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Análise do 
Comportamento 
 
Professor: Dr. Vinícius Renato Thomé Ferreira, psic. 
2019-2 
 
Nome do/a aluno/a: 
 
 
 
 
Apresentação 
 
Este material é o texto principal da 
disciplina de Análise do 
Comportamento (AC) do curso de 
psicologia da IMED. 
 
O objetivo desta apostila é servir 
como material-base para a 
disciplina, que apresenta os 
principais elementos teóricos da 
AC. 
 
Os conteúdos são acompanhados 
de exercícios, que auxiliarão na 
consolidação do aprendizado. 
 
Para um melhor aproveitamento 
da disciplina, recomenda-se que o 
aluno efetue uma leitura de 
revisão antes da aula seguinte. 
Estas revisões são importantes 
porque permitem ao aluno 
relembrar o que já foi trabalhado. 
 
A leitura dos materiais 
complementares sugeridos tem por 
objetivo aprofundar as 
informações sobre a Análise do 
Comportamento, permitindo uma 
melhor compreensão da teoria. 
 
Além da apostila, são 
disponibilizados exercícios no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem 
(AVA) da IMED. 
 
Bons estudos! 
 
Prof. Vinícius R. T. Ferreira 
 
Análise do Comportamento 
Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 
 
 
2 
Objetivos da aula: Apresentar os aspectos históricos e de constituição da psicologia. 
 
Quando surgiu a psicologia? 
 
A psicologia é, ao mesmo tempo, o mais 
antigo e o mais novo ramo do conhecimento 
(Schultz e Schultz, 1992). O mais antigo 
porque podemos dizer que a indagação sobre 
quem somos surgiu quando nossos 
antepassados se perguntaram, pela primeira 
vez, quem na verdade eram, e porque agiam 
como agiam. Ao mesmo tempo, é uma das 
mais novas disciplinas porque em 1879 ela se 
estabelece academicamente com a fundação 
em Leipzig do primeiro laboratório de 
psicologia por Wilhelm Wundt. 
 
A proposta de Wundt era produzir na 
psicologia os sucessos obtidos nas ciências 
naturais com o emprego do método científico. 
Assim, o que diferencia a psicologia de ramos 
mais antigos do conhecimento aos quais 
estava incorporada, como a filosofia e a 
religião, são as abordagens e as técnicas que 
passa a empregar. A psicologia se 
caracterizaria, a partir daí, por ter um campo 
de estudos próprio e utilizar o método 
científico. 
 
Os métodos de pesquisa utilizados até meados do século XX eram a 
especulação, a intuição e a generalização, baseadas na experiência da introspecção. 
Com o ingresso, no campo de estudo do comportamento humano, das técnicas 
e métodos utilizados nas ciências naturais, que são a observação e a experimentação 
cuidadosamente controladas, houve uma transformação enorme sobre a forma como 
compreendemos o que fazemos. Essa mudança na forma de pensar e estudar a 
psicologia fez com que comportamento passasse a ser visto como algo que 
podia ser mensurado, ou seja, não era mais dependente de observações 
subjetivas, mas podia ser calculado. Assim, a Análise do Comportamento é a 
área da psicologia que se preocupa em analisar o comportamento humano de 
forma objetiva e através do método científico, extraindo daí suas conclusões. 
 
Questões (AVA) 
Leituras prévias à seção 2 (AVA) 
1. Psicologia e Ciência 
 
 
 
O comportamento sempre foi objeto de 
estudo do homem, de forma mais ou 
menos sistemática 
Análise do Comportamento 
Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 
 
 
3 
2. A Análise do Comportamento (AC) 
 
Objetivos da aula: Apresentar as principais ideias da análise do comportamento (AC), 
seus aspectos históricos e suas áreas de estudo. 
 
