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PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNI-FACUNICAMPS CURSO DE PSICOLOGIA RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 2 Luana Mota de Jesus Rafaella Rodarte Paulista Lara Ellen da Costa Júlia Ferreira Borba Nuria Cristine Correia Barbosa Raíssa de Jesus Lima RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Relatório apresentado para descrição do processo de elaboração da prática do estágio supervisionado 1. Orientador: Prof. Bráulio Ramos da Silva GOIÂNIA, GOIÁS 2025 - 2 PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 3 SUMÁRIO I.INTRODUÇÃO II.PERCURSO PARA ELABORAÇÃO DAS ENTREVISTAS E APROXIMAÇÃO AO CAMPO III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA IV. PARTICIPAÇÃO NA SUPERVISÃO E CRONOGRAMA V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VI. ANEXOS PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 4 I.INTRODUÇÃO O relato de experiência apresentada neste documento foi realizado em um ambiente clínico voltado para o atendimento infantil, um espaço marcado por uma complexidade relacional significativa e pela necessidade de constante colaboração entre diversos agentes, como criança, família, escola e outros profissionais da rede de apoio. Esse contexto traz desafios específicos, como estabelecer uma relação terapêutica com a criança, gerenciar a participação da família e adaptar as técnicas de intervenção às particularidades do desenvolvimento infantil. A importância dessa experiência reside precisamente em oferecer ao aluno uma percepção prática do papel do psicólogo nesse contexto, analisando como os conhecimentos teóricos a respeito de desenvolvimento, vínculo, ludicidade e ética se refletem nas rotinas clínicas diárias. Dessa forma, este relatório tem como objetivo organizar o caminho percorrido até agora, expondo a aproximação ao campo, a criação do roteiro e a realização da entrevista com um(a) profissional em atividade, além das reflexões. Essa etapa inicial do estágio possibilita o aprimoramento de habilidades fundamentais para a prática da Psicologia, tais como a escuta ativa, a perspectiva ética, a sensibilidade em relação às particularidades humanas e a habilidade de análise crítica sobre a atuação profissional. o estágio é um espaço para a construção da identidade do psicólogo, no qual a teoria se concretiza e adquire significado por meio da prática observada. II.PERCURSO PARA ELABORAÇÃO DAS ENTREVISTAS E APROXIMAÇÃO AO CAMPO A elaboração do roteiro de entrevista foi uma etapa crucial na construção deste trabalho, pois, além de ser uma de nossas principais ferramentas até o presente momento, demandou a integração entre os princípios teóricos estudados e a realidade prática do campo selecionado. O grupo começou essa tarefa com leituras e debates sobre o papel do psicólogo clínico infantil, visando entender quais elementos seriam importantes para investigar e monitorar na prática profissional. PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 5 A elaboração do roteiro foi guiada pelos preceitos de escuta ética, flexibilidade e consideração pela individualidade do entrevistado, conforme estabelecido pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo (CFP, 2005). Assim, procurou-se elaborar perguntas abertas que permitissem ao profissional compartilhar livremente suas vivências, práticas e percepções sobre o trabalho clínico com crianças. Ademais, o grupo procurou entender a função do psicólogo como intermediário entre a criança e seus ambientes de convivência, um aspecto que é fundamental na prática clínica com crianças e adolescentes. Dessa forma, o roteiro foi elaborado para abranger não apenas aspectos técnicos e metodológicos (como a condução das sessões e os recursos empregados), mas também dimensões subjetivas e éticas (como o vínculo, o manejo da resistência e a interação com os pais). A entrevista resultante foi extremamente informativa, mostrando um profissional atento às necessidades das crianças e dedicado à ética e à ludicidade no atendimento. As respostas obtidas destacaram a relevância do brincar como instrumento terapêutico, do vínculo como fundamento da intervenção psicológica e da parceria entre família e escola como alicerces do processo de desenvolvimento dessas crianças. A entrevista que se seguiu foi muito esclarecedora, revelando um profissional que se preocupa com as crianças e que é comprometido com a ética e a ludicidade no trabalho. Para documentar e avaliar essas informações, abaixo estão as perguntas-chave do roteiro e os principais pontos levantados nas respostas: 1º Entrevista: 1. Como você costuma conduzir a primeira sessão com a criança e a família? Durante a primeira sessão costumo realizar a anamnese com a família para coletar dados e iniciar um vínculo com o/s responsável/eis da criança, nessa primeira sessão não tenho contato com a criança, apenas com a família, para qual explico todos os detalhes burocráticos e técnicos de como funciona a terapia. Com a criança, a partir da sessão seguinte, também inicio com foco na vinculação, explico sobre a terapia, como funciona e que tipo de demandas podemos trabalhar, buscar deixar a criança segura e confortável com a situação. 