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REVISTA CADERNO PEDAGÓGICO – Studies Publicações Ltda. 
ISSN: 1983-0882 
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REVISTA CADERNO PEDAGÓGICO – Studies Publicações e Editora Ltda., Curitiba, v.22, n.6, p. 01-20. 2025. 
 
Tecnologias digitais como metodologias potencializadoras da 
aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos 
 
Digital technologies as methodologies to enhance learning in 
Youth and Adult Education 
 
Las tecnologías digitales como metodologías para mejorar el 
aprendizaje en la Educación de Jóvenes y Adultos 
 
DOI: 10.54033/cadpedv22n6-157 
 
Originals received: 3/14/2025 
Acceptance for publication: 4/7/2025 
 
 
José Wilson de Siqueira São Thiago 
Mestre em Educação de Jovens e Adultos 
Instituição: Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Endereço: Salvador, Bahia, Brasil 
E-mail: wilsonsaothiago@gmail.com 
 
Amilton Alves de Souza 
Doutor em Difusão do Conhecimento 
Instituição: Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Endereço: Salvador, Bahia, Brasil 
E-mail: amiltonalvess@hotmail.com 
 
Alfredo Eurico Rodrigues Matta 
Pós-Doutor em Educação a Distância 
Instituição: Universidade do Estado da Bahia (UNEB) 
Endereço: Salvador, Bahia, Brasil 
E-mail: alfredo@matta.pro.br 
 
 
RESUMO 
Este artigo investiga de que forma uma solução pedagógica baseada em 
tecnologias digitais, aliada às metodologias ativas, pode potencializar os 
processos de aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos na modalidade 
PROEJA. A questão norteadora orientadora do estudo foi: como elaborar uma 
solução pedagógica baseada em tecnologias digitais, utilizando metodologias 
ativas, na EJA/PROEJA? O objetivo geral consistiu em compreender como essa 
abordagem pode favorecer a aprendizagem significativa e contextualizada desse 
público. Como objetivos específicos, buscou-se: analisar o papel das tecnologias 
digitais na mediação do Codesign Didático Socioconstrutivista (CDS); identificar 
ferramentas digitais adequadas ao contexto da EJA/PROEJA; desenvolver uma 
proposta de intervenção pedagógica digital; e monitorar e avaliar sua efetividade 
 
 
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no processo educativo. A pesquisa, de natureza qualitativa, fundamenta-se nos 
princípios do Design de Intervenção, com inspiração na abordagem do CDS. Os 
dados foram coletados por meio de observação participante, rodas de conversa 
e diários de saberes. Os resultados apontam que a integração das tecnologias 
digitais, mediada por metodologias ativas, favorece o desenvolvimento da 
criticidade e da autonomia dos educandos, aproximando o processo de ensino-
aprendizagem das realidades e desafios vivenciados por esse público. Os 
referenciais teóricos incluem autores como Freire, Brandão, Moran, Pretto, 
Valente, Marli, Silva, Matta, Minayo, Boaventura, Oliveira, Freitas e Thiollent. 
 
Palavras-chave: Aprendizagem. Educação de Jovens e Adultos. Metodologias 
Ativas. Tecnologias Digitais. 
 
ABSTRACT 
This article investigates how a pedagogical solution based on digital 
technologies, combined with active methodologies, can enhance learning 
processes in Youth and Adult Education (EJA), specifically within the PROEJA 
modality. The guiding question of the study was: how to design a pedagogical 
solution grounded in digital technologies and active methodologies for 
EJA/PROEJA? The general objective was to understand how this approach can 
foster meaningful and contextualized learning for this audience. The specific 
objectives were: to analyze the role of digital technologies in mediating the 
Socioconstructivist Didactic Codesign (CDS); to identify digital tools suitable for 
the EJA/PROEJA context; to develop a digital pedagogical intervention proposal; 
and to monitor and evaluate its effectiveness in the educational process. This 
qualitative research is based on the principles of Design-Based Intervention, 
inspired by the CDS approach. Data were collected through participant 
observation, dialogue circles, and learning journals. The results indicate that the 
integration of digital technologies, mediated by active methodologies, promotes 
the development of learners' critical thinking and autonomy, aligning the teaching-
learning process with the realities and challenges faced by this population. The 
theoretical framework includes authors such as Freire, Brandão, Moran, Pretto, 
Valente, Marli, Silva, Matta, Minayo, Boaventura, Oliveira, Freitas, and Thiollent. 
 
Keywords: Learning. Youth and Adult Education. Active Methodologies. Digital 
Technologies. 
 
