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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA – UNINTA CURSO DE BACHARELADO EM ODONTOLOGIA MÓDULO: PROCESSOS INFECCIOSOS E PATOLÓGICOS PROFESSORA: GISVANI LOPES DE VASCONCELOS TURMA 26 RELATÓRIO: DETERMINAÇÃO DAS CARACTERISTICAS GERAIS DOS COMPONENTES DA MICROBIOTA BUCAL. FRANCISCO DAVID GOMES CAVALCANTE MARILENE DA CRUZ VIANA SIBELLY DE FÁTIMA ALMEIDA GOMES TATIANE RODRIGUES DE MEDEIROS VITÓRIA HELEN ALVES FARIAS SOBRAL – CE 2025 Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3 2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 3 3.1 Materiais: ................................................................................................................... 4 3.2 Métodos: ................................................................................................................ 4 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 6 5. CONCLUSÃO.................................................................................................................. 7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 9 3 RELATÓRIO: DETERMINAÇÃO DAS CARACTERISTICAS GERAIS DOS COMPONENTES DA MICROBIOTA BUCAL. 1. INTRODUÇÃO A microbiota oral é composta por uma ampla diversidade de microrganismos que coexistem em equilíbrio dinâmico com o hospedeiro humano. Estima-se que mais de 700 espécies bacterianas possam colonizar a cavidade bucal, além de fungos, vírus e arqueias (KILIAN et al., 2016). Essa comunidade microbiana desempenha funções essenciais, como a proteção contra microrganismos patogênicos, a modulação do sistema imune e a manutenção da homeostase local (MARCOTTE; LAVOIE, 1998). O equilíbrio dessa microbiota é determinante para a saúde oral. Quando ocorre desequilíbrio entre os microrganismos comensais e patogênicos podem surgir doenças como cárie dentária, gengivite e periodontite (SOCRANSKY; HAFFAJEE, 2005). Para o estudo dessa microbiota, diferentes métodos podem ser utilizados e entre as mais utilizadas, destaca-se a coloração de Gram, desenvolvida por Hans Christian Gram em 1884. Essa técnica permite classificar as bactérias em dois grandes grupos: Gram-positivas e Gram-negativas, de acordo com a estrutura de sua parede celular. As Gram-positivas possuem uma camada espessa de peptidoglicano que retém o corante cristal violeta, adquirindo coloração violeta; já as Gram-negativas têm parede mais delgada e uma membrana externa lipídica, perdendo o corante primário e se corando de rosa pela fucsina ou safranina (MADIGAN et al., 2018). Embora simples, a coloração de Gram é uma ferramenta fundamental na microbiologia, pois permite observar características morfológicas e estruturais que auxiliam na identificação inicial de microrganismos, além de ser amplamente aplicada em análises clínicas, laboratoriais e acadêmicas. 2. OBJETIVOS Caracterizar a microbiota oral por meio da coloração de Gram, observando as diferenças morfológicas entre bactérias Gram-positivas e Gram-negativas obtidas de diferentes nichos da cavidade bucal. 4 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais: Swabs estéreis (para amostras supragengival e língua) Palito dental (para coleta subgengival) Tubo Falcon 15 mL (para coleta de saliva) Alça bacteriológica Lâminas e lamínulas Álcool Água destilada Soro fisiológico Lamparina Corantes: cristal violeta, lugol, fucsina Microscópio óptico Óleo de imersão Jaleco, luvas e demais EPIs 3.2 Métodos: COLETA DAS AMOSTRAS: Amostra supragengival: A coleta foi feita com um swab estéril, o qual foi levemente friccionado sobre a superfície dental, tocando apenas a região supragengival, sem atingir o sulco gengival. Imediatamente após a coleta, o material do swab foi transferido diretamente para uma lâmina de microscopia, onde foi realizada a fixação com uma gota de soro fisiológico, espalhando-se o material de forma homogênea com movimento circular. Amostra subgengival: Para a coleta subgengival, utilizou-se um palito estéril, cuidadosamente introduzido no sulco gengival, realizando leve raspagem para remoção do biofilme aderido à parede epitelial. Em seguida, o material coletado foi imediatamente transferido para a lâmina, adicionado a uma gota de soro fisiológico e espalhado com o próprio palito, de modo a formar um esfregaço uniforme para posterior coloração. 