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PUR (ELEMENTOS) profa. Lizia Agra Aula: metodologias de análise do espaço: Mobilidade urbana Ter mobilidade urbana é ter alternativas para os diversos deslocamentos de que necessitamos. Conceito Mobilidade Urbana é A capacidade de deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano para a realização das atividades cotidianas em tempo considerado ideal, de modo confortável e seguro. Importância da Mobilidade Urbana ● Melhoria da saúde e menor impacto ambiental ● Promove o desenvolvimento das cidades; ● Promove impacto no desenvolvimento econômico, social e ambiental. ● Relaciona-se ao planejamento, gestão e governança metropolitana ● Condiciona a infraestrutura urbana. ● Impulsiona do debate sobre a inovação, tecnologia e design de serviços. ● Promove e impulsiona a resiliência e adaptação das práticas e morfologias urbanas ● Entender possibilidades (ou adaptação) de sistemas de mobilidade às mudanças climáticas; FONTE: https://proxy.furb.br/ojs/index.php/rbdr/article/view/6861/4261 HIERARQUIA FUNCIONAL DE VIAS O primeiro princípio fundamental da Engenharia de Tráfego clássica decorre do entendimento de que as vias desempenham diversas funções na vida social e de que as diferenças usuais de ponto de vista na avaliação das intervenções propostas são normalmente relacionadas com interesses distintos nas diversas funções viárias. As funções viárias classicamente destacadas são: deslocamento entre locais; circulação (de uma via a outra); acesso às edificações; ambiente urbano. O Código de Trânsito Brasileiro de 1997 distingue vias de trânsito rápido, vias arteriais, vias coletoras e vias locais FONTE: http://sites.poli.usp.br/d/ptr2377/Cap%C3%ADtulo2a.pdf CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA E HIERARQUIA FUNCIONAL A hierarquização funcional pode ser representada pela classificação das vias decorrente das suas funções prioritárias e deve ser operacionalizada por diversas intervenções físicas e de controle que buscam dar a eficiência requerida às funções priorizadas e, na medida do necessário, restringir as demais funções. FONTE: http://sites.poli.usp.br/d/ptr2377/Cap%C3%ADtulo2a.pdf Tipos de via – classificação usual: ● Vias estruturais: predominam fluxos de passagem; atendem grandes deslocamentos; ○ Expressas: controle de acesso segrega fluxo que entra/sai da via; ○ Arteriais: privilegia deslocamentos ao longo da via, sem controle de acesso; ● Vias complementares: ○ Coletoras: ligam vias locais às vias arteriais; ○ Locais: restringem o fluxo de passagem. (na classificação básica são três tipos e a via expressa é vista como tipo físico de via com função arterial). FONTE: http://sites.poli.usp.br/d/ptr2377/Cap%C3%ADtulo2a.pdf No Brasil, o Código de Trânsito (Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997) traz, no Anexo I, as definições que devem reger as classificações adotadas pelas cidades brasileiras. Propositalmente, a terminologia legal se aproxima muito da técnica. Segundo a lei: ● Via local – aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas; ● Via coletora – aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade; ● Via arterial – aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade; ● Via de trânsito rápido – aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível FONTE:https://aredeurbana.com/2018/02/08/hierarquia-funcional-do-sistema-viario/ Em análises e em intervenções, deve-se considerar opapel funcional atribuído à via, especialmente quando: 1. o atendimento às necessidades de acesso; e 2. o percurso (ou acessibilidade e mobilidade). FO N TE : h ttp :// si te s. po li. us p. br /d /p tr2 37 7/ C ap % C 3% A D tu lo 2a .p df FO N TE : h ttp :// si te s. po li. us p. br /d /p tr2 37 7/ C ap % C 3% A D tu lo 2a .p df FO N TE : h ttp :// si te s. po li. us p. br /d /p tr2 37 7/ C ap % C 3% A D tu lo 2a .p df REPRESENTAÇÃO GRÁFICA LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA MOBILIDADE PARA INTERVENÇÃO EM PROJEÇÃO, CONSIDERAR: VIA EXPRESSA ● máxima eficiência para o deslocamento entre regiões; ● acesso controlado (espaçadas e com faixas