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QUESTÃO 1 – (Sócrates e os sofistas) Estude os conceitos abaixo e suas diferenças fundamentais para responder corretamente à prova: 1. O que distingue a rhētorikḗ (retórica) dos sofistas — como Górgias — do lógos socrático? 2. Qual é o papel da agnoía (ignorância) e da epistḗmē (conhecimento) na origem do vício e da virtude em Sócrates? 3. O que significa aretḗ (virtude) e como ela se relaciona com a eudaimonía (felicidade) na filosofia socrática? 4. O que é epiméleia heautoû (cuidado de si) para Sócrates e qual sua finalidade ética? 5. Qual a diferença entre dóxa (opinião) e epistḗmē (conhecimento verdadeiro) nas filosofias de Protágoras e Sócrates? QUESTÃO 2 – (Platão: Justiça, Virtude e Alma Tripartida) 1. Quais são as três partes da alma na filosofia de Platão e quais funções éticas estão associadas a cada uma delas? 2. O que caracteriza a justiça (dikaiosýnē) na alma individual e na cidade, segundo Platão? 3. O que é a eudaimonía (felicidade) para Platão e como ela depende da harmonia interna entre as partes da alma? 4. Como Platão concebe a relação entre meios e fins na ética: é admissível o uso de meios injustos para alcançar um bem coletivo? 5. Em que sentido Platão entende que a desordem da alma compromete a justiça na vida pública? QUESTÃO 3 - (Ética e Antropologia em Aristóteles) 1. Virtude ética (aretḗ) a) O que é a virtude ética segundo Aristóteles? b) A virtude ética está mais relacionada à razão ou aos afetos? c) Ela se limita à interioridade do agente ou envolve também os efeitos concretos da ação? 2. Virtudes éticas e dianoéticas a) O que distingue as virtudes éticas (de caráter) das virtudes dianoéticas (intelectuais)? b) Qual é o papel da phrónesis (prudência) na articulação entre ambas? c) Como essas virtudes colaboram na ação moral prática? 3. Justiça distributiva e corretiva a) O que é justiça distributiva e em que tipo de situação ela se aplica? b) O que é justiça corretiva e como ela atua nas relações de dano e compensação? c) Qual é a função dessas formas de justiça na vida comum e nos conflitos sociais? 4. Mediana ética e vícios extremos a) O que significa agir segundo a mediana (ou meio-termo) para Aristóteles? b) Como a mediana se opõe aos vícios do excesso e da falta? c) Por que a virtude está entre dois extremos e como isso se aplica a decisões morais? 5. Equidade (epieíkeia) a) O que é a equidade na ética de Aristóteles? b) Em que situações ela se torna necessária? c) Como ela ajusta a aplicação da justiça formal diante de casos concretos e excepcionais? 6. Eudaimonía (felicidade) a) Qual é o fim (télos) da vida humana segundo Aristóteles? b) A felicidade (eudaimonía) está ligada à técnica, à fama ou à prática da virtude? c) Por que a virtude moral é condição essencial para uma vida feliz? 7. Estrutura da alma e responsabilidade moral a) Qual a função da alma racional na ética aristotélica? b) Como ela deve governar a alma sensitiva e desiderativa? c) Qual a implicação ética quando a razão é subjugada pelas paixões, especialmente em ações com efeitos coletivos? QUESTÃO 4 - (Ética das Escolas Helenísticas) 1. Cinismo a) Qual o ideal de vida proposto pelo cinismo? b) O que significa autarkeia (autossuficiência) para os cínicos? c) Como os cínicos se posicionavam diante das convenções sociais, normas morais e busca por aprovação pública? d) A prática da parresía (franqueza) tem papel na vida cínica? Como ela se manifesta? 2. Epicurismo a) Qual o significado de prazer (hēdonḗ) para Epicuro? Ele inclui prazeres intensos ou moderados? b) Como o epicurismo diferencia prazeres naturais e necessários dos supérfluos? c) Qual a relação entre ataraxía (imperturbabilidade), aponía (ausência de dor) e a vida boa? d) Por que a prudência é considerada a maior das virtudes no epicurismo? 