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Julia Borba

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PSICOLOGIA 
NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS 
PSICOLÓGICAS - NEP 
1 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNI-FACUNICAMPS 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
PSICOLOGIA 
NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS 
PSICOLÓGICAS - NEP 
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Luana Mota de Jesus 
Rafaella Rodarte Paulista 
Lara Ellen da Costa 
Júlia Ferreira Borba 
Nuria Cristine Correia Barbosa 
Raíssa de Jesus Lima 
 
 
 
RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
 
 
 
Relatório apresentado para descrição do processo de elaboração da 
prática do estágio supervisionado 1. 
 
Orientador: Prof. Bráulio Ramos da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA, GOIÁS 
2025 - 2 
PSICOLOGIA 
NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS 
PSICOLÓGICAS - NEP 
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SUMÁRIO 
 
 
 
 I.INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
II.PERCURSO PARA ELABORAÇÃO DAS ENTREVISTAS E APROXIMAÇÃO AO CAMPO 
 
 
 
 
 
III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
 
 
IV. PARTICIPAÇÃO NA SUPERVISÃO E CRONOGRAMA 
 
 
 
 
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
VI. ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOLOGIA 
NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS 
PSICOLÓGICAS - NEP 
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I.INTRODUÇÃO 
 
 
O relato de experiência apresentada neste documento foi realizado em um ambiente 
clínico voltado para o atendimento infantil, um espaço marcado por uma complexidade 
relacional significativa e pela necessidade de constante colaboração entre diversos agentes, 
como criança, família, escola e outros profissionais da rede de apoio. Esse contexto traz 
desafios específicos, como estabelecer uma relação terapêutica com a criança, gerenciar a 
participação da família e adaptar as técnicas de intervenção às particularidades do 
desenvolvimento infantil. 
A importância dessa experiência reside precisamente em oferecer ao aluno uma 
percepção prática do papel do psicólogo nesse contexto, analisando como os conhecimentos 
teóricos a respeito de desenvolvimento, vínculo, ludicidade e ética se refletem nas rotinas 
clínicas diárias. Dessa forma, este relatório tem como objetivo organizar o caminho percorrido 
até agora, expondo a aproximação ao campo, a criação do roteiro e a realização da entrevista 
com um(a) profissional em atividade, além das reflexões. 
Essa etapa inicial do estágio possibilita o aprimoramento de habilidades fundamentais 
para a prática da Psicologia, tais como a escuta ativa, a perspectiva ética, a sensibilidade em 
relação às particularidades humanas e a habilidade de análise crítica sobre a atuação 
profissional. o estágio é um espaço para a construção da identidade do psicólogo, no qual a 
teoria se concretiza e adquire significado por meio da prática observada. 
 