de transição); ● faixas largas (3,60 m) e múltiplas faixas (3 ou mais); ● interseções preferencialmente em desnível, com alças de acesso e egresso, com vias arteriais; ● eventualmente, operação em nível com seção de entrelaçamento ou apenas acessos e egressos para vias interceptantes de menor fluxo; ● interseções em nível, estacionamento, paradas de coletivos, travessias de pedestres transferidas para vias auxiliares ou tranversais; Fonte: MASCARÓ (2005) Fonte: MASCARÓ (2005) VIA ARTERIAL ● Eficiência para deslocamento entre regiões, permitindo acesso aos lotes lindeiros e interseções semaforizadas com espaçamento adequado (maior que 200 m); ● demais interseções com preferência; ● cruzamento e conversões à esquerda de vias secundárias eliminados onde for prejudicial; ● interseções em desnível ou apenas acessos e egressos com vias expressas; ● também faixas largas (mais de 3,0 m) e múltiplas faixas (2 ou mais); ● disciplinamento do atendimento dos fluxos de veículos pesados e coletivos (pontos espaçados); ● disciplinamento das travessias de pedestres (canalizadas para interseções semaforizadas) e de estacionamento (proibição nas aproximações semaforizadas, se necessário); Fonte: MASCARÓ (2005) Fonte: MASCARÓ (2005) Fonte: MASCARÓ (2005) VIA COLETORA ● Coletora: para coleta e distribuição do tráfego de vias locais e deslocamento até o sistema viário estrutural; ● interseções com todas as vias locais, desde que seguras, com preferência para a via coletora, e condições adequadas de acesso/egresso para as vias estruturais; ● deve atrair tráfego das áreas locais, concentrando atividades comerciais locais, provendo estacionamento adequado, acesso ao transporte coletivo, entrada e saída adequadas, etc; Fonte: MASCARÓ (2005) Fonte: MASCARÓ (2005) Fonte: MASCARÓ (2005) Fonte: MASCARÓ (2005) VIA LOCAL ● deve prover as melhores condições para atividades locais e excluir tráfego de passagem; ● restrições à acessibilidade local apenas onde for inseguro; ● vias internas, nos maiores empreendimentos. Fonte: MASCARÓ (2005) Fonte: MASCARÓ (2005) WOONERF STREET- Holanda Woonerf é um tipo de rua que funciona como espaço público compartilhado para pedestres, ciclistas, crianças e carros de tráfego lento; o termo pode ser traduzido como rua viva ou rua compartilhada. Estas ruas estão dentro de bairros residenciais, são arborizadas e possuem pavimentação e sinalização diferenciadas, que informam sobre o tipo de rua. LA RAMBLA - Barcelona, Espanha La Rambla é a mais importante rua de Barcelona. Possui uma extensa e larga calçada central para pedestres com quiosques, bancas de flores e mobiliário urbano, cercada por canteiros e árvores. Há também vias laterais para tráfego de carros. Ela se estende desde o Porto Vell até a Praça de Catalunya. DOTS Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável DOTS ● Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável: modelo de planejamento e desenho urbano ● Critérios de desenho para bairros compactos, densos, com diversidade de usos, serviços e espaços públicos seguros e ativos ● Soluções de mobilidade para o deslocamento de pessoas ○ a pé ou bicicleta: local ○ por transporte público: conexão com a cidade SETE ELEMENTOS DO DOTS 1. Transporte público de qualidade 2. Mobilidade não motorizada 3. Gestão do uso do automóvel 4. Uso misto e edifícios eficientes 5. Centros de bairros e plantasbaixas ativas 6. Espaços públicos e recursos naturais 7. Participação e identidade comunitária Proximidade com a mancha urbana ruas integradas à estrutura urbana existente. Infraestrutura para o transporte público vias qualificadas, paradas, terminais, mobiliário, sinalização e sistema de informação ao usuário; Incrementar o número de viagens mediante conexões adequadas e serviços cômodos, eficientes e acessíveis; EXEMPLO DOS ELEMENTOS DO DOTS Viabilidade do transporte público demanda mínima para garantir viabilidade e frequência; Acesso ao transporte público distância máxima de 1.000m a pé (15 min) ou bicicleta (5 min) EXEMPLO DE SÍNTESE DA ANÁLISE SWOT A criação da análise SWOT é creditada a Albert Humphrey e sua equipe de pesquisa na