RESUMEN 
Este artículo investiga cómo una solución pedagógica basada en tecnologías di-
gitales, combinada con metodologías activas, puede mejorar los procesos de 
aprendizaje en la Educación de Personas Jóvenes y Adultas en la modalidad 
PROEJA. La pregunta guía del estudio fue: ¿cómo desarrollar una solución pe-
dagógica basada en tecnologías digitales, utilizando metodologías activas, en 
EJA/PROEJA? El objetivo general era comprender cómo este enfoque puede 
favorecer un aprendizaje significativo y contextualizado para este público. Los 
objetivos específicos fueron: analizar el papel de las tecnologías digitales en la 
mediación del Codesign Didáctico Socioconstructivista (CDS); identificar herra-
mientas digitales adecuadas al contexto EJA/PROEJA; desarrollar una 
 
 
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propuesta de intervención pedagógica digital; y monitorear y evaluar su eficacia 
en el proceso educativo. La investigación, de naturaleza cualitativa, se basa en 
los principios del Diseño de Intervención, inspirado en el enfoque de la EDN. Los 
datos se recogieron mediante observación participante, círculos de conversación 
y diarios de conocimiento. Los resultados muestran que la integración de tecno-
logías digitales, mediada por metodologías activas, favorece el desarrollo de la 
criticidad y autonomía de los estudiantes, acercando el proceso de enseñanza-
aprendizaje a las realidades y desafíos vividos por este público. Las referencias 
teóricas incluyen autores como Freire, Brandão, Moran, Pretto, Valente, Marli, 
Silva, Matta, Minayo, Boaventura, Oliveira, Freitas y Thiollent. 
 
Palabras clave: Aprendizaje. Educación de Jóvenes y Adultos. Metodologías 
Activas. Tecnologías Digitales. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A presente pesquisa tem como foco central o uso das tecnologias 
digitais como metodologias potencializadoras da aprendizagem na 
Educação de Jovens e Adultos (EJA) e no Programa Nacional de Integração da 
Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de 
Jovens e Adultos (PROEJA). Em uma sociedade marcada pela convergência 
tecnológica e pela crescente valorização das competências digitais, repensar as 
práticas pedagógicas torna-se uma urgência, especialmente na EJA, onde 
persistem desafios históricos de exclusão social e educacional. 
Superar modelos pedagógicos reprodutivista e promover aprendizagens 
significativas, contextualizadas e emancipadoras é, nesse cenário, uma 
exigência ética e política da educação de jovens e adultos (Freire, 1996; Gadotti 
2003). 
Inspirado na concepção freiriana de educação como prática de liberdade, 
este estudo nasce das inquietações vividas no cotidiano escolar — tanto no 
exercício da docência quanto nas experiências de coordenação e gestão 
pedagógica. Ao longo dessa trajetória, foi possível observar a baixa interação 
dos educandos com os conteúdos escolares e uma utilização restrita das 
tecnologias digitais, geralmente voltada ao entretenimento ou à comunicação 
informal, sem conexão efetiva com os processos educativos. Tal realidade 
 
 
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evidencia a necessidade de incorporar as tecnologias não como meros 
acessórios, mas como elementos estruturantes de propostas pedagógicas 
inovadoras, centradas no protagonismo dos sujeitos e na construção coletiva do 
conhecimento (Moran, 2015; Pretto, 2012). 
Compreende-se, portanto, que o desafio contemporâneo não se limita à 
inserção de aparatos tecnológicos no ambiente escolar, mas demanda a criação 
de práticas pedagógicas que mobilizem essas ferramentas de forma crítica, 
criativa e significativa. Para tanto, destaca-se a importância das metodologias 
ativas, que rompem com a lógica transmissiva e favorecem a colaboração, a 
autoria e o pensamento crítico. Entre essas abordagens, sobressai-se o 
Codesign Didático Socioconstrutivista (CDS), que propõe a construção 
conjunta dos percursos de aprendizagem, valorizando os saberes prévios dos 
educandos e incentivando o uso consciente das tecnologias digitais (Bacich; 
Moran, 2018; Valente, 2011). 
A questão norteadora orientadora do estudo foi: como elaborar uma 
solução pedagógica baseada em tecnologias digitais, utilizando metodologias 
ativas, na EJA/PROEJA? Assim, esta investigação tem como objetivo geral 
compreender de que forma uma solução pedagógica baseada em tecnologias 
digitais, mediada por metodologias ativas, pode potencializar os processos de 
aprendizagem na EJA/PROEJA. Como objetivos específicos, busca-se: 
analisar o papel das tecnologias digitais na mediação do CDS; identificar 
ferramentas digitais adequadas ao contexto da EJA/PROEJA; desenvolver uma 
proposta de intervenção pedagógica digital; monitorar e avaliar a efetividade 
dessa proposta no processo educativo. 
A metodologia adotada ancora-se na pesquisa-intervenção, 
fundamentada nos princípios da pedagogia freiriana, na abordagem da Design-
Based Research (DBR) e na concepção de pesquisa como ato educativo e 
transformador (Thiollent, 2008; Brandão, 2002). O processo investigativo 
envolveu observação participante e ações integradas ao cotidiano escolar, 
incluindo práticas lúdicas, aproximações com o mundo do trabalho e o uso de 
 