II.PERCURSO PARA ELABORAÇÃO DAS ENTREVISTAS E APROXIMAÇÃO AO CAMPO 
 
A elaboração do roteiro de entrevista foi uma etapa crucial na construção deste 
trabalho, pois, além de ser uma de nossas principais ferramentas até o presente 
momento, demandou a integração entre os princípios teóricos estudados e a realidade prática 
do campo selecionado. O grupo começou essa tarefa com leituras e debates sobre o papel do 
psicólogo clínico infantil, visando entender quais elementos seriam importantes para 
investigar e monitorar na prática profissional. 
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A elaboração do roteiro foi guiada pelos preceitos de escuta ética, flexibilidade e 
consideração pela individualidade do entrevistado, conforme estabelecido pelo Código de Ética 
Profissional do Psicólogo (CFP, 2005). Assim, procurou-se elaborar perguntas abertas que 
permitissem ao profissional compartilhar livremente suas vivências, práticas e percepções sobre o 
trabalho clínico com crianças. 
Ademais, o grupo procurou entender a função do psicólogo como intermediário entre a 
criança e seus ambientes de convivência, um aspecto que é fundamental na prática clínica com 
crianças e adolescentes. Dessa forma, o roteiro foi elaborado para abranger não apenas aspectos 
técnicos e metodológicos (como a condução das sessões e os recursos empregados), mas também 
dimensões subjetivas e éticas (como o vínculo, o manejo da resistência e a interação com os pais). 
A entrevista resultante foi extremamente informativa, mostrando um profissional atento às 
necessidades das crianças e dedicado à ética e à ludicidade no atendimento. As respostas obtidas 
destacaram a relevância do brincar como instrumento terapêutico, do vínculo como fundamento da 
intervenção psicológica e da parceria entre família e escola como alicerces do processo de 
desenvolvimento dessas crianças. 
A entrevista que se seguiu foi muito esclarecedora, revelando um profissional que se 
preocupa com as crianças e que é comprometido com a ética e a ludicidade no trabalho. Para 
documentar e avaliar essas informações, abaixo estão as perguntas-chave do roteiro e os principais 
pontos levantados nas respostas: 
1º Entrevista: 
1. Como você costuma conduzir a primeira sessão com a criança e a família? 
Durante a primeira sessão costumo realizar a anamnese com a família para coletar dados e iniciar 
um vínculo com o/s responsável/eis da criança, nessa primeira sessão não tenho contato com a 
criança, apenas com a família, para qual explico todos os detalhes burocráticos e técnicos de como 
funciona a terapia. Com a criança, a partir da sessão seguinte, também inicio com foco na vinculação, 
explico sobre a terapia, como funciona e que tipo de demandas podemos trabalhar, buscar deixar a 
criança segura e confortável com a situação. 
2. Quais recursos lúdicos (brincadeiras, jogos, desenhos) você mais utiliza no dia a dia? 
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O que mais utilizo atualmente são jogos de cartas, tabuleiros e eletrônicos [roblox], pois estou com 
mais pacientes pré-adolescentes, mas desenhos e outras atividades terapêuticas que improviso no 
papel e nos próprios jogos também são comuns. 
3. O que você observa como mais desafiador no trabalho com crianças? 
Conseguir o engajamento da criança quando essa é mais velha e não quer estar na terapia e um 
trabalho em conjunto pleno com família e escola [e outras redes de apoio] que possam ser necessárias. 
4. Como você avalia se a criança está evoluindo no processo terapêutico? 
Com base nos objetivos traçados, observações durante a terapia, conversa com a família e escola. 
5. Em quais momentos é essencial incluir os pais ou responsáveis nas sessões? 
Busco sempre incluir os pais, apenas aumentando ou diminuindo a frequência e extensão da 
participação conforme demanda e idade da criança/adolescente. 
6. Quais cuidados éticos são mais importantes no atendimento infantil? 
Principalmente a garantia do sigilo terapêutico da criança, mas também a atenção aos sinais que 
possam indicar a necessidade de quebra de sigilo [expondo apenas o necessário] para os pais quando 
observado sinais de alerta de perigo para essa criança ou pessoas ao seu redor. 
7. Como você lida com situações em que a criança não quer se expressar ou interagir? 
Busco tornar o assunto mais lúdico e descontraído, trabalhar mais na vinculação e alternar com 
atividades e assuntos mais leves para tentar tornar a tarefa mais descontraída e motivadora para a 
criança. 
8. Quais estratégias você usa para criar vínculo e confiança com as crianças? 
Conhecer sobre assuntos de interesse, seja por terem sido trazido pelos pais ou por relato das crianças 
