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Prof° Leandro R. Silva Aspectos Aeromédicos Pressão atmosférica é o peso que o ar exerce sobre a superfície terrestre. Sua manifestação está diretamente relacionada à força da gravidade e à influência que essa realiza sobre as moléculas gasosas que compõem a atmosfera. Atmosfera terrestre A atmosfera terrestre é a camada de gases que envolve a Terra e é retida pela força da gravidade, composta principalmente de nitrogênio, oxigênio e argônio. Os gases restantes são muitas vezes referidos como gases traços, entre os quais estão incluídos os gases do efeito estufa, como vapor de água, o dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e o ozônio. Atmosfera terrestre O peso normal do ar ao nível do mar é de 1 kgf/cm². Porém, a pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude. A 3000 metros, é cerca de 0,7 kgf/cm². A 8840 metros, a pressão é de 0,3 kgf/cm². Relação pressão x altitude Atmosfera terrestre A atmosfera divide-se nas seguintes camadas: Troposfera: camada mais interna, próxima à superfície e se eleva até aproximadamente 12 km, sendo mais espessa no Equador e mais fina nos pólos. É sua característica conter vapor de água na sua constituição. Nela ocorremos fenômenos meteorológicos. Sua temperatura diminui, em média, dois graus Celsius para cada mil pés de elevação, até -60°C, faixa conhecida como tropopausa, limite com a camada superior, a estratosfera. Estratosfera: camada imediatamente superior à troposfera. Devido à característica de estabilidade climática, é utilizada pela aviação de jatos comerciais de grande porte. Apresenta uma subcamada entre 15km e 35 km, denominada Ozonosfera, que contém 90%de todo ozônio do planeta. As moléculas de ozônio bloqueiam os raios ultravioletas solares e protegem a superfície da Terra dos efeitos dessa radiação. A temperatura inicialmente estável nas camadas internas se eleva a partir dessa sub-região. Mesosfera: camada entre 50 e 80 km na qual a temperatura volta a diminuir até - 95 °C na porção mais externa. Termosfera: Camada de espessura variável de acordo com a atividade solar entre 350 km a 700 km. A temperatura se eleva e chega a atingir 1500 °C. Exosfera, ou camada exterior: camada mais externa constituída por moléculas esparsas, com características semelhantes ao espaço. Zona indiferente: do nível do mar a 6.600 pés. O organismo humano em suas condições normais tolera bem e não altera sua fisiologia diante da redução do oxigênio disponível na atmosfera decorrente da elevação da altitude nessa faixa. Zona de compensação total: de 6.600 pés a 10 mil pés. O organismo humano em condições normais é capaz de usar mecanismos de compensação para manter seu funcionamento de forma eficiente e duradoura diante da redução do oxigênio secundária à elevação da altitude(hipóxia hipoxêmica). Essa compensação ocorre basicamente por reajuste dos sistemas circulatório e Pulmonar . Zona de compensação parcial: de 10 mil pés a 25 mil pés. O organismo humano utiliza os mecanismos de compensação diante da redução do oxigênio, porém essa compensação é parcial e temporária. O desempenho do organismo apresenta graus de deficiência de maneira proporcional à elevação da altitude, podendo cursar com falência com o passar do tempo de exposição. O uso de suplementação de oxigênio em ambientes com as pressões de gases correspondentes a essa faixa é necessário. Zona crítica: acima de 25 mil pés (7,6 Km). O organismo humano entra em colapso em pouco tempo, podendo advir inclusive o óbito, caso oxigênio suplementar não seja prontamente administrado. Cabine Pressurizada Definição Na aviação e viagem espacial, pressurização da cabine significa o bombeamento ativo de ar para dentro da cabine de uma aeronave. Tem a finalidade de manter uma pressão dentro da cabine adequada ao corpo humano durante o voo em altitudes elevadas. A pressurização que é necessária para voar acima dos 10.000 pés (3.000 metros) de altitude, mantém o interior do avião com uma pressão em torno dos 8.000 pés (2.400 m), independentemente da altitude real em que a aeronave esteja voando. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pressuriza%C3%A7%C3%A3o A diferença entre a pressão real (externa) e a artificial (interna) é conhecida como diferencial de pressão e varia para cada tipo de aeronave. A vedação de portas e janelas mantém a pressão interna; esta, por sua vez, impede a abertura de qualquer uma dessas saídas durante o voo, pois a pressão interna, que é maior, empurra as portas e janelas para fora da aeronave. Por isso, não é recomendado abrir uma porta de avião em voo, quando ele se encontra pressurizado. Como funciona a pressurização em um avião? O avião possui um sistema de compressores para bombear ar para dentro da cabine. A pressurização obedece a um programa pré-determinado e é mantida através de dispositivos, sensores de pressão e válvulas reguladoras, que se abrem para aliviar a pressão interna, uma vez que esta é sempre mantida mais alta que a externa, já a partir do solo. Porém a diferença de pressão é menor à medida que a altitude aumenta, para que nunca haja um excesso de pressão dentro da cabine. A pressurização não é simplesmente o ato de confinar ar a determinada pressão dentro da fuselagem. Deve-se ter renovação constante deste ar. O sistema de ar condicionado deve, então, insuflar ar pressurizado para o interior do avião. O sistema de pressurização se baseia em alguns componentes fundamentais: Fuselagem; Válvula de descarga (controle de pressão); Controlador de vazão. A fuselagem da aeronave é projetada para suportar pressões no sentido de dentro para fora. É por isso que nos momentos críticos de voo - decolagem e pouso - ela fica levemente pressurizada garantindo que o sentido da pressão não se inverta e fique de fora para dentro. No entanto, a diferença entre a pressão interna e externa não deve exceder o limite de aproximadamente 7,5 a 8 psi (dependendo do tipo de aeronave) por questões estruturais. A pressão é regulada em tempo real enquanto o avião realiza todo o seu voo, mantendo sempre os requisitos estruturais e de conforto humano. Sabe-se que o interior da aeronave deve ficar corretamente pressurizado. A pressão é obtida através do insuflamento do ar condicionado. Mas, então, como a pressão é controlada? A resposta é simples: pela válvula de descarga. A válvula de descarga, que nos modernos sistemas é controlada por um computador, deixa escapar a quantidade certa de ar de modo que a pressão da cabine fique no valor desejado. Despressurização É um evento raro. Pode ocorrer escape de ar por conta de um vazamento de uma porta ou janela, fazendo com que a aeronave tenha problemas em manter a Atmosfera artificial. Como consequência, cai a oferta de oxigênio dentro do avião, o que pode causar nos passageiros a chamada hipóxia. É ai que as máscaras de oxigênio entram em ação. A despressurização é o maior risco que passageiros e tripulação estão expostas em aeronaves que voam em elevadas altitudes. Pode ocorrer pela ruptura de uma janela, de um porta, de alguma estrutura da fuselagem ou ainda pelo colapso do sistema de pressurização. Fatores que interferem na velocidade de despressurização • Tamanho da cabine; • Diferencial de pressão; • Tamanho do orifício por onde o ar está escapando; • Despressurização Explosiva; • Despressurização Rápida; • Despressurização Lenta. Efeitos no corpo humano Um dos efeitos das condições atmosféricas à bordo das aeronaves no corpo humano pode ser a ocorrência de hipóxia, que significa baixo teor (concentração) de oxigênio. Trata-se de um estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos e pode ser causada por uma alteração em qualquer mecanismo de transporte de oxigênio, desde uma obstrução física do fluxo sanguíneo em qualquer nível da circulação corpórea, anemia ou deslocamento para áreas com concentrações baixas de oxigêniono ar. http://pt.wikipedia.org/wiki/Concentra%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxig%C3%AAnio http://pt.wikipedia.org/wiki/Anemia