 
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tecnologias como celulares, chromebooks1 e aplicativos digitais (Google for 
Education2, Canva3, Jamboard4, Meet5, Zoom6, PHeT Colorado7). 
Como resultado, os educandos participaram ativamente da construção 
coletiva de produtos digitais, demonstrando apropriação crítica tanto dos 
conteúdos quanto das ferramentas utilizadas. Isso evidenciou que a tecnologia, 
quando articulada a uma pedagogia crítica, pode se tornar instrumento de 
emancipação e ressignificação da aprendizagem (Fagundes, 2004; Silva, 
2010). 
A relevância desta pesquisa reside justamente na busca por soluções 
pedagógicas que incorporem as tecnologias digitais de forma crítica e 
transformadora, indo além de seu uso instrumental ou voltado exclusivamente 
ao entretenimento. Inspirado na concepção freiriana de educação como prática 
de liberdade, este estudo nasce das inquietações vividas no cotidiano escolar — 
tanto no exercício da docência quanto nas experiências de coordenação e 
gestão pedagógica — onde se observa a baixa interação dos educandos com os 
conteúdos escolares e uma utilização restrita das tecnologias digitais, sem 
conexão efetiva com os processos educativos. Tal realidade evidencia a 
urgência de reconfigurar os espaços escolares como territórios de protagonismo, 
autoria e produção de saberes mediados pela cultura digital (Moran, 2015; 
Pretto, 2012). 
A estrutura deste estudo se organiza a partir de uma introdução que 
apresenta os preâmbulos da pesquisa, seguida pelo desenvolvimento da 
abordagem metodológica com o detalhamento do percurso investigativo, 
barreiras à inserção de tecnologias na EJA/PROEJA, os achados da pesquisa, 
 
1 Chromebook é um tipo de computador que trabalha com sistema operacional ChromeOS e 
utiliza armazenamento na nuvem. 
2 Google for Education é uma plataforma digital com várias interfaces interativas voltadas para a 
área educacional. 
3 Canva é uma interface online de designer gráfico interativo. 
4 Jamboard é uma interface digital na forma de quadro branco, colaborativo e propício ao com-
partilhamento de ideias de forma online. 
5 Meet faz parte do google workspace, e realiza vídeos chamadas. Ambiente de interação virtual 
online. 
6 Zoom é similar ao meet. Permite vídeos chamadas, ambiente de interação virtual e online. 
7 PHetColorado é um simulador para as áreas das ciências e matemática, colaborativa, lúdica e 
interativa online. 
 
 
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suas conclusões e os diálogos com os autores que fundamentaram e 
sustentaram as análises realizadas. 
 
2 ABORDAGEM METODOLÓGICA 
 
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa aplicada, de abordagem 
qualitativa, voltada para a resolução de problemas concretos vivenciados por 
educandos da Educação de Jovens e Adultos na modalidade PROEJA. A 
pesquisa aplicada busca aplicar o conhecimento científico a contextos reais, 
propondo soluções práticas para desafios específicos (Silva; Menezes, 2001). 
A abordagem qualitativa foi escolhida por permitir uma compreensão 
aprofundada dos fenômenos educacionais em seus contextos naturais, 
considerando a complexidade das experiências, percepções e significados 
atribuídos pelos sujeitos. Como apontam Prondanov e Freitas (2013), essa 
perspectiva reconhece o vínculo entre a subjetividade dos participantes e os 
contextos sociais e históricos em que estão inseridos. A opção pela pesquisa 
qualitativa também se justifica pela ênfase na compreensão holística dos 
processos de ensino-aprendizagem, valorizando os aspectos culturais, 
institucionais e humanos que permeiam a realidade da EJA/PROEJA (Menga; 
Marli, 1986; Minayo, 2003). 
O delineamento metodológico adotado é inspirado na pesquisa-
intervenção, com base na abordagem da Design-Based Research (DBR) e 
orientada pelos princípios da pedagogia freiriana. A pesquisa-intervenção 
propõe a produção de conhecimento a partir da transformação da prática, 
considerando os sujeitos como coautores do processo investigativo (Thiollent, 
2008; Brandão, 2002). 
A coleta de dados foi realizada por meio de observação participante, 
rodas de conversa e diários de saberes, ferramentas que possibilitaram captar 
a riqueza das interações, percepções e construções coletivas emergentes no 
processo educativo. A análise foi conduzida de forma indutiva e interpretativa, 
buscando identificar sentidos, padrões e aprendizados resultantes da 
experiência pedagógica mediada por tecnologias digitais e metodologias ativas. 
 