Universidade de Stanford nos anos 60 e 70. Em suas pesquisas, eles procuravam entender porque o planejamento estratégico de empresas importantes havia falhado. Para avaliar as empresas na pesquisa, a análise SOFT, embrião da análise SWOT, segundo autores, utilizou os seguintes critérios: ● O que é positivo no presente é uma Força; ● O que é positivo no futuro é uma Oportunidade; ● O que é negativo no presente é uma Fraqueza; ● O que é negativo no futuro é uma Ameaça. Dica: buscar responder perguntas como: Forças podem potencializar/se associar a quais oportunidades? Forças podem minimizar quais ameaças? As fraquezas podem afetar alguma oportunidade, quais? Fraquezas podem potencializar/associar-se à ameaças? EXEMPLO EXEMPLO EXEMPLO COMO ANALISAR A MOBILIDADE DE UMA ÁREA? EXEMPLO "Atualmente há uma série de sistemas de avaliação que se utiliza de indicadores para a avaliação de fatores, como qualidade de vida, mobilidade urbana sustentável, mobilidade de pedestres e de ciclistas. Podemos citar os seguintes sistemas: Mercer, European Green Capital Award (EGCA), UITP, WalkScore e Copenhagenize, descritos a seguir:" fonte: https://www.scielo.br/j/cm/a/9q4p4rF5zcCYTGsygSW MyQr/?lang=pt INDICADORES DE MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL Bicycle Friendly Cities (Copenhagenize Index)–Iniciativa da organização Copenhagenize Designe Company para avaliar as cidades com as melhores práticas de uso da bicicleta inserida no ambiente urbano. São consideradas treze categorias de avaliação que incluem aspectos da infraestrutura, perfil do usuário, segurança, cultura da bicicleta, evolução, políticas públicas de incentivo (CDC, 2017). Walk Score – Índice aplicado nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, que classifica cidades e bairros nesses países. O Walk Score mede o grau de caminhabilidade de qualquer endereço, com base no tráfego, no acesso ao transporte público e na qualidade das condições para os ciclistas. A pontuação é concebida com base na distância em cada categoria. Uma função de decaimento é usada para dar pontos aos fatores mais distantes. O Walk Score também utiliza análise da densidade populacional e métricas das vias, quadras, densidade de cruzamentos, usando como fonte de dados o Google, Education.com, Open Street Map, o Censo dos EUA, Localeze e locais adicionados pela comunidade de usuários do Walk Score (Walk Score, 2017). Urban Mobility Index (International Association of Public Transport, UITP) – Índice criado para avaliar o desempenho da mobilidade urbana em cidades em todo o mundo. Atualmente analisa 84 cidades, avaliando 19 critérios do grau de implementação (integração e eficiência de transporte público e bicicletas, suporte financeiro, etc.), e de desempenho (poluição atmosférica, acidentes, tempo de deslocamento, etc.) (UITP, 2014). Quality of Living Ranking (Mercer) – Este índice avalia a qualidade de condições de vida em mais de 440 cidades, de acordo com 39 indicadores, agrupados em 10 categorias: serviços públicos de transporte, estabilidade política e social, economia, cultura, saúde, educação, recreação, consumo de bens, habitação e ambiente natural (Mercer, 2015). European Green Capital Award (EGCA) é o resultado de uma iniciativa tomada, inicialmente, por um grupo de cidades europeias e posteriormente lançada pela Comissão Europeia em 2008. Os objetivos do EGCA são recompensar cidades que tenham um histórico consistente de alcançar altos padrões ambientais: incentivar as cidades a comprometerem-se com metas contínuas e ambiciosas para uma maior melhoria ambiental e para o desenvolvimento sustentável; motivar e promover melhores práticas e experiências em todas as outras cidades europeias, para melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos e reduzir o seu impacto no ambiente global. A seleção das cidades é avaliada com base em 12 indicadores: mudanças climáticas: mitigação e adaptação; mobilidade urbana sustentável; uso sustentável do solo; natureza e biodiversidade; qualidade do ar; ruído; resíduos sólidos; água; crescimento e inovação ecológica; desempenho energético; e governança (EC, 2017).