e demonstrar interesse no que elas gostam. Seguir a liderança da criança quando possível, deixando-
a escolher as atividades, direcionamento da conversa, brincadeiras a serem feitas. 
9. Como funciona a parceria com outros profissionais (pedagogos, fonoaudiólogos, médicos) 
quando necessário? 
Em minha experiência essas parceiras têm sido em sua grande maioria positivas, permitindo uma visão 
maisglobal da criança e muitas vezes até mesmo uma intervenção multidisciplinar, principalmente 
quando o contato é com outros terapeutas. 
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10. O que você gostaria de ter aprendido na graduação que só descobriu na prática clínica? 
Pensando na minha formação, acho que gostaria de ter tido mais disciplinas sobre a clínica 
infantojuvenil, não apenas com enfoque no desenvolvimento, mas na atuação clínica. 
2º Entrevista: 
1. Como você costuma conduzir a primeira sessão com a criança e a família? Na primeira 
sessão, priorizo a acolhida da família e a coleta de informações relevantes sobre o desenvolvimento 
da criança, rotina, preferências e principais demandas. Busco criar um ambiente acolhedor e leve, 
explicando brevemente como funciona o processo terapêutico. Com a criança, faço uma observação 
inicial lúdica, explorando brinquedos e atividades simples para identificar interesses, forma de 
comunicação e nível de engajamento. 
2.Quais recursos lúdicos (brincadeiras, jogos, desenhos) você mais utiliza no dia a dia? 
 Utilizo recursos que favorecem atenção, linguagem, coordenação motora e interação social, como 
jogos de encaixe, quebra-cabeças, blocos de montar, desenhos e brincadeiras simbólicas. A escolha 
é sempre baseada nos interesses da criança, respeitando seu repertório atual e ajustando a 
complexidade conforme a evolução. 
3. O que você observa como mais desafiador no trabalho com crianças? 
 Um dos maiores desafios é manter o engajamento da criança em dias em que ela não está 
receptiva, além de lidar com expectativas dos pais em relação à rapidez dos resultados. É importante 
equilibrar acolhimento e psicoeducação, mostrando que o progresso acontece de forma gradual e 
consistente. 
4. Como você avalia se a criança está evoluindo no processo terapêutico? 
A avaliação é feita de forma contínua e individualizada, observando a aquisição e manutenção de 
habilidades nas diferentes áreas trabalhadas (comunicação, socialização, autonomia, atenção, 
autorregulação, etc.). Registro o desempenho em atividades e comportamentos-alvo e reviso 
periodicamente com os responsáveis, ajustando as metas conforme a evolução observada. 
5. Em quais momentos é essencial incluir os pais ou responsáveis nas sessões? 
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A participação dos pais é essencial no início do processo (coleta de informações e definição de 
metas), em momentos de orientação e treino parental, quando há necessidade de generalizar 
comportamentos aprendidos para casa, e quando há mudanças importantes no comportamento ou 
rotina da criança. A parceria com a família é uma parte central da intervenção. 
6. Quais cuidados éticos são mais importantes no atendimento infantil? 
 Respeitar a confidencialidade, consentimento informado e limites profissionais é fundamental. 
Também é essencial zelar pelo bem-estar da criança, manter comunicação transparente com os 
responsáveis e garantir que as estratégias utilizadas sejam sempre baseadas em evidências 
científicas e adequadas ao nível de desenvolvimento. 
7. Como você lida com situações em que a criança não quer se expressar ou interagir? 
Nesses casos, priorizo o respeito ao tempo da criança. Uso recursos motivadores e atividades de 
baixo nível de exigência, favorecendo o contato visual e a curiosidade. Com base nos princípios da 
ABA, reforço positivamente pequenas aproximações e busco entender o que pode estar mantendo a 
recusa — seja cansaço, medo, ambiente novo ou excesso de demandas. 
8. Quais estratégias você usa para criar vínculo e confiança com as crianças? 
Invisto em um ambiente previsível, afetivo e divertido. Uso o interesse da criança como ponto de 
partida, valorizo suas iniciativas, e evito imposições nas primeiras sessões. O vínculo se constrói por 
meio da sensibilidade às respostas dela, do reforço positivo e da constância nas interações. 
9. Como funciona a parceria com outros profissionais (pedagogos, fonoaudiólogos, médicos) 
quando necessário? 
A parceria é feita de forma colaborativa e respeitosa, sempre visando o melhor para a criança. Troco 
informações relevantes (com autorização da família), ajusto objetivos em comum e mantenho 
comunicação aberta para garantir coerência entre as intervenções. O trabalho multiprofissional é 
