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Controle e Constitucionalidade
1. Aplicabilidade das Normas Constitucionais
As normas constitucionais são classificadas de acordo com sua aplicabilidade e eficácia.
2. Sentidos da Constituição
Normas de Eficácia Plena:
São aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem ou têm a possibilidade de produzir todos
os seus efeitos essenciais, regulando os interesses e situações que o legislador constituinte quis normatizar
diretamente. Elas produzem efeitos de forma imediata e não dependem de qualquer outra norma
regulamentadora.
Características:
Autoaplicável: Sua aplicação não depende de norma regulamentadora posterior.
Não restringível: Seu alcance não pode ser limitado pela legislação infraconstitucional.
Aplicabilidade: Direta, imediata e integral.
Exemplo:
O Art. 5º, XI, da CF, que estabelece a inviolabilidade do domicílio. Assim que a Constituição entrou
em vigor, ninguém pôde ter sua casa invadida fora das hipóteses legais (flagrante delito, desastre,
etc.), sem a necessidade de uma lei adicional para "ativar" esse direito.
Normas de Eficácia Contida:
São aquelas em que o legislador constituinte regulamentou suficientemente os interesses, mas deixou margem
para a atuação restritiva do poder público, seja nos termos que a lei estabelecer ou por meio de conceitos
gerais nelas contidos. O legislador determina que uma norma infraconstitucional pode limitar seu alcance.
Características:
Aplicabilidade: A aplicação é direta e imediata, mas não é integral, pois seu alcance pode ser limitado.
Exemplos:
Liberdade de Profissão (Art. 5º, XIII, CF): Qualquer pessoa tem o direito de exercer a profissão que
desejar. No entanto, a própria Constituição permite que uma lei (norma infraconstitucional) estabeleça
qualificações e requisitos para certas áreas, como a exigência do diploma para ser médico ou da
aprovação na OAB para ser advogado. O direito existe de forma imediata, mas seu exercício pode ser
"contido" pela lei.
Direito de Greve no Setor Essencial (Art. 9º, § 1º, CF): O direito de greve é garantido, mas em
serviços essenciais (como saúde e transporte público), a lei pode impor limites para que as
"necessidades inadiáveis da comunidade" não sejam prejudicadas.
Normas de Eficácia Limitada:
São normas que possuem uma aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. Elas não produzem todos os seus
efeitos com a entrada em vigor da Constituição, pois dependem de uma norma regulamentadora posterior para
desenvolver sua plena aplicabilidade.
Exemplos:
Direito de Greve do Servidor Público (Art. 37, VII, CF): A Constituição reconhece o direito de greve
para servidores públicos, mas afirma que ele será exercido "nos termos e nos limites definidos em lei
específica". Sem essa lei, o direito existe no papel, mas sua aplicação prática fica limitada.
Defesa do Consumidor (Art. 5º, XXXII, CF): A Constituição determinou que "o Estado promoverá, na
forma da lei, a defesa do consumidor". Este direito só se tornou plenamente efetivo com a criação do
Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90).
Constituição em Sentido Formal:
É o documento solene que sistematiza as normas de organização do Estado, definido pelo procedimento de
3. Poder Constituinte
É a manifestação da vontade política soberana de um povo. Sua teoria visa limitar o poder do Estado e garantir
direitos. A titularidade é do povo.
4. Direito Intertemporal
Regras que definem a aplicação de uma nova lei a situações que surgiram sob a vigência da lei anterior.
elaboração, pela sua posição hierárquica e pela formação de um documento único.
Hans Kelsen: A Constituição é a norma suprema que valida todas as outras leis. Uma lei só é válida se
estiver de acordo com a Constituição.
Constituição em Sentido Material
Refere-se ao conjunto de normas que tratam de matéria essencialmente constitucional (estrutura do Estado,
organização dos poderes, direitos fundamentais), independentemente de estarem em um documento formal.
Ferdinand Lassalle: A Constituição real de um país é a soma dos "fatores reais de poder". Se a
Constituição escrita não refletir essa realidade, ela é apenas uma "folha de papel".