http://pt.wikipedia.org/wiki/Ar São os seguintes os sintomas apresentados: l Sonolência l Dor de cabeça l Alteração no julgamento l Tontura l Alterações visuais l Cianose l Inconsciência l Morte É comprovado que 1 em cada 3 passageiros sofre um desconforto nos ouvidos por causa da diferença de pressão atmosférica, principalmente nas subidas e descidas. Pode ocorrer dor e a perda de temporária da audição em alguns casos. As mudanças rápidas na pressão fazem com que o ”bolso” de ar formado dentro do ouvido se expanda durante a decolagem e contraia-se durante a descida. Para igualar a pressão, é sugerida uma pequena pressão tapando as narinas com os dedos ao mesmo tempo em que se tenta expirar pelo nariz, forçando a saída do ar. Por outro lado, se a pessoa está com um congestionamento sério, há o risco de lesão nos canais auriculares. Essa expansão do ar no organismo humano pode também causar desconfortos na região abdominal (gases intestinais), bem como, problemas de dor de dente quando houver cáries ou problemas de canal. Pessoas que passaram por cirurgias recentes são recomendadas não voar, exceto se há autorização médica. Hipóxia hipobarica Também chamada de mal de altitude, o fenómeno é definida como a diminuição do fornecimento de oxigénio para os tecidos, devido a uma queda na pressão parcial deste gás por exposição a uma atmosfera de baixa pressão, tal como em grandes altitudes. Em geral, a hipóxia hipobárica causa uma diminuição no desempenho mental que reduz o julgamento, a memória e o desempenho dos movimentos motores definidos. Eles também podem ser: tontura, flacidez, fadiga mental e muscular e, às vezes, dores de cabeça, náusea e euforia. Estes podem levar a cãibras e convulsões à medida que você sobe, o que pode levar ao coma ou morte. Lei de Dalton Definição A lei de Dalton para a pressão parcial dos gases diz que a pressão total em uma mistura gasosa é exatamente igual à soma das pressões parciais de seus gases componentes. PT= P1 + P2 + ... Pn PT: pressão total P1: pressão do gás 1 P2: pressão do gás 2 Pn: pressão do número de gases dessa mistura. Exemplo Na pressão atmosférica, a pressão total ao nível do mar é de 760 mmHg. Sendo assim, proporcionalmente temos: PT = P1 nitrogênio (78%) + P2 oxigênio (21%) + Pn outros gases (1%). PT (760 mmHg) = 593 mmHg + 159 mmHg + 8 mmHg Entretanto, em uma altitude de 50.000 pés, a pressão atmosférica será de apenas 87 mmHg e a proporção de gases diminuirá drasticamente: PT atmosférica = P1 nitrogênio (78%) + P2 Oxigênio (21%) + Pn outros gases (1%) PT (87 mmHg) = 68 mmHg + 18 mmHg + 1 mmHg Os sinais e sintomas de Hipóxia Hipobárica irão variar de acordo com os seguintes fatores: • Altitude de voo. • Tempo de exposição a baixa pressão. • Temperatura ambiental e corporal. • Fatores individuais: tolerância, aptidão física e aclimatação. Tempo útil de consciência Um conceito importante em relação à exposição ao ambiente hipóxico é o Tempo Útil de Consciência (TUC), ou Tempo de Efetivo Desempenho (TED).TUC, ou TED, refere-se ao tempo médio em que o indivíduo exposto a uma condição de baixa pressão de oxigênio na atmosfera mantém a capacidade de tomar as medidas necessárias para correção da situação, porque, caso não o faça, perderá a consciência. Ele é inversamente proporcional à altitude de exposição. Em condições de pressões equivalentes a 25 mil pés, o indivíduo tem em média 120 segundos de consciência útil. A 35 mil pés esse tempo é de 30 segundos. Caso ocorra atividade motora, esse tempo é ainda menor. Os comissários serão os primeiros a sentir os efeitos da despressurização por Estarem realizando atividade física (maior consumo de oxigênio) Procedimentos preventivos A pressão interna da cabine é regulada entre 6 a 8 mil pés. Se essa pressão subir e atingir 10 mil pés, o aviso sonoro de despressurização será acionado. Se a pressão atingir 14 mil pés, máscaras de oxigênio cairão automaticamente. Orientações que devem ser dadas pelo comissário: - Acompanhantes de crianças ou de portadores de