essencial, principalmente em casos com demandas de linguagem, coordenação motora ou 
escolarização. 
10. O que você gostaria de ter aprendido na graduação que só descobriu na prática clínica? 
Gostaria que a graduação tivesse explorado mais sobre manejo emocional em contextos de 
atendimento, comunicação com pais e flexibilidade clínica. Na prática, entendi que cada criança é 
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única e que o vínculo e a sensibilidade terapêutica são tão importantes quanto a técnica. A 
experiência me ensinou a olhar para além do comportamento, compreendendo a função e o contexto 
em que ele ocorre. 
 3º Entrevista: 
1.Como você costuma conduzir a primeira sessão com a criança e a família? 
Eu costumo, na primeira sessão — mesmo que seja infantil, com a criança — que essa primeira 
sessão seja com os pais. É uma sessão de anamnese, triagem, escuta. Eu colho o máximo de 
informações possíveis e também procuro entender o contexto e a demanda que a família está me 
trazendo. Algumas vezes, na verdade, muitas vezes, em uma primeira sessão eu não consigo colher 
todas as informações necessárias. Aí eu agendo outro horário, ainda com os pais, sem a criança, 
para aprofundar um pouquinho mais na anamnese. Depois, concluindo toda essa etapa de 
aprofundamento na anamnese e na demanda, eu agendo o horário da criança. 
2. Quais recursos lúdicos (brincadeiras, jogos, desenhos) você mais utiliza no dia a dia? 
Eu utilizo com a criança recursos de jogos — tanto de tabuleiro quanto brincadeiras — sempre com o 
direcionamento de um plano de intervenção. Então, nas primeiras sessões com a criança, eu faço 
uma avaliação, procuro entender a dinâmica da criança dentro da demanda trazida pelos pais e 
aplico alguns testes, como Torre de Londres ou HTP (House-Tree-Person). Assim, depende muito da 
demanda da criança: eu seleciono alguns testes apenas para nortear um pouco mais minha 
avaliação e também o plano de intervenção que farei com essa criança. Então, eu faço uma mescla 
de jogos, brincadeiras, atividades e também desses testes projetivos ou psicológicos. 
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3. O que você observa como mais desafiador no trabalho com crianças? 
Uma das coisas que considero mais desafiadoras é quando a família não tem aderência à 
psicoterapia — o que não acontece em todos os casos. Mas, quando a família não tem, quando o pai 
ou a mãe às vezes falta demais, chega atrasado, ou eu passo uma orientação e não seguem essa 
orientação... às vezes passo uma atividade para casa, uma tarefa... quando não há essa aderência, 
o tratamento não evolui ou não apresenta resultados aparentes. Então, esse é um dos aspectos que 
vejo como mais desafiador. 
Outro aspecto que considero, pessoalmente, mais difícil é quando os pais estão separados ou em 
momento de litígio. Quando estão nesse processo de separação, a criança acaba não sendo o foco 
do tratamento. Um pai omite uma informação, a mãe omite outra. Essa é uma das demandas que 
considero mais complicadas. 
4. Como você avalia se a criança está evoluindo no processo terapêutico? 
Entendendo que a psicoterapia infantil tem todo um processo — com proposição, objetivo, avaliação 
— existe um caminho bem estruturado, inclusive com plano de intervenção. Dentro dele, temos 
metas e objetivos claros a serem alcançados. 
Por exemplo: uma criança com crises de ansiedade — trabalhamos para que ela entenda suas 
emoções, trabalhamos os pensamentos, e também coma família, por meio da psicoeducação 
parental. Então é esperado que essa criança melhore, e, como desde o início do processo já temos 
os pontos muito claros, essa melhora é perceptível. 
Existem também questões muito específicas, como comportamentos: por exemplo, tirar a chupeta ou 
o desfralde. São objetivos muito concretos — tirar a chupeta, reduzir birras excessivas — e esse 
processo fica muito claro quando é alcançado. 
5. Em quais momentos é essencial incluir os pais ou responsáveis nas sessões? 
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Os pais, responsáveis ou cuidadores — quem educa essa criança — precisam ser parceiros e 
aliados. É um trabalho de parceria. E quando se trabalha com criança, não são apenas os pais: se 
houver babá, avós, escola... toda a rede que envolve essa criança participa. 
Em alguns momentos, é necessário colocar os pais junto na sessão, para que percebam como é o 
manejo com aquela criança, como eu trabalho. Assim, mostro na prática como estimular 
determinados comportamentos e aspectos emocionais. 
Outro ponto importante é observar como a criança age diante da presença dos pais. Nessas 
