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Análise do Comportamento Professor: Dr. Vinícius Renato Thomé Ferreira, psic. 2019-2 Nome do/a aluno/a: Apresentação Este material é o texto principal da disciplina de Análise do Comportamento (AC) do curso de psicologia da IMED. O objetivo desta apostila é servir como material-base para a disciplina, que apresenta os principais elementos teóricos da AC. Os conteúdos são acompanhados de exercícios, que auxiliarão na consolidação do aprendizado. Para um melhor aproveitamento da disciplina, recomenda-se que o aluno efetue uma leitura de revisão antes da aula seguinte. Estas revisões são importantes porque permitem ao aluno relembrar o que já foi trabalhado. A leitura dos materiais complementares sugeridos tem por objetivo aprofundar as informações sobre a Análise do Comportamento, permitindo uma melhor compreensão da teoria. Além da apostila, são disponibilizados exercícios no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da IMED. Bons estudos! Prof. Vinícius R. T. Ferreira Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 2 Objetivos da aula: Apresentar os aspectos históricos e de constituição da psicologia. Quando surgiu a psicologia? A psicologia é, ao mesmo tempo, o mais antigo e o mais novo ramo do conhecimento (Schultz e Schultz, 1992). O mais antigo porque podemos dizer que a indagação sobre quem somos surgiu quando nossos antepassados se perguntaram, pela primeira vez, quem na verdade eram, e porque agiam como agiam. Ao mesmo tempo, é uma das mais novas disciplinas porque em 1879 ela se estabelece academicamente com a fundação em Leipzig do primeiro laboratório de psicologia por Wilhelm Wundt. A proposta de Wundt era produzir na psicologia os sucessos obtidos nas ciências naturais com o emprego do método científico. Assim, o que diferencia a psicologia de ramos mais antigos do conhecimento aos quais estava incorporada, como a filosofia e a religião, são as abordagens e as técnicas que passa a empregar. A psicologia se caracterizaria, a partir daí, por ter um campo de estudos próprio e utilizar o método científico. Os métodos de pesquisa utilizados até meados do século XX eram a especulação, a intuição e a generalização, baseadas na experiência da introspecção. Com o ingresso, no campo de estudo do comportamento humano, das técnicas e métodos utilizados nas ciências naturais, que são a observação e a experimentação cuidadosamente controladas, houve uma transformação enorme sobre a forma como compreendemos o que fazemos. Essa mudança na forma de pensar e estudar a psicologia fez com que comportamento passasse a ser visto como algo que podia ser mensurado, ou seja, não era mais dependente de observações subjetivas, mas podia ser calculado. Assim, a Análise do Comportamento é a área da psicologia que se preocupa em analisar o comportamento humano de forma objetiva e através do método científico, extraindo daí suas conclusões. Questões (AVA) Leituras prévias à seção 2 (AVA) 1. Psicologia e Ciência O comportamento sempre foi objeto de estudo do homem, de forma mais ou menos sistemática Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 3 2. A Análise do Comportamento (AC) Objetivos da aula: Apresentar as principais ideias da análise do comportamento (AC), seus aspectos históricos e suas áreas de estudo. A análise do comportamento (AC) se estruturou a partir das pesquisas sobre o comportamento utilizando o método científico. A proposta de Burrhus Frederic Skinner era de aplicar ao comportamento os mesmos princípios metodológicos das ciências naturais, ou seja, a observação, a experimentação e a mensuração. Se isto dava certo com a natureza, porque não daria com os seres vivos? A AC objetiva estudar interações entre o comportamento e o ambiente. Ela considera que o comportamento precisa ser compreendido no contexto onde ocorre, pois não existe nenhum sentido descrevê-lo "por si só". Os comportamentos ocorrem num ambiente e em relação com este ambiente, e é isso que precisa ser compreendido na análise (Todorov e Hanna, 2010). Assim, o ambiente possui um valor fundamental na AC. Carvalho Neto (2002), baseado num artigo de Tourinho (1999), propõe a seguinte organização da AC: A análise do comportamento seria o ramo mais amplo, que inclui as demais áreas: o Behaviorismo Radical (BR) é a parte filosófica-conceitual; a Análise Experimental do Comportamento (AEC) estuda os métodos e os resultados de investigação em laboratório (empírico); e a Análise Aplicada do Comportamento (AAC) visa identificar como os conceitos e resultados de laboratório podem ser utilizados em situações do cotidiano (p. ex., na educação