 
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O envolvimento do pesquisador como agente participante do contexto 
investigado foi essencial para garantir uma escuta sensível às vozes dos 
educandos, favorecendo a construção compartilhada de significados. Tal postura 
permitiu maior flexibilidade e abertura para adaptações metodológicas ao longo 
do percurso, respeitando a natureza dinâmica da realidade pesquisada (André; 
Gatti, 2008). 
 
3 SOCIOCONSTRUTIVISMO E DESIGN-BASED RESEARCH (DBR) 
 
Antes de aprofundarmos a concepção do Codesign Didático Sociocons-
trutivista (CDS), é fundamental compreendermos os fundamentos teóricos que o 
sustentam: o socioconstrutivismo e a Pesquisa Baseada em Design (Design-Ba-
sed Research – DBR). 
O socioconstrutivismoé uma abordagem educacional ancorada em 
Vygotsky. Parte da premissa de que o conhecimento é construído socialmente, 
a partir da interação entre os sujeitos e o meio ao qual pertencem (Oliveira, 
2019). Para Vygotsky, o aprendizado acontece, inicialmente, em um nível social 
– por meio do contato com outros – e, posteriormente, é internalizado pelo indi-
víduo. Nesse processo, o educando deixa de ser um receptor passivo de infor-
mações e passa a ocupar um papel ativo na construção do próprio conheci-
mento. 
Para entendermos como esses saberes educacionais se articulam com a 
metodologia adotada neste estudo e com a proposta do CDS, é necessário abor-
dar conceitos-chave da perspectiva vigotskyana, como a mediação e a Zona de 
Desenvolvimento Proximal (ZDP). 
Ao nos debruçarmos sobre a teoria histórico-cultural de Vygotsky (1991), 
percebemos sua contribuição decisiva para compreender os processos de 
aprendizagem na EJA/PROEJA, sobretudo por destacar o papel central da me-
diação e da interação social no desenvolvimento cognitivo. O conceito de medi-
ação refere-se à utilização de instrumentos e signos – como a linguagem, os 
símbolos, os artefatos culturais e, neste estudo, as tecnologias digitais – como 
pontes entre o sujeito e o objeto do conhecimento. 
 
 
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No contexto da prática pedagógica mediada pelo Codesign Didático So-
cioconstrutivista (CDS), as tecnologias digitais cumprem esse papel de instru-
mentos mediadores. Ferramentas como Canva, Google Docs, Jamboard e simu-
ladores digitais configuram-se como recursos culturais que promovem reorgani-
zações cognitivas, facilitando a expressão, a colaboração e a autoria dos edu-
candos. 
Outro conceito essencial para compreender a proposta educativa do CDS 
é a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Esta representa a distância 
entre o que o educando consegue realizar sozinho e o que é capaz de fazer com 
o auxílio de um mediador mais experiente (Vygotsky, 1991). No CDS, essa me-
diação ocorre tanto por parte do educador quanto entre os próprios pares, à me-
dida que os educandos colaboram entre si para resolver problemas, compartilhar 
experiências e construir saberes de forma conjunta. 
Durante a pesquisa, observou-se que as atividades vinculadas à realidade 
dos sujeitos, aliadas ao uso significativo das tecnologias digitais, ampliaram a 
ZDP dos educandos. Por meio do CDS, foram desafiados a realizar tarefas que 
iam além de seus conhecimentos prévios, mas que se tornaram possíveis graças 
às interações entre colegas e ao suporte do docente. 
Além disso, a estrutura dialógica das rodas de conversa, os desafios co-
laborativos e os registros no diário de saberes evidenciaram como a aprendiza-
gem ocorreu em contextos de interação e interdependência de saberes — uma 
característica central da teoria vygotskiana. A mediação tecnológica, nesse ce-
nário, não substitui o papel do educador; ao contrário, o potencializa, oferecendo 
múltiplas formas de expressão, colaboração e engajamento, favorecendo o 
avanço dos sujeitos da sua zona de desenvolvimento real para a potencial. 
A Design-Based Research (DBR), por sua vez, tem como pilares a ino-
vação investigativa e a conexão entre o meio acadêmico e a prática educativa, 
especialmente no uso de tecnologias digitais (Matta; Silva; Boaventura, 2014). 
Trata-se de uma metodologia flexível, orientada à resolução de problemas reais 
nos ambientes educacionais. Na EJA, a DBR contribui para integrar tecnologias 
ao processo formativo, promovendo a centralidade do educando e valorizando 
suas experiências de vida. 
 