2. Quais recursos lúdicos (brincadeiras, jogos, desenhos) você mais utiliza no dia a dia? PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 6 O que mais utilizo atualmente são jogos de cartas, tabuleiros e eletrônicos [roblox], pois estou com mais pacientes pré-adolescentes, mas desenhos e outras atividades terapêuticas que improviso no papel e nos próprios jogos também são comuns. 3. O que você observa como mais desafiador no trabalho com crianças? Conseguir o engajamento da criança quando essa é mais velha e não quer estar na terapia e um trabalho em conjunto pleno com família e escola [e outras redes de apoio] que possam ser necessárias. 4. Como você avalia se a criança está evoluindo no processo terapêutico? Com base nos objetivos traçados, observações durante a terapia, conversa com a família e escola. 5. Em quais momentos é essencial incluir os pais ou responsáveis nas sessões? Busco sempre incluir os pais, apenas aumentando ou diminuindo a frequência e extensão da participação conforme demanda e idade da criança/adolescente. 6. Quais cuidados éticos são mais importantes no atendimento infantil? Principalmente a garantia do sigilo terapêutico da criança, mas também a atenção aos sinais que possam indicar a necessidade de quebra de sigilo [expondo apenas o necessário] para os pais quando observado sinais de alerta de perigo para essa criança ou pessoas ao seu redor. 7. Como você lida com situações em que a criança não quer se expressar ou interagir? Busco tornar o assunto mais lúdico e descontraído, trabalhar mais na vinculação e alternar com atividades e assuntos mais leves para tentar tornar a tarefa mais descontraída e motivadora para a criança. 8. Quais estratégias você usa para criar vínculo e confiança com as crianças? Conhecer sobre assuntos de interesse, seja por terem sido trazido pelos pais ou por relato das crianças e demonstrar interesse no que elas gostam. Seguir a liderança da criança quando possível, deixando- a escolher as atividades, direcionamento da conversa, brincadeiras a serem feitas. 9. Como funciona a parceria com outros profissionais (pedagogos, fonoaudiólogos, médicos) quando necessário? Em minha experiência essas parceiras têm sido em sua grande maioria positivas, permitindo uma visão maisglobal da criança e muitas vezes até mesmo uma intervenção multidisciplinar, principalmente quando o contato é com outros terapeutas. PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 7 10. O que você gostaria de ter aprendido na graduação que só descobriu na prática clínica? Pensando na minha formação, acho que gostaria de ter tido mais disciplinas sobre a clínica infantojuvenil, não apenas com enfoque no desenvolvimento, mas na atuação clínica. 2º Entrevista: 1. Como você costuma conduzir a primeira sessão com a criança e a família? Na primeira sessão, priorizo a acolhida da família e a coleta de informações relevantes sobre o desenvolvimento da criança, rotina, preferências e principais demandas. Busco criar um ambiente acolhedor e leve, explicando brevemente como funciona o processo terapêutico. Com a criança, faço uma observação inicial lúdica, explorando brinquedos e atividades simples para identificar interesses, forma de comunicação e nível de engajamento. 2.Quais recursos lúdicos (brincadeiras, jogos, desenhos) você mais utiliza no dia a dia? Utilizo recursos que favorecem atenção, linguagem, coordenação motora e interação social, como jogos de encaixe, quebra-cabeças, blocos de montar, desenhos e brincadeiras simbólicas. A escolha é sempre baseada nos interesses da criança, respeitando seu repertório atual e ajustando a complexidade conforme a evolução. 3. O que você observa como mais desafiador no trabalho com crianças? Um dos maiores desafios é manter o engajamento da criança em dias em que ela não está receptiva, além de lidar com expectativas dos pais em relação à rapidez dos resultados. É importante equilibrar acolhimento e psicoeducação, mostrando que o progresso acontece de forma gradual e consistente. 4. Como você avalia se a criança está evoluindo no processo terapêutico? A avaliação é feita de forma contínua e individualizada, observando a aquisição e manutenção de habilidades nas diferentes áreas trabalhadas (comunicação, socialização, autonomia, atenção, autorregulação, etc.). Registro o desempenho em atividades e comportamentos-alvo e reviso periodicamente com os responsáveis, ajustando as metas conforme a evolução observada. 5. Em quais momentos é essencial incluir os pais ou responsáveis nas sessões? PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 8 A participação dos pais é essencial no início do processo (coleta de informações e definição de metas), em momentos de orientação e treino parental, quando há necessidade de generalizar comportamentos aprendidos para casa, e quando há mudanças importantes no comportamento ou rotina da criança. A parceria com a família é uma parte central da intervenção. 