e na psicoterapia) (Carvalho Neto, 2002). Historicamente, o behaviorismo se desenvolveu a partir dos trabalhos de John Thorndike, John B. Watson e B. F. Skinner. Entretanto, o behaviorismo como conhecemos hoje deve muito de sua configuração aos trabalhos de Skinner. Questões (AVA) Para saber mais (AVA) Leituras prévias à seção 3 (AVA) B. F. Skinner Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 4 3. Comportamento Respondente Objetivos da aula: Apresentar a definição de comportamento para a AC. Introduzir os conceitos de comportamento e condicionamento respondente. Definição de comportamento Comportamento: é definido como qualquer ato observável e mensurável realizado por um organismo na interação com seu ambiente. 1. COMPORTAMENTO RESPONDENTE: aquele que ocorre involuntariamente, de forma reflexa; e o 2. COMPORTAMENTO OPERANTE: aquele que ocorre voluntariamente, regulado por suas consequências. Comportamento respondente Um comportamento é respondente (involuntário) quando uma espécie determinada de resposta é eliciada1 por um tipo específico de estímulo, e o estímulo sempre precede a resposta. Essas respostas ocorrem quando há uma mudança de estímulo no ambiente, e têm caráter automático, involuntário e reflexo. Fig. 2 – Relação entre estímulo e resposta (comportamento respondente) 1 Eliciar: provocar, gerar. Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 5 Condicionamento respondente Pavlov descobriu que é possível condicionar um comportamento reflexo, fazendo que um novo evento elicie a resposta: a carne elicia a salivação num cão. Emparelhando-se o som de uma campainha várias vezes com a carne, o primeiro passará a eliciar a salivação quando apresentado sozinho, sem a carne (Reese, 1975, p. 15) Chama-se o novo reflexo – em que a campainha sozinha elicia a salivação – de reflexo condicionado. A campainha que elicia a resposta é chamada de estímulo condicionado. Questões Explique o condicionamento respondente, identificando o estímulo neutro, o estímulo não condicionado e o reflexo condicionado. Um experimentador queria provocar salivação em um coelho quando este ouvisse o toque de uma buzina. Para isto, privou-o de alimentos por cerca de 23 horas, e ao apresentar a ração ao animal, tocava simultaneamente uma buzina. Esse procedimento foi repetido por 10 dias. No décimo primeiro dia, o animal ouviu o som da buzina, próximo ao horário em que seria alimentado, e começou a salivar. Questões (AVA) Leituras prévias à seção 4 (AVA) Ivan Ivanovich Pavlov Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 6 4. Comportamento Operante Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de comportamento e condicionamento operante. Comportamento operante O comportamento operante é aquele que é controlado pelas suas consequências. Este comportamento é aprendido ao longo da vida e é voluntário, mesmo que muitas vezes não tenhamos plena clareza de suas consequênciase do que o provoca. As consequências do comportamento podem ser reforços (que aumentam sua frequência) ou podem ser punições (que objetivam reduzir sua frequência). Fig. 3 – Relação entre estímulo, comportamento e consequência (comportamento operante) Questões (AVA) Leituras prévias à seção 5 (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 7 5. Reforços e Punições Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de reforço e de punição e discutir o seu uso como estratégia de controle do comportamento. As consequências no comportamento operante Pelo conceito de comportamento operante, pode-se observar que o ambiente oferece elementos antes (como estímulo) e depois (como consequência) da emissão do comportamento. Portanto, o ambiente exerce controle sobre o comportamento, visto que ele fornece os elementos para sua produção (estímulos) e depois mostra os resultados obtidos (consequências). As consequências podem ter dois efeitos sobre o ambiente: ou ele pode aumentar a probabilidade de que este comportamento ocorra no futuro, ou pode reduzir esta probabilidade. Quando falamos de que as consequências aumentam a probabilidade futura do comportamento, estamos nos referindo a reforços; se as consequências acabam enfraquecendo o comportamento, por reduzir a probabilidade de que ele ocorra no futuro, estamos falando de punições. Reforços O reforço consiste em qualquer consequência que aumente a probabilidade de que o comportamento ocorra no futuro. Os reforços podem ser definidos de duas maneiras: O reforço positivo ocorre quando se acrescenta um novo estímulo, um elemento novo como consequência do comportamento emitido. O reforço negativo é a evitação ou eliminação algo do ambiente como conseqüência de um comportamento. Mesmo quando falamos de reforço negativo, é importante lembrar que sempre tem por objetivo aumentar a frequência do comportamento. Por exemplo, se há uma situação incômoda, como um cisco no olho (estímulo), o comportamento de retirar o cisco leva à consequência de alívio. Se o comportamento de tirar o cisco não aliviasse o desconforto, é muito provável que no futuro este comportamento não iria ocorrer novamente (isso significa que o comportamento não seria reforçado). Ou seja, o comportamento de retirar o cisco do olho só ocorre porque ele produz alívio, portanto poderá se repetir no futuro. Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 8 Para identificar se um reforço é mesmo eficaz como elemento que aumenta a probabilidade de um comportamento acontecer no futuro, devemos realizar 3 passos: 1. Mensurar a freqüência do comportamento antes da aplicação do reforço (nível operante); 2. Aplicar o reforço de forma sistemática como conseqüência do comportamento; e 3. Verificar se o nível operante aumentou. Neste caso, a consequência apresentada foi reforçadora. Exemplo: Cada vez que a criança diz “cavalo” quando a mãe apontava para um cavalo, a criança ganhava um abraço e um beijo da mãe. Se percebermos que o comportamento de dizer “cavalo” quando a mãe aponta um cavalo aumenta quando a mãe imediatamente dá um abraço e um beijo na criança, o comportamento da mãe é reforço para o comportamento da criança. Questões Identifique o estímulo inicial, o comportamento e os reforços positivos e negativos: 1. O primeiro filho de uma jovem mãe, após passadas cinco horas desde a última mamada, sente um desconforto (fome) e inicia um choro estridente. A mãe, prontamente, corre no quarto onde está a criança e lhe dá a mama. O bebê pára de chorar no mesmo instante. 2. Um professor está tentando dar aula, mas não consegue porque a intensidade e o volume de conversa na turma estão acima do seu volume de voz (para os alunos, a aula está “chata”). Para reduzir o volume de conversa da sala de aula, o professor diz que se eles não fizerem silêncio, a matéria será considerada dada e irá cair na prova. Imediatamente a turma faz silêncio e o professor volta a dar aula explicando o conteúdo da prova. Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 9 Identifique os tipos de reforços nos exemplos abaixo: 1. A mãe prometeu fazer batatas fritas no almoço se o menino auxiliasse nos serviços de casa. Como ele ajudou, ela cumpriu o prometido (menino). 2. O cão não faz xixi no tapete para não ser xingado (cão). 3. A menina tirou o espinho da mão e sentiu alívio (menina). 4. O estudante sempre ouviu de seus pais: “Parabéns, você é muito inteligente!” e sempre continuou estudando (estudante). 5. A senhora esperou o sinal ficar vermelho, para não ser atropelada (senhora). 6. Guardar dinheiro permite a concretização de planos para o futuro (quem guarda dinheiro). 7. Quando a mulher pagou a dívida, resolveu um grande problema (mulher). Punição A punição é um dos meios mais utilizados como estratégia de controle, e tem por objetivo a redução de comportamentos. Ela consiste em aplicar algum estímulo aversivo (xingamento, provocar dor, privar de liberdade, etc.) como consequência de um comportamento indesejado emitido pelo organismo, visando eliminá-lo. A punição somente funciona se, de fato, a consequência é para o organismo um estímulo aversivo. Por isso, deve-se fazer uma identificação clara antes da aplicação do estímulo, pois se ele não for considerado aversivo, ou suficientemente aversivo, não funcionará como punição. As prisões baseiam-se no pressuposto que a privação de liberdade seja realmente aversiva. As punições podem ser definidas, assim como os reforços, de duas maneiras: Punição positiva: ocorre pelo acréscimo de algo aversivo como consequência do comportamento. Punição negativa: ocorre pela retirada de algo agradável (um reforço positivo) ou por não oferecer um reforço positivo como consequência do comportamento. Apesar de ser largamente utilizada, ela não é tão eficaz quanto se esperava que fosse, e nem é o método que deve ser empregado primeiramente para a modificação do comportamento. A punição não garante que o comportamento será eliminado, havendo probabilidade de que ele volte a aparecer no futuro. Além disso, a punição gera emoções aversivas (raiva e frustração) que podem funcionar no momento, mas se houverem repetições, é possível que estas emoções se consolidem no comportamento, sendo de difícil extinção no futuro e aumentando o risco de ocorrência de transtornos mentais. Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 10 Questões Dê um exemplo de punição, explicando o mecanismo de ação. Identifique nas situações abaixo os reforços e punições: 1. Um cavalo reduz a marcha, e leva uma chicotada. Com isso, ele volta a acelerar o passo (cavalo). 2. Uma mãe promete um bombom se a criança fizer o tema de casa direitinho e sem reclamar. Depois que a mãe confere que a tarefa foi realizada, ela dá o bombom (criança). 3. Um pai promete um crédito na mesada ao final da semana se sua filha ajudar nas lições do irmão, todos os dias. Depois de conferir se isto realmente aconteceu, quando pagou a mesada deu também o crédito (filha). 4. Para não ser multado, o motorista reduz a velocidade para abaixo do limite máximo permitido na rodovia (motorista). 5. O contribuinte teve que pagar multa porque sonegou informações fiscais (contribuinte). 6. A criança não fez o tema de casa, e leva um xingamento de seu pai (criança). 7. O aluno estudou para tirar nota 5,0 no exame e evitou a reprovação (aluno). 8. A dona da loja promete um par de sapatos para o vendedor que tiver mais vendas no mês. Após conferir os resultados, ela parabeniza publicamente a vendedora que atingiu a meta e dá um vale-sapato (vendedora). 9. O motorista foi multado porque passou do limite de velocidade (motorista). 10. Para não ficara noite na cadeia, o acusado pagou a fiança e saiu (acusado). 11. Ele lembrou do aniversário de namoro e ficou feliz com a alegria da namorada (namorado). 12. A turma está conversando muito em aula, e muito alto. O professor diz que se isso continuar, fará provas surpresas. Com isso, a turma reduz a conversa (turma). 13. O condutor mandou aviso para o departamento de trânsito dizendo que outro estava conduzindo seu carro quando levou a multa; com isso, os pontos foram transferidos (condutor). 14. O cão não recebeu comida porque mordeu o sofá (cão). 15. Para evitar um xingão, o namorado não falou nada sobre o vestido dela (namorado). 16. Um motorista foi xingado porque passou o sinal vermelho quando não era sua vez (motorista). Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 11 17. O dono retirou a água do cão porque ele latia muito (cão). 18. A empresa passou para a lista de sonegadores do governo após ter mentido na declaração de imposto (empresa). 19. O motorista esqueceu de abastecer e ficou sem combustível (motorista). 20. A criança foi xingada pelo adulto porque não levou o lixo para fora (criança). 21. O adulto elogiou o comportamento da criança ao auxiliar nas tarefas domésticas (criança). 22. O profissional recebeu censura pública porque agiu em desacordo com o código de ética (profissional). 23. O aluno foi elogiado pelo professor por ter tirado a melhor nota da turma (aluno). 24. O aluno ficou sem recreio porque estava conversando (aluno). 25. O aluno recebeu nota zero porque foi pego colando (aluno). 26. Para não ser punida, a criança mentiu (criança). 27. O governo aplicou uma pesada multa para a empresa que sonegou impostos (empresa). 28. O pai tirou o celular do filho porque ele não estava fazendo o dever de casa (filho). 29. A adolescente fugiu de casa, contrariando a ordem dos pais (adolescente). 30. O aluno estudou, e com isso evitou ser reprovado em sua última chance (aluno). 31. Por não ter auxiliado nas tarefas domésticas, a criança não foi jogar bola (criança). 32. A moça elogiou o vestido da amiga, com receio de ter que falar a verdade e perder a amizade (moça). 33. O cão deitou e rolou quando ouviu “Deita e rola”, e após isso ganhou um biscoito (cão). 34. Cada vez que a menina acertava um exercício, ouvia elogios da professora, e isso fez com que continuasse estudando cada vez mais (menina). Questões (AVA) Leituras prévias à seção 6 (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 12 6. Esquemas de Reforçamento Objetivos da aula: Apresentar os esquemas de reforçamento Esquemas de reforçamento Nem sempre é possível ou desejável que os reforços sejam aplicados no esquema de reforçamento contínuo (CRF, continuous reinforcement). CRF significa dar um reforço para cada comportamento realizado por um organismo. Há comportamentos que podem ser facilmente saciados, e a saciação pode levar à diminuição do comportamento ou mesmo sua extinção. Para evitar este inconveniente, podem-se administrar os reforços em esquemas, fazendo com que as recompensas sejam dadas somente quando certos critérios forem satisfeitos. Questões Aponte o esquema (ou esquemas) de reforço presente nas seguintes situações: 1. Uma mãe decide que seu filho já pode ganhar outro doce porque já fez algum tempo que ganhou o anterior. 2. Um profissional liberal sair de férias. 