necessidades especiais deverão fixar primeiro sua mascara. - Passageiro de colo (bebês) deverão ser alocados somente onde existam máscaras do sistema fixo de oxigênio de emergência em quantidade superior ao nú mero de poltronas. - - Não permitir que nenhum passageiro permaneça deitado junto ao piso da aeron ave uma vez que as máscaras não alcançam o chão. - Não permitir que nenhum passageiro permaneça nas galleys, uma vez que não existe numero de máscaras suficientes. - Inibir a permanência de passageiro fora do seu assento. - Caso algum passageiro se encontre no lavatório, duas máscaras cairão, possibilitando atendimento de até 2 pessoas. Neste caso, deverão permanecer no lavatório e com as máscaras até o nivelamento da aeronave. Aerodilatações ou Aerobarotraumas Aerodilatações ou Aerobarotraumas são as compressões dos gases presentes no trato gastrointestinal, nos seios da face, no ouvido médio ou na cavidade dentária, podendo causar a lesão dos tecidos mais próximos. Os efeitos de uma aerodilatação irão cessar quando a aeronave atingir níveis de altitude onde a pressão seja tolerável. As aerodilatações são explicadas pela Lei de Boyle-Mariotte. Lei de Boyle-Mariotte “Em temperatura constante, o volume de um gás é inversa mente proporcional à sua pressão.” P1.V1 = P2.V2 P = pressão V = volume Exemplo: no nível do mar a pressão do Nitrogênio é de 593 mmHg. Supondo que o volume do nitrogênio ao nível do mar seja de 10 cm3 A 50.000 pés, a pressão do Nitrogênio é de 68 mmHg Então: P1.V1 = P2.V2 593.10 = 68.V2 5930 = 68.V2 V2 = 5930 68 V2 = 87 cm3 Ou seja, vemos que se ocorrer uma despressurização a 50.000 pés, o volume da bolha de nitrogênio será quase 9 vezes maior (87 cm3) do que no nível do mar (10 cm3). Aerodilatação no sistema digestivo, aerodilatação nos seios da face, aerodilatação no ouvido médio e aerodilatação na cavidade dentária. Aerodilatações no Sistema Digestivo (Aerofagias) É o acumulo de gases provenientes dos processos de deglutição e digestão dos alimentos, da fala, da inalação de fumaça e da fermentação com liberação de gás carbônico no sistema digestório. Com o aumento da altitude e menor pressão atmosférica, o volume desses gases aumenta, causando cólicas e desconfortos abdominais, geralmente de pouca importância e que cessam rapidamente com a expulsão dos gases. A expulsão dos gases pode ocorrer através da boca pela eructação (arrotos) ou pelo ânus (flatos). Não são graves. São sintomas de Aerodilatação no Sistema Digestório: • Aerocolia (cólicas intensas). • Aerogastria (dor na região gástrica). • Maior acúmulo de gases. • Arrotos. • Flatulência. • Desconforto respiratório (dispneia). São medidas preventivas da Aerofagia: • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e bebidas gasosas. • Evitar alimentos que formam gases: feijão, cebola, repolho, abóbora, couve, pepino, salsicha, melão, banana, ovo, etc. • Evite refeições pesadas ou comer muito antes do voo. • Tratar alterações da flora intestinal. São medidas para tratamento das Aerodilatações no Sistema Digestório: • Prevenção. • Caminhar ou movimentar-se no interior da aeronave, a fim de expulsar os gases . • Pode ser utilizada medicação pertinente (simeticona ou luftal) Aerodilatação nos Seios da Face (Aerosinusites) Aerosinusite é a obstrução de um ou mais seios da face, impedindo o equilíbrio das pressões interna e externa. Essas pressões devem estar equalizadas durante a subida e descida da aeronave. Os seios da face são cavidades ventiladas, situadas ao lado das fossas nasais, tendo comunicação com estas através de orifícios. Possuem revestimento de uma mucosa. São quatro: frontais, maxilares, esfenoidal e etmoidal.As aerosinusites podem ser divididas em: • Obstrutiva: causada pela presença de carne esponjosa ou desvio de septo. A correção é apensa cirúrgica. • Não obstrutiva: causadas por infecções ou inflamações das vias aéreas superiores, como gripes, resfriados, nasofaringites e rinites, que acumulam secreções nas cavidades nasais São sintomas das Aerosinusites: • Os seios frontais são os mais comumente atingidos, causando dor sobre os • olhos, cefaleia, • Seios maxilares: dor abaixo dos olhos (semelhante a uma dor de dente). • Pequena sensação de pressão durante a descida da aeronave. • Deslocamento do tecido da mucosa, causando grande perda de sangue (em casos extremos). São medidas preventivas das Aerosinusites: • Não voar gripado nem resfriado. • Corrigir estados inflamatórios e alérgicos antes do voo. São medidas para tratamento das Aerosinusites: Antialérgicos, descongestionantes nasais, analgésicos e antigripais (podem causar sonolência). Aerodilatações no Ouvido Médio (Aerotites) Aerotites são variações de pressão que atingem especificamente o ouvido médio, quando a pressão interna do ouvido não consegue se igualar à pressão da cabine da aeronave. O ouvido é dividido em três partes: Ouvido externo: localizado na orelha, capta o som através da membrana do tímpano e o direciona para o ouvido médio. Ouvido médio: transmite as vibrações captadas pelo tímpano ao ouvido interno. O ar existente dentro dele se comunica com o exterior (faringe) através da Trompa de Eustáquio (tuba auditiva). Ouvido Interno: tem duas funções: auditiva e vestibular (relacionada com a nossa orientação no espaço e equilíbrio). A Tuba auditiva faz a comunicação entre o ouvido externo e o ouvido médio. Sua função é equalizar a pressão no tímpano (equalização das superfícies timpânicas). Devido a sua característica anatômica, o ar sai do ouvido médio para o exterior com muito mais facilidade do que entra. Por isso, a Aerotite é maior na descida, quando deveria haver uma reentrada de ar no ouvido interno para reequilibrar a pressão interna. Essa dificuldade de equalização das pressões nas descidas aumenta possibilidade de irritação crônica e infecções no tímpano. Na subida da aeronave, quando a cabine começa a ser pressurizada, o ar contido no ouvido médio se dilata (diminuição da pressão e consequente aumento do volume do gás), podendo provocar ensurdecimento. Irritação nasal, da faringe, da garganta, resfriados, amidalites, infecções de ouvido podem obstruir a tuba auditiva e dificultar ou até impedir a ventilação do ouvido médio, causando dor. São sinais e sintomas de aerotite: • Diminuição da acuidade auditiva. • Dor de ouvido. • Náuseas. • Vômitos. • Ruptura do tímpano: presença de liquido serossanguinolento, aliviando a pressão. Pessoa sente alívio dos sintomas, mas perde audição. São medidas preventivas para evitar Aerotites: • Não voar gripado ou resfriado. • Mascar chicletes. • Engolir a saliva e deglutir seguidamente. • Efetuar a Manobra de Valsalva: fechar a boca, tampar o nariz e ao mesmo tempo tentar soprar o ar para fora do nariz para recuperar a ventilação do ouvido médio. OBS: a Manobra de Valsalva não é recomendada em caso de gripe ou resfriado. Com a Trompa de Eustáquio obstruída, o aumento da pressão dentro do ouvido médio forçará o tímpano (parte mais frágil), que corre risco de ruptura. Aerodilatações na Cavidade Dentária (Aerodontalgias) Os dentes também podem produzir fenômenos dolorosos em locais de elevada altitude. Porém, não tem gravidade. O principal sintoma é a dor intensa, que se torna mais severa com o aumento da altitude. Alivia com a redução da altitude. São causas de Aerodontalgias: • Cáries profundas atingindo a polpa dentária. • Degeneração da polpa dentária. • Obturações mal feitas. • Próteses dentárias. • Infecções gengivais. São medidas de prevenção a boa higienização e manutenção da saúde bucal através de visitas periódicas ao dentista. Medidas para alívio da dor produzem pouco efeito e irão cessar apenas após o pouso da aeronave. Aeroembolismo Aeroembolismo é quando o nitrogênio dissolvido no sangue e nos tecidos é liberado formando bolhas gasosas (aeroembolias), que tentarão encontrar saídas. O aeroembolismo poderá ocorrer na despressurização, que leva a queda da pressão da cabine em altitudes elevadas. O procedimento imediato dos pilotos deve ser o de descer para o nível de segurança. A gravidade do aeroembolismo está diretamente relacionada a: • Idade • Quantidade de tecido gorduroso. • Condições circulatórias e respiratórias. • Doenças e fatores psicológicos da vítima. • Velocidade de ascensão em cabine não pressurizada. Em um mergulho com cilindro de oxigênio, a quantidade de nitrogênio no organismo aumenta. Para que isso não ocasione uma emergência em voo, um piloto ou passageiro que pretenda voar após um mergulho autônomo no mar deverá aguardar: 12 horas no nível do mar: após um mergulho que não exija subida controlada (para da descompressiva) para voltar à superfície. 