Carl Schmitt: A Constituição é uma decisão política fundamental do povo, que define a forma do Estado.
Hermann Heller: A Constituição integra a norma jurídica com a realidade social, nascendo dos conflitos
para transformar a sociedade.
Konrad Hesse: A Constituição tem uma "força normativa" própria, capaz de moldar a realidade, desde que
exista vontade política e social para concretizá-la.
Poder Constituinte Originário:
É o poder que cria a Constituição de um novo Estado ou uma nova Constituição em substituição à anterior.
Características:
Político: É um poder de fato, anterior ao Direito.
Inicial: Dá início a toda a ordem jurídica.
Ilimitado Juridicamente: Não precisa respeitar as regras da Constituição anterior.
Incondicionado: Não segue um procedimento predefinido.
Autônomo: Compete a ele decidir como e quando elaborar uma nova Constituição.
Permanente: Não se esgota após criar a Constituição.
Poder Constituinte Derivado:
É o poder criado e regulado pela própria Constituição para modificá-la ou complementá-la.
Características:
Jurídico: É um poder de direito, previsto na Constituição.
Derivado: Sua força vem do Poder Constituinte Originário.
Limitado/Subordinado: Deve respeitar os limites impostos pela Constituição (ex: cláusulas pétreas).
Condicionado: Deve seguir o procedimento estabelecido na Constituição para sua atuação.
Espécies:
Poder Reformador: Altera a Constituição por meio de Emendas Constitucionais (EC), respeitando o
procedimento e os limites estabelecidos nela (art. 60 da CF).
Poder Decorrente: Permite aos Estados-membros criar suas próprias Constituições Estaduais,
respeitando a Constituição Federal.
Poder Revisor: Exercido uma única vez, em 1993, para uma revisão geral do texto constitucional,
conforme previsto no art. 3º do ADCT.
Exemplo: O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da CF/88 serviu para disciplinar a
transição do regime jurídico anterior para o novo.
5. Normas Constitucionais, Regras e Princípios
O Direito é formado por normas, que podem ser regras ou princípios.
Hermenêutica Constitucional
Existem interpretação quanto a espécie e ao agente.
A hermenêutica é a ciência da interpretação que tem por objetivo sistematizar princípios e regras.
Interpretar é dar o verdadeiro significado da norma, é buscar o seu sentido e alcance.
A função do interprete está em determinar o sentido exato e a extensão da norma.
Recepção Material
Fenômeno pelo qual uma nova Constituição "acolhe" leis anteriores que sejam materialmente compatíveis com
ela.
Exemplo: O Código Penal, de 1940, foi recepcionado pela CF/88 com status de lei ordinária.
Repristinação:
Ocorre quando uma norma revogada volta a vigorar porque a norma que a revogou foi, por sua vez, revogada.
No Brasil, não é automático e precisa de previsão expressa (art. 2º, § 3º, da LINDB).
Desconstitucionalização:
Fenômeno em que uma norma da Constituição anterior perde o status constitucional, mas continua a vigorar
como lei comum. Não é adotado no Brasil.
Regras:
Tratam de casos específicos e funcionam na lógica do "tudo ou nada".
Exemplo: A regra da maioridade penal (Art. 228 da CF). Se uma pessoa tem 18 anos ou mais, é
penalmente imputável. Se tiver menos, a regra não se aplica. Não há ponderação.
Princípios:
São valores e diretrizes gerais que orientam as normas. Em caso de colisão, são ponderados e equilibrados.
Exemplo: Numa investigação, o Princípio da Segurança Pública pode colidir com o Princípio da Presunção
de Inocência e da Intimidade. Um juiz, ao autorizar uma quebra de sigilo telefônico, pondera esses
princípios, permitindo uma violação controlada da intimidade para proteger a segurança da sociedade.
1. Interpretação quanto ao agente.
a. Pública e autêntica: é quando o próprio legislador, é quando este que faz a norma deixa claro o seu alcance
e interpretação justamente para evitar ambiguidade, em resumo é quando o legisladordescreve dentro da
norma.
Quando o próprio legislador escreve a interpretação que deverá ter a norma, por exemplo art. 150 (páragrafo 4
e 5) do CP.
b. Interpretação Pública Judicial: interpretaçao formada por julgadores que se transformam em
jurisprudência. É a interpretação do caso concreto realizada pelos julgadores. (jurisprudência)
c. Interpretação Privada Doutrinária: nada mais é que a doutrina, aplicação de teoria já existentes. Aquela
realizada por especialista, através de um estudo ciêntífico trazendo uma adequada interpretação da norma
jurídica
2. Interpretação quanto a espécie.
a. Interpretação gramatical: é uma interpretação literal, é aquela que analisa a semântica das palavras
b. Interpretação lógica ou sistemática: neste caso é a interpretação quando se observa a intenção do
legislador quanto ao caso concreto. É a interpretação observando a intenção do legislador ao redigir a lei.
Exemplo: Se uma lei diz que é proibido o acesso de veículos motorizados ao parque interpreta-se que pode
andar de bicicleta.
c. Interpretação histórica: o momento que a lei é construida para saber a intenção do legislador.
Controle Difuso e Concentrado
Definição
É análise da lei se é constitucional ou inconstitucional
Controle Difuso
Controle Concentrado
d. Interpretação comparativa: é a compreensão de normas semelhantes, podendo ser do ordenamento
interno ou de normas internacionais
3. Interpretação quanto a extensão:
a. Interpretação declarativa: o intérprete chega no mesmo resultado que o sentido determinado pelo
legislador, não há ampliação.
b. Interpretação progressiva: é quando o interprete observa que a norma vigente já esta em descompasso
com a realidade social, a lei permanece a mesma, mas a interpretação é atualizada observand os novos
contextos sociais.
c. Interpretação extensiva: Ocorre quando o interprete amplia o alcance da norma jurídica para abranger
situações que embora nao estejam expressas no texto legal deverão estar inclusas como finalidade.
Exemplo: O CTB proibe o uso de celular, e...
d. Interpretação restritiva: Ocorre quando o interprete limita o alcance do texto da lei
Exemplo: Uma lei que isenta impostos de livros, não irá se aplicar a revistas, e-books, etc.
e.
Conceito: É o controle feito por qualquer juizo ou tribunal dentro de um processo comum, não tem um processo
específico. A inconstitucionalidade é analisada de forma incidental.
Exemplo: Matheus contratou João para construir um muro em sua residência, o João não executou o serviço
(Ação de Obrigação de Fazer) e dentro desta ação entrou com outra de Controle Difuso de Constitucionalidade.
Efeito: Vale apenas para as partes envolvidadas.
Nota extra: Qualquer juíz de qualquer tribunal pode analisar o pedido de constitucionalidade, e o efeito
desta análise é para apenas os polos dessa ação. É um processo incidental, não existe um processo
específico no processo difuso para discutir a constitucionalidade
Conceito: É aquele feito diretamente no STF sem depender de um caso concreto. No art. 103 possui um hall de
quem pode ingressar com a ação
Tipos:
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI):
Conceito: É o instrumento usado para declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo
federal e estadual que viole a CF. A competência é do STF, os legitimados são aqueles que constam no
art. 103, tem efeito erga omnes vinculante e retroativo (ex nunc), salvo se tiver efeito modulado (define
as regras para o efeito, quem será afetado, limitando quem será afetado).
Exemplos:
ADI 3510 (Lei de Biosegurança - Manipulação de células troncos)
ADI 1946 (Proibição de cobrança de mensalidade em Universidades Públicas)
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF):
Conceito: É uma ação para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da CF, causada por Ato do
Poder Público. É uma ação de caráter extraordinário e usado em último caso, cabe para normas de
antes da CF/88 controvérsia a lei municipal e artigo já revogado da CF/88. A competência é do STF, os
legitimados são os elencados no art. 103. Tem efeito erga omnes, efeito vinculado e tem possibilidade
de efeito modular.