3. Um namorado não tem se “comportado” como a namorada gostaria, destinando muito tempo aos amigos. Ela resolveu que somente manteria relações com ele se ficassem juntos duas vezes durante a semana. 4. Cerca de uma vez por mês o casal janta fora. 5. Um vendedor de livros realiza, em média, uma venda para cada 20 visitas realizadas_______, e recebe uma comissão de R$ 10,00 para cada 3 livros vendidos. _______ 6. Um vendedor recebe R$ 200,00 por semana _______ e mais uma comissão de R$ 50,00 para cada 3 negócios realizados. ________ Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 13 7. Um cão em treinamento recebe um biscoito a cada dois exercícios realizados corretamente _______ e outro após meia hora de exercícios. _______ 8. Os pais elogiam o filho quando ele faz o serviço doméstico apenas de vez em quando _______, mas sempre o elogiam quando tira 2 notas acima de 9. _______ Leituras prévias à seção 7 (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 14 7. Modelagem Objetivos da aula: Apresentar a modelagem do comportamento. Modelagem do comportamento A técnica da modelagem é utilizada quando o nível operante do comportamento é igual a zero, ou quando não se espera que a resposta ocorra. Exemplo: como fazer com que uma criança aprenda a andar de bicicleta? As aproximações sucessivas são reforçadas em direção ao comportamento final desejado. Ao reforçar-se diferencialmente os comportamentos, aumenta-se a probabilidade de ocorrer aproximações do comportamento final e, por isto, a modelagem funciona. Questão Utilizando a modelagem, explique como podemos ensinar alguém a nadar e a escrever. Leituras prévias à seção 8 (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 15 8. Discriminação e Generalização. Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de discriminação e generalização do comportamento. Discriminação e Generalização Nossos comportamentos possuem alto grau de especialização. Isso significa que não fazemos qualquer coisa a qualquer tempo com qualquer pessoa; seria o caos social. Ao contrário, estamos constantemente discriminando e generalizando estímulos e respostas e orientando nosso comportamento em função do contexto, para obtermos os reforços desejados. A discriminação e generalização de estímulos permite que possamos emitir comportamentos diferentes sob a presença de estímulos diferentes, ou de respostas semelhantes quando os estímulos compartilham uma característica comum. Generalização e discriminação são os principais produtos do processo de aprendizado. Questões (AVA) Leituras prévias à seção 9 (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 16 9. Encadeamento Objetivos da aula: Apresentar o conceito de encadeamento do comportamento. Encadeamento do comportamento Nosso comportamento não é estanque. As respostas deslizam umas atrás das outras. Quando uma resposta produz ou altera as variáveis que controlam outra resposta, isso recebe o nome de encadeamento. Questão Identifique os elementos encadeados nos comportamentos “sair de casa”, “atravessar a rua”, “tomar banho” e “estudar” (10 comportamentos encadeados). Leituras prévias à seção 10 (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 17 10. Comportamentos de Fuga e de Esquiva Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de comportamento de fuga e de esquiva. Comportamento de fuga e esquiva Os comportamentos de fuga e esquiva surgem relacionados a estímulo aversivo, seja para eliminá-lo ou para evitá-lo. Tanto um quanto outro são consequanciados por reforços negativo. O comportamento de fuga consiste em eliminar estímulos aversivos após estarem presentes. Exemplo: fuga de um presídio (se foge é porque está preso). O comportamento de esquiva pode ser definido como uma evitação de um estímulo aversivo antes que esta aparela. Exemplo: reduzir a velocidade do veículo próximo a um radar para evitar uma multa (Moreira e Medeiros, 2007). Questões 1. Dê um exemplo de comportamento de fuga e um de comportamento de esquiva, explicando os respectivos processos. 