24 horas no nível do mar: após um mergulho que requer subida controlada (parada descompressiva) para voltar à superfície. Lei de Henry Definição O aeroembolismo pode ser explicado pela Lei de Henry, que diz que a quantidade de um gás dissolvido em uma solução é diretamente proporcional à pressão parcial desse gás na solução. P1.A1 = P2.A2 P = pressão A = quantidade do gás Podemos comparar esse fenômeno com “abrir uma garrafa de refrigerante”. Fechada, o gás dissolvido no refrigerante está concentrado, em uma pressão maior dentro da garrafa. Ao abrir a garrafa, o gás “escapa” pela saída. Situação semelhante ocorre no aeroembolismo. O nitrogênio encontrará saídas e pode se alojar em alguns órgãos ou tecidos. Aeroembolismo na forma cutânea, aeroembolismo na forma articular, aeroembolismo na forma pulmonar e aeroembolismo na forma nervosa. Aeroembolismo na Forma Cutânea Também chamado de ITCH (do inglês “coceira”), é a manifestação do aeroembolismo na pele. São sinais e sintomas do ITCH: • Coceiras na pele e calafrios. • Reação alérgica com irritação nas terminações nervosas. • Vasodilatação com liberação de histamina • Formigamento. • Prurido intenso. • Placas róseas (urticária). • Sensação de calor ou frio. • São incômodas, mas não são perigosas. Aeroembolismo na Forma Articular Também chamado de BENDS (do inglês “curvatura”), é a manifestação do aeroembolismo no aparelho locomotor (músculos e articulações). São sinais e sintomas de BENDS: • Movimentos tornam-se muito dolorosos. • Também podem causar coceiras Aeroembolismo na Forma Pulmonar Também chamado de CHOCKES (“dor em facada”), é a manifestação do aeroem bolismo na região torácica (pulmões, coração e grandes vasos). São sintomas de CHOCKES: • Sensação de queimação ou dor lancinante no peito, com tosse e dificuldade para respirar (dispnéia). • Tosse seca (sem catarro) ou hemoptise (tosse com raios de sangue). • Hiperpneia (respiração rápida e profunda). • Perda da consciência devido a hipóxia e hipocapnia, podendo levar a óbito. Aeroembolismo na Forma Nervosa Também chamado de STAGGERS, é a manifestação do aeroembolismo no sistema nervoso central. São sintomas de STAGGERS: • Cefaleia intensa. • Distúrbios visuais. • Parestesia (dormência ou formigamento, sensação de calor ou frio) • Paresias (perda da sensibilidade de determinada parte do corpo). • Paralisias (perda da motricidade de determinada parte do corpo). • Perda da coordenação motora. • Coma e morte. • Muitos desses sintomas são irreversíveis. Sistemas de oxigênio utilizados em caso de despressurização: Devido ao risco de despressurização, as aeronaves devem possuir um Sistema de Oxigênio, que se divide em Sistema de Emergência e Terapêutico. O Sistema de Oxigênio de Emergência pode ser fixo ou portátil e o Sistema de Oxigênio Terapêutico é exclusivamente portátil (cilindros de oxigênio).O Sistema de Oxigênio de Emergência fixo está disponível na cabine de comando e na cabine de passageiros. Sistema fixo para cabine de comando – Finalidade. Componentes. Procedimentos para utilização No sistema fixo de Oxigênio na cabine de comando, o oxigênio sai de um cilindro independente localizado no porão dianteiro ou no porão da aviônica e alimenta as máscaras oronasais ou full-face. As máscaras possuem dois seletores: • Seletor de Fluxo: Libera o oxigênio em fluxo contínuo ou sob demanda (apenas quando o piloto inspirar). • Seletor de Teor de Oxigênio: libera