6. Quais cuidados éticos são mais importantes no atendimento infantil? Respeitar a confidencialidade, consentimento informado e limites profissionais é fundamental. Também é essencial zelar pelo bem-estar da criança, manter comunicação transparente com os responsáveis e garantir que as estratégias utilizadas sejam sempre baseadas em evidências científicas e adequadas ao nível de desenvolvimento. 7. Como você lida com situações em que a criança não quer se expressar ou interagir? Nesses casos, priorizo o respeito ao tempo da criança. Uso recursos motivadores e atividades de baixo nível de exigência, favorecendo o contato visual e a curiosidade. Com base nos princípios da ABA, reforço positivamente pequenas aproximações e busco entender o que pode estar mantendo a recusa — seja cansaço, medo, ambiente novo ou excesso de demandas. 8. Quais estratégias você usa para criar vínculo e confiança com as crianças? Invisto em um ambiente previsível, afetivo e divertido. Uso o interesse da criança como ponto de partida, valorizo suas iniciativas, e evito imposições nas primeiras sessões. O vínculo se constrói por meio da sensibilidade às respostas dela, do reforço positivo e da constância nas interações. 9. Como funciona a parceria com outros profissionais (pedagogos, fonoaudiólogos, médicos) quando necessário? A parceria é feita de forma colaborativa e respeitosa, sempre visando o melhor para a criança. Troco informações relevantes (com autorização da família), ajusto objetivos em comum e mantenho comunicação aberta para garantir coerência entre as intervenções. O trabalho multiprofissional é essencial, principalmente em casos com demandas de linguagem, coordenação motora ou escolarização. 10. O que você gostaria de ter aprendido na graduação que só descobriu na prática clínica? Gostaria que a graduação tivesse explorado mais sobre manejo emocional em contextos de atendimento, comunicação com pais e flexibilidade clínica. Na prática, entendi que cada criança é PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 9 única e que o vínculo e a sensibilidade terapêutica são tão importantes quanto a técnica. A experiência me ensinou a olhar para além do comportamento, compreendendo a função e o contexto em que ele ocorre. 3º Entrevista: 1.Como você costuma conduzir a primeira sessão com a criança e a família? Eu costumo, na primeira sessão — mesmo que seja infantil, com a criança — que essa primeira sessão seja com os pais. É uma sessão de anamnese, triagem, escuta. Eu colho o máximo de informações possíveis e também procuro entender o contexto e a demanda que a família está me trazendo. Algumas vezes, na verdade, muitas vezes, em uma primeira sessão eu não consigo colher todas as informações necessárias. Aí eu agendo outro horário, ainda com os pais, sem a criança, para aprofundar um pouquinho mais na anamnese. Depois, concluindo toda essa etapa de aprofundamento na anamnese e na demanda, eu agendo o horário da criança. 2. Quais recursos lúdicos (brincadeiras, jogos, desenhos) você mais utiliza no dia a dia? Eu utilizo com a criança recursos de jogos — tanto de tabuleiro quanto brincadeiras — sempre com o direcionamento de um plano de intervenção. Então, nas primeiras sessões com a criança, eu faço uma avaliação, procuro entender a dinâmica da criança dentro da demanda trazida pelos pais e aplico alguns testes, como Torre de Londres ou HTP (House-Tree-Person). Assim, depende muito da demanda da criança: eu seleciono alguns testes apenas para nortear um pouco mais minha avaliação e também o plano de intervenção que farei com essa criança. Então, eu faço uma mescla de jogos, brincadeiras, atividades e também desses testes projetivos ou psicológicos. PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 10 3. O que você observa como mais desafiador no trabalho com crianças? Uma das coisas que considero mais desafiadoras é quando a família não tem aderência à psicoterapia — o que não acontece em todos os casos. Mas, quando a família não tem, quando o pai ou a mãe às vezes falta demais, chega atrasado, ou eu passo uma orientação e não seguem essa orientação... às vezes passo uma atividade para casa, uma tarefa... quando não há essa aderência, o tratamento não evolui ou não apresenta resultados aparentes. Então, esse é um dos aspectos que vejo como mais desafiador. Outro aspecto que considero, pessoalmente, mais difícil é quando os pais estão separados ou em momento de litígio. Quando estão nesse processo de separação, a criança acaba não sendo o foco do tratamento. Um pai omite uma informação, a mãe omite outra. Essa é uma das demandas que considero mais complicadas. 