 
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O Codesign Didático Socioconstrutivista (CDS) emerge como uma 
metodologia ativa voltada à resolução de problemas educacionais, colocando os 
sujeitos no centro das ações e propondo soluções criativas baseadas no socio-
construtivismo e no uso de tecnologias digitais. Fundamenta-se na colaboração, 
responsividade e interatividade, sendo marcado pelo diálogo constante e pelo 
compartilhamento de múltiplas visões (Matta; Silva; Boaventura, 2014). 
O CDS apresenta características fundamentais que norteiam sua aplica-
ção pedagógica. Com base teórica sólida, sustentada nos princípios do socio-
construtivismo e da DBR, oferece suporte tanto à investigação quanto à prática. 
Assume um caráter fortemente intervencionista, utilizando processos didáticos e 
interfaces pedagógicas para compreender e enfrentar desafios educacionais. 
Além disso, valoriza a colaboração ativa, incentivando a construção conjunta 
do conhecimento entre educadores, educandos e demais agentes do processo 
formativo. 
Outra característica marcante do CDS é sua interatividade e flexibili-
dade, o que permite ajustes contínuos, promovendo uma dinâmica participativa 
entre os envolvidos na busca por soluções significativas. 
Essa abordagem possibilita conduzir o processo educacional de forma co-
laborativa, contextualizando as problemáticas abordadas e promovendo a re-
construção de saberes a partir de diferentes perspectivas. A interação entre os 
participantes favorece práticas educativas mais inclusivas e transformadoras, 
que valorizam a diversidade cultural e linguística. 
Dessa forma, ao integrar os fundamentos do socioconstrutivismo, da DBR 
e do Codesign Didático Socioconstrutivista, este artigo propõe um caminho me-
todológico inovador para a Educação de Jovens e Adultos. Um caminho centrado 
na criação conjunta, no uso de tecnologias digitais e na valorização das 
experiências dos educandos, como pilares para o desenvolvimento de práticas 
pedagógicas mais eficazes, contextualizadas e socialmente relevantes. 
A seguir, apresenta-se um quadro-resumo com as principais etapas do 
Codesign Didático Socioconstrutivista (CDS), com foco na sua aplicação prática 
no contexto da EJA/PROEJA: 
 
 
 
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Figura. 1 Quadro-resumo 
Etapa Ação/Descrição Recursos Envolvidos 
Acolhimento e 
diagnóstico 
Levantamento das 
necessidades dos 
educandos 
Rodas de conversas, 
observação 
participante, diário de 
saberes 
Pesquisadores, 
observadores 
participantes e 
educandos 
Codesign Didático Planejamento 
conjunto das 
atividades com base 
nas demandas 
levantadas 
Google docs, 
Reuniões, mapas 
mentais, 
Pesquisadores, 
observadores 
participantes e 
educandos 
Implementação das 
Ações 
Aplicação das 
atividades propostas 
com mediação 
tecnológica 
Canva, Lucidchat, 
jamboard, 
simuladores, AVA 
Educandos com 
orientação 
Reflexão e 
replanejamento 
Avaliação formativa, 
análise das 
produções. 
Feedbacks e 
reestruturações das 
ações. 
Diário de saberes, 
diálogos, reuniões 
síncronas. 
Pesquisadores, 
observadores 
participantes e 
educandos 
Fonte: pelos autores em 2024. 
 
O artigo desenvolvido propõe intervenção de natureza dialógica e 
participativa e, fundamenta-se em instrumentos de coleta de informações que 
possibilitam uma compreensão profunda do contexto educacional investigado. 
Dentre esses instrumentos, destacam-se a observação participante, o diário de 
saberes e as atividades mediadas pelo Codesign Didático Socioconstrutivista 
(CDS). 
A observação participante é um instrumento valioso em pesquisas 
qualitativas, especialmente em estudos de pesquisa-ação aplicados a contextos 
educativos e sociais. Essa abordagem permite ao pesquisador imergir no 
ambiente de estudo, participando ativamente das dinâmicas e interagindo com 
oseducandos, de modo a compreender suas experiências e perspectivas a partir 
de dentro. Essa imersão possibilita capturar nuances e detalhes que poderiam 
passar despercebidos por meio de outras técnicas de coleta de dados, como 
entrevistas estruturadas. 
Ao permitir o acompanhamento direto das interações sociais e dos 
padrões de comportamento, a observação participante favorece a construção de 
relações de confiança entre pesquisador e educandos, o que pode resultar em 
informações mais ricas e precisas (Lüdke & Marli, 1986). Essa relação de 
proximidade permite uma compreensão contextualizada das situações e 
 