3. Estoicismo a) O que significa viver segundo a natureza (katà phýsin) para os estóicos? b) Qual a função da razão (lógos) na ética estoica? c) O que é apatheia (ausência de paixões desordenadas) e qual seu papel na conquista da liberdade interior? d) Como o estoico entende a distinção entre o que depende de nós e o que não depende de nós? 4. Ceticismo a) O que significa epoché (suspensão do juízo) para os céticos? b) Qual a relação entre a suspensão do juízo e a obtenção da ataraxía (tranquilidade da alma)? c) Por que os céticos evitam afirmar verdades definitivas, especialmente em questões morais e políticas? d) Como o ceticismo se posiciona diante de conflitos de opinião ou situações ambíguas? QUESTÃO 5 - (Ética e Antropologia em Santo Agostinho) 1. Livre-arbítrio e responsabilidade moral a) Qual a relação entre livre-arbítrio (liberum arbitrium) e responsabilidade ética para Santo Agostinho? b) O livre-arbítrio permanece mesmo após o pecado original? c) O que diferencia o livre-arbítrio do homem justo e do homem dominado por paixões? 2. Natureza do mal a) Segundo Agostinho, o mal é uma substância, um ser independente ou uma privação? b) Por que Agostinho afirma que “todas as coisas que existem são boas”? c) O que o pensamento agostiniano refuta na concepção maniqueísta do mal? 3. Amor ordenado (ordo amoris) a) O que significa amor ordenado e amor desordenado? b) Como o amor orienta a liberdade humana para o bem ou para o erro? c) Qual a importância da hierarquia dos amores na ética agostiniana? 4. Interioridade e verdade a) Por que Agostinho afirma que a verdade habita no interior do homem? b) Qual o papel da memória e da iluminação divina (illuminatio) no caminho para a verdade? c) O que é a “interiorização ética” e como ela conduz ao Sumo Bem? 5. Estrutura da alma e Imago Dei a) Como a antropologia agostiniana entende a alma como imagem da Trindade? b) Quais são as três faculdades da alma que refletem essa imagem (memória, inteligência e vontade)? c) De que maneira essa estrutura interna permite a ascensão espiritual? 6. Conceito de liberdade a) A liberdade, para Agostinho, consiste em escolher entre bem e mal ou em orientar-se ao bem? b) Como a liberdade é afetada pelo pecado? c) A vontade humana pode alcançar a verdade e o bem sem a graça divina? QUESTÃO 6 - Estudo para a prova (Antropologia filosófica de Descartes) 1. Dualismo substancial a) O que é o dualismo cartesiano? b) Quais são as duas substâncias fundamentais reconhecidas por Descartes? c) Como Descartes distingue alma (res cogitans) e corpo (res extensa)? 2. Interação entre alma e corpo a) Como Descartes explica a união funcional entre alma e corpo? b) Qual a importância da glândula pineal nessa relação? c) Apesar da separação entre alma e corpo, por que Descartes afirma que formam uma unidade? 3. Natureza da alma a) O que caracteriza a alma humana segundo Descartes? b) Qual a relação entre razão, vontade e liberdade no pensamento cartesiano? c) A alma é passiva ou ativa na condução da vida moral? 4. Paixões da alma a) O que são as paixões da alma para Descartes? b) Como elas se originam? c) Qual é o papel da razão no controle das paixões? 5. Fundamento da subjetividade a) O que significa o cogito (“penso, logo existo”)? b) Por que Descartes considera o pensamento a prova da existência do sujeito? c) Como isso estabelece a base da autonomia da razão? QUESTÃO 7 - (Filosofia moral de David Hume) 1. Fundamento da moralidade a) Segundo Hume, a moralidade se baseia na razão ou no sentimento? b) Qual é o papel da empatia (ou simpatia) na distinção entre o bem e o mal? c) O que significa dizer que o bem e o mal não existem em si mesmos, mas são projeções dos sentimentos humanos? 2. Utilidade e aprovação moral a) Como a utilidade social de uma ação influencia o juízo moral, segundo Hume? b) Por que Hume considera que sentimos aprovação moral diante de ações úteis à comunidade? c) A empatia moral de Hume depende de regras racionais ou de afeição espontânea? 