4. Como você avalia se a criança está evoluindo no processo terapêutico? Entendendo que a psicoterapia infantil tem todo um processo — com proposição, objetivo, avaliação — existe um caminho bem estruturado, inclusive com plano de intervenção. Dentro dele, temos metas e objetivos claros a serem alcançados. Por exemplo: uma criança com crises de ansiedade — trabalhamos para que ela entenda suas emoções, trabalhamos os pensamentos, e também coma família, por meio da psicoeducação parental. Então é esperado que essa criança melhore, e, como desde o início do processo já temos os pontos muito claros, essa melhora é perceptível. Existem também questões muito específicas, como comportamentos: por exemplo, tirar a chupeta ou o desfralde. São objetivos muito concretos — tirar a chupeta, reduzir birras excessivas — e esse processo fica muito claro quando é alcançado. 5. Em quais momentos é essencial incluir os pais ou responsáveis nas sessões? PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 11 Os pais, responsáveis ou cuidadores — quem educa essa criança — precisam ser parceiros e aliados. É um trabalho de parceria. E quando se trabalha com criança, não são apenas os pais: se houver babá, avós, escola... toda a rede que envolve essa criança participa. Em alguns momentos, é necessário colocar os pais junto na sessão, para que percebam como é o manejo com aquela criança, como eu trabalho. Assim, mostro na prática como estimular determinados comportamentos e aspectos emocionais. Outro ponto importante é observar como a criança age diante da presença dos pais. Nessas sessões, chamo os pais e deixo que brinquem com a criança enquanto observo, para ver se o comportamento muda com eles ali. Isso também se torna dado relevante para a psicoterapia e para o plano de intervenção. 6. Quais cuidados éticos são mais importantes no atendimento infantil? Um dos aspectos éticos mais importantes é a transparência com os pais e com a criança. É fundamental lembrar que a criança é um indivíduo, um ser que precisa ser respeitado. Se a criança não quer ficar dentro do consultório, ela não é obrigada a ficar. Não se fecha a porta se ela não quiser, e ela não entra sozinha se não se sentir à vontade. Ela tem sua própria manifestação e vontade. Muitas vezes, por exemplo, eu entro com a criança e os pais, se ela não quiser entrar sozinha. Esse respeito à criança como indivíduo e ao seu desejo é essencial. Outro aspecto importante envolve relatórios e laudos. É preciso ter muito cuidado para não generalizar comportamentos em relatórios sem a devida certeza ou sem uma avaliação completa e cuidadosa. Esse é um dos aspectos éticos de proteção à criança. Além disso, é importante ter cuidado ao conversar sobre a criança na frente dela. Essa conversa só deve acontecer se houver uma intenção terapêutica para isso; caso contrário, o ideal é não falar sobre ela como se não estivesse presente. 7. Como você lida com situações em que a criança não quer se expressar ou interagir? PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 12 A criança precisa ser vista como um ser ativo, um indivíduo importante, com opiniões e vontades. O profissional precisa ter respeito e também um bom manejo. A criança, na maioria das vezes, não vai entrar no consultório dizendo: “tia Renata, o meu problema é esse, assim e assado”. Ela não vai estabelecer um diálogo como um adulto. Nossas ferramentas são o brincar, o lúdico, o jogo. E, quando ela não quer, precisa ser respeitada. Mas, pela minha experiência, quando há um manejo adequado e um trabalho para estabelecer vínculo, para que a criança goste de estar no consultório, a resistência é muito rara. Na verdade, a maioria gosta de estar em psicoterapia porque é divertido, é prazeroso, é um ambiente de confiança. Mas, se a criança não quiser fazer uma atividade, ela não é obrigada. Isso precisa ficar muito claro dentro da psicologia infantil. 8. Quais estratégias você usa para criar vínculo e confiança com as crianças? As primeiras sessões são importantíssimas para estabelecer esse vínculo. O olhar atento do psicólogo, as atividades que agradam a criança, o manejo, o jeito, a empatia — tudo isso é essencial. Estar disponível, observar, escutar, acolher. É realmente construir um rapport, uma conexão com a criança. Acredito que é necessário ter afinidade com o mundo infantil. O psicólogo infantil precisa gostar de crianças, compreender e estudar o desenvolvimento infantil. Eles são nossos pacientes. Esse vínculo vai sendo construído naturalmente. Tenho experiências muito boas com as crianças aqui: os pais sempre retornam dizendo “meu filho conta os dias para vir” ou “ele adora estar aqui”. Esse feedback é muito gratificante. Mas, repito, é preciso ter essa afinidade com o mundo infantil. 