A análise do comportamento (AC) se estruturou a partir 
das pesquisas sobre o comportamento utilizando o método 
científico. A proposta de Burrhus Frederic Skinner era de 
aplicar ao comportamento os mesmos princípios metodológicos 
das ciências naturais, ou seja, a observação, a experimentação 
e a mensuração. Se isto dava certo com a natureza, porque não 
daria com os seres vivos? 
A AC objetiva estudar interações entre o comportamento 
e o ambiente. Ela considera que o comportamento precisa ser 
compreendido no contexto onde ocorre, pois não existe nenhum 
sentido descrevê-lo "por si só". Os comportamentos ocorrem 
num ambiente e em relação com este ambiente, e é isso que 
precisa ser compreendido na análise (Todorov e Hanna, 2010). 
Assim, o ambiente possui um valor fundamental na AC. 
Carvalho Neto (2002), baseado num artigo de Tourinho 
(1999), propõe a seguinte organização da AC: 
 
 
 
 
 
 
 
 
A análise do comportamento seria o ramo mais amplo, que inclui as demais 
áreas: o Behaviorismo Radical (BR) é a parte filosófica-conceitual; a Análise 
Experimental do Comportamento (AEC) estuda os métodos e os resultados de 
investigação em laboratório (empírico); e a Análise Aplicada do Comportamento (AAC) 
visa identificar como os conceitos e resultados de laboratório podem ser utilizados em 
situações do cotidiano (p. ex., na educação e na psicoterapia) (Carvalho Neto, 2002). 
Historicamente, o behaviorismo se desenvolveu a partir dos trabalhos de John 
Thorndike, John B. Watson e B. F. Skinner. Entretanto, o behaviorismo como 
conhecemos hoje deve muito de sua configuração aos trabalhos de Skinner. 
 
Questões (AVA) 
Para saber mais (AVA) 
Leituras prévias à seção 3 (AVA) 
 
 
B. F. Skinner 
Análise do Comportamento 
Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 
 
 
4 
3. Comportamento Respondente 
 
Objetivos da aula: Apresentar a definição de comportamento para a AC. Introduzir os 
conceitos de comportamento e condicionamento respondente. 
 
 
Definição de comportamento 
 
Comportamento: é definido como qualquer ato observável e mensurável realizado por 
um organismo na interação com seu ambiente. 
 
1. COMPORTAMENTO RESPONDENTE: aquele que ocorre involuntariamente, de 
forma reflexa; e o 
 
2. COMPORTAMENTO OPERANTE: aquele que ocorre voluntariamente, regulado por 
suas consequências. 
 
Comportamento respondente 
 Um comportamento é respondente (involuntário) quando uma espécie 
determinada de resposta é eliciada1 por um tipo específico de estímulo, e o estímulo 
sempre precede a resposta. Essas respostas ocorrem quando há uma mudança de 
estímulo no ambiente, e têm caráter automático, involuntário e reflexo. 
Fig. 2 – Relação entre estímulo e resposta (comportamento respondente) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Eliciar: provocar, gerar. 
 
Análise do Comportamento 
Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 
 
 
5 
Condicionamento respondente 
Pavlov descobriu que é possível condicionar um comportamento reflexo, fazendo 
que um novo evento elicie a resposta: 
a carne elicia a salivação num cão. Emparelhando-se o som de 
uma campainha várias vezes com a carne, o primeiro passará a 
eliciar a salivação quando apresentado sozinho, sem a carne 
(Reese, 1975, p. 15) 
Chama-se o novo reflexo – em 
que a campainha sozinha 
elicia a salivação – de reflexo 
condicionado. A campainha 
que elicia a resposta é 
chamada de estímulo 
condicionado. 
 
 
 
 
 
Questões 
Explique o condicionamento respondente, identificando o estímulo 
neutro, o estímulo não condicionado e o reflexo condicionado. 
Um experimentador queria provocar salivação em um coelho 
quando este ouvisse o toque de uma buzina. Para isto, privou-o de 
alimentos por cerca de 23 horas, e ao apresentar a ração ao 
animal, tocava simultaneamente uma buzina. Esse procedimento 
foi repetido por 10 dias. No décimo primeiro dia, o animal ouviu o 
som da buzina, próximo ao horário em que seria alimentado, e 
começou a salivar. 
Questões (AVA) 
Leituras prévias à seção 4 (AVA) 
 
Ivan Ivanovich Pavlov 
 
 
Análise do Comportamento 
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6 
4. Comportamento Operante 
 
Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de comportamento e condicionamento 
operante. 
 
