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Raças naturalizadas brasileiras Ovinos ovelha barriga preta Barriga preta é uma raça de ovelha desenvolvida na região nordeste do Brasil, mas também se encontra no norte do país, principalmente em Roraima Não se sabe a exata origem da raça, mas a mesma pertence ao tronco ancestral chamado "barriga preta" que é, como o próprio nome diz, um tipo de pelagem específica que tem como sua principal característica é a coloração preta na parte inferior do abdômen e patas. Animais assim são encontrados em toda a América espanhola, além do Brasil, o que denota que deve ter sido formada a partir de ovinos de origem portuguesa e espanhola e, provavelmente, a ovelhas indianas e africanas Aspecto geral: animais possantes e imponentes, com corpo aparentemente anguloso, com ar selvagem. Quando visto a distancia lembra um pequeno veado ou antílope, sendo, portanto, animais curtos e com crescimento mais lento. Aptidões: carne e pele. Bergamácia brasileira A Bergamácia brasileira tem como origem a ovelha Bergamácia da Itália. Em território brasileiro, os animais se adaptaram e adquiriram algumas características próprias que as diferenciam dos seus ancestrais, como a resistência ao calor do semi-árido nordestino. A raça é de tripla aptidão para lã, carne e leite. São animais muito rústicos e adaptáveis ao clima do centro-oeste e nordeste, mas exigem alimentação de qualidade. Possuem grande altura e são pesados, com machos adultos pesando de 100 a 120 quilos e fêmeas adultas pesando de 70 a 80 quilos. É uma das poucas raças de ovelhas com excelente aptidão para leite, podendo produzir por lactação até 250 quilos de leite com 6% de gordura. São ovelhas muito prolíficas sendo muito comum o nascimento de gêmeos. cabugi Não se sabe a exata origem destes animais, mas deve ter sido formada a partir de ovinos de origem portuguesa e espanhola, junto com animais indianos e africanos. Não é uma raça propriamente dita, mas são tipos de ovelhas que tem em comum o crânio reduzido na região do focinho sendo muito comuns na região do nordeste. A Fazenda Caraúba fez a primeira iniciativa para fixar um fenótipo para as ovelhas cabugi. A característica mais visível destes animais, por seu próprio nome, é o crânio reduzido na região do focinho, por isto recebem o nome de cara-curta São ovelhas que possuem dupla aptidão para carne e couro, destacando-se por ser muito rústica, reduzindo bastante os custos de criação. Por ter se desenvolvido no semi-árido nordestino, é bem aclimatada a regiões de muito calor e adaptada a digestão de vegetação nativa do cerrado e da caatinga. É um animal deslanado e sua carne é considerava de alta qualidade. O porte destas ovelhas é menor que o Morada Nova e sua pelagem costuma ser mais escura. São animais muito prolíficos e as mães possuem excelente habilidade maternal. Santa inês Santa Inês é uma raça de ovelha sem lã desenvolvida no Brasil a partir do cruzamento de Morada Nova (sem lã) com a raça italiana Bergamácia (lã e leite). Devido seu comportamento no pastejo, semelhante ao do caprino, aceitando o pastejo em vegetação arbustiva adaptou-se muito bem àquela região. Produtora de carne, leite e pele; fêmeas prolíferas e boas criadeiras, com frequentes partos duplos e excelente capacidade leiteira. Adapta-se bem a ambientes com bons recursos forrageiros. crioula gaúcha Não se sabe a exata origem da raça, mas deve ter sido formada a partir de ovinos de origem portuguesa e espanhola, junto com outras raças europeias. A definição do tipo racial contou com ajuda da EMBRAPA. Apesar de não estar em risco de extinção, é considerado um animal raro. São animais de tripla aptidão para lã, carne e couro, destacando-se por ser muito rústica, reduzindo bastante os custos de criação. É um animal que tem se adaptado bem a outras regiões do Brasil. Se parece muito com raças ancestrais de carneiros domésticos. A carne é considerada magra, macia e de sabor diferenciado. O peso dos machos adultos é por volta de 50 quilos e das fêmeas de 40 quilos. Sua lã não é de boa qualidade, sendo destinada a produção de artesanato, podendo variar do branco ao preto. São animais muito prolíficos e as mães possuem excelente habilidade maternal Raças exóticas de ovinos Não é qualquer ovelha que pode ser considerada uma Ladoum. Para receber esse título, ela deve atingir alguns parâmetros físicos, sendo o principal deles o tamanho: o animal tem exemplares que medem 1,2 m dos ombros ao chão, pesam em torno de 180 quilos e possuem cabeça grande com chifres bonitos. Ovelha ladoum As Ladoum são um tipo conhecido como "rainhas das ovelhas". Elas são criadas no Senegal (o primeiro registro de uma criação data de 1970) A raça Assaf é uma raça sintética, assim como a Dorper. A