9. Como funciona a parceria com outros profissionais (pedagogos, fonoaudiólogos, médicos) quando necessário? Esse contato com outros profissionais é de extrema importância, porque são olhares diferentes que agregam ao tratamento e à psicoterapia. Por exemplo, a escola tem um olhar social que não temos dentro do consultório. Então, preciso saber o que a professora percebe da criança, como ela age no ambiente escolar, para trabalhar de forma integrada. A ação da criança comigo é diferente da que tem com colegas ou professores. PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 13 Também é importante realizar orientações. Às vezes, preciso conversar com a professora sobre uma demanda da criança e como agir com ela. É uma troca muito aberta entre profissionais. O mesmo ocorre com fonoaudiólogos, médicos, entre outros. Esse contato próximo permite alinhar informações e manter o tratamento em sintonia. 11. O que você gostaria de ter aprendido na graduação que só descobriu na prática clínica? Eu aprendi muito pouco sobre infância na graduação. Não me recordo de ter uma disciplina específica sobre o tema. De modo geral, entendo que a graduação precisa trazer um panorama global de todas as abordagens e frentes de trabalho. Depois, fui me aprofundar e me especializar na área, com pós- graduação e outros estudos. Acredito que, se tivesse tido mais conteúdo sobre a demanda infantil e sobre como é o trabalho na psicologia infantil, isso teria sido muito enriquecedor e teria agregado bastante. III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA “Psicologia Infantil: A Importância do Brincar no Desenvolvimento da Criança” (Nascimento, 2022) O autor K. L. do Nascimento afirma que o brincar é um direito da criança, que vai além de mero divertimento e se torna um instrumento para construir pensamentos, afeto e relações sociais. O referencial teórico baseia-se em grande parte em Vygotsky, que concebe o brincar como uma zona de desenvolvimento proximal, simbolismo e ferramenta social. As implicações de infringir esse direito, em que o brincar não é facilitado devido a restrições de tempo e espaço e seu desfrute diminui ou quando não é mais visto como um bom retorno, também são exploradas como prejudiciais em termos de desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança. O artigo conclui com implicações práticas: para o trabalho educacional, a extensão do brincar nos processos de ensino/aprendizagem; para a vida familiar, garantido tempo e liberdade para o lúdico; para políticas públicas, a preservação de espaços e condições adequadas ao exercício do brincar. Os três artigos se apoiam mutuamente enquanto criam uma cadeia de pensamento evolucionista relacionada às crianças: Pacheco (2001) revela o desenvolvimento da noção de infância e abordagens psicológicas ao longo da história; Brito et al. (2020) exacerbam ainda mais a PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 14 questão do potencial da psicologia infantil na clínica, destacando o brincar e a família como parte do tratamento psicológico; Nascimento (2022) amplia essa reflexão defendendo o brincar como direito e fundamento no desenvolvimento humano, unindo teoria, prática e política social. Cumulativamente, as três leituras mostram que conhecer a infância é conhecer a sociedade, suas ideologias e suas circunstâncias de vida. Elas nos lembram que a criança é uma criatura viva e ativa crescendo através de relações com os outros e o mundo, e que brincar, cuidar, ouvirsão atividades formativas necessárias para desenvolver. “Olhar, Explicação e Intervenção da Psicologia da Infância: Contextualização histórico- cultural- metodológica” (Pacheco, 2001), o artigo faz uma abordagem sintética de sua formação histórico-teórica, edificada em função das circunstâncias socioeconômico-culturais. A autora, Lílian Miranda Bastos Pacheco, destaca no texto: "*Visão, Explicação e Intervenção da Psicologia da Infância: Uma Contextualização Histórico-Cultural- Metodológica" (PACHECO, 2001), que ao longo da História da Humanidade, da Idade Média aos nossos tempos, podemos ver que cada época tem suas ideias particulares sobre a criança e seu desenvolvimento de acordo com suas crenças e valores carregados de experiências históricas. O debate teórico se concentra em autores clássicos como Foulquié, Penna, Ariès, Piaget, Sears, e Grusec & Lytton. Atenção especial é dada às diferentes abordagens teóricas—da psicanálise ao behaviorismo, da psicologia cognitiva aos estudos culturais—e às necessidades sociais (como mortalidade infantil, fracasso escolar e imigração) que levaram trabalhadores de campo a campo a consolidar a psicologia infantil em uma ciência. Além disso, o texto destaca as dificuldades da transdisciplinaridade, já que conhecer a infância envolve diálogo entre biologia, educação e sociologia. Pacheco (2001) conclui que essa multiplicidade teórica, em vez de ser um empecilho no campo da psicologia, enriquece a psicologia infantil e nos permite abordar a humanidade em toda a sua complexidade. “A Psicoterapia Infantil no Setting Clínico: uma revisão sistemática de literatura” (Brito PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 15 et al., 2020) o artigo fornece uma perspectiva dos tempos recentes que é mais aplicada à psicologia infantil, através de um olhar sistemático sobre publicações sobre psicoterapia infantil e cenário clínico entre 2008 e 2018. A partir de 67 estudos, os autores derivaram três eixos principais. 