Comportamento operante 
O comportamento operante é aquele que é controlado pelas suas 
consequências. Este comportamento é aprendido ao longo da vida e é voluntário, 
mesmo que muitas vezes não tenhamos plena clareza de suas consequênciase do que 
o provoca. 
As consequências do comportamento podem ser reforços (que aumentam sua 
frequência) ou podem ser punições (que objetivam reduzir sua frequência). 
Fig. 3 – Relação entre estímulo, comportamento e consequência (comportamento 
operante) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões (AVA) 
Leituras prévias à seção 5 (AVA) 
 
 
Análise do Comportamento 
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7 
5. Reforços e Punições 
 
Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de reforço e de punição e discutir o seu uso 
como estratégia de controle do comportamento. 
 
As consequências no comportamento operante 
Pelo conceito de comportamento operante, pode-se observar que o ambiente 
oferece elementos antes (como estímulo) e depois (como consequência) da emissão do 
comportamento. Portanto, o ambiente exerce controle sobre o comportamento, visto 
que ele fornece os elementos para sua produção (estímulos) e depois mostra os 
resultados obtidos (consequências). 
As consequências podem ter dois efeitos sobre o ambiente: ou ele pode 
aumentar a probabilidade de que este comportamento ocorra no futuro, ou pode 
reduzir esta probabilidade. Quando falamos de que as consequências aumentam a 
probabilidade futura do comportamento, estamos nos referindo a reforços; se as 
consequências acabam enfraquecendo o comportamento, por reduzir a probabilidade 
de que ele ocorra no futuro, estamos falando de punições. 
Reforços 
O reforço consiste em qualquer consequência que aumente a probabilidade de 
que o comportamento ocorra no futuro. 
Os reforços podem ser definidos de duas maneiras: 
O reforço positivo ocorre quando se acrescenta um novo estímulo, um elemento 
novo como consequência do comportamento emitido. 
O reforço negativo é a evitação ou eliminação algo do ambiente como 
conseqüência de um comportamento. 
Mesmo quando falamos de reforço negativo, é importante lembrar que sempre 
tem por objetivo aumentar a frequência do comportamento. Por exemplo, se há uma 
situação incômoda, como um cisco no olho (estímulo), o comportamento de retirar o 
cisco leva à consequência de alívio. Se o comportamento de tirar o cisco não aliviasse o 
desconforto, é muito provável que no futuro este comportamento não iria ocorrer 
novamente (isso significa que o comportamento não seria reforçado). Ou seja, o 
comportamento de retirar o cisco do olho só ocorre porque ele produz alívio, portanto 
poderá se repetir no futuro. 
Análise do Comportamento 
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8 
Para identificar se um reforço é mesmo eficaz como elemento que aumenta a 
probabilidade de um comportamento acontecer no futuro, devemos realizar 3 passos: 
1. Mensurar a freqüência do comportamento antes da aplicação do reforço (nível 
operante); 
2. Aplicar o reforço de forma sistemática como conseqüência do comportamento; e 
3. Verificar se o nível operante aumentou. Neste caso, a consequência apresentada 
foi reforçadora. 
 
Exemplo: Cada vez que a criança diz “cavalo” quando a mãe apontava para um 
cavalo, a criança ganhava um abraço e um beijo da mãe. Se percebermos que o 
comportamento de dizer “cavalo” quando a mãe aponta um cavalo aumenta quando a 
mãe imediatamente dá um abraço e um beijo na criança, o comportamento da mãe é 
reforço para o comportamento da criança. 
Questões 
Identifique o estímulo inicial, o comportamento e os reforços positivos 
e negativos: 
1. O primeiro filho de uma jovem mãe, após passadas cinco horas 
desde a última mamada, sente um desconforto (fome) e inicia um 
choro estridente. A mãe, prontamente, corre no quarto onde está a 
criança e lhe dá a mama. O bebê pára de chorar no mesmo instante. 
 