Preceito Fundamental:
Controle Difuso e Concentrado
Definição
É análise da lei se é constitucional ou inconstitucional
Controle Difuso
Controle Concentrado
Exemplos:
Direitos e garantias fundamentais
Cláusulas pétreas
Autonomia do Estado
Exemplos:
ADPF 54 (Anencéfalos)
ADPF 132 (União estável dos homoafetivos)
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO):
Conceito: Serve para combater a omissão do Poder Público que impede a eficácia de uma norma
constitucional, a competência é do STF, os legitimidados estão elecandos no art. 103.
Efeito: O STF reconhecendo a omissão, irá notificar o órgão competente para agir.
Exemplo:
ADO 26 (Reconheceu a homofobia e a transfobia equiparando ao crime de racismo)
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADII - Intervenção):
Conceito: Instrumento utilizado para provocar Intervenção Federal ou Estadual, quando um Estado ou
Municpío viola princípios sensíveis da CF (art. 34, VII).
Legitimado: PGR.
Competência: STF
Efeito: O STF manda o PR decretar a intervenção
Conceito: É o controle feito por qualquer juizo ou tribunal dentro de um processo comum, não tem um processo
específico. A inconstitucionalidade é analisada de forma incidental.
Exemplo: Matheus contratou João para construir um muro em sua residência, o João não executou o serviço
(Ação de Obrigação de Fazer) e dentro desta ação entrou com outra de Controle Difuso de Constitucionalidade.
Efeito: Vale apenas para as partes envolvidadas.
Nota extra: Qualquer juíz de qualquer tribunal pode analisar o pedido de constitucionalidade, e o efeito
desta análise é para apenas os polos dessa ação. É um processo incidental, não existe um processo
específico no processo difuso para discutir a constitucionalidade
Conceito: É aquele feito diretamente no STF sem depender de um caso concreto. No art. 103 possui um hall de
quem pode ingressar com a ação
Tipos:
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI):
Conceito: É o instrumento usado para declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo
federal e estadual que viole a CF.
Competência: STF
Legitimados: Art. 103
Efeito: erga omnes vinculante e retroativo (ex nunc), salvo se tiver efeito modulado (define as regras
para o efeito, quem será afetado, limitando quem será afetado).
Exemplos:
ADI 3510 (Lei de Biosegurança - Manipulação de células troncos)
ADI 1946 (Proibição de cobrança de mensalidade em Universidades Públicas)
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF):
Conceito: É uma ação para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da CF, causada por Ato do
Poder Público. É uma ação de caráter extraordinário e usado em último caso, cabe para normas de
antes da CF/88 controvérsia a lei municipal e artigo já revogado da CF/88.
Competência: STF
Legitimados: Art. 103
Efeito: Erga Omnes, efeito vinculado e tem possibilidade de efeito modular.
Preceito Fundamental:
Exemplos:
Direitos e garantias fundamentais
Cláusulas pétreas
Autonomia do Estado
Exemplos:
ADPF 54 (Anencéfalos)
ADPF 132 (União estável dos homoafetivos)
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO):
Conceito: Serve para combater a omissão do Poder Público que impede a eficácia de uma norma
constitucional,
Competência: STF
Legitimados: Art. 103
Efeito: O STF reconhecendo a omissão, irá notificar o órgão competente para agir.
Exemplo:
ADO 26 (Reconheceu a homofobia e a transfobia equiparando ao crime de racismo)
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADII - Intervenção):
Conceito: Instrumento utilizado para provocar Intervenção Federal ou Estadual, quando um Estado ou
Municpío viola princípios sensíveis da CF (art. 34, VII).
Legitimado: PGR.
Competência: STF
Efeito: O STF manda o PR decretar a intervenção
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Conceito: Tem como objetivo declarar a constitucionalidade de uma lei ou um ato normativo federal,
quando existir uma controversajudicial relevante quanto sua qualidade.
Legitimados: PR, Mesa do Senado/Câmara, PGR
Competência: STF
Efeito: Erga Omnes, eficácia retroativa e tem possibilidade de modulação
Exemplo: ADC 12

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