Assaf é o resultado do cruzamento das raças Awassi, originária do Oriente Médio e da alemã/holandesa Ostfriesisches Milchschaf, ou East Friesian ou "aportuguesando" Frísia do Leste. Assaf As ovelhas Assaf são bem feias, boas leiteiras e boas parideiras. Uma ovelha Assaf produz de 400 a 600 litros por lactação (padronizada em 210 dias), uma média diária de 2,7 litros nos sistemas intensivos. A raça se adapta bem aos sistemas semi intensivos e tem muito baixa estacionalidade. A média de cordeiros é de 1,6 por parto, parecida com a da nossa Morada Nova. Isto fez com as Assaf fossem cobiçadas por todos os interessados em produzir leite de ovelha no mundo e a raça foi exportada para diversos países (dizem que até para o Peru e o Chile), mas especialmente para Portugal e Espanha. Ile de France O berço da raça Ile-de-France é a França, na região da bacia parisiense, denominada Ile-de-France. A partir de 1816, técnicos franceses iniciaram cruzamentos de ovelhas Merino Rambouillet com reprodutores New Leicester (Dishley). O produto desses cruzamentos recebeu, inicialmente, o nome de Dishley Merino. O objetivo era obter um ovino que reunisse a qualidade laneira do Merino com a aptidão de corte do New Leicester. Em 1920, a raça recebeu uma infusão de sangue Merino Cotentin, com a finalidade de eliminar pigmentos escuros da pele do focinho. Em 1922 foi criado o Livro de Registro Genealógico. A raça veio receber sua denominação definitiva, Ile-de-France (em consideração ao nome da região de origem), em 1923, quando foi fundada a Associação de Criadores da Raça Ile-de-France. A raça Merino tem origem nos Merinos do sudoeste da Península Ibérica. Em 1975, com o tratado de Basileia inicia-se a expansão da raça, sendo em França onde tem o seu maior desenvolvimento. Esta raça foi a grande responsável pelo melhoramento ovino durante o século XX, quer pela qualidade da sua lã fina, quer pela capacidade de produção de carne. Não só o Merino original como inúmeras raças europeias foram beneficiadas pelo seu cruzamento com o Merino Precoce. Criado em 1959, o livro genealógico desta raça é o mais antigo de Portugal. Nos últimos 20 anos, tem-se verificado a diminuição do efetivo de Merino Precoce, tanto em Portugal como em Espanha. Merino Precoce A raça Lacaune foi desenvolvida em meados do século passado, nas regiões montanhosas ao sul da França, a partir de raças locais como a Pré-alpes do Sul (Quittet; Franck, 1983). As fazendas na área de produção do tradicional queijo Roquefort, que localizam-seno Maciço Central, nos departamentos de Aveyron, Tarn e adjacências, fizeram a opção pela criação e seleção de ovinos dessa raça. Em contraposição, outras regiões da França com forte tradição na produção de ovinos leiteiros, como os Montes Pirineus e a Ilha de Córsega, fizeram opção por outras, como a Basco- Bernese, Manech e Corsa. Lacaune caprinos naturalizados brasileiros Repartida É caracterizada por uma pelagem praticamente dividida ao meio, ao longo da linha de dorso, com duas cores distintas. Também é conhecida como "Surrão", cujo significado é próximo de roupa rasgada e suja, por causa da mistura de pelos claros e pretos, dando a sensação de sujeira. É encontrada no Nordeste, e sua principal aptidão é a produção de pele, sendo,também, usada para corte e em cruzamentos. Pesa em média 36 kg; chifres ora dirigidos para trás, para cima e para os lados; orelhas medianas com extremidades arredondadas; pescoço delgado e embutido no tórax; corpo alongado e de abdômen amplo e pelagem. Canindé Essa raça parece ter sido segregada no vale do rio Canindé, no Piauí, mas também se tem notícia de que sua origem seria o estado da Bahia. Apresentam-se como animais ativos, vigorosos e rústicos, de porte médio a grande. A pelagem é negra, com ventre e períneo brancos. Sob os olhos apresenta uma pequena faixa de cor branca. Os pelos são macios, finos e não muito curtos nas fêmeas, enquanto nos machos são mais grossos, e mais compridos. A cabeça é negra, com mancha branca na região da garganta. É conhecida também a variedade Canindé vermelha, em que as poções de pelagem branca são substituídas por vermelhas. Apresentam três aptidões: leite, carne e pele. Altura média das fêmeas varia de 65-75 cm, e dos machos de 70-85 cm. O peso médio das fêmeas vai de 45 a 55 kg, enquanto dos machos varia de 66 a 80 kg. Moxotó Originária do vale do rio Moxotó, no estado de Pernambuco, mas pode ser encontrada em todo o Nordeste. Sua maior aptidão é a produção de carne, apesar do porte não muito grande, já que apresenta boa musculatura geral, conformação e ossatura leve. A produção leiteira é baixa, em torno de meio litro de leite por dia durante apenas quatro meses. Como a maioria dos caprinos nordestinos, presta-se mais à produção de pele. Boer