5 Amostra da Língua: A coleta foi feita com um swab estéril, que foi friccionado sobre o dorso da língua. Após a coleta, o conteúdo do swab foi aplicado diretamente sobre a lâmina de vidro contendo uma gota de soro fisiológico, e o material foi espalhado cuidadosamente para obtenção do esfregaço. Amostra de saliva: A saliva foi cuspida diretamente em tubo Falcon de 15 mL. Com auxílio de uma alça bacteriológica, uma pequena porção (cerca de 1 mL) foi retirada e depositada sobre a lâmina de microscopia, misturada a uma gota de soro fisiológico e espalhada em movimento circular para formação do esfregaço. Figuras ilustrativas do processo de coleta de amostras e fixação na lâmina. Fonte: autoria própria. COLORAÇÃO DE GRAM: Após a preparação dos esfregaços, realizou-se a coloração de Gram para diferenciar as bactérias de acordo com sua coloração. 1. Fixação: As lâminas foram deixadas secar à temperatura ambiente e, em seguida, aquecidas brevemente sobre a chama da lamparina para fixar o material. Coloração: 2. Aplicou-se cristal violeta por 1 minuto, seguida de lavagem com água destilada. Todas as bactérias ficaram coradas de violeta. 3. Adicionou-se lugol por 1 minuto para fixar o corante dentro das células. Após esse tempo, a lâmina foi lavada novamente. 6 4. Foi feita descoloração com álcool por 15 a 20 segundos, até o líquido escorrer incolor. As bactérias Gram-positivas mantiveram a cor violeta, enquanto as Gram-negativas perderam o corante. 5. Contracoloração: Foi aplicada fucsina por 30 segundos, lavando-se em seguida. As bactérias Gram-negativas ficaram rosadas. Após secagem, adicionou-se óleo de imersão, e as lâminas foram observadas ao microscópio óptico para análise da morfologia e coloração bacteriana. Figuras ilustrativas do processo de coloração de Gram. Fonte: autoria própria. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Amostra supragengival: Foi observada predominância de cocos e bastonetes Gram- positivos, corados em violeta, característicos dos gêneros Streptococcus e Actinomyces. Amostra subgengival: A amostra subgengival apresentou maior quantidade de bastonetes Gram-negativos, corados em rosa, compatíveis com microrganismos anaeróbios como Prevotella e Fusobacterium. Amostra da língua: A microbiota lingual mostrou composição mista, com presença tanto de cocos Gram-positivos quanto de bastonetes Gram-negativos, o que mostra a diversidade ecológica da superfície lingual. Amostra de saliva: Na saliva foram observadas bactérias Gram-positivas e Gram- negativas, com predominância de cocos Gram-positivos pois ela pode agregar microrganismos de toda a cavidade oral. 7 Figuras ilustrativas do resultado do processo de coloração de Gram e do processo de análise microscópica. Fonte: autoria própria. Figuras ilustrativas da observação microscópica das amostras. Em ordem: amostra subgengival; amostra supragengival; amostra da língua e amostra da saliva, respectivamente. Fonte: autoria própria. De modo geral, os resultados confirmam que a distribuição dos grupos bacterianos varia conforme as condições físicas e químicas de cada local, reforçando o papel da coloração de Gram como uma técnica simples, mas eficaz, para observar essas diferenças estruturais (PETERSEN; KRAMER; NAIDU, 2017). 5. CONCLUSÃO A análise microscópica das amostras evidenciou a diversidade da microbiota oral. Foram identificadas bactérias Gram-positivas predominantes em superfícies expostas, como a placa supragengival, e Gram-negativas em áreas mais anaeróbias, como o sulco gengival. A língua e a saliva apresentaram microbiota mista. 8 Dessa forma, a coloração de Gram demonstrou ser uma ferramenta valiosa para o reconhecimento preliminar dos microrganismos orais, possibilitando compreender como a estrutura celular está relacionada às condições ambientais e ao equilíbrio microbiano da cavidade bucal. 9 REFERÊNCIAS KILIAN, M. et al. The oral microbiome – an update for oral healthcare professionals. British Dental Journal, v. 221, p. 657-666, 2016. MADIGAN, M. T. et al. Brock: Biologia dos Micro-organismos. 15. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. MARCOTTE, H.; LAVOIE, M. C. Oral microbial ecology and the role of salivary immunoglobulin A. Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 62, n. 1, p. 71-109, 1998. PETERSEN, P. E.; KRAMER, A.; NAIDU, J. Oral health and noncommunicable diseases: time for integrated action. Community Dentistry and Oral Epidemiology, v. 45, n. 1, p. 1-3, 2017. SOCRANSKY, S. S.; HAFFAJEE, A. D. Periodontal microbial ecology. Periodontology 2000, v. 38, p. 135-187, 2005. 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais: 3.2 Métodos: Amostra subgengival: COLORAÇÃO DE GRAM: 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS