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TUBERCULOSE trab av2 epidemiologia [Salvo automaticamente]

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TUBERCULOSE
Trabalho de Epidemiologia
Profª Maria Thereza
Alunos:
Adriana Martins dos Santos Moraes de Carvalho
Daniele Cristina Penha da Silva Lopes
Graziele Utrini Leal Andrade
Izael Machado Viana
Nathália de Oliveira Pereira
27/05/13
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Em toda a história das conquistas territoriais, das colonizações, onde o homem civilizado chegou, levou também o bacilo da tuberculose, contaminando os nativos, os quais, sem defesas imunitárias, tiveram grandes perdas de vidas. Descreveram-se episódios semelhantes na colonização dos países da África, Ásia, América, e Polinésia. Frente este quadro repetido de forma monótona, Webb desenvolveu a tese de que "ante a terrível mortandade provocada pela tuberculose nessas populações expostas, essa doença foi um dos pontos cardeais, como maior aliado dos civilizados nas conquistas dos povos aborígenes".
Um fato para lembrar que na colonização do Brasil vieram jesuítas e colonos, na maioria tuberculosos, para cá atraídos e destacados pelos "benefícios do clima ameno". Eles contaminaram os índios, tuberculisando-os em massa, na primeira fase da colonização. Em cartas de Inácio de Loyola (1555) e de Anchieta (1583) dirigidas ao Reino, está descrito que "os índios, ao serem catequizados, adoecem na maior parte com escarro, tosse e febre, muitos cuspindo sangue, a maioria morrendo com deserção das aldeias".
Na atualidade, na década dos anos 1990, morreram de tuberculose no mundo 30 a 35 milhões de pessoas, não obstante a quimioterapia, sendo que quase todas, como foi dito atrás, nos países em desenvolvimento (98,8%).
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 0 tratamento da tuberculose, quando não havia tratamento
O tratamento de sintomas hemoptóicos perde-se nos tempos. As primeiras recomendações são de infusão de repolho, de pó de casca de caranguejo, de pulmão de raposa e de fígado de lobo em vinho tinto... O grande Avicena, mais romântico, receitava infusão de rosas vermelhas em mel, administrada por via traqueal! Para as hemoptises graves Erasistrato e Europhilus aplicavam garrotes nos braços e coxas, prática que ainda eventualmente se usa para diminuir o volume de sangue de retorno. É estranho e mesmo inexplicável como esses médicos tiveram essa ideia, visto que não se conhecia a circulação descoberta por Harvey no início do século 17.
Para melhorar a respiração e a tosse crônica há receitas persas de comer crocodilo cozido e hindus de pele de burro.
Por volta de 75 D.C., Diascoride resolveu empregar resina de múmias egípcias emulsionadas quase sempre em mel. Esse tratamento, só para pacientes muito ricos, foi empregado por séculos. Luis XIII e o primogênito de Luis XV, foram assim tratados.
Sete tipos de tratamentos, constituindo o "septeto da panacea", porque eram indicados para todos os males, foram: sangria, purgativos, ventosas, vesicatórios, eméticos, sanguessugas e clisteres. Os seis primeiros constavam do "armamento antituberculoso", de todos os centros médicos. A sangria, cuja técnica de aplicação foi estipulada por Galeno, foi fartamente praticada até quase o final do século 19. Indicavam-se até para os doentes hemoptóicos, imaginando-se que retirando sangue do paciente diminuiriam as hemoptises. Com isso os doentes tornavam-se anêmicos, debilitando-se mais ainda. Sua voga era tão larga que foi satirizada notadamente por Moliére e Byron.
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Tisiólogo da fase pré-quimioterápica
Do tisiólogo brasileiro quase nada se escreveu na nossa literatura. Eles encaravam a tuberculose, de forma romântica, no sentido de que não se via a luz do túnel de um gravíssimo problema de saúde pública. Eram movidos tão somente pela sua fé e ideal que lhes davam forças para um trabalho persistente, desgastante. Pelo longo tempo de convívio com os pacientes, integravam-se nas suas vidas, partilhando dos seus dramas, tragédias e angústias.
 
Aconselhavam, eram árbitros para dirimir as discórdias e abandonos familiares. Médicos sacerdotes. Paralelamente, muitos deles dedicaram-se à luta no plano geral. Organizavam e promoviam cursos de divulgação, atualização e de especialização, fizeram escola, e quando em 1946 foram oficialmente criadas as cátedras de tisiologia, por meio de memoráveis concursos, tornaram-se catedráticos universitários. Participaram e assumiram a direção de órgãos oficias de saúde de controle da tuberculose, nos âmbitos nacional e estaduais. Alguns destacaram-se como técnicos em órgãos internacionais de controle da tuberculose. 
Enriqueceram a literatura científica, com livros e artigos publicados. Em suma, na história da luta contra a tuberculose, muito se deve a esses tisiólogos, que além de técnicos atuando com a visão de saúde pública, ou embrenhados na clínica, bacteriologia, fisiopatologia e outros ângulos da complexa problemática da tuberculose, agiam junto aos doentes com romantismo e até lirismo, para minorar seus sofrimentos físicos e psíquicos, transmitindo-lhes alívio e esperança, embora sofrendo também, por saber que esse lenitivo quase sempre era ilusório, ante a realidade fatal na maioria das vezes.
Na época pré-quimioterápica, estudos realizados em grupos de doentes bacilíferos, não tratados, mostravam que, dois anos após o diagnóstico, 50% morriam, 25% tornavam-se crônicos ativos e 25% curavam-se espontaneamente. Nesta época, não tínhamos condições laboratoriais e nem serviços de referência em tuberculose para  afirmamos que esses 25% tratavam-se de bacilos multidrogas resistentes (MDR). A introdução dos fármacos tuberculostáticos mudou o curso da doença e a incapacidade era reconhecida durante todo o período do tratamento que no esquema clássico standard: estreptomicina, isoniazida,ácido poraminossalicílico (SM + INH + PAS) variava de 12 a 18 meses.
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 Descoberta do bacilo da tuberculose
No dia 24 de março de 1882, o médico alemão Heinrich Hermann Robert Koch anunciava a identificação do bacilo causador da tuberculose.
Robert Koch anuncia sua descoberta  
O homem magro e de estatura mediana inicia sua apresentação lentamente, com certa hesitação. Os convidados ouvem com atenção e, talvez, alguns já comecem a suspeitar de que serão testemunhas de um marco na história da ciência. O colega Robert Koch, na época com 38 anos, anuncia a descoberta do causador da tuberculose, batizado por ele como “bacilo da tuberculose”.
“Em função das minhas inúmeras observações, considero provado que em todos os casos de tuberculose, em pessoas e animais, é encontrado o que chamei de bacilo da tuberculose. Um microorganismo que, através de suas características peculiares, diferencia-se de todas as outras bactérias conhecidas.”
Na época, além do fato de que era maligna e infecciosa, não se sabia muito mais sobre a tuberculose. A doença – também conhecida como tísica pulmonar – podia arrebatar um paciente em poucas semanas, outros sofriam durante anos antes de morrer. Dos 50 milhões de alemães, um milhão sofriam de tísica. Oitenta mil morriam todos os anos da doença. E um em cada sete europeus perecia de tuberculose. 
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O pânico do escarro
Com a descoberta do bacilo da tuberculose, Koch afinal comprovou o que Pierrre Dasault afirmou em 1733 que a tuberculose se transmitia pelo escarro, e alertou da necessidade de esterilizá-lo, "para torná-lo inofensivo, suprimindo o contágio".
De início todos os médicos tuberculosos ou suspeitos de sofrerem da doença apressaram-se a examinar sua expectoração, que era neles freqüente, pois a maioria fumava cachimbo. Caso dramático foi de Herlich, ideador das cadeias laterais e descobridor do Salvarsan 606 para tratamento da sífilis. Amigo de Koch, pediu a este uma cultura do bacilo para estudar novo processo tintoreal. Entre os escarros que examinou incluiu o de sadios, para controle, inclusive o seu. Sua triste surpresa foi constatar que estava marchetado de bastonetes vermelhos, fazendo assim diagnóstico de sua tuberculose. Livingston Trudeau, que se julgava curado de sua tuberculose, teve a surpresa de constatar que sua expectoração era bacilífera.
Como disse em sua autobiografia, se ao receber o diagnóstico de sua doença, ficou siderado e o mundo se tornou sombrio, muito mais agoniado e como que paralisado, por ainda estar doente quando pensava estar curado.
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 O charlatanismo na tuberculose
Com a descoberta do agente causal da tuberculose, após o desastre da terapêutica tuberculínica e outras decepções com a soroterapia, antigenoterapia e de outros produtos biológicos extraídos do bacilo, por uns tempos, até os anos 20 deste século, abriu-se vazio propício à proliferação do charlatanismo.
No início do século 20, laboratórios e médicos anunciavam a cura da tuberculose com o Xarope Pantauberge. Hemoglobina Dalloz, contra as formas ganglionares, era vendida em toda a Europa. queijos e outros produtos laticínios anunciavam "Camembert preparado com leite antituberculoso
Nessa onda, os fabricantes de "; produtos preparados com leite de estábulos indenes de tuberculose, a Nestlé vendia um "leite bactericida" e chocolate confeccionado com "leite de vaca indene de tuberculose". Em vários países, empresas faziam propaganda de "leite antituberculoso".
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Sobre alguns tuberculosos célebres
Os personagens que viveram antes de 1840, mencionados como portadores de tuberculose, eram na época chamados "tísicos". O termo tuberculose só foi criado em 1839, por Schoenlein, que aproveitou a raiz "tubérculo", nome dado ao nódulo lesional por Sylvios Deleboe em 1680.
Tuberculosos célebres que figuram nas principais enciclopédias são: 16 reis e imperadores, duas rainhas, 53 com titulagem de nobreza, 101 escritores, 110 poetas, 40 cientistas, 8 filósofos, 16 músicos, 9 pintores e 9 santos católicos. É interessante destacar que grande número desses tísicos teve laringite como complicação do processo pulmonar, tendo muitos deles morrido sufocados.
Esse pequeno grupo de 364 tísicos amalgamou a tuberculose à história cultural das manifestações criativas e à dramaticidade da doença.
Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil, que fez a independência em 1822, aos 24 anos, nasceu em Queluz, Portugal, em 1798, filho de João e Carlota, e lá faleceu aos 36 anos de tuberculose e sífilis
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Médicos de renome internacional
Começamos com médicos famosos. Bichat, no início do século 19, morreu tuberculoso com laringite sufocante. Sua contribuição anatomopatológica da doença foi importante, sendo o primeiro a vincular definitivamente a laringite com a tísica.
René Jacinto Teófilo Laennec contraiu a tuberculose infectando-se durante os estudos anatomopatológicos, como se descreverá mais adiante. Vindo da província, logo tornou-se professor. Aprofundou seus estudos na clínica experimental e anatomopatológica, entrando para a história como um dos maiores tisiólogos do século 19. Seu grande mérito foi o de dar unidade às lesões tuberculosas, demonstrando que as diferentes lesões, encontradas nos tísicos, eram todas manifestações de uma única doença, "equivalendo, por exemplo, às diferenças aparentes de um mesmo fruto, quando verde e depois maduro". Toda a sua demonstração está condensada no Tratado de Auscultação Mediata, título relacionado com o estetoscópio que inventou. Na época suas ideias foram submersas por Broussais, notável orador, que sustentava a inflamação como geradora de todas as doenças.
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A tuberculose no Brasil poética e literatura
A poética no Brasil por todo o tempo até o final da primeira metade deste século está quase toda impregnada pela tuberculose. Passa de quarenta a relação dos vates vitimados pela tuberculose, entre os notórios e os menos conhecidos. A imensa maioria faleceu entre os 21 a 35 anos de idade. Eram jornalistas, advogados, rábulas, funcionários públicos, todos boêmios vivendo a noite nos bares, botequins, discutindo, bebendo e fazendo versos. Poetas pré-românticos, românticos, parnasianos e modernistas, conforme seu temperamento e evolução da doença, extravasaram seus sentimentos, uns sarcásticos, amargos, outros romantizando seus sofrimentos e outros ainda, flegmáticos, ironizando sua sorte.
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Poetas Brasileiros
Castro Alves, baiano, com 23 anos compôs estes dramáticos versos, alta madrugada, num bar do Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito, em São Paulo:
 “Eu sei que vou morrer... dentro do meu peito
um mal terrível me devora a vida.
Triste Assaverus, que no fim da estrada
só tem por braços uma cruz erguida
Sou o cipreste qu'inda mesmo florido
Sombra da morte no ramal encerra!
Vivo - que vaga entre o chão dos mortos,
Morto - entre os vivos a vagar na Terra.”
Manuel Bandeira aos 18 anos Bandeira descobriu-se tuberculoso, um diagnóstico quase fatal na época. Foi desenganado pelos médicos e passou boa parte da vida esperando pela hora de morrer --o que ocorreu apenas em 1968, quando ele tinha já mais de oitenta anos.
 É por isso que a doença é uma constante em sua obra, como ele mesmo coloca:
"E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
deixando um acre sabor na boca.
" Eu faço versos como quem morre. 
 “Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos,
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Casimiro de Abreu– No Leito velou a angústia do futuro que o esperava:
 “.A febre me queima a fronte
E dos túmulos a aragem
Roça-me a pálida face
Mas no delírio e na febre
Sempre teu rosto contemplo. 
Eu sofro; o corpo padece
E minh'alma se estremece
Ouvindo o dobrar de um sino.”
Augusto dos Anjos Nenhum poeta foi tão amargo e sarcástico ante a tuberculose . Entre muitas de suas poesias no mesmo tom patético destacam-se estas duas quadras:
 “Falar somente uma linguagem rouca,
Um português cansado e incompreensível, 
Vomitar o pulmão na noite horrível 
Em que se deita sangue pela boca! 
Expulsar aos bocados, a existência 
Numa bacia automata de barro 
Alucinado, vendo em cada escarro
O retrato da própria consciência...”
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 A ERA DOS SANATÓRIOS
 NO BRASIL
Campos do Jordão – SP
 – 1880s: afluxo de enfermos – 1914: ferrovia – 1930s: 15 sanatórios
•Garanhuns – PE: Tavares Correia (1929)•Complexo de Curicica – RJ (1951, 1200 leitos)
•Santa Casa da Misericórdia (1930s, 60 leitos)
•Sanatório de Messejana (1933, 20 leitos)
No século 19, surge a ideia do tratamento dos tísicos em estabelecimentos fechados, onde deviam permanecer e receber alimentação adequada. Esse conceito foi considerado absurdo por ser a antítese do recomendado durante séculos, o repouso entremeado com exercícios, galopadas a cavalo e outras extravagâncias. As primeiras sugestões sobre o sanatório foram de Brehmer, mas as bases científicas foram propagadas por Dettweiller, que lutou durante 20 anos para, em 1860, afinal, impor suas concepções. A maior responsabilidade pela estruturação prática dos sanatórios é devido a enfermeira Florence Nightingale, que conviveu com sua tísica crônica
 Para contar a vida dos tuberculosos nos nossos sanatórios e nas estâncias climáticas, destaca-se o romance de Dinah Silveira de Queiroz, "Floradas na serra", passado em Campos do Jordão; aborda as reações e dramas dos doentes nos sanatórios, a angústia face à doença, ao abandono e afastamento dos familiares. Episódios amorosos com internados, a dificuldade da readaptação à vida normal. Uma jovem adiciona à doença o sofrimento que lhe ocasiona a paixão por seu médico assistente. A autora contou-nos que o personagem Dr. Celso, na vida real tornou-se notório tisiólogo. "Floradas na serra" fez sucesso no cinema e em novela de televisão.
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Até a descoberta e desenvolvimento das drogas tuberculostáticas, o tratamento da tuberculose baseava-se no repouso ao ar livre em 'sanatórios' especializados, onde metade dos pacientes falecia. A radiografia de tórax logo demonstrou a natureza cavitária da doença e o tratamento de alguns pacientes incluía a cirurgia de obliteração da cavidade infectada ou 'caverna
tuberculosa'. Em 1946, a estreptomicina passou a ser utilizada para combater o bacilo, já mostrando algum sucesso. Em 1952, surgiu a isoniazida e, em 1970, a rifampicina, estes últimos revelando-se agentes anti-tuberculosos de extrema eficácia. A partir de então, a maioria dos pacientes tratados obtinha a cura, sem a necessidade de 'sanatórios' ou 'colapsoterapia' das lesões cavitárias. A doença passou para as mãos do clínico; os pacientes passaram a ser internados em hospitais comuns e a letalidade despencou de 50% para menos de 10%.
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A VACINA BCG
 História
 Em 1909, Albert Calmette e Camille Guerin, do Instituto Pasteur, comunicavam Academia de Ciências Francesa o desenvolvimento de um bacilo de virulência atenuada, proveniente de sucessivas culturas em bile de boi, com capacidade imunizante contra a tuberculose. Era o BCG, que, após uma série de testes, passou a ser regularmente utilizado como vacina. Primeiro imunizante bacteriano atenuado, o BCG foi introduzido no Brasil em 1925 e é atualmente aplicado em crianças recém-nascidas.
Em 1925, as experiências no Instituto Pasteur, do microbiólogo Albert León Charles Calmette, dão como resultado uma substância que se pode considerar como a primeira vacina do século XX. Partiram pela base de que a imunidade contra a turbeculose só era possível quando havia no organismo bacilos turbeculosos. No princípio a vacina foi testada em animais, e em 1921 se fez a primeira aplicação em um ser humano. Inicialmente administrada via digestiva a crianças nos primeiros dias de vida em uma emulsão de glicerina.
A vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin) é originária de cepas atenuadas, avirulentas do Mycobacterium bovis, após mutações genéticas e com propriedades imunogênicas protetoras contra a tuberculose (TB) e constituindo-se no Mycobacterium bovis BCG6.
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No Brasil, a vacinação BCG foi instituída em 1925, por influência do Prof. Arlindo de Assis, com o emprego da cepa Moreau - Rio de Janeiro. Até 1973 foi usada por via oral e desde então pela via intradérmica, segundo determinação do Ministério da Saúde (MS). Há consenso na literatura mundial de que o BCG intradérmico é eficaz contra as formas graves de TB, como meningoencefalite e TB miliar. A vacina deve ser aplicada o mais precocemente possível na infância, de preferência nas maternidades ou no primeiro mês de vida.
No Brasil, o uso de BCG é prioritário em crianças de 0 a 4 anos, sendo obrigatória para menores de 1 ano, de acordo com a Portaria n.º 452 de 6/12/76 do Ministério da Saúde (MS).
Até recentemente, não haviam sido realizados estudos sobre a efetividade da vacina BCG na proteção de formas pulmonares da TB. Os estudos existentes até a década de 1980 eram, na maioria, ensaios clínicos, cujos resultados foram conflitantes. Havia o êxito da experiência inglesa, cuja eficácia vacinal foi de cerca de 80%; porém outros ensaios - americanos e africanos - inclusive o último dos grandes ensaios clínicos, conduzido em Madras, na Índia e desenvolvido para dirimir as dúvidas sobre a vacinação BCG existentes até o fim da década de 1970 - não mostraram eficácia da vacinação BCG. 
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Desde que o alemão Robert Koch anunciou a descoberta do bacilo da tuberculose, em 1882, a prevenção e o tratamento da doença desafiam cientistas em todo o mundo. E pela dimensão que essa doença infecto-contagiosa alcança na atualidade, torna-se particularmente importante o desenvolvimento de uma nova vacina contra a tuberculose por uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, coordenada pelo professor Célio Lopes Silva.
Segundo Célio Silva, o trabalho começou em 1990, quando ele foi para Londres fazer seu pós-doutoramento. Naquela época, já se sabia que a BCG (Bacilo Calmette-Guérin), uma vacina viva baseada no Mycobacterium bovis atenuada para uso humano em 1921 (vacina de primeira geração), não conferia proteção satisfatória contra a tuberculose. Os antígenos purificados da BCG (vacinas de segunda geração) também não induziam a proteção tanto desejada.
Partindo-se do princípio de que o Mycobacterium tuberculosis, o agente causador da tuberculose, se esconde dentro das células humanas e não é atingido pela ação dos anticorpos, seria necessário estimular os linfócitos T CD8 (uma das principais células de defesa de nosso organismo), capazes de destruir especificamente as células infectadas pelos bacilos. Esses linfócitos são estimulados somente quando os antígenos (proteínas do bacilo) são produzidos dentro de células, os macrófagos, como acontece nas infecções virais.
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"Esse princípio foi o ponto de partida para iniciar o projeto", afirma Célio Silva. Foi tomado um pedaço de DNA (o código genético contendo a mensagem para a célula fazer o antígeno) e inserido num retrovírus fabricado em laboratório pelas técnicas de engenharia genética. As células (macrófagos) infectadas com esse retrovírus recombinante sintetizaram os antígenos, estimularam os linfócitos T CD4 e T CD8 e induziram proteção contra infecção por M. tuberculosis. "O delineamento experimental para fazer a vacina estava estabelecido", declara o pesquisador. De volta para Ribeirão Preto, Célio Silva não mediu esforços para arranjar um sistema mais prático e seguro para fabricar os antígenos dentro das células, uma vez que o processo de infecção com retrovírus era mais um fator de risco para a saúde da população. Por sorte os primeiros experimentos com vacinas gênicas estavam se iniciando em diversas partes do mundo. A vacina de DNA, ou vacina gênica, que está revolucionando o campo, é baseada num pedaço do código genético do agente causador da doença. "Aplicado por meio de injeção intramuscular, esse DNA cria condições para a produção da proteína antigênica pelas próprias células do indivíduo vacinado", segundo Célio Lopes Silva e colaboradores em trabalhos publicados em várias revistas internacionais.
Segundo Célio Lopes o princípio da vacina é o seguinte: primeiro os pesquisadores isolam um segmento de DNA da bactéria causadora da tuberculose e o enxertam em outras bactérias para que estas possam produzi-lo em grande quantidade. Como o segmento de DNA se incorpora ao genoma dessas bactérias, à medida em que reproduzem, ele se multiplica. Em seguida os cientistas purificam o segmento e o adicionam a uma solução. Ao ser aplicada, o segmento de DNA na solução penetra nas células humanas, que passam a reproduzi-lo de forma semelhante. O sistema imunológico humano reconhece o organismo invasor e passa a produzir anticorpos para combatê-lo.
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A Farmacore, microempresa paulista de base biológica juntamente com o instituto Milênio de Pesquisas em Tuberculose (IMPT) e o Núcleo de Pesquisas em Tuberculose (NPT) da Faculdade de Medicina de Ribeirão preto da USP, está desenvolvendo o DNA-hsp65, um biofármaco para imunoterapia da tuberculose que recebeu recursos da FINEP através da Subvenção Econômica. A cura da Tuberculose depende essencialmente do bom funcionamento do sistema imunológico que, comprometido em indivíduos infectados, ão consegue controlar a infecção e eliminar os bacilos. "A administração dessa vacina terapêutica muda o padrão de resposta imune nos indivíduos infectados, levando á cura", conta Célio Lopes Silva, consultor científico da Farmacore.
A vacina está na fase de ensaios pré-clínicos, ou seja, em ratos e camundongos. Os testes em seres humanos devem começar em 2010 ou 2011. Segundo o médico o biofármaco pode se tornar a primeira vacina terapêutica do mundo, com a propriedade de curar os indivíduos infectados, doentes, pacientes com a batéria resistente e pacientes coinfectados com tuberculose e AIDS: "o conceito é diferente da BCG, por exemplo, que é uma vacina preventiva para a tuberculose" explica Célio Silva. A previsão é de que a vacina esteja no mercado em quatro ou cinco anos. 
O uso da imunoterapia para prevenção
e tratamento da tuberculose tem surgido como excelente alternativa terapêutica e pesquisas nesta área vem sendo feitas por instituições internacionais como a OMS, a STOP-TB e a Bill gates Foundation. O DNA-hsp65 é ainda de fácil obtenção e pode ser formulado em sistemas de liberação em dose única. A Farmacore diz acreditar que a introdução deste produto no mercado trará ganho substancial para a sociedade, tanto do ponto de vista econômico, quanto do social, uma vez que a tuberculose age principalmente sobre os mais pobres e economicamente ativos (pessoas entre 15 e 50 anos). A OMS estima que a tuberculose atinja a um terço da população mundial e mate 5 mil pessoas por dia. Os países em desenvolvimento registram 95% dos casos e 98% das mortes pela doença. Só no Brasil são 128 mil novos casos por ano. 
Fonte:  http://www.fapesp.br/ciencia435.htm
acesso em dezembro de 2001
Jornal do Brasil 21.09.2000 página 12 (Ciência) http://www.comciencia.br/reportagens/tuberc/tuberc1.htm 
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O que é Tuberculose ?
A tuberculose é uma doença respiratória transmitida pelo ar,potencialmente letal causada pelo Bacilo de Koch,cientificamente denominado Mycobacterium Tuberculosis.Ela causa sintomas como 
Tosse crônica que com passar dos dias torna-se uma tosse com sangue ou com pus e seu tratamento deve ser feito através de administração de antibióticos durante muitos meses seguidos.
Sintoma da tuberculose.
Tosse seca persistente por mais 21 dias;
Tosse com sangue ou pus após este período;
Emagrecimento;
Cansaço
Anorexia;
Dor torácica;
Dificuldade respiratória
Febre ao final do dia
Suor noturno ao ponto de ser necessário trocar de pijama.
Transmissão da tuberculose
A transmissão da tuberculose ocorre através da inalação do ar contaminado pelo paciente ao tossir.
Durante a gestação se a mãe estiver com tuberculose o bebe poderá adquirir antes ou depois do nascimento por respirar o líquido amniótico infectado. 
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Mycobacterium Tuberculosis
Pertence ao microcosmos, protegido por forte e espessa carapaça cero-lipídica. Seu genoma contém 4.000 genes, dos quais 3.924 já decodificados e 4.411.529 pares de bases nucleotídeos. Diariamente identificam-se novas funções dos genes e novos epítopos. Esses conhecimentos, após 120 anos de sua descoberta, abrem-se enfim melhores perspectivas para enfrentá-lo e destruí-lo.
Por enquanto continua vitimando milhões de seres humanos, sendo o maior responsável pela mortalidade nos adultos, e configura-se como o maior agente isolado de morte entre as doenças infecciosas.
Entretanto, a estratégia para barrar sua propagação é simples e do menor custo entre as ações de saúde, que é o DOTS (Directly Observed Treatment Short Course), s DOTS (Inglês, Diretamente Observado tratamento de curta duração ) Estratégia é uma luta contra a tuberculose recomendado pela OMS 1.Ele se baseia em cinco elementos:
a vontade política dos governos sobre o financiamento e organização;
triagem por exame bacteriológico de qualidade
um tratamento padronizado e com a monitorização de suporte do doente;
logística farmacológica eficaz;
uma avaliação da situação constante.
 
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 O objetivo é o de prevenir o desenvolvimento de bactérias resistentes aos ( bacilo da tuberculose ) para antibióticos devido a tratamentos não controlados.A política de tratar de forma mais barata, deixando de lado o caso de vários resistores têm o efeito perverso de multiplicar o tratamento adequado para os casos multirresistentes estão agora integrados na estratégia DOTS-plus 2 . 
 Esta estratégia está associada à introdução de medicamentos de segunda linha na lista de medicamentos essenciais da OMS e da sua disponibilidade a baixo custo aos pobres., congregando a Organização Mundial de Saúde, a União Internacional Contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares, a Real Associação Holandesa de Tuberculose, a Associação Americana de Pulmão, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC-P) e o Banco Mundial.
 A prioridade da aplicação da estratégia DOTS será nos 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose do mundo, em cujo grupo o Brasil está inserido. Em dezembro de 1999 o Ministério da Saúde instituiu o Plano Nacional de Controle da Tuberculose, no qual está incluída a estratégia DOTS.
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O pneumologista Frederico Leon Arrabal Fernandes, médico responsável pelo Laboratório de Função Pulmonar do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas FMUSP (InCor), esclarece as medidas preventivas, diagnóstico precoce e tratamentos para o combate à doença. 
1- Qual é a causa da tuberculose e de que forma ela é transmitida? 
A tuberculose é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis. Essa bactéria pode ser transmitida de uma pessoa para outra através da tosse. Ela também pode estar dormente no organismo de um indivíduo, e ficar ativa quando existe a queda da imunidade.  
 2- Como é feito o diagnóstico da doença? 
Pessoas que apresentam sintomas como tosse,emagrecimento, febre baixa e sudorese noturna persistindo por mais de duas semanas devem ser examinadas. Em longo prazo, pode haver a falta de ar e progressiva dificuldade para respirar, tosse com sangue (hemoptise) e até a morte. Uma radiografia de tórax pode orientar o diagnóstico que é confirmado pela coleta de escarro e pesquisa do bacilo. 
3- Quais órgãos são afetados pela doença? 
O órgão mais afetado é o pulmão, mas a tuberculose pode afetar diversos outros sistemas e áreas do organismo como os ossos, podendo causar fraturas espontâneas e dor, a pele, levando a lesões que podem virar úlceras, o sistema nervoso central, o que pode causar meningite levando a dores de cabeça e, eventualmente, confusão mental e coma. Além disso, o intestino pode ser atingido, prejudicando a absorção de alimentos e causando obstrução intestinal, os olhos e a retina, causando perda parcial ou total da visão. Habitualmente, a tuberculose extra-pulmonar acomete quem tem algum comprometimento acentuado da imunidade e costuma ser associada à doença pulmonar. 
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 4- Quais são os tratamentos disponíveis para a tuberculose? 
Ao contrário do que se pensa, tuberculose tem cura. A tuberculose é tratada com antibióticos específicos controlados. O tratamento utiliza quatro medicações associadas por dois meses e, depois, dois antibióticos por mais quatro meses. Esses remédios são combinados em um comprimido para facilitar a aderência ao tratamento. Quando a doença atinge outros órgãos como ossos e sistema nervoso central, ou quando o paciente tem alguma deficiência na imunidade, no caso da Aids, por exemplo, o tratamento deve ser estendido por nove até 12 meses. 
5- O que acontece se este tratamento for interrompido? 
Quando interrompido, o paciente volta a desenvolver sintomas progressivos, passa novamente a transmitir a doença e ela pode adquirir resistência aos medicamentos antimicrobianos, sendo necessário aumentar a quantidade de medicação e o tempo de tratamento total. 
 6- A tuberculose, depois de curada, pode voltar a aparecer no mesmo paciente? 
Quando adequadamente tratada, o paciente é considerado curado. Mas a chance de ficar novamente doente é igual a de alguém que nunca teve a infecção. 
7- Como prevenir a tuberculose? 
Medidas de saúde pública, como rastrear e diagnosticar precocemente os portadores de tuberculose e seus contactantes para iniciar o tratamento o mais rápido possível é a melhor forma de cortar a corrente de contágio da doença. Para ter a ideia da eficácia disso, em menos de duas semanas de tratamento adequado, o paciente já não transmite mais o bacilo. 
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Conheça mais sobre a tuberculose
A infecção pelo bacilo inicia-se pelos pulmões, mas pode se alastrar por todo o corpo. Nem todo mundo vai desenvolver a tuberculose ativa e alguns permanecerão com a bactéria adormecida no organismo, tendo
tido ou não infecção pulmonar ativa. Essa bactéria pode ficar alojada durante anos em qualquer parte do corpo, como cérebro, meninge, rins, intestinos, coração, linfonodos, ossos etc.. apenas à espera de uma queda no sistema imune para voltar a multiplicar-se.
As infecções extra-pulmonares normalmente ocorrem anos depois da infecção pulmonar ou mesmo da contaminação assintomática. O quadro em geral é de febre persistente e emagrecimento importante sem identificação da causa.
Drogas com ação sobre o bacilo da tuberculose:
 Rifampicina  (R)              Tiossemicarbazona (Tb1)
Isoniazida (H)                 Ác. para-amino-salicílico (P)
Pirazinamida (Z)             Capreomicina (CM)
Estreptomicina (S)          Viomicina (VM)
Etambutol (E)                  Terizidona (TZ)
Etionamida (Et)               Morfazinamida (MZ)
Kanamicina (KM)            Protionamida (PT)
Cicloserina (CS)               Derivados quinolônicos
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Brasil mais de 57 milhões de infectados
O Brasil é o 16º país com maior incidência de tuberculose no mundo, porém, ao contrário do que muitas vezes é divulgado, esta incidência tem caído substancialmente nos últimos anos. Em 1999 a incidência era de 51 casos para cada 100.000 habitante. Em 2007 já havia caído para 38 por 100.000. Rio de Janeiro e Amazonas são os estados com o maior número de casos (incríveis 73 por 100.000). Portugal é um dos países da Europa com maior taxa, aproximadamente 32 casos por 100.000. Só como comparação, a Alemanha tem 6 casos por 100.000 habitantes.