 
 
 
 
 
2. Um professor está tentando dar aula, mas não consegue porque a intensidade e o volume de 
conversa na turma estão acima do seu volume de voz (para os alunos, a aula está “chata”). 
Para reduzir o volume de conversa da sala de aula, o professor diz que se eles não fizerem 
silêncio, a matéria será considerada dada e irá cair na prova. Imediatamente a turma faz 
silêncio e o professor volta a dar aula explicando o conteúdo da prova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise do Comportamento 
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Identifique os tipos de reforços nos exemplos abaixo: 
 
1. A mãe prometeu fazer batatas fritas no almoço se o menino auxiliasse nos serviços de casa. 
Como ele ajudou, ela cumpriu o prometido (menino). 
2. O cão não faz xixi no tapete para não ser xingado (cão). 
3. A menina tirou o espinho da mão e sentiu alívio (menina). 
4. O estudante sempre ouviu de seus pais: “Parabéns, você é muito inteligente!” e sempre 
continuou estudando (estudante). 
5. A senhora esperou o sinal ficar vermelho, para não ser atropelada (senhora). 
6. Guardar dinheiro permite a concretização de planos para o futuro (quem guarda dinheiro). 
7. Quando a mulher pagou a dívida, resolveu um grande problema (mulher). 
 
Punição 
 A punição é um dos meios mais utilizados como estratégia de controle, e tem 
por objetivo a redução de comportamentos. Ela consiste em aplicar algum estímulo 
aversivo (xingamento, provocar dor, privar de liberdade, etc.) como consequência de 
um comportamento indesejado emitido pelo organismo, visando eliminá-lo. 
A punição somente funciona se, de fato, a consequência é para o organismo um 
estímulo aversivo. Por isso, deve-se fazer uma identificação clara antes da aplicação do 
estímulo, pois se ele não for considerado aversivo, ou suficientemente aversivo, não 
funcionará como punição. As prisões baseiam-se no pressuposto que a privação de 
liberdade seja realmente aversiva. 
As punições podem ser definidas, assim como os reforços, de duas maneiras: 
Punição positiva: ocorre pelo acréscimo de algo aversivo como consequência do 
comportamento. 
Punição negativa: ocorre pela retirada de algo agradável (um reforço positivo) ou 
por não oferecer um reforço positivo como consequência do comportamento. 
Apesar de ser largamente utilizada, ela não é tão eficaz quanto se esperava que 
fosse, e nem é o método que deve ser empregado primeiramente para a modificação do 
comportamento. A punição não garante que o comportamento será eliminado, 
havendo probabilidade de que ele volte a aparecer no futuro. Além disso, a punição 
gera emoções aversivas (raiva e frustração) que podem funcionar no momento, mas se 
houverem repetições, é possível que estas emoções se consolidem no comportamento, 
sendo de difícil extinção no futuro e aumentando o risco de ocorrência de transtornos 
mentais. 
 
Análise do Comportamento 
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Questões 
 
Dê um exemplo de punição, explicando o mecanismo de ação. 
 
 
 
Identifique nas situações abaixo os reforços e punições: 
 
1. Um cavalo reduz a marcha, e leva uma chicotada. Com isso, ele volta a acelerar o passo 
(cavalo). 
2. Uma mãe promete um bombom se a criança fizer o tema de casa direitinho e sem 
reclamar. Depois que a mãe confere que a tarefa foi realizada, ela dá o bombom (criança). 
3. Um pai promete um crédito na mesada ao final da semana se sua filha ajudar nas lições do 
irmão, todos os dias. Depois de conferir se isto realmente aconteceu, quando pagou a mesada 
deu também o crédito (filha). 
4. Para não ser multado, o motorista reduz a velocidade para abaixo do limite máximo 
permitido na rodovia (motorista). 
5. O contribuinte teve que pagar multa porque sonegou informações fiscais (contribuinte). 
6. A criança não fez o tema de casa, e leva um xingamento de seu pai (criança). 
7. O aluno estudou para tirar nota 5,0 no exame e evitou a reprovação (aluno). 
8. A dona da loja promete um par de sapatos para o vendedor que tiver mais vendas no mês. 
Após conferir os resultados, ela parabeniza publicamente a vendedora que atingiu a meta e dá 
um vale-sapato (vendedora). 
9. O motorista foi multado porque passou do limite de velocidade (motorista). 
10. Para não ficara noite na cadeia, o acusado pagou a fiança e saiu (acusado). 
11. Ele lembrou do aniversário de namoro e ficou feliz com a alegria da namorada (namorado). 
12. A turma está conversando muito em aula, e muito alto. O professor diz que se isso 
continuar, fará provas surpresas. Com isso, a turma reduz a conversa (turma). 
13. O condutor mandou aviso para o departamento de trânsito dizendo que outro estava 
conduzindo seu carro quando levou a multa; com isso, os pontos foram transferidos (condutor). 
14. O cão não recebeu comida porque mordeu o sofá (cão). 
15. Para evitar um xingão, o namorado não falou nada sobre o vestido dela (namorado). 
16. Um motorista foi xingado porque passou o sinal vermelho quando não era sua vez 
(motorista). 
 