sessões, chamo os pais e deixo que brinquem com a criança enquanto observo, para ver se o 
comportamento muda com eles ali. Isso também se torna dado relevante para a psicoterapia e para o 
plano de intervenção. 
6. Quais cuidados éticos são mais importantes no atendimento infantil? 
Um dos aspectos éticos mais importantes é a transparência com os pais e com a criança. É 
fundamental lembrar que a criança é um indivíduo, um ser que precisa ser respeitado. 
Se a criança não quer ficar dentro do consultório, ela não é obrigada a ficar. Não se fecha a porta se 
ela não quiser, e ela não entra sozinha se não se sentir à vontade. Ela tem sua própria manifestação 
e vontade. Muitas vezes, por exemplo, eu entro com a criança e os pais, se ela não quiser entrar 
sozinha. Esse respeito à criança como indivíduo e ao seu desejo é essencial. 
Outro aspecto importante envolve relatórios e laudos. É preciso ter muito cuidado para não 
generalizar comportamentos em relatórios sem a devida certeza ou sem uma avaliação completa e 
cuidadosa. Esse é um dos aspectos éticos de proteção à criança. 
Além disso, é importante ter cuidado ao conversar sobre a criança na frente dela. Essa conversa só 
deve acontecer se houver uma intenção terapêutica para isso; caso contrário, o ideal é não falar 
sobre ela como se não estivesse presente. 
7. Como você lida com situações em que a criança não quer se expressar ou interagir? 
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A criança precisa ser vista como um ser ativo, um indivíduo importante, com opiniões e vontades. O 
profissional precisa ter respeito e também um bom manejo. 
A criança, na maioria das vezes, não vai entrar no consultório dizendo: “tia Renata, o meu problema 
é esse, assim e assado”. Ela não vai estabelecer um diálogo como um adulto. 
Nossas ferramentas são o brincar, o lúdico, o jogo. E, quando ela não quer, precisa ser respeitada. 
Mas, pela minha experiência, quando há um manejo adequado e um trabalho para estabelecer 
vínculo, para que a criança goste de estar no consultório, a resistência é muito rara. 
Na verdade, a maioria gosta de estar em psicoterapia porque é divertido, é prazeroso, é um ambiente 
de confiança. Mas, se a criança não quiser fazer uma atividade, ela não é obrigada. Isso precisa ficar 
muito claro dentro da psicologia infantil. 
8. Quais estratégias você usa para criar vínculo e confiança com as crianças? 
As primeiras sessões são importantíssimas para estabelecer esse vínculo. O olhar atento do 
psicólogo, as atividades que agradam a criança, o manejo, o jeito, a empatia — tudo isso é essencial. 
Estar disponível, observar, escutar, acolher. É realmente construir um rapport, uma conexão com a 
criança. 
Acredito que é necessário ter afinidade com o mundo infantil. O psicólogo infantil precisa gostar de 
crianças, compreender e estudar o desenvolvimento infantil. Eles são nossos pacientes. 
Esse vínculo vai sendo construído naturalmente. Tenho experiências muito boas com as crianças 
aqui: os pais sempre retornam dizendo “meu filho conta os dias para vir” ou “ele adora estar aqui”. 
Esse feedback é muito gratificante. Mas, repito, é preciso ter essa afinidade com o mundo infantil. 
9. Como funciona a parceria com outros profissionais (pedagogos, fonoaudiólogos, médicos) 
quando necessário? 
Esse contato com outros profissionais é de extrema importância, porque são olhares diferentes que 
agregam ao tratamento e à psicoterapia. 
Por exemplo, a escola tem um olhar social que não temos dentro do consultório. Então, preciso saber 
o que a professora percebe da criança, como ela age no ambiente escolar, para trabalhar de forma 
integrada. A ação da criança comigo é diferente da que tem com colegas ou professores. 
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Também é importante realizar orientações. Às vezes, preciso conversar com a professora sobre uma 
demanda da criança e como agir com ela. É uma troca muito aberta entre profissionais. O mesmo 
ocorre com fonoaudiólogos, médicos, entre outros. Esse contato próximo permite alinhar informações 
e manter o tratamento em sintonia. 
11. O que você gostaria de ter aprendido na graduação que só descobriu na prática clínica? 
 Eu aprendi muito pouco sobre infância na graduação. Não me recordo de ter uma disciplina específica 
sobre o tema. De modo geral, entendo que a graduação precisa trazer um panorama global de todas as 
abordagens e frentes de trabalho. Depois, fui me aprofundar e me especializar na área, com pós-
graduação e outros estudos. Acredito que, se tivesse tido mais conteúdo sobre a demanda infantil e 
sobre como é o trabalho na psicologia infantil, isso teria sido muito enriquecedor e teria agregado 
bastante. 
 