 
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problemas, facilitando a identificação de necessidades e a formulação de 
intervenções mais assertivas. 
Outro instrumento essencial é o diário de saberes, proposto por Souza 
(2015), que se configura como um recurso valioso para a documentação de 
experiências e reflexões ao longo do processo investigativo. Especialmente 
relevante para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o diário de saberes 
permite que os educandos registrem suas observações e interpretações de 
maneira sistemática, contribuindo para uma análise aprofundada dos fenômenos 
estudados. Esses registros sequenciais favorecem a identificação de padrões e 
tendências, além de possibilitar uma compreensão mais ampla das 
transformações e descobertas ao longo do tempo. 
O diário de saberes também desempenha um papel significativo na 
expressão subjetiva dos educandos, permitindo que revelem percepções 
pessoais, emoções e reflexões sobre o processo de aprendizagem. Essa 
dimensão favorece o desenvolvimento de habilidades como observação crítica, 
pensamento reflexivo e análise de informações, enriquecendo a investigação 
com dados qualitativos significativos. 
O artigo também se vale de atividades mediadas pelo Codesign 
Didático Socioconstrutivista (CDS), que se configuram como um instrumento 
inovador para a coleta de informações e aprendizado significativo. A Exposição 
Dialogada, abordagem central do CDS, propõe a utilização de palavras-chave 
das temáticas abordadas, o incentivo ao diálogo sobre esses temas, a 
contextualização com experiências vividas pelos educandos, a construção de 
resumos das percepções individuais e a interconexão de saberes. 
Essa abordagem permite aos educandos assumirem um papel ativo no 
processo de aprendizagem, promovendo maior engajamento e autonomia. No 
contexto da EJA, onde as trajetórias de aprendizado são diversas, a abordagem 
do CDS favorece a conexão entre os conteúdos acadêmicos e as experiências 
cotidianas dos participantes, tornando o aprendizado mais significativo e 
relevante. Além disso, estimula o desenvolvimento da criatividade, do 
pensamento crítico e da capacidade de resolução de problemas de forma 
inovadora. 
 
 
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Em síntese, o artigo se apoia em instrumentos que permitem a construção 
de um conhecimento compartilhado e situado, alinhado às especificidades da 
EJA. A combinação da observação participante, do diário de saberes e das 
atividades mediadas pelo CDS possibilita um processo investigativo dinâmico, 
que valoriza a participação ativa dos sujeitos envolvidos e amplia as 
possibilidades de compreensão dos fenômenos estudados. 
 
4 BARREIRAS À IMPLEMENTAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA 
EJA/PROEJA: DESAFIOS INSTITUCIONAIS, POLÍTICOS E SOCIAIS 
 
Ao discutir a inserção das tecnologias digitais como potencializadoras da 
aprendizagem na EJA/PROEJA, é indispensável considerar os múltiplos desa-
fios que atravessam essa proposta. Embora frequentemente se atribua aos edu-
candos a responsabilidade pelas dificuldades no uso das tecnologias — seja pela 
falta de familiaridade ou de habilidades digitais — essa perspectiva, isolada-
mente, é reducionista e desconsidera as barreiras institucionais, políticas e 
estruturais que limitam a efetiva transformação das práticas pedagógicas. 
As dificuldades enfrentadas por educadores e educandos nesse contexto 
vão muito além do domínio técnico. Faltam infraestrutura adequada, acesso 
equitativo a dispositivos e conectividade, além de formação docente conti-
nuada para o uso crítico e criativo das tecnologias. Essas ausências revelam 
uma negligência histórica com a EJA, frequentemente desvalorizada dentro 
das políticas públicas educacionais e tratada como uma modalidade compensa-
tória, e não como um direito. 
Nesse cenário, torna-se evidente que os desafios enfrentados não são 
apenas pedagógicos ou administrativos, mas essencialmente políticos. 
Como já alertava Paulo Freire (1996), toda prática educativa carrega um posici-
onamento político, e, nesse caso, a dificuldade em garantir o acesso universal 
às tecnologias digitais na EJA/PROEJA denuncia um projeto de sociedade ex-
cludente, que empurra intencionalmente sujeitos populares para as mar-
gens do conhecimento e da cidadania digital. 
 