Análise do Comportamento 
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17. O dono retirou a água do cão porque ele latia muito (cão). 
18. A empresa passou para a lista de sonegadores do governo após ter mentido na declaração 
de imposto (empresa). 
19. O motorista esqueceu de abastecer e ficou sem combustível (motorista). 
20. A criança foi xingada pelo adulto porque não levou o lixo para fora (criança). 
21. O adulto elogiou o comportamento da criança ao auxiliar nas tarefas domésticas (criança). 
22. O profissional recebeu censura pública porque agiu em desacordo com o código de ética 
(profissional). 
23. O aluno foi elogiado pelo professor por ter tirado a melhor nota da turma (aluno). 
24. O aluno ficou sem recreio porque estava conversando (aluno). 
25. O aluno recebeu nota zero porque foi pego colando (aluno). 
26. Para não ser punida, a criança mentiu (criança). 
27. O governo aplicou uma pesada multa para a empresa que sonegou impostos (empresa). 
28. O pai tirou o celular do filho porque ele não estava fazendo o dever de casa (filho). 
29. A adolescente fugiu de casa, contrariando a ordem dos pais (adolescente). 
30. O aluno estudou, e com isso evitou ser reprovado em sua última chance (aluno). 
31. Por não ter auxiliado nas tarefas domésticas, a criança não foi jogar bola (criança). 
32. A moça elogiou o vestido da amiga, com receio de ter que falar a verdade e perder a 
amizade (moça). 
33. O cão deitou e rolou quando ouviu “Deita e rola”, e após isso ganhou um biscoito (cão). 
34. Cada vez que a menina acertava um exercício, ouvia elogios da professora, e isso fez com 
que continuasse estudando cada vez mais (menina). 
 
Questões (AVA) 
Leituras prévias à seção 6 (AVA) 
 
 
Análise do Comportamento 
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12 
6. Esquemas de Reforçamento 
 
Objetivos da aula: Apresentar os esquemas de reforçamento 
 
Esquemas de reforçamento 
Nem sempre é possível ou desejável que os reforços sejam aplicados no 
esquema de reforçamento contínuo (CRF, continuous reinforcement). CRF significa dar 
um reforço para cada comportamento realizado por um organismo. Há 
comportamentos que podem ser facilmente saciados, e a saciação pode levar à 
diminuição do comportamento ou mesmo sua extinção. Para evitar este inconveniente, 
podem-se administrar os reforços em esquemas, fazendo com que as recompensas 
sejam dadas somente quando certos critérios forem satisfeitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões 
Aponte o esquema (ou esquemas) de reforço presente 
nas seguintes situações: 
 
1. Uma mãe decide que seu filho já pode ganhar outro 
doce porque já fez algum tempo que ganhou o 
anterior. 
2. Um profissional liberal sair de férias. 
3. Um namorado não tem se “comportado” como a 
namorada gostaria, destinando muito tempo aos 
amigos. Ela resolveu que somente manteria relações com ele se ficassem juntos duas vezes 
durante a semana. 
4. Cerca de uma vez por mês o casal janta fora. 
5. Um vendedor de livros realiza, em média, uma venda para cada 20 visitas 
realizadas_______, e recebe uma comissão de R$ 10,00 para cada 3 livros vendidos. _______ 
6. Um vendedor recebe R$ 200,00 por semana _______ e mais uma comissão de R$ 50,00 
para cada 3 negócios realizados. ________ 
 
