mesmo com o atraso tecnológico, em comparação com a Alema-
nha e os Estados Unidos, o Brasil tem potencial para expansão à Indústria 4.0.
Segundo pesquisa realizada com 227 empresas (55% pequenas, 30% médias e 15% 
grandes) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, 32% dos entrevistados 
nunca ouviram falar em Quarta Revolução Industrial, Indústria 4.0 ou Manufatura 
Avançada (FIESP..., 2018).
A Quarta Revolução Industrial traz para o Brasil o conceito de manufatura 
avançada, que é a visão brasileira da transformação digital, tendo como base a 
Indústria 4.0. No entanto, segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento 
Industrial (ABDI), o total de empresas no Brasil que adota as tecnologias da 
Indústria 4.0 é de apenas 2% (VAL, [2019?]).
Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), dos 24 seg-
mentos da indústria brasileira, pelo menos 14 precisam implementar com urgência 
estratégias de digitalização para se tornarem competitivos internacionalmente 
(CNI, 2017). Os bens de capital (máquinas e equipamentos), a agroindústria e o 
setor automotivo são os segmentos industriais que lideram a corrida tecnológica 
para ampliar a competitividade dos negócios até 2027 (ROLLI, 2019).
Conforme uma pesquisa realizada pela CNI em 2017, a digitalização do 
processo produtivo era de apenas 1,6%, mas com previsão de que, em 10 anos, 
21,8% das empresas atinjam essa digitalização (MACIEL, 2017).
Outro estudo realizado pela CNI, com 632 indústrias de grande porte em 
junho de 2018, mostrou que 73% se encontram na Indústria 4.0, ainda que em 
estágio inicial de implantação das tecnologias (ROLLI, 2019).
Os sensores, que, segundo Mancinelli (2018), são a base da Indústria 4.0, 
estão em crescente utilização na indústria brasileira, e uma pesquisada CNI 
mostrou que 27% das indústrias utiliza automação com sensores, principal-
mente nos setores automotivo, farmacêutico e alimentício.
3Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil
Importância da política industrial brasileira
Segundo João Emilio Gonçalves, gerente executivo de política industrial da 
CNI, “[...] as principais nações industrializadas inseriram o desenvolvimento 
da Indústria 4.0 no centro de suas estratégias de política industrial para 
preservar e aumentar sua competitividade” (ALISSON, 2018, documento 
on-line).
De acordo com Alisson (2018), para que o Brasil aumente sua competiti-
vidade, é preciso incluir a Indústria 4.0 nas estratégias de política industrial, 
abrangendo ações como difusão e adoção de tecnologias, criação e o desen-
volvimento de novas soluções tecnológicas, questões regulatórias, capacitação 
de mão de obra, criação de startups, entre outras.
A política industrial brasileira deve estimular as empresas estabelecidas 
no país a desenvolverem novas soluções tecnológicas voltadas para a Indús-
tria 4.0 e também dar suporte para que empresas provedoras de tecnologias, 
como fabricantes de máquinas e equipamentos, além de softwares e serviços, 
melhorem a difusão e a adoção dessas soluções (ALISSON, 2018).
Segundo Vanessa Boana Fuchs (apud WENTZEL, 2016, documento on-
-line), para que o Brasil se prepare para a Indústria 4.0, devem ser implementa-
das “[...] políticas de fortes incentivos que nivelem por cima, não apenas na área 
de formação e capacitação de trabalhadores para o uso de novas tecnologias, 
mas priorizando também investimentos em pesquisa e desenvolvimento para 
que o país não se torne um mero consumidor de tecnologias”.
Para Wentzel (2016), o Brasil precisa de maiores investimentos em educação 
e inovação para obter ganhos em produtividade e geração de empregos neste 
novo modelo economia. Conforme Val ([2019?]), em um estudo da CNI, são 
citadas algumas ações prioritárias para uma Indústria 4.0 no Brasil:
  aplicações nas cadeias produtivas e desenvolvimento de fornecedores;
  mecanismos para adoção das tecnologias da Indústria 4.0;
  desenvolvimento tecnológico;
  recursos humanos;
  infraestrutura;
  regulação;
  articulação institucional.
Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil4
Em 2017, foi instituído o Grupo de Trabalho para a Indústria 4.0 (GTI 4.0), composto 
por 50 instituições representativas (governo, empresas, sociedade civil, etc.) que 
realizam contribuições e debates sobre diferentes perspectivas e ações para a Indústria 
4.0 no Brasil. Também foram estabelecidas alianças entre associações empresariais, 
confederações, federações de indústria e sindicatos.
 Conforme Vermulm (2018), a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0 
foi uma iniciativa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços 
(MDIC) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), sendo 
composta por dez medidas:
1. Difusão do conteúdo da Indústria 4.0: disseminação de informação, no 
setor industrial, do significado da Indústria 4.0 e das suas possibilidades.
2. Autoavaliação: empresas estimam seu grau de maturidade em relação 
às tecnologias digitais em uma plataforma desenvolvida pelo governo.