 
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Ao se negligenciar a oferta de recursos e condições mínimas de infraes-
trutura, reproduz-se uma lógica educacional burguesa, que perpetua desi-
gualdades e reforça a exclusão de determinados grupos sociais. Como discutir 
protagonismo e autoria na aprendizagem se os sujeitos não têm garantido se-
quer o acesso aos meios de produção digital? Como propor o uso de metodolo-
gias ativas e colaborativas, como o Codesign Didático Socioconstrutivista (CDS), 
se o ambiente institucional não assegura condições para sua implementação? 
Diante disso, é necessário formular questionamentos que tensionem a re-
alidade vivida: a quem interessa que a EJA siga desprovida de tecnologias? 
Por que a inovação pedagógica é incentivada em algumas modalidades, 
mas negligenciada em outras? Que educação se está construindo — e para 
quem? 
Esses desafios exigem mais do que ajustes técnicos; demandam enfren-
tamentos políticos, pedagógicos e éticos, comprometidos com uma educação 
popular, libertadora e socialmente referenciada. Superar tais barreiras implica 
em fortalecer políticas públicas que promovam a equidade digital, o financia-
mento justo da EJA, a valorização docente e o reconhecimento do direito ao 
acesso pleno à cultura digital. 
A implementação de soluções pedagógicas mediadas por tecnologias di-
gitais, portanto, não pode ser compreendida isoladamente, mas precisa ser 
situada no interior de um projeto político-pedagógico que dispute o sentido da 
escola, da educação e da inclusão tecnológica como práticas de emanci-
pação e transformação social. 
 
5 OS ACHADOS DOS ESTUDOS 
 
Os achados deste estudo revelam aspectos fundamentais para a 
compreensão dos processos de ensino-aprendizagem na EJA/PROEJA, 
especialmente no que diz respeito à desconstrução de paradigmas 
tradicionalmente associados a essa modalidade. No início das interações, 
observou-se entre os educandos uma postura predominantemente passiva e 
certa resistência às propostas participativas, refletindo a interiorização de valores 
 
 
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sociais historicamente construídos e que, muitas vezes, reproduzem a lógica da 
heteronomia e da subalternização do saber popular (Freire, 1996; Brandão, 
2002). 
A presença de elementos como família, trabalho, escola e coletividade 
apareceu de forma recorrente nas falase produções dos sujeitos, revelando 
como essas dimensões constituem seus referenciais de mundo. Tais elementos, 
conforme aponta Minayo (2003), não podem ser analisados de forma isolada, 
pois fazem parte de um tecido social complexo que influencia diretamente a 
percepção dos indivíduos sobre a educação, o conhecimento e suas 
possibilidades de transformação. 
Verificou-se também que o mundo do trabalho e as tecnologias digitais 
exercem forte influência nas escolhas e expectativas dos educandos. As 
preocupações com a circulação de informações e a responsabilização no uso 
das mídias digitais demonstram uma crescente consciência crítica em relação 
ao papel social das tecnologias. Essa conscientização, impulsionada pelas 
práticas pedagógicas propostas, evidencia a emergência de um processo de 
letramento digital crítico (Pretto, 2012; Silva, 2010), no qual os sujeitos 
desenvolvem habilidades para interpretar, analisar e reagir às informações que 
consomem e compartilham — um aspecto central na formação cidadã e no 
enfrentamento das fake news. 
Contudo, a apropriação das tecnologias ainda se mostrou, em muitos 
casos, marcada por uma lógica utilitarista. Os educandos tendem a privilegiar 
ferramentas digitais que apresentem aplicabilidade imediata em suas rotinas, o 
que, segundo Moran (2015), reflete uma compreensão instrumental da 
tecnologia, desvinculada de um projeto formativo mais amplo. Diante desse 
cenário, buscou-se promover a articulação entre teoria e prática, visando ampliar 
a compreensão crítica e fomentar o uso consciente e reflexivo das tecnologias 
como mediação do processo de aprendizagem (Valente, 2011). 
As atividades propostas revelaram um alto grau de autonomia, autoria e 
engajamento por parte dos educandos, especialmente quando os conteúdos 
estavam alinhados às suas realidades e interesses. Essa postura ativa dialoga 
com a concepção de educação como prática da liberdade (Freire, 1996) e reforça 
 