3. Conceito de eu e identidadepessoal a) Hume aceita a existência de um “eu” como substância estável? b) O que ele entende como “feixe de percepções”? c) Como essa visão impacta a noção de responsabilidade moral? 4. Virtudes naturais e artificiais a) O que Hume entende por virtudes naturais (como a benevolência) e virtudes artificiais (como a justiça)? b) Como a empatia se relaciona com a prática dessas virtudes? c) A justiça depende de sentimentos naturais ou de convenções sociais? QUESTÃO 8 - (Utilitarismo: Bentham e Mill) 1. Fundamentos do utilitarismo a) O que é o princípio da utilidade para Jeremy Bentham? b) Qual a definição de prazer e dor na ética hedonista de Bentham? c) Como o cálculo hedônico (felicific calculus) é aplicado nas decisões morais, segundo Bentham? 2. Quantitativo x Qualitativo a) Qual a diferença entre o hedonismo quantitativo de Bentham e o hedonismo qualitativo de Mill? b) O que Mill entende por prazeres superiores e inferiores? c) De que modo Mill integra a noção de dignidade humana e formação do caráter em sua ética? 3. Consequencialismo e deliberação moral a) Para ambos os autores, o valor moral de uma ação depende de suas consequências? b) Mill considera apenas os resultados práticos da ação ou também a intenção e os princípios? c) Como Mill equilibra a maximização da utilidade com o respeito aos direitos individuais? 4. Antropologia e sujeito moral a) Qual o conceito de ser humano presente na ética de Bentham? b) Como Mill amplia esse conceito ao incluir vontade, consciência e educação moral? c) Em que medida a ética de Mill se aproxima de uma visão mais complexa da deliberação moral? QUESTÃO 9 – (Síntese Comparativa: Ética, Antropologia e Política em Filosofia Antiga e Moderna) 1. Comparações entre ética antiga e moderna a) Como a ética socrático-platônica concebe a unidade entre alma e pólis na realização da justiça? b) De que modo Epicuro e Descartes se afastam da pólis como espaço ético, priorizando a interioridade (ataraxía ou cogito)? 2. Política como parte da ética a) Por que Aristóteles afirma que a política é a continuação da ética, visando a realização da justiça na pólis? b) Como Hume e os epicuristas compreendem a política não como virtude da alma, mas como conveniência da vida comum? 3. Natureza do “eu” e ruptura moderna a) Em que consiste a crítica de Hume à noção clássica de alma substancial e racional? b) O que significa para Hume a ideia de “feixe de percepções” e como isso altera a responsabilidade moral? 4. Ruptura da teleologia clássica a) Como Hume e Epicuro deslocam o fundamento da moralidade da finalidade objetiva (telos) para a afeição subjetiva (prazer ou simpatia)? b) O que significa essa ruptura em relação ao princípio clássico de moderação racional (sophrosyne/metriopatheia)? QUESTÃO 10 - (Ética, Antropologia e Economia) 1. Qual é a diferença entre moral e ética filosófica? Explique por que a ética não se limita a normas sociais compartilhadas e como ela julga racionalmente o que deve ser feito. 2. O que é um agente moral e como ele difere do agente econômico neoclássico? Mostre a diferença entre agir por deliberação ética e agir por cálculo de utilidade. 3. Por que a antropologia filosófica afirma que a ação humana não se reduz ao cálculo racional? Inclua aqui a relação com valores, virtudes, vícios e conflitos morais. 4. A economia é neutra em relação à ética? Analise se é possível fazer ciência econômica sem juízos de valor e se a exclusão de valores garante maior objetividade. 5. Toda ação econômica envolve implicações morais? Justifique como isso afeta os modelos econômicos e a responsabilidade ética dos economistas. 6. Qual o papel das virtudes na ética econômica? Explique como virtudes como prudência e equidade podem orientar a produção e as práticas econômicas além da eficiência. 7. O economista pode propor reformas normativas com base na ética filosófica? Discuta os limites dessa autoridade e a importância da deliberação democrática e da justificação normativa.