1. Orientação teórica (psicanalítica, comportamental, cognitivo-comportamental, humanista, etc.); 2. A importância do envolvimento familiar no processo terapêutico; 3. O brincar como a linguagem principal da criança para se comunicar e expressar durante a terapia. A análise da literatura aponta que, apesar do desenvolvimento teórico e metodológico, ainda existem lacunas na integração entre a teoria e a prática terapêutica (pouca padronização de técnicas), além da necessidade de levar em consideração aspectos culturais no contexto psicoterapêutico. Sob uma perspectiva teórica, o artigo retoma o conceito de jogo como linguagem simbólica e recurso diagnóstico segundo os princípios de Vygotsky e algumas linhas da psicologia em que o brincar se torna um dos instrumentos mais primitivos para a elaboração emocional e cognitiva. Portanto, Brito e coautores destacam a psicoterapia infantil como uma prática importante para o bem-estar da infância, que merece maior solidificação tanto do ponto de vista científico quanto social. 1ª Entrevista: A primeira psicóloga descreve uma prática clínica centrada na acolhida familiar, na observação lúdica e na construção de vínculo com a criança. Desde a primeira sessão, ela destaca a importância de conhecer o contexto familiar e afetivo, o que se relaciona diretamente com o artigo de Pacheco (2001), que defende que o comportamento infantil deve ser compreendido dentro de seu contexto histórico, social e cultural. Assim como Pacheco aponta que a psicologia da infância nasceu da necessidade de compreender o desenvolvimento da criança de forma contextualizada, a profissional demonstra essa postura ao buscar entender a rotina, os valores e as demandas de cada família antes de iniciar o processo terapêutico. No que se refere ao uso do brincar e de recursos lúdicos, a entrevistada cita jogos de encaixe, blocos de montar, desenhos e brincadeiras simbólicas como instrumentos fundamentais de PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 16 observação e intervenção. Essa prática está em total sintonia com os achados de Brito et al. (2020), que identificam o brincar como a principal ferramenta de comunicação e expressão emocional da criança na psicoterapia. O artigo ressalta que o jogo tem papel terapêutico e que o vínculo se fortalece por meio da ludicidade exatamente como a psicóloga descreve em seu atendimento. Além disso, o enfoque da profissional no respeito ao tempo da criança e na motivação por meio de reforços positivos reflete o que Nascimento (2022) discute sobre o direito ao brincar e sua função no desenvolvimento integral. Quando a psicóloga diz que “investe em um ambiente previsível, afetivo e divertido”, ela traduz na prática o conceito teórico de Nascimento de que o brincar deve ser livre, criativo e significativo, sendo parte essencial do cuidado infantil e não um simples passatempo. Outro ponto de convergência com os artigos é a ênfase na participação da família. A psicóloga afirma que os responsáveis são parte central da intervenção, tanto na coleta de informações quanto na generalização de comportamentos em casa. Essa concepção está fortemente apoiada nas conclusões de Brito et al. (2020), que identificam a família como mediadora entre o espaço terapêutico e o ambiente cotidiano da criança. Por fim, a postura ética e a sensibilidade terapêutica da entrevistada ao afirmar que “cada criança é única” e que “o vínculo e a sensibilidade são tão importantes quanto a técnica” reforçam a ideia de Pacheco (2001) sobre a influência dos valores humanos na construção das práticas psicológicas. Assim, sua fala demonstra como a teoria se concretiza na atuação clínica: uma psicologia que compreende o brincar, o contexto e a afetividade como dimensões inseparáveis do desenvolvimento infantil. 2ª Entrevista: A segunda psicóloga também apresenta uma prática coerente com os referenciais teóricos estudados, mas com uma abordagem mais voltada à escuta, vínculo e adaptação às demandas de crianças maiores e pré-adolescentes. Na primeira sessão, ela prioriza a anamnese com os “Psicologia Infantil: A Importância do Brincar no Desenvolvimento da Criança” (Nascimento, PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 17 2022) responsáveis e explica as questões técnicas e éticas da terapia antes de iniciar o contato direto com a criança. Essa estrutura remete às reflexões de Pacheco (2001), que contextualiza o surgimento da psicologia infantil como resposta a novas formas de compreender o sujeito não apenas como objeto de observação, mas como participante ativo em um processo de cuidado mediado pela cultura e pela linguagem. A profissional destaca o uso de recursos lúdicos variados, incluindo jogos de cartas, tabuleiros, eletrônicos e desenhos improvisados. Essa