Análise do Comportamento 
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7. Um cão em treinamento recebe um biscoito a cada dois exercícios realizados corretamente 
_______ e outro após meia hora de exercícios. _______ 
8. Os pais elogiam o filho quando ele faz o serviço doméstico apenas de vez em quando 
_______, mas sempre o elogiam quando tira 2 notas acima de 9. _______ 
 
Leituras prévias à seção 7 (AVA) 
 
 
Análise do Comportamento 
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14 
7. Modelagem 
 
Objetivos da aula: Apresentar a modelagem do comportamento. 
 
 
Modelagem do comportamento 
A técnica da modelagem é utilizada quando o nível operante do comportamento é igual 
a zero, ou quando não se espera que a resposta ocorra. Exemplo: como fazer com que 
uma criança aprenda a andar de bicicleta? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As aproximações sucessivas são reforçadas em direção ao comportamento final 
desejado. Ao reforçar-se diferencialmente os comportamentos, aumenta-se a 
probabilidade de ocorrer aproximações do comportamento final e, por isto, a 
modelagem funciona. 
 
 
Questão 
Utilizando a modelagem, explique como podemos ensinar alguém a 
nadar e a escrever. 
 
 
Leituras prévias à seção 8 (AVA) 
 
 
Análise do Comportamento 
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15 
8. Discriminação e Generalização. 
 
Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de discriminação e generalização do 
comportamento. 
 
Discriminação e Generalização 
Nossos comportamentos possuem alto grau de especialização. Isso 
significa que não fazemos qualquer coisa a qualquer tempo com qualquer 
pessoa; seria o caos social. Ao contrário, estamos constantemente 
discriminando e generalizando estímulos e respostas e orientando nosso 
comportamento em função do contexto, para obtermos os reforços 
desejados. 
A discriminação e generalização de estímulos permite que possamos emitir 
comportamentos diferentes sob a presença de estímulos diferentes, ou de respostas 
semelhantes quando os estímulos compartilham uma característica comum. 
Generalização e discriminação são os principais produtos do processo de aprendizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões (AVA) 
Leituras prévias à seção 9 (AVA) 
 
 
 
Análise do Comportamento 
Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 
 
 
16 
9. Encadeamento 
 
Objetivos da aula: Apresentar o conceito de encadeamento do comportamento. 
 
 
Encadeamento do comportamento 
Nosso comportamento não é estanque. As respostas deslizam umas atrás das 
outras. Quando uma resposta produz ou altera as variáveis que controlam outra 
resposta, isso recebe o nome de encadeamento. 
Questão 
Identifique os elementos encadeados nos comportamentos “sair de 
casa”, “atravessar a rua”, “tomar banho” e “estudar” (10 
comportamentos encadeados). 
 
 
 
 
 
 
Leituras prévias à seção 10 (AVA) 
 
Análise do Comportamento 
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17 
10. Comportamentos de Fuga e de Esquiva 
 
Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de comportamento de fuga e de esquiva. 
 
Comportamento de fuga e esquiva 
 Os comportamentos de fuga e esquiva surgem relacionados a estímulo aversivo, 
seja para eliminá-lo ou para evitá-lo. Tanto um quanto outro são consequanciados por 
reforços negativo. 
O comportamento de fuga consiste em eliminar estímulos aversivos após 
estarem presentes. Exemplo: fuga de um presídio (se foge é porque está preso). 
O comportamento de esquiva pode ser definido como uma evitação de um 
estímulo aversivo antes que esta aparela. Exemplo: reduzir a velocidade do veículo 
próximo a um radar para evitar uma multa (Moreira e Medeiros, 2007). 
 
Questões 
1. Dê um exemplo de comportamento de fuga e um de 
comportamento de esquiva, explicando os respectivos 
processos. 
 