 
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o potencial das metodologias ativas, particularmente do Codesign Didático 
Socioconstrutivista (CDS), enquanto estratégia para integrar os saberes 
cotidianos aos escolares e construir percursos formativos significativos (Bacich; 
Moran, 2018). 
Não obstante, o desafio da permanência escolar emergiu como uma 
problemática central. A necessidade de contribuir financeiramente com o 
sustento familiar frequentemente se sobrepõe ao compromisso com a 
escolarização, refletindo as contradições vividas por sujeitos que ocupam 
posições de vulnerabilidade social. Essa realidade aponta para a urgência de 
políticas públicas que assegurem condições materiais e simbólicas de 
permanência e sucesso na EJA/PROEJA, bem como a reformulação dos 
currículos e da gestão escolar, de modo a fortalecer os vínculos entre escola, 
trabalho e comunidade (Boaventura, 2009; Freitas, 2009). 
Outro aspecto relevante diz respeito à organização física e simbólica dos 
espaços escolares. A disposição tradicional das salas de aula, centrada na lógica 
do controle e da homogeneização, não atende às exigências contemporâneas 
de uma aprendizagem colaborativa, crítica e mediada por tecnologias digitais. A 
proposta de ambientes multifuncionais e interativos, defendida neste estudo, 
converge com os princípios da pedagogia freiriana e com as demandas de um 
currículo mais flexível, aberto ao diálogo e à experimentação (Oliveira, 2010; 
Matta, 2001). 
A aplicação do CDS ao longo da intervenção demonstrou ser uma 
estratégia eficaz na superação dos estigmas associados à EJA e ao PROEJA, 
na medida em que valorizou os saberes prévios dos educandos, incentivou a 
coautoria e promoveu a construção coletiva do conhecimento. Observou-se, ao 
longo do processo, o fortalecimento de atitudes críticas, a ampliação do 
repertório digital e a emergência de um protagonismo ativo, elementos 
fundamentais para a emancipação dos sujeitos e para a ressignificação da 
aprendizagem em contextos de exclusão social. 
 
 
 
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6 CONCLUSÕES 
 
Retomando as questões centrais que motivaram este estudo, buscamos 
responder às inquietações levantadas ao longo dos estudos. Para isso, 
apresentamos uma estrutura que sintetiza os principais achados e reflexões. 
Os achados da pesquisa indicam que a integração das tecnologias digitais 
à prática pedagógica na EJA/PROEJA, por meio de metodologias ativas, ocorre 
ao adotar abordagens centradas na colaboração, autonomia dos estudantes e 
construção compartilhada do conhecimento. Para isso, foram implementadas 
estratégias como a criação de um ambiente virtual compartilhado, o uso de 
vídeos e animações para enriquecer os encontros, a utilização de interfaces 
digitais — com predominância do Canva, por estar mais alinhado ao mundo do 
trabalho dos educandos — e desafios colaborativos em rodas de conversa. 
A pesquisa revelou que as tecnologias digitais mais adequadas ao 
Codesign Didático Socioconstrutivista (CDS) são aquelas que promovem 
interatividade, acessibilidade, simplicidade e personalização. Embora a 
infraestrutura tecnológica da escola tenha limitações, a combinação do uso de 
dispositivos pessoais, como smartphones, e equipamentos fornecidos pela 
escola permitiu a realização das atividades propostas. O ambiente virtual, as 
interações síncronas e assíncronas e ferramentas colaborativas, como Google 
Docs e Canva, foram essenciais para a implementação do CDS. 
Como solução pedagógica, foi estruturado um Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA), utilizado como espaço para organização de materiais, 
interações e acompanhamento do progresso dos educandos. A avaliação da 
efetividade da solução pedagógica ocorreu por meio da observação das 
interações durante as atividades e rodas de conversa, da análise das produções 
dos educandos e dos feedbacks constantes, que possibilitaram ajustes ao longo 
do processo. O registro de relatórios no AVA permitiu identificar progressos e 
dificuldades, promovendo uma intervenção mais eficaz. 
Com base nesses achados, o estudo definiu como objetivo geral 
compreender como uma solução pedagógica baseada em tecnologias digitais, 
mediada por metodologias ativas, pode potencializar a aprendizagem na 
 
 
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EJA/PROEJA. Entre as principais considerações e perspectivas futuras, 
destacaram-se a ressignificação do espaço escolar, tornando-o um ambiente 
dinâmico e interativo conectado às demandas dos educandos; a valorização das 
metodologias ativas para estimular o protagonismo, a autonomia e a criticidade; 
o uso de tecnologias digitais alinhadas ao contexto dos estudantes, como o 
Canva e outras ferramentas de alfabetização digital; o rompimento de estigmas 
associados à EJA/PROEJA, promovendo uma abordagem dialógica e 
valorizando os saberes prévios dos educandos; e a formação continuada de 
educadores e gestores, incentivando a criação de uma cultura de inovação 
educacional. 
Dessa forma, este artigo reforça a importância da integração das 
tecnologias digitais na EJA/PROEJA, evidenciando que, com abordagens 
adequadas, é possível potencializar a aprendizagem e tornar a educação mais 
significativa e inclusiva. 
Concluímos também com esses estudos que as metodologias ativas e 
tecnologias digitais aplicadas, permitiram hibridização de possibilidades, 
atendendo às necessidades de jovens trabalhadores e contribuindo 
significativamente para o resgate do papel da escolana formação de saberes 
contemporâneos. 
 
 
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