3. HUB 4.0: plataforma desenvolvida pelo governo para conectar empresas 
do setor industrial com provedores de tecnologias digitais.
4. Brasil Mais Produtivo 4.0: iniciativa voltada para as empresas de 
menor porte, incluindo ações de digitalização.
5. Fábricas do futuro e testbeds: o governo se dispõe a destinar recursos 
federais para a instalação de 20 fábricas do futuro e laboratórios de testes 
de demonstração no biênio 2018/19, contribuindo para a instalação da 
infraestrutura necessária para a realização de testes de demonstração 
de alternativas tecnológicas.
6. Conexão startup-indústria 4.0: o governo objetiva criar e fomentar 
um ambiente para aproximar e viabilizar a conexão de startups com 
empresas industriais de maior porte.
7. Mercado de trabalho e educação 4.0: identificar competências ne-
cessárias para a Indústria 4.0 e contribuir para a formação de recursos 
humanos, atendendo às demandas das indústrias.
8. Regras do jogo 4.0: o governo apresentou uma agenda de reformas 
legais e infralegais objetivando a aceleração da robotização, ajustes no 
marco regulatório da Zona Franca de Manaus e regulação da privacidade 
e proteção de dados.
9. Financiabilidade: medida voltada para o financiamento da Indústria 4.0.
5Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil
10. Comércio internacional 4.0: redução das alíquotas do imposto de 
importação de robôs industriais e robôs colaborativos, impressoras 3D 
e equipamentos para manufatura aditiva, inclusão do tema da Indústria 
4.0 em todos os acordos bilaterais de comércio entre o Mercosul e 
outros países ou blocos e cooperação e projetos bilaterais em Indústria 
4.0 com diferentes países.
Com isso, as premissas da agenda da Indústria 4.0 no Brasil são:
  fomentar iniciativas que facilitem e habilitem o investimento privado;
  propor agenda centrada no industrial/empresário;
  testar, avaliar, debater e construir consensos por meio da validação de 
projetos-piloto, medidas experimentais;
  equilibrar medidas de apoio para pequenas e médias empresas com 
grandes companhias.
Desafios e oportunidades no Brasil
Conforme a CNI (2017), é possível classifi car a produção industrial brasileira 
atual em quatro quadrantes, como mostra a Figura 1, e assim como ocorre em 
outros países, no Brasil, a difusão das tecnologias associadas à Indústria 4.0 
não atingirá todos os setores da mesma forma nem ao mesmo tempo.
Figura 1. Matriz produto versus processo na Indústria 4.0.
Fonte: CNI (2017, documento on-line).
Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil6
O objetivo é mover a economia para o quadrante 4, mas a extensão e a 
rapidez desse movimento dependem, segundo CNI (2017), de características 
internas dos setores e das empresas, do aumento da pressão competitiva e da 
capacidade de o Estado executar políticas para fomentar a transição tecnológica.
O IGC de 2018 destacou que novos avanços tecnológicos, como a Indústria 
4.0, a automação, a robótica e a inteligência artificial, muitas vezes, são vistos 
como ameaças, em vez de oportunidades.
Desafios
De acordo com Relatório Global de Competitividade de 2018, publicado pelo 
Fórum Econômico Mundial, analisando 140 países, o Brasil está na 72ª posição 
no ranking geral. Já na categoria capacidade de inovação, encontra-se na 40ª 
posição. Segundo o Fórum, isso ocorre devido à fraca integração de políticas 
e à falta de coordenação entre setores público e privado (MOREIRA, 2018).
Algumas barreiras que dificultam a implementação de tecnologias no Brasil 
são a falta de mão de obra qualificada, a ineficiência das telecomunicações, a 
dificuldade na identificação de tecnologias e parceiros, a ausência de linhas de 
financiamento apropriadas e a distância entre as universidades e as indústrias 
(FIRJAN SENAI; FINEP, 2019).
Conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre-
sas (INDÚSTRIA..., 2018), um dos principais desafios para o sucesso da 
Quarta Revolução Industrial está na segurança, pois problemas como falhas 
de transmissão na comunicação máquina-máquina podem causar transtornos 
na produção. Além disso, também são necessários sistemas que protejam o 
know-how da companhia.
A implantação da Indústria 4.0 no Brasil, segundo FIRJAN (2016), traz 
desafios como:
  obter políticas estratégicas inteligentes, incentivos e fomentos por parte 
do governo;
  reunir empresários e gestores da indústria com visão, arrojo e postura 
proativa;
  dispor de desenvolvimento tecnológico e formação de profissionais alta-
mente qualificados por parte das instituições acadêmicas e de pesquisa, 
preferencialmente em grande proximidade com a indústria.
7Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil
O Brasil terá um duplo desafio para se adequar à Indústria 4.0:buscar 
a incorporação e o desenvolvimento das soluções tecnológicas e ter agi-
lidade para evitar que a distância, em termos de competitividade para os 
principais competidores, aumente (ALISSON, 2018). Já para Alicia Bárcena 
(apud WENTZEL, 2016), os três desafios trazidos com a Quarta Revolução 
Industrial, que podem ser solucionados com investimento estatal e políticas 
públicas ativas, são:
  aumento da desigualdade;
  mudanças climáticas;
  tendência recessiva das economias.