oxigênio 100% puro (quando houver fumaça ou gases tóxicos) ou misturado com o ar da cabine (somente em caso de despressurização). Sistema fixo para cabine de passageiros – Finalidade. Componentes. Funcionamento Na cabine de passageiros não haverá disponibilidade de oxigênio 100% puro. Este sistema só pode ser usado em caso de despressurização, para evitar hipóxia hipobárica. As máscaras de oxigênio estão disponíveis em módulos geradores, dentro das unidades: • PSU: passenger service units: sobre as poltronas. • LSU: lavatory service units: no teto dos lavatórios. • ASU: attendant service units: no teto das galleys. Os compartimentos com máscaras de oxigênio podem ser abertos de três formas diferentes: • Automática: uma válvula aneróide (que detecta a pressão) fará a abertura • automática dos compartimentos se a pressão interna da cabine de • passageiros aumentar e chegar na pressão de 14 mil pés. • Elétrica: acionada a qualquer momento na cabine de comando pelos pilotos. • Manual: os módulos podem ser acionados individualmente inserindo no • orifício existente em cada unidade um objeto fino, comprido e rígido (clipe, • grampo ou o MOT) Uso das máscaras de oxigênio em caso de despressurização Logo após a ocorrência de uma despressurização, a aeronave deverá descer para o nível de segurança (10 mil pés) onde será possível respirar sem o uso do sistema de oxigênio de emergência. Enquanto isso não acontecer, os comissários e passageiros deverão efetuar o uso das máscaras de oxigênio: • Sentar-se na estação ou local mais próximo. • Puxar e colocar a máscara mais próxima. • Com a abertura das tampas, quatro máscaras caem, ligadas a mangueiras e cordéis. Ao puxar uma das máscaras, o cordel é puxado e libera o pino que inicia o fornecimento ininterrupto de oxigênio por aproximadamente 15 minutos a todas as máscaras ligadas a ele. • Aguardar a comunicação da cabine de comando quando no nivelamento no nível de segurança. Ao chegar a esse nível de segurança, os comissários deverão checar a cabine, verificar a integridade dos passageiros e a necessidade de realizar os primeiros socorros. Walk Around Procedure (WAP) Em alguns casos, a descida imediata para a altitude de segurança não será possível. Nessa situação, após notificação da cabine de comando que a aeronave foi nivelada fora do nível de segurança (acima de 10 mil pés) e sobre o tempo em que ficarão nessa altitude, os comissários deverão realizar um cheque visual de suas estações e verificar se todos os compartimentos (PSU) se abriram e se todos os passageiros estão recebendo oxigênio. Caso a resposta seja negativa e tendo tempo disponível, os comissários devem pegar o cilindro de oxigênio terapêutico e fazer o Walk Around Procedure (WAP), que consiste em: • Munir-se do Oxigênio Terapêutico. • Deslocar-se pela cabine e liberar as máscaras da PSU que não se abriram e liberar Oxigênio para os passageiros sem ele. Com o nivelamento no nível de segurança, o comissário deve verificar se todos os passageiros estão bem e se alguém necessita de primeiros socorros. Vazamento de pressão – Definição. Procedimentos a serem executados pelo comissário de vôo. O vazamento de pressão, que pode ser chamado também de vazamento contínuo, é a situação na qual a aeronave não consegue atingir a pressão necessária. Pode ocorrer devido má vedação das portas e compartimentos de carga ou defeito na válvula out flow. Os comissários de voo devem realizar os seguintes procedimentos: • Avisar imediatamente a cabine de comando. • Não tentar cobrir ou vedar o vazamento. • Realocar os passageiros dentro de uma área de 12 m2 caso constate o perigo. • Se não houver poltronas disponíveis, realoque os passageiros para frente do ponto de vazamento, usando apenas um assento por fileira nas posições mais próximas ao vazamento e sentando dois passageiros numa mesma poltrona. • Faça o uso de extensores se necessário. OBRIGADO! Enfermeiro Leandro • leandro.silva255@fatec.sp.gov.br • Whatsapp (11) 99405-4323 mailto:leandro.silva255@fatec.sp.gov.br