 
 
 
 
3. Identifique abaixo se o comportamento é de fuga ou de esquiva: 
 
A. O aluno estudou para não reprovar(aluno). 
B. A mãe deu o alimento para que a criança parasse com seu choro (mãe). 
C. A pessoa pensou em coisas boas para eliminar os pensamentos “ruins” (pessoa). 
D. A criança não roubou para não ser xingada pela mãe (criança). 
E. Para melhorar, o paciente tomou o remédio (paciente). 
F. O menino correu para não apanhar do pai (menino). 
G. A menina tomou banho porque a mãe só reclamava (menina). 
H. O funcionário vendeu para não ser demitido (funcionário). 
I. O cão ficou quieto para não apanhar (cão). 
J. A mãe deu o doce para a criança parar de gritar no mercado (mãe). 
 
 
Leituras prévias à seção 11 (AVA) 
 
Análise do Comportamento 
Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 
 
 
18 
11. Saciação e Extinção 
 
Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de saciação e extinção, e explicar sua 
relação com os estímulos e comportamentos. 
 
Saciação 
A força de um comportamento pode enfraquecer pela apresentação contínua de 
um reforço positivo em excesso. 
 
Extinção respondente 
 Para ocorrer a extinção, é apresentado o estímulo condicionado (anteriormente 
neutro) sozinho. Ao se fazer isto repetidas vezes, ele volta ao estado original de 
estímulo neutro, perdendo o poder de eliciar a resposta. 
 
 
 
 
 
 
Extinção operante 
 Como o comportamento operante é mantido pelo reforço, a extinção deste 
comportamento se dá pela retirada do reforço. O comportamento não seguido pelo 
reforço tende a voltar ao nível operante. O reforço é eliminado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise do Comportamento 
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19 
 
Questão 
Dê um exemplo de extinção respondente, extinção operante e saciação, 
explicando o processo. 
 
 
 
 
 
 
Leituras prévias à seção 12 (AVA) 
 
 
 
Análise do Comportamento 
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20 
12. Contracontrole e Autocontrole 
 
Objetivos da aula: Apresentar e discutir os fenômenos de contracontrole e 
autocontrole sob a ótica da AC. 
 
Contracontrole 
As tentativas de controle aversivo do comportamento podem gerar efeitos 
adversos, que são chamados de comportamentos de contracontrole. Neles, o 
organismo que se tenta controlar pode emitir respostas que impedem que aquele que 
está tentando controlar o comportamento seja bem-sucedido (MOREIRA; MEDEIROS, 
2007). 
Exemplos de contracontrole podem ser observados com crianças. Os pais 
podem exigir que os filhos não briguem; isto pode fazer com que eles fiquem bem 
comportados na presença dos pais, mas assim que eles saem, voltam a brigar. 
 
Questão 
Explique como o contracontrole funciona na disputa entre 
judeus e árabes no Oriente Médio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise do Comportamento 
Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 
 
 
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Autocontrole 
 
O controle do comportamento não é dado exclusivamente por variáveis 
externas, mas o organismo pode também selecionar, no ambiente, quais variáveis irão 
controlar o seu comportamento. Desta forma, o comportamento de um organismo 
pode ser autorregulado. 
O autocontrole é talvez o conceito mais simpático da AC. Isto ocorre porque as 
pessoas gostam de acreditar que são “senhoras” de seus comportamentos, tendo 
liberdade para agir como querem. Entretanto, não é isto o que acontece quando 
observamos atentamente os comportamentos de um organismo. No caso dos seres 
humanos, somos constantemente condicionados pelo contexto e pelo nosso histórico 
de aprendizado; assim, muito do nosso comportamento ocorre sem que tenhamos 
ciência de porque agimos de determinada forma. 
O princípio do autocontrole consiste na seleção dos estímulos do ambiente que 
controlam o comportamento. Por exemplo, se uma pessoa tem dificuldade para 
acordar cedo pela manhã, pode colocar o despertador mais longe e mais alto, 
obrigando-a a ter que se levantar assim que ele tocar. Desta forma, a organização do 
ambiente pelo próprio organismo irá produzir o comportamento, a partir de 
condicionamentos prévios. 
 
Questões 
1. Crie um exemplo onde há autocontrole (citar: comportamento 
inicial; modificação dos estímulos; resultado final). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões (AVA) 
 
Questões complementares (AVA) 
 
 
Análise do Comportamento 
Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 
 
Referências 
 
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