variedade confirma o que Brito et al. (2020) encontraram em sua revisão: a diversidade de métodos e técnicas na psicoterapia infantil, que refletem a multiplicidade teórica do campo. Mesmo com pacientes mais velhos, a entrevistada mantém a ludicidade como estratégia terapêutica, o que está alinhado à perspectiva de Nascimento (2022), para quem o brincar deve ser entendido como instrumento de expressão e aprendizagem em todas as idades da infância inclusive quando o brincar assume formas mais simbólicas ou digitais. Ao falar sobre os desafios do engajamento, a psicóloga relata que busca tornar o atendimento mais leve e descontraído, respeitando o tempo e o interesse da criança. Essa atitude reflete o princípio de Nascimento (2022) de que a violação do direito ao brincar quando a criança é privada da liberdade de se expressar ou se divertir pode afetar negativamente seu desenvolvimento. Aqui, o brincar aparece como um recurso terapêutico e um direito a ser garantido dentro do processo clínico. Em relação à parceria com paise outros profissionais, a entrevistada ressalta a importância do trabalho em rede e da comunicação constante com escola, fonoaudiólogos e médicos. Essa visão está diretamente relacionada à ideia de transdisciplinaridade discutida por Pacheco (2001) e também à integração familiar destacada por Brito et al. (2020). Ambas as referências enfatizam que compreender e atender uma criança exige colaboração entre diferentes áreas, respeitando a complexidade do desenvolvimento humano. Por fim, quando a psicóloga afirma que gostaria de ter aprendido mais sobre “manejo emocional e comunicação com pais” na graduação, ela aponta uma lacuna que Brito et al. (2020) também PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 18 identificaram: a necessidade de fortalecer a formação e as pesquisas em psicoterapia infantil, para garantir intervenções cada vez mais consistentes e culturalmente sensíveis. 3º Entrevista: A entrevista cedida pela psicóloga sobre a sua atuação na clínica infantil oferece uma visão prática e detalhada, que se harmoniza perfeitamente com os princípios teóricos analisados nos artigos apontados. ‘’A Psicoterapia Infantil no Setting Clinico’’ (Brito et al., 2020) e ‘’Psicologia Infantil: A importância da rede familiar e a centralidade do brincar no desenvolvimento da criança’’ (Nascimento, 2022). A profissional apontou dois pilares indispensáveis na Psicologia Infantil: A importância da rede familiar e a centralidade do brincar. A psicóloga enfatiza que, a intervenção com a criança conta com a intervenção no âmbito familiar. Seu protocolo começa com a anamnese, triagem e escuta ativa dos pais, antes de conhecer a criança. Essa prática está em total conexão com o que Brito et al. (2020) definem: a participação familiar é fundamental e a escuta parental serve como uma triagem e momento reflexivo, um passo importante para situar a criança em relação aos desejos dos pais e para que os familiares tomem consciência da influência que possuem na organização psicológica da criança. A psicóloga transforma essa parceria em um requesito de sucesso, indicando a falta aderência familiar como um dos principais desafios, para ela o trabalho na psicologia infantil precisa ser um trabalho em conjunto (com os pais, baba, escola, médicos) o que reforça o foco do artigo 2 no ‘cuidado do paciente e sua relação com o contexto social e relacional. Além disso, a importância de trazer os pais para o manejo ou brincadeiras conjuntas está em avaliar a dinâmica familiar em tempo real, fornecendo dados para a intervenção. O segundo ponto de convergência é o reconhecimento do lúdico como a principal ferramenta clínica e de comunicação. A psicóloga explica que o brincar é fundamental porque a criança não vai entrar no consultório sabendo expressar quais são os seus problemas, a psicóloga utiliza tanto recursos como jogos de tabuleiro como brincadeiras, direcionando para um plano de intervenção. Nascimento (2022) afirma ao estruturar a Psicologia Infantil em torno da ‘’base teórica do brincar’’, reconhecendo como o veículo de comunicação da vida psíquica da criança. A profissional vai além, destacando aspectos éticos e o manejo que sublinham a importância PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 19 de escuta e do respeito a singularidade da criança, conforme apresentado no artigo 2, (Brito et al., 2020), especialmente abordagens humanistas, segundo a profissional, a criança é um indivíduo, é um ser que precisa ser respeitado, e suas vontades no setting (como não querer fechar a porta ou não fazer uma atividade) devem ser consideradas. Por fim, a psicóloga aborda a necessidade de atualização profissional, um ponto levantado por Brito et al. (2020), que cita, a necessidade de que o profissional atualize suas ferramentas técnicas. Ele reconhece que a formação inicial é generalista e que é preciso se aprofundar e especializar para atuar de forma mais diretiva e acertiva. Em