Atualmente 1/3 da população mundial está infectada pelo bacilo de Koch. O fato é que apenas 10% das pessoas que entram em contato com a bactéria desenvolvem sintomas de tuberculose. Esta resistência se dá pelo nosso sistema imunológico que é bastante competente em impedir a progressão da doença. 
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 Tuberculose infecta 3000 todos os anos
Todos os anos cerca de três mil pessoas em Portugal são infectadas com o bacilo de Koch e adoecem de tuberculose. Segundo a Direção-Geral da Saúde, o número de novos casos diagnosticados em 2007 ascende a 3158, incluindo casos novos e retratamentos. Desses , 2695 são portugueses e 422 imigrantes.
 14 de Março, 00h38 
Por:Cristina Serra
 José Luís reconhece que foi a doença que o tirou das ruas e das drogas duras
 Apesar de ter cura, esta epidemia silenciosa mata. Em 2006 morreram no nosso país 136 pessoas.
 Em 2007, o número de pessoas que morreram com tuberculose e outras doenças associadas subiu para 149, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).
 Esta doença infecto-contagiosa cura-se com antibióticos e a quase totalidade das pessoas infectadas pela primeira vez fica tratada ao fim de seis meses se não interromper os tratamentos e seguir à risca as indicações clínicas. Em 90 por cento dos casos a cura é alcançada.
CASOS DIFÍCEIS
 Porém, há doentes que não se curam e tornam-se crónicos porque nem todos os tuberculosos seguem as terapêuticas prescritas pelos médicos. Os casos mais difíceis de tratar são os dos chamados grupos de risco, designadamente toxicodependentes, sem-abrigo, alcoólicos, pessoas com perturbações mentais, que por norma são resistentes a fazer tratamentos e interrompem-nos regularmente.
Reconduzido na missão de Enviado Especial das Nações Unidas para a Luta contra Tuberculose, assume-se como advogado da doença e alerta opinião pública e líderes políticos para esta ameaça.
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Correio da Manhã – Em 2006 escreveu um editorial no ‘CM’ intitulado 'A tuberculose, uma doença esquecida'. Continua esquecida?
Jorge Sampaio – Está porventura menos esquecida e também menos negligenciada, mas nem por isso a tuberculose [TB] deixa de ser um problema de saúde pública global. Continuam a morrer cerca de 1,7 milhões de pessoas por ano, ou seja, 4500 por dia. E as formas mais graves da TB, as multirresistentes e ultrarresistentes, estão a aumentar.
– Há vontade política para combater a tuberculose?
 – A tuberculose está hoje na agenda mundial da saúde pública. Dispomos de um plano global de luta contra a tuberculose de grande qualidade técnica e até há mais recursos disponíveis. Há mais vontade política do que havia no início deste século. Mas será suficientemente firme e determinada? Não creio!
– O agravamento das condições econômicas vai piorar este problema de saúde pública?
– É sabido que a tuberculose é sobretudo uma doença da pobreza e do subdesenvolvimento e que, por consequência, é um bom barómetro das condições sócio-económicas das populações. Por isso, não me espantaria que um agravamento da situação económica se venha a repercutir num aumento da incidência da TB.
– Cada tratamento custa vinte euros. Porque é tão difícil o combate eficaz da doença?
– Porque não é só o tratamento em si que conta, mas toda a envolvente sócio-económica. Como a TB está quase sempre ligada a condições de vida precárias, como má nutrição, deficiente higiene, alojamentos degradados, o controlo da TB acaba por ficar refém do círculo vicioso da pobreza e do subdesenvolvimento.
– Em 2006 surgiu a forma mais grave da doença – a tuberculose extensivamente resistente (XDR). O que falhou para aparecer esta forma da doença?
– Em última instância, falharam a gestão dos cuidados de saúde e o programa de controlo da tuberculose, pois a multirresistente e a ultrarresistente são artefactos puramente humanos, derivados da incúria. É necessário reforçar os meios de prevenção e de tratamento da tuberculose multirresistente, derivada do uso inapropriado de antibióticos, e da tuberculose ultrarresistente, especialmente crítica nas áreas de grande prevalência de VIH/sida, que fez disparar o número de vítimas mortais.
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Índices brasileiros para BK
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Rio de janeiro 
No Brasil, o estado campeão é o Rio de Janeiro, com uma alarmante a taxa de incidência é de 89,32 contra uma média nacional de 47,2 por 100.000 habitantes. E, na cidade do Rio de Janeiro, são as comunidades, como:
Rocinha, Maré as áreas que apresentam maiores índices, conjugando pobreza, acesso inadequado aos serviços de saúde, além de baixa adesão ao tratamento e epidemia HIV/Aids.
A falta de informação, o preconceito contra a doença e contra os doentes potencializa o quadro acima descrito.
 Numa destas comunidades no Rio de Janeiro, há alguns dias, um morador relatava que um vizinho havia falecido por tuberculose:” Ele tinha vergonha da doença, a família procurou esconder; não se tratou, acabou morrendo.” 
Outro aspecto a ser destacado é que a tuberculose acomete principalmente a população economicamente ativa, com índices maiores entre as pessoas de 19 a 49 anos no Brasil. Muitos pacientes têm receio de que, se identificados no trabalho, possam ser demitidos, mesmo existindo legislação específica que garante o direito ao tratamento.
 Assim, a estressante intensificação do ritmo e as más condições do trabalho, a ameaça do desemprego, características da atual reconfiguração da formação econômico social brasileira, contribuem para agravar a situação. 