3. Identifique abaixo se o comportamento é de fuga ou de esquiva: A. O aluno estudou para não reprovar(aluno). B. A mãe deu o alimento para que a criança parasse com seu choro (mãe). C. A pessoa pensou em coisas boas para eliminar os pensamentos “ruins” (pessoa). D. A criança não roubou para não ser xingada pela mãe (criança). E. Para melhorar, o paciente tomou o remédio (paciente). F. O menino correu para não apanhar do pai (menino). G. A menina tomou banho porque a mãe só reclamava (menina). H. O funcionário vendeu para não ser demitido (funcionário). I. O cão ficou quieto para não apanhar (cão). J. A mãe deu o doce para a criança parar de gritar no mercado (mãe). Leituras prévias à seção 11 (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 18 11. Saciação e Extinção Objetivos da aula: Apresentar os conceitos de saciação e extinção, e explicar sua relação com os estímulos e comportamentos. Saciação A força de um comportamento pode enfraquecer pela apresentação contínua de um reforço positivo em excesso. Extinção respondente Para ocorrer a extinção, é apresentado o estímulo condicionado (anteriormente neutro) sozinho. Ao se fazer isto repetidas vezes, ele volta ao estado original de estímulo neutro, perdendo o poder de eliciar a resposta. Extinção operante Como o comportamento operante é mantido pelo reforço, a extinção deste comportamento se dá pela retirada do reforço. O comportamento não seguido pelo reforço tende a voltar ao nível operante. O reforço é eliminado. Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 19 Questão Dê um exemplo de extinção respondente, extinção operante e saciação, explicando o processo. Leituras prévias à seção 12 (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 20 12. Contracontrole e Autocontrole Objetivos da aula: Apresentar e discutir os fenômenos de contracontrole e autocontrole sob a ótica da AC. Contracontrole As tentativas de controle aversivo do comportamento podem gerar efeitos adversos, que são chamados de comportamentos de contracontrole. Neles, o organismo que se tenta controlar pode emitir respostas que impedem que aquele que está tentando controlar o comportamento seja bem-sucedido (MOREIRA; MEDEIROS, 2007). Exemplos de contracontrole podem ser observados com crianças. Os pais podem exigir que os filhos não briguem; isto pode fazer com que eles fiquem bem comportados na presença dos pais, mas assim que eles saem, voltam a brigar. Questão Explique como o contracontrole funciona na disputa entre judeus e árabes no Oriente Médio. Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. 21 Autocontrole O controle do comportamento não é dado exclusivamente por variáveis externas, mas o organismo pode também selecionar, no ambiente, quais variáveis irão controlar o seu comportamento. Desta forma, o comportamento de um organismo pode ser autorregulado. O autocontrole é talvez o conceito mais simpático da AC. Isto ocorre porque as pessoas gostam de acreditar que são “senhoras” de seus comportamentos, tendo liberdade para agir como querem. Entretanto, não é isto o que acontece quando observamos atentamente os comportamentos de um organismo. No caso dos seres humanos, somos constantemente condicionados pelo contexto e pelo nosso histórico de aprendizado; assim, muito do nosso comportamento ocorre sem que tenhamos ciência de porque agimos de determinada forma. O princípio do autocontrole consiste na seleção dos estímulos do ambiente que controlam o comportamento. Por exemplo, se uma pessoa tem dificuldade para acordar cedo pela manhã, pode colocar o despertador mais longe e mais alto, obrigando-a a ter que se levantar assim que ele tocar. Desta forma, a organização do ambiente pelo próprio organismo irá produzir o comportamento, a partir de condicionamentos prévios. Questões 1. Crie um exemplo onde há autocontrole (citar: comportamento inicial; modificação dos estímulos; resultado final). Questões (AVA) Questões complementares (AVA) Análise do Comportamento Prof. Dr. Vinícius R. T. Ferreira, psic. Referências Alloway, T., Wilson, G. & Graham, J. (2006). Fenômenos operantes básicos: treinamento para uso do alimentador, modelagem, extinção, recuperação espontânea e reforço secundário. In: ____. Sniffy: o rato virtual. Cap. 10, p. 191-220. Barros, R. S. (2003). Uma introdução ao comportamento verbal. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 5(1), 73-82. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbtcc/v5n1/v5n1a08.pdf Carvalho Neto, M. C. (2002). Análise do comportamento: behaviorismo radical, análise experimental do comportamento e análise aplicada do comportamento. Interação em Psicologia, 6(1), p. 13-18. Moreira, M. B., & Medeiros, C. A. (2007). Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed. Reese, E. (1975). Análise do Comportamento Humano. 2. ed. Coleção Psicologia Contemporânea. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. Schultz, D. P. & Schultz, S. E. (1998). O comportamentalismo: primórdios. In: ______. História da Psicologia Moderna. 5 ed. São Paulo: Cultrix. Cap. 10, p. 233-261. Skinner, B. F. (1953/2003). Autocontrole. In: ____. Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes. Cap. XV, p. 252-265. Todorov, J. C. & Hanna, E. S. (2010.) Análise do Comportamento no Brasil. Psicologia: Teoria e pesquisa, v. 26, número especial, p. 143-153.