III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
“Psicologia Infantil: A Importância do Brincar no Desenvolvimento da Criança” (Nascimento, 
2022) O autor K. L. do Nascimento afirma que o brincar é um direito da criança, que vai além de mero 
divertimento e se torna um instrumento para construir pensamentos, afeto e relações sociais. O 
referencial teórico baseia-se em grande parte em Vygotsky, que concebe o brincar como uma zona 
de desenvolvimento proximal, simbolismo e ferramenta social. As implicações de infringir esse 
direito, em que o brincar não é facilitado devido a restrições de tempo e espaço e seu desfrute 
diminui ou quando não é mais visto como um bom retorno, também são exploradas como prejudiciais 
em termos de desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança. 
O artigo conclui com implicações práticas: para o trabalho educacional, a extensão do brincar 
nos processos de ensino/aprendizagem; para a vida familiar, garantido tempo e liberdade para o 
lúdico; para políticas públicas, a preservação de espaços e condições adequadas ao exercício do 
brincar. 
Os três artigos se apoiam mutuamente enquanto criam uma cadeia de pensamento 
evolucionista relacionada às crianças: Pacheco (2001) revela o desenvolvimento da noção de 
infância e abordagens psicológicas ao longo da história; Brito et al. (2020) exacerbam ainda mais a 
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questão do potencial da psicologia infantil na clínica, destacando o brincar e a família como 
parte do tratamento psicológico; Nascimento (2022) amplia essa reflexão defendendo o 
brincar como direito e fundamento no desenvolvimento humano, unindo teoria, prática e 
política social. 
Cumulativamente, as três leituras mostram que conhecer a infância é conhecer a 
sociedade, suas ideologias e suas circunstâncias de vida. Elas nos lembram que a criança é 
uma criatura viva e ativa crescendo através de relações com os outros e o mundo, e que 
brincar, cuidar, ouvirsão atividades formativas necessárias para desenvolver. 
“Olhar, Explicação e Intervenção da Psicologia da Infância: Contextualização histórico-
cultural- metodológica” (Pacheco, 2001), o artigo faz uma abordagem sintética de sua 
formação histórico-teórica, edificada em função das circunstâncias socioeconômico-culturais. 
A autora, Lílian Miranda Bastos Pacheco, destaca no texto: "*Visão, Explicação e Intervenção 
da Psicologia da Infância: Uma Contextualização Histórico-Cultural- Metodológica" 
(PACHECO, 2001), que ao longo da História da Humanidade, da Idade Média aos nossos 
tempos, podemos ver que cada época tem suas ideias particulares sobre a criança e seu 
desenvolvimento de acordo com suas crenças e valores carregados de experiências 
históricas. O debate teórico se concentra em autores clássicos como Foulquié, Penna, Ariès, 
Piaget, Sears, e Grusec & Lytton. 
Atenção especial é dada às diferentes abordagens teóricas—da psicanálise ao 
behaviorismo, da psicologia cognitiva aos estudos culturais—e às necessidades sociais 
(como mortalidade infantil, fracasso escolar e imigração) que levaram trabalhadores de campo 
a campo a consolidar a psicologia infantil em uma ciência. Além disso, o texto destaca as 
dificuldades da transdisciplinaridade, já que conhecer a infância envolve diálogo entre 
biologia, educação e sociologia. 
Pacheco (2001) conclui que essa multiplicidade teórica, em vez de ser um empecilho 
no campo da psicologia, enriquece a psicologia infantil e nos permite abordar a humanidade 
em toda a sua complexidade. 
“A Psicoterapia Infantil no Setting Clínico: uma revisão sistemática de literatura” (Brito 
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et al., 2020) o artigo fornece uma perspectiva dos tempos recentes que é mais aplicada à psicologia 
infantil, através de um olhar sistemático sobre publicações sobre psicoterapia infantil e cenário clínico 
entre 2008 e 2018. A partir de 67 estudos, os autores derivaram três eixos principais. 
1. Orientação teórica (psicanalítica, comportamental, cognitivo-comportamental, humanista, 
etc.); 
2. A importância do envolvimento familiar no processo terapêutico; 
3. O brincar como a linguagem principal da criança para se comunicar e expressar durante a 
terapia. 
A análise da literatura aponta que, apesar do desenvolvimento teórico e metodológico, ainda 
existem lacunas na integração entre a teoria e a prática terapêutica (pouca padronização de 
técnicas), além da necessidade de levar em consideração aspectos culturais no contexto 
psicoterapêutico. Sob uma perspectiva teórica, o artigo retoma o conceito de jogo como linguagem 
simbólica e recurso diagnóstico segundo os princípios de Vygotsky e algumas linhas da psicologia 
em que o brincar se torna um dos instrumentos mais primitivos para a elaboração emocional e 
cognitiva. Portanto, Brito e coautores destacam a psicoterapia infantil como uma prática importante 
para o bem-estar da infância, que merece maior solidificação tanto do ponto de vista científico quanto 
social. 
 1ª Entrevista: 
A primeira psicóloga descreve uma prática clínica centrada na acolhida familiar, na observação 
lúdica e na construção de vínculo com a criança. Desde a primeira sessão, ela destaca a 
importância de conhecer o contexto familiar e afetivo, o que se relaciona diretamente com o 
artigo de Pacheco (2001), que defende que o comportamento infantil deve ser compreendido 
dentro de seu contexto histórico, social e cultural. Assim como Pacheco aponta que a psicologia 
da infância nasceu da necessidade de compreender o desenvolvimento da criança de forma 
contextualizada, a profissional demonstra essa postura ao buscar entender a rotina, os valores e 
as demandas de cada família antes de iniciar o processo terapêutico. 
No que se refere ao uso do brincar e de recursos lúdicos, a entrevistada cita jogos de encaixe, 
blocos de montar, desenhos e brincadeiras simbólicas como instrumentos fundamentais de 
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observação e intervenção. Essa prática está em total sintonia com os achados de Brito et al. 
(2020), que identificam o brincar como a principal ferramenta de comunicação e expressão 
emocional da criança na psicoterapia. O artigo ressalta que o jogo tem papel terapêutico e que o 
vínculo se fortalece por meio da ludicidade exatamente como a psicóloga descreve em seu 
atendimento. 
Além disso, o enfoque da profissional no respeito ao tempo da criança e na motivação por meio 
de reforços positivos reflete o que Nascimento (2022) discute sobre o direito ao brincar e sua 
função no desenvolvimento integral. Quando a psicóloga diz que “investe em um ambiente 
previsível, afetivo e divertido”, ela traduz na prática o conceito teórico de Nascimento de que o 
brincar deve ser livre, criativo e significativo, sendo parte essencial do cuidado infantil e não um 
simples passatempo. 
Outro ponto de convergência com os artigos é a ênfase na participação da família. A psicóloga 
afirma que os responsáveis são parte central da intervenção, tanto na coleta de informações 
quanto na generalização de comportamentos em casa. Essa concepção está fortemente apoiada 
nas conclusões de Brito et al. (2020), que identificam a família como mediadora entre o espaço 
terapêutico e o ambiente cotidiano da criança. 
Por fim, a postura ética e a sensibilidade terapêutica da entrevistada ao afirmar que “cada 
criança é única” e que “o vínculo e a sensibilidade são tão importantes quanto a técnica” reforçam a 
ideia de Pacheco (2001) sobre a influência dos valores humanos na construção das práticas 
psicológicas. Assim, sua fala demonstra como a teoria se concretiza na atuação clínica: uma 
psicologia que compreende o brincar, o contexto e a afetividade como dimensões inseparáveis 
do desenvolvimento infantil. 
 