A não adesão ao tratamento acaba incrementando a tuberculose multidrogarresistente (resistência à rifampicina e à isoniazida), cujo tratamento é mais complexo e oneroso. O problema, que não é de simples solução, foi um dos temas em debate do 8° Congresso de Saúde Coletiva (agosto de 2006, no Rio de Janeiro).
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Novo teste diagnostica tuberculose 2 horas 
 25 de Março de 2013•12h29 • atualizado às 12h32
 http://noticias.terra.http://noticias.terra.com.br/brasil/sus
SUS vai oferecer teste rápido para tuberculose até o fim do ano
O exame pode detectar o bacilo causador da doença em duas horas 
O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira que vai disponibilizar na rede pública, até o final do ano, um teste rápido
para diagnóstico de tuberculose. O exame pode detectar o bacilo causador da doença em duas horas, além de identificar se o paciente tem resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento.
No exame tradicional, são necessários de 30 a 60 dias para realizar o cultivo da micobactéria e mais 30 dias para obter o diagnóstico de resistência à rifampicina. Com o novo teste, os índices de sensibilidade e de especificidade, segundo a pasta, chegam a 92,5% e 99%, respectivamente, o que diminui a possibilidade de um falso positivo.
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Draurio Barreira, informou que o teste rápido, chamado Gene Expert, já está sendo feito no Rio de Janeiro e em Manaus e será implantado em todos os municípios com mais de 200 novos casos de tuberculose notificados em 2012. O exame também será disponibilizado em localidades consideradas estratégicas, como cidades com grande população prisional ou indígena e em municípios de fronteira.
Para o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, o desafio do governo é combinar ações universais de prevenção e diagnóstico da tuberculose com estratégias específicas direcionadas para as chamadas populações mais vulneráveis (presos, índios e pessoas que vivem com HIV). "Por isso, a integração com a atenção básica é fundamental", avaliou.
A estimativa de gastos para a implementação da nova tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS) é R$ 12,6 milhões. Os recursos, de acordo com o ministério, serão usados para a aquisição de testes e de computadores com leitor de código de barras e impressora e também no treinamento de profissionais e saúde.
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Reportagens atuais sobre Tuberculose
 
 Brasil registra 70 mil novos casos de tuberculose no ano passado
 Frequência da doença é maior em pessoas com idades entre 25 e 34 anos
25 de março de 2013 | 16h 17 
AE - Agência Estado
Dados divulgados nesta segunda-feira (25) pelo Ministério da Saúde apontam que o País registrou 70.047 casos novos de tuberculose no ano passado, número 9,6% menor do que em 2002 - com 77.496. Em 2012, a taxa de incidência da doença foi de 36,1/100 mil habitantes, enquanto em 2002 era de 44,4/100 - o que representa uma queda de 18,6% no período. Em 2010, o número aproximado de óbitos foi de 4,6 mil e a taxa de mortalidade em 2,4/100 habitantes, informou o órgão, em comunicado. Foi celebrado no domingo (25) o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose.
 http://www.estadao.com.br/noticias/geral.htm
 Agências apontam falta de verbas contra ameaça global da tuberculose
18 de março de 2013 | 11h 36 
KATE KELLAND – Reuters
Cepas letais da tuberculose resistentes a múltiplas drogas estão se espalhando pelo mundo, e as autoridades precisam urgentemente de mais 1,6 bilhão de dólares por ano para enfrentá-las, disseram autoridades sanitárias globais na segunda-feira.
Em nota conjunta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo Global para o Combate à Aids, Tuberculose e Malária cobraram dos doadores um "financiamento significativo" para ajudar os especialistas a detectar todos os casos existentes da doença, tratando os mais sérios.
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"Estamos com a água pelo pescoço num momento em que precisamos desesperadamente ampliar nossa resposta à tuberculose resistente a múltiplas drogas", disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
A tuberculose costuma ser vista como uma doença do passado, mas o surgimento de cepas resistentes a várias drogas fez com que ela virasse na última década um dos mais prementes problemas sanitários do planeta.
De todas as doenças infecciosas, só o HIV (vírus que causa a Aids) mata mais gente.
Em 2011, 8,7 milhões de pessoas contraíram tuberculose, e 1,4 milhão morreram. A OMS diz que até 2 milhões de pessoas poderão estar contaminadas com cepas resistentes até 2015.
Mesmo a tuberculose comum tem uma cura demorada. Os pacientes precisam usar um coquetel de antibióticos durante seis meses, e muita gente abandona o tratamento. Isso, junto com o uso excessivo ou equivocado de antibióticos, tem contribuído para que o bacilo desenvolva resistência.
A tuberculose multirresistente consegue "driblar" dois remédios habitualmente usados, e uma forma ainda mais severa, conhecida como tuberculose extensivamente resistente a drogas, é capaz de sobreviver até mesmo a algumas drogas mais eficazes. A OMS disse que casos desse tipo foram localizados em 77 países em 2011.
Na Índia, médicos relataram também casos de tuberculose totalmente resistente, para a qual não há drogas eficazes.
A OMS e o Fundo Global calculam que haverá um déficit de 1,6 bilhão de dólares na quantia anual necessária para o combate à tuberculose em 118 países de baixa e média renda.
Se essa lacuna for preenchida, 17 milhões de pacientes de tuberculose -inclusive das cepas resistentes- poderiam ser totalmente tratados, salvando cerca de 6 milhões de vidas entre 2014 e 16, segundo as agências.
"É crítico que arrecademos a verba que é urgentemente necessária para controlar a doença", disse na nota Mark Dybul, diretor-executivo do Fundo Global. "Se não agirmos agora, nossos custos podem disparar. É investir agora ou pagar para sempre." 
 http://www.estadao.com.br/noticias/geral.htm
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