A ABDI (TONI, 2017) identificou cinco eixos de atuação para que o Brasil 
possa seguir em busca de uma aproximação com a Indústria 4.0:
1. criar um programa brasileiro de manufatura avançada;
2. buscar acordo bilateral com a Alemanha entre o programa de manufatura 
avançada criado e o alemão Industrie 4.0;
3. criar uma rede de testbeds (ambientes de teste e demonstração de tec-
nologias que buscam simular a realidade de ambientes de produção) 
de manufatura avançada;
4. alinhar e criar linhas de fomento para a construção de testbeds e pro-
gramas específicos que atendam a lacunas de financiamento;
5. engajar pequenas e médias empresas.
Oportunidades
A Indústria 4.0 gerará impactos signifi cativos na produtividade, na integra-
ção da produção e na gestão empresarial, conforme demonstra esquema 
da Figura 2.
Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil8
Figura 2. Impactos esperados na produção industrial.
Fonte: CNI (2017, documento on-line).
As mudanças nos processos produtivos podem vir acompanhadas de inova-
ções nos produtos fabricados, e a tendência é a de produtos mais inteligentes e 
autônomos em relação aos existentes atualmente. Na gestão empresarial, uma 
das principais transformações é a cooperação entre diferentes áreas, princi-
palmente, entre a Tecnologia de Informação (TI) e a produção (CNI, 2017).
Conforme FIRJAN (FIRJAN SENAI; FINEP, 2019, documento on-line), 
“[...] a digitalização das indústrias e seus sistemas de produção inteligentes 
trazem maior produtividade e competitividade, novas soluções tecnológicas 
surgem impulsionando o consumo cada vez maior de produtos conectados”. 
Com as informações coletadas por sensores e recursos de aprendizagem de má-
quina, as fábricas poderão operar de forma otimizada, reduzindo desperdícios.
Com a aplicação de tecnologias da Indústria 4.0, empresas ao redor do mundo reduzi-
ram em até 30% o tempo dos processos, cortando custos de operação e aumentando 
sua eficiência. Já no Brasil, a Mercedes-Benz teve um aumento em 15% na sua eficiência 
de produção, 20% no ganho em eficiência logística e uma redução de armazenamento 
de componentes de 10 dias para 3 dias (FIRJAN SENAI; FINEP, 2019).
9Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil
A Quarta Revolução Industrial também induz o surgimento de novos ma-
teriais com propriedades únicas, podendo mudar as tecnologias existentes em 
diversos segmentos, como agricultura, alimentos, têxtil, eletrônicos, energia, 
entre outros (FIRJAN SENAI; FINEP, 2019).
Outras oportunidades trazidas com a Indústria 4.0, conforme Grilletti 
(2018), são:
  Integração entre diversos produtos, como carro, celular, televisão, 
geladeira, relógio, por meio de uma rede digital.
  Os dados gerados a cada uso vão moldando os produtos do futuro, 
com uma abordagem de engenharia e design centrados no consumidor.
  Monitoramento em tempo real e diagnóstico rápido dos problemas 
do chão de fábrica, criando serviços de manutenção inteligente e pre-
venção de falhas.
  Customização dos produtos em larga escala, a partir da qual o consu-
midor poderá interagir com a marca e sua linha de produção por meio 
de plataformas digitais que personalizam os produtos.
Para Grilletti (2018), os setores mais promissores com a Indústria 4.0 são:
  Indústria farmacêutica: melhorar os métodos de controle de qualidade 
e o gerenciamento das atividades da linha de produção.
  Indústria de alimentos: possibilidade de rastreamento dos produtos 
para os consumidores.
  Energia: economizar recursos energéticos por meio de fontes 
alternativas.
  Agroindústria: agricultura de precisão.
  Construção civil: processos que desperdicem menos recursos, novos 
materiais mais resistentes e adaptáveis.
  Distribuição e logística: entregas por meio de drones, rede interligada 
de parceiros.
Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil10
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11Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil
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Leitura recomendada
DTTL; GCIPIG; COUNCIL ON COMPETITIVINESS. 2016 Global Manufacturing Competitiveness 
Index. London: Deloitte, 2016. Disponível em: https://www2.deloitte.com/content/dam/
Deloitte/pt/Documents/manufacturing/gx-global-mfg-competitiveness-index-2016.
pdf. Acesso em: 1 abr. 2019.
Desafios e oportunidades da Indústria 4.0 no Brasil12
Dica do Professor
Qualquer mudança demora um certo tempo até ser implementada, necessitando adaptação de 
todos os envolvidos. Com a indústria 4.0 não é diferente; o Brasil encontra alguns desafios em 
relação a essa nova tecnologia. Por outro lado, muitas oportunidades também surgem, 
possibilitando melhorias em processos e aumento de competitividade.
Nesta Dica do Professor, você verá mais informações sobre os desafios e oportunidades do Brasil 
com a quarta revolução industrial. 
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