2ª Entrevista: 
 A segunda psicóloga também apresenta uma prática coerente com os referenciais teóricos 
estudados, mas com uma abordagem mais voltada à escuta, vínculo e adaptação às demandas de 
crianças maiores e pré-adolescentes. Na primeira sessão, ela prioriza a anamnese com os 
“Psicologia Infantil: A Importância do Brincar no Desenvolvimento da Criança” (Nascimento, 
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2022) responsáveis e explica as questões técnicas e éticas da terapia antes de iniciar o contato direto 
com a criança. Essa estrutura remete às reflexões de Pacheco (2001), que contextualiza o surgimento 
da psicologia infantil como resposta a novas formas de compreender o sujeito não apenas como objeto 
de observação, mas como participante ativo em um processo de cuidado mediado pela cultura e pela 
linguagem. 
A profissional destaca o uso de recursos lúdicos variados, incluindo jogos de cartas, tabuleiros, 
eletrônicos e desenhos improvisados. Essa variedade confirma o que Brito et al. (2020) 
encontraram em sua revisão: a diversidade de métodos e técnicas na psicoterapia infantil, que 
refletem a multiplicidade teórica do campo. Mesmo com pacientes mais velhos, a entrevistada 
mantém a ludicidade como estratégia terapêutica, o que está alinhado à perspectiva de 
Nascimento (2022), para quem o brincar deve ser entendido como instrumento de expressão e 
aprendizagem em todas as idades da infância inclusive quando o brincar assume formas mais 
simbólicas ou digitais. 
Ao falar sobre os desafios do engajamento, a psicóloga relata que busca tornar o atendimento 
mais leve e descontraído, respeitando o tempo e o interesse da criança. Essa atitude reflete o 
princípio de Nascimento (2022) de que a violação do direito ao brincar quando a criança é privada 
da liberdade de se expressar ou se divertir pode afetar negativamente seu desenvolvimento. 
Aqui, o brincar aparece como um recurso terapêutico e um direito a ser garantido dentro do 
processo clínico. 
Em relação à parceria com paise outros profissionais, a entrevistada ressalta a importância do 
trabalho em rede e da comunicação constante com escola, fonoaudiólogos e médicos. Essa visão 
está diretamente relacionada à ideia de transdisciplinaridade discutida por Pacheco (2001) e 
também à integração familiar destacada por Brito et al. (2020). Ambas as referências enfatizam 
que compreender e atender uma criança exige colaboração entre diferentes áreas, respeitando a 
complexidade do desenvolvimento humano. 
Por fim, quando a psicóloga afirma que gostaria de ter aprendido mais sobre “manejo 
emocional 
e comunicação com pais” na graduação, ela aponta uma lacuna que Brito et al. (2020) também 
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identificaram: a necessidade de fortalecer a formação e as pesquisas em psicoterapia infantil, 
para garantir intervenções cada vez mais consistentes e culturalmente sensíveis. 
3º Entrevista: 
 A entrevista cedida pela psicóloga sobre a sua atuação na clínica infantil oferece uma visão 
prática e detalhada, que se harmoniza perfeitamente com os princípios teóricos analisados nos 
artigos apontados. ‘’A Psicoterapia Infantil no Setting Clinico’’ (Brito et al., 2020) e ‘’Psicologia Infantil: 
A importância da rede familiar e a centralidade do brincar no desenvolvimento da criança’’ 
(Nascimento, 2022). A profissional apontou dois pilares indispensáveis na Psicologia Infantil: A 
importância da rede familiar e a centralidade do brincar. 
 A psicóloga enfatiza que, a intervenção com a criança conta com a intervenção no âmbito 
familiar. Seu protocolo começa com a anamnese, triagem e escuta ativa dos pais, antes de conhecer 
a criança. Essa prática está em total conexão com o que Brito et al. (2020) definem: a participação 
familiar é fundamental e a escuta parental serve como uma triagem e momento reflexivo, um passo 
importante para situar a criança em relação aos desejos dos pais e para que os familiares tomem 
consciência da influência que possuem na organização psicológica da criança. 
 A psicóloga transforma essa parceria em um requesito de sucesso, indicando a falta 
aderência familiar como um dos principais desafios, para ela o trabalho na psicologia infantil precisa 
ser um trabalho em conjunto (com os pais, baba, escola, médicos) o que reforça o foco do artigo 2 no 
‘cuidado do paciente e sua relação com o contexto social e relacional. Além disso, a importância de 
trazer os pais para o manejo ou brincadeiras conjuntas está em avaliar a dinâmica familiar em tempo 
real, fornecendo dados para a intervenção. 
O segundo ponto de convergência é o reconhecimento do lúdico como a principal ferramenta 
clínica e de comunicação. A psicóloga explica que o brincar é fundamental porque a criança não vai 
entrar no consultório sabendo expressar quais são os seus problemas, a psicóloga utiliza tanto 
recursos como jogos de tabuleiro como brincadeiras, direcionando para um plano de intervenção. 
Nascimento (2022) afirma ao estruturar a Psicologia Infantil em torno da ‘’base teórica do brincar’’, 
reconhecendo como o veículo de comunicação da vida psíquica da criança. 
A profissional vai além, destacando aspectos éticos e o manejo que sublinham a importância 
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de escuta e do respeito a singularidade da criança, conforme apresentado no artigo 2, (Brito et al., 
2020), especialmente abordagens humanistas, segundo a profissional, a criança é um indivíduo, é 
um ser que precisa ser respeitado, e suas vontades no setting (como não querer fechar a porta ou 
não fazer uma atividade) devem ser consideradas. 
Por fim, a psicóloga aborda a necessidade de atualização profissional, um ponto levantado 
por Brito et al. (2020), que cita, a necessidade de que o profissional atualize suas ferramentas 
técnicas. Ele reconhece que a formação inicial é generalista e que é preciso se aprofundar e 
especializar para atuar de forma mais diretiva e acertiva. 
Em conjunto, as três entrevistas evidenciam que as profissionais traduzem em suas práticas o 
que os três artigos discutem teoricamente. 
• De Pacheco (2001), vem a compreensão da infância como fenômeno 
histórico, social e cultural. 
• De Brito et al. (2020), a valorização da família, do vínculo e do brincar 
como linguagem terapêutica. 
• De Nascimento (2022), a defesa do brincar como direito e base essencial para o 
desenvolvimento integral. 
Assim, teoria e prática se encontram em um ponto comum: o reconhecimento da criança 
como sujeito ativo, criativo e em constante processo de construção dentro e fora do setting 
terapêutico. 
 