Trata-se de uma raça originária da África do Sul, resultante do cruzamento de cabras indígenas africanas com animais de origem europeia. A pelagem padrão se apresenta com coloração branca por todo o corpo, e cabeça vermelha ou escura. Fisicamente, são fortes, com excelente desenvolvimento físico. O corpo é comprido, profundo, com amplas e bem distribuídas massas musculares, características que determinam a aptidão dessa raça para a produção de carne. Marota Também recebe o nome de Curaçá. Tem como principais características a pelagem branca uniforme, além de pele, mucosa e cascos claros. Alguns animais possuem pelos ásperos. São de pequeno porte e leves, com os adultos pesando cerca de 36kg. Estudos em indivíduos da raça Marota indicam variações de prolificidade de 1,30 a 1,53. Em animais inferiores a um ano de idade, a mortalidade alcança a média de 28,7%. Ao completar o primeiro ano de vida, os animais atingem cerca de 16,8kg. A aptidão maior desses animais é para a produção de pele e carne. Raças exóticas de caprinos Saanen Essa raça é de origem europeia, considerada tipicamente leiteira e prolífera. A aptidão leiteira é sua principal característica. Possui pelagem branca ou creme, com pelos curtos e finos e pele rosada, podendo apresentar manchas escuras. A cabeça se apresenta cônica e alongada, fina e elegante, o perfil retilíneo, as orelhas de tamanho médio e pouco elevadas. Os animais são naturalmente mochos ou amochados e apresentam olhos grandes, claros e brilhantes. As fêmeas apresentam úbere grande, comprido, profundo e largo, bem conformado, bem implantado e simétrico, sem apresentar divisão marcante quando visto por trás. A consistência é esponjosa e de textura fina. As tetas devem ter bom tamanho e textura média e ser bem afastadas e voltadas para baixo, com leve inclinação para frente, sem tocar nos membros. Os machos pesam entre 70 e 90kg e as fêmeas entre 50 e 70kg. Alpina De origem suíça, ssa raça pode ser encontrada em dois tipos distintos: Oberhasli-brienz, que é naturalmente mocha, e a Grison, mais rústica, pouco menos produtiva e com presença de chifre. Sua pelagem de coloração comum é parda, variando do claro-acinzentado ao vermelho-escuro. O pelo é curto, fino e brilhante. A pele é escura, assim como os cascos e as mucosas. Apresenta uma faixa negra no dorso, sendo os membros escuros na parte inferior e a cabeça, assim como a cauda, mais escura que o restante do corpo. A pele é escura, solta e flexível. A cabeça se apresenta de tamanho mediano, cônica e alongada. O úbere é arredondado, com textura fina e tetas de tamanhos médios. Os ligamentos suspensórios traseiros têm inserção bastante alta. Os machos pesam entre 60 e 80kg e as fêmeas entre 40 e 60kg Toggenburg Também de origem europeia, a pelagem dessa raça é de cor marrom-acinzentada, variando do cinza claro ao escuro, com duas faixas brancas contínuas nas fêmeas e que, partindo das orelhas e passando próximo aos olhos, vão terminar ao lado da boca. Ponta do focinho e pernas brancas desde o joelho até os pés, com triângulo branco na inserção da cauda. Os machos apresentam pelos lisos e brilhantes, longos ou de comprimento médio, sedo permissíveis pelos curtos. Nas fêmeas, os pelos são macios, finos e brilhantes. A pele é normalmente solta, flexível e de coloração cinza-claro e as mucosas escuras. A cabeça se apresenta bem feita e alongada, larga na fronte e com perfil retilíneo, orelhas de tamanho médio um pouco levantadas e dirigidas para a frente. Não devem apresentar chifres, podendo ser, tanto machos como fêmeas mochos e amochados. Murciana Outra raça vinda da Europa, os caprinos murcianos possuem orelhas de tamanho médios e eretas, pelagem de coloração uniforme preta ou rósea, pele escura, fina, com pelos curtos nas fêmeas e mais espessos na parte superior do pescoço e na linha dorso-lombar. A cabeça é de tamanho médio, de aspecto triangular, com perfil retilíneo ou ligeiramente subcôncavo com arcadas orbitárias salientes. O úbere possui textura macia e fina, é volumoso, com uma base de implantação larga. As tetas são diferenciadas, de tamanho médio, apontando para a frente e para fora. Pele fina, elástica e sem pelos. Os machos pesam entre 55 e 80kg e as fêmeas entre 40 e 60kg. Anglo Nubiana Resultante do cruzamento de cabras inglesas com a cabra da núbia, a Anglo Nubiana produz carne e leite. São de grande porte, com pelos curtos. Suas orelhas têm implantação alta e são longas, espalmadas, pendentes, dirigidas para fora e voltadas para frente nas extremidades, ultrapassando até 3 cm a ponta do focinho, com o pavilhão interno voltado para a face. Seu perfil é convexo com a cabeça bem conformada, proporcional ao corpo. Sua pele é solta, predominando a cor escura, da mesma forma que as mucosas.