conjunto, as três entrevistas evidenciam que as profissionais traduzem em suas práticas o que os três artigos discutem teoricamente. • De Pacheco (2001), vem a compreensão da infância como fenômeno histórico, social e cultural. • De Brito et al. (2020), a valorização da família, do vínculo e do brincar como linguagem terapêutica. • De Nascimento (2022), a defesa do brincar como direito e base essencial para o desenvolvimento integral. Assim, teoria e prática se encontram em um ponto comum: o reconhecimento da criança como sujeito ativo, criativo e em constante processo de construção dentro e fora do setting terapêutico. IV.PARTICIPAÇÃO NA SUPERVISÃO E CRONOGRAMA. Contamos com as orientações regulares nas supervisões de estágio realizadas todas as terças-feiras, que nos forneceu suporte prático e teórico necessário, recebemos direcionamentos contínuos e específicos para o estágio através dos canais fornecidos pelo orientador, garantindo nosso alinhamento metodológico. Realizamos as três entrevistas com os psicólogos via Google Meet, o que nos deu ampla visão sobre a prática profissional na área. Aprofundamos o conhecimento através dos artigos científicos lidos, que foram essenciais para sustentar as análises teóricas apresentadas. Por fim, foram realizados PSICOLOGIA NÚCLEO DE ESTUDOS E PRÁTICAS PSICOLÓGICAS - NEP 20 quatro encontros dedicados exclusivamente ao grupo, focados na discussão do material coletado, na organização e na estruturação final deste relatório. V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Conselho Federal de Psicologia. (2002). Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, DF: Autor. Recuperado de https://site.cfp.org.br/codigo-de-etica/ Oliveira, A., & Silva, M. (2020). Brincar e desenvolvimento infantil: fundamentos para a clínica psicológica. Revista Paicologia e Saúde, 12(2). Portal Educação. (s.d.). Fundamentos de psicologia infantil. Recuperado de https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia Psicologia Viva. (s.d.). Textos sobre psicologia infantil e ludoterapia. Recuperado de https://www.psicologiaviva.com.br/blog Sociedade Brasileira de Psicologia. (s.d.). Artigos e orientações sobre clínica infantil. Recuperado de https://www.sbponline.org.br/ “Olhar, Explicação e Intervenção da Psicologia da Infância: Contextualização histórico-cultural- metodológica” (Pacheco, 2001) https://www.scielo.br/j/pusf/a/FD7Z36TRn6gWjcczZDNpTCk/?format=html&lang=pt “A Psicoterapia Infantil no Setting Clínico: uma revisão sistemática de literatura” (Brito et al., 2020) https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822020000200016 “Psicologia Infantil: A Importância do Brincar no Desenvolvimento da Criança” (Nascimento, 2022) https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/639 VI. ANEXOS https://site.cfp.org.br/codigo-de-etica/ https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia https://www.psicologiaviva.com.br/blog https://www.sbponline.org.br/ https://www.scielo.br/j/pusf/a/FD7Z36TRn6gWjcczZDNpTCk/?format=html&lang=pt https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822020000200016 https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/639 94e25ac1503638c427c5d421da7a479e334f6df611c7dd1e9170761eb4de82b4.pdf CENTRO UNIVERSITÁRIO UNI-FACUNICAMPS CURSO DE PSICOLOGIA RELATÓRIO PARCIAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 3. O que você observa como mais desafiador no trabalho com crianças? Uma das coisas que considero mais desafiadoras é quando a família não tem aderência à psicoterapia — o que não acontece em todos os casos. Mas, quando a família não tem, quando o pai ou a mãe às vezes falta demais, chega atrasado, ou eu passo uma orie... Os pais, responsáveis ou cuidadores — quem educa essa criança — precisam ser parceiros e aliados. É um trabalho de parceria. E quando se trabalha com criança, nãosão apenas os pais: se houver babá, avós, escola... toda a rede que envolve essa criança... 6. Quais cuidados éticos são mais importantes no atendimento infantil? Um dos aspectos éticos mais importantes é a transparência com os pais e com a criança. É fundamental lembrar que a criança é um indivíduo, um ser que precisa ser respeitado. Se a criança não quer ficar dentro do consultório, ela não é obrigada a ficar... 7. Como você lida com situações em que a criança não quer se expressar ou interagir? A criança precisa ser vista como um ser ativo, um indivíduo importante, com opiniões e vontades. O profissional precisa ter respeito e também um bom manejo. A criança, na maioria das vezes, não vai entrar no consultório dizendo: “tia Renata, o meu pro... 11. O que você gostaria de ter aprendido na graduação que só descobriu na prática clínica? Eu aprendi muito pouco sobre infância na graduação. Não me recordo de ter uma disciplina específica sobre o tema. De modo geral, entendo que a graduação precisa trazer um panorama global de todas as abordagens e frentes de trabalho. Depois, fui me a...