IV.PARTICIPAÇÃO NA SUPERVISÃO E CRONOGRAMA. 
Contamos com as orientações regulares nas supervisões de estágio realizadas todas as 
terças-feiras, que nos forneceu suporte prático e teórico necessário, recebemos direcionamentos 
contínuos e específicos para o estágio através dos canais fornecidos pelo orientador, garantindo nosso 
alinhamento metodológico. 
Realizamos as três entrevistas com os psicólogos via Google Meet, o que nos deu ampla 
visão sobre a prática profissional na área. Aprofundamos o conhecimento através dos artigos científicos 
lidos, que foram essenciais para sustentar as análises teóricas apresentadas. Por fim, foram realizados 
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quatro encontros dedicados exclusivamente ao grupo, focados na discussão do material coletado, na 
organização e na estruturação final deste relatório. 
 
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Conselho Federal de Psicologia. (2002). Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, DF: Autor. 
Recuperado de https://site.cfp.org.br/codigo-de-etica/ 
 
Oliveira, A., & Silva, M. (2020). Brincar e desenvolvimento infantil: fundamentos para a clínica psicológica. 
Revista Paicologia e Saúde, 12(2). 
 
Portal Educação. (s.d.). Fundamentos de psicologia infantil. Recuperado de 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia 
 
Psicologia Viva. (s.d.). Textos sobre psicologia infantil e ludoterapia. Recuperado de 
https://www.psicologiaviva.com.br/blog 
 
Sociedade Brasileira de Psicologia. (s.d.). Artigos e orientações sobre clínica infantil. Recuperado de 
https://www.sbponline.org.br/ 
“Olhar, Explicação e Intervenção da Psicologia da Infância: Contextualização histórico-cultural- metodológica” 
(Pacheco, 2001) https://www.scielo.br/j/pusf/a/FD7Z36TRn6gWjcczZDNpTCk/?format=html&lang=pt 
 
“A Psicoterapia Infantil no Setting Clínico: uma revisão sistemática de literatura” (Brito et al., 2020) 
https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822020000200016 
 
“Psicologia Infantil: A Importância do Brincar no Desenvolvimento da Criança” (Nascimento, 2022) 
https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/639 
 
VI. ANEXOS 
https://site.cfp.org.br/codigo-de-etica/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia
https://www.psicologiaviva.com.br/blog
https://www.sbponline.org.br/
https://www.scielo.br/j/pusf/a/FD7Z36TRn6gWjcczZDNpTCk/?format=html&lang=pt
https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822020000200016
https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/639
	94e25ac1503638c427c5d421da7a479e334f6df611c7dd1e9170761eb4de82b4.pdf
	CENTRO UNIVERSITÁRIO UNI-FACUNICAMPS CURSO DE PSICOLOGIA
	RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
	3. O que você observa como mais desafiador no trabalho com crianças?
	Uma das coisas que considero mais desafiadoras é quando a família não tem aderência à psicoterapia — o que não acontece em todos os casos. Mas, quando a família não tem, quando o pai ou a mãe às vezes falta demais, chega atrasado, ou eu passo uma orie...
	Os pais, responsáveis ou cuidadores — quem educa essa criança — precisam ser parceiros e aliados. É um trabalho de parceria. E quando se trabalha com criança, nãosão apenas os pais: se houver babá, avós, escola... toda a rede que envolve essa criança...
	6. Quais cuidados éticos são mais importantes no atendimento infantil?
	Um dos aspectos éticos mais importantes é a transparência com os pais e com a criança. É fundamental lembrar que a criança é um indivíduo, um ser que precisa ser respeitado. Se a criança não quer ficar dentro do consultório, ela não é obrigada a ficar...
	7. Como você lida com situações em que a criança não quer se expressar ou interagir?
	A criança precisa ser vista como um ser ativo, um indivíduo importante, com opiniões e vontades. O profissional precisa ter respeito e também um bom manejo. A criança, na maioria das vezes, não vai entrar no consultório dizendo: “tia Renata, o meu pro...
	11. O que você gostaria de ter aprendido na graduação que só descobriu na prática clínica?
	Eu aprendi muito pouco sobre infância na graduação. Não me recordo de ter uma disciplina específica sobre o tema. De modo geral, entendo que a graduação precisa trazer um panorama global de todas as abordagens e frentes de trabalho. Depois, fui me a...

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