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Direitos humanos 
A proteção internacional dos Direitos Humanos possui três eixos de proteção, sendo eles:
· Direito Internacional dos Direitos Humanos: protege o ser humano em todos os aspectos;
· Direito Internacional dos Refugiados: busca a proteção do refugiado, desde a saída do seu local de residência.
· Direito Internacional Humanitário: tem como objetivo proteger o ser humano na hipótese de conflitos armados, internacionais e não internacionais.
Direitos humanos são direitos universais que toda pessoa tem pelo simples fato de existir. Esses direitos são afirmados pelos Estados tanto individualmente, por suas leis e Constituições, quanto coletivamente, por intermédio de convenções, acordos e tratados internacionais. Garantias que variam no tempo-espaço, garantias essas que vão para o ser-humano.
Produto Histórico: fruto do processo histórico inserido nas nuances políticas - Contexto Contemporâneo
As 3 dimensões (gerações):
1º geração - conquistas burguesas no século XVII; direitos civis e políticos; liberdade, igualdade burguesa)
2º geração - direitos sociais, econômicos e culturais (carta da ONU)
3º geração - coletivos/difusos (fim da guerra fria e retomada do diálogo)
Fundado na soberania dos Estados
Direito Internacional Humanitário Conceito e forma
DIH: embrião do direito internacional; regula a guerra.
Exército se torna nacional a partir da criação do Estado-nação;
1864: primeiras regulamentações. A guerra justa só se justifica se você tiver uma causa justa; naquela época era por qualquer motivo
Criação da Cruz Vermelha - todo um movimento para a criação; um aristocrata muito influente movimentou e influenciou. Não foi criada pela Convenção de Genebra.
1864: Convenção de Genebra
1998 em Roma: Estatuto de Roma - responsável por criar o Tribunal Penal Internacional (tem sede em Haia, mas julga indivíduos e responsabiliza representantes estatais. ○ Os crimes que podem ser julgados lá: crime contra a humanidade, genocídio, crime de guerra e crime de agressão.
Corte Internacional de Justiça em Haia (ONU - julga conflitos entre Estados) ● Direito expressa o grau de envolvimento de relações sociais em determinado contexto e tempo; é expressão de um ambiente de auto-tutela, difuso, de hierarquizações; expressão de forças materiais.
A ONU em si não tem um órgão de Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é famosa, mas não tem efeitos jurídicos. Não gera responsabilidade de quem a viola.
Há poucos tratados internacionais sobre D.H.
Direitos humanos fundamentais → direitos humanos que estão escritos na Constituição
O Direito vai acompanhando as lutas sociais, o capitalismo.
Os S.H. trazem uma mudança significativa na compreensão de direito, faz com que o direito entenda que o direito não leva em conta somente as fontes, mas também as leis, a ética e a moral. Antes era mais positivista e após os D.H., é mais pós-positivista, na qual o poder está mais na mão do executivo do que legislativo; trazem consigo essa lógica do pós-positivismo, algumas pautas passam a recair mais na interpretação e ética.
Extradição - mandar alguém de outro país para outro país para cumprir a pena 
Direitos humanos na sociedade capitalista
· São institucionalizados dentro das relações sociais existentes, refletindo as desigualdades e antagonismos do capitalismo
· Possuem caráter contraditório:
Em certos momentos são afirmados, garantindo direitos
Em outros, são negados ou restringidos para preservar interesses econômicos e de poder
· Núcleos basilares: direitos fundamentais que espelham as formas de sociabilidade capitalista. Fora desses núcleos, os direitos humanos sofrem variações, seletividade e limitações impostas pela estrutura política e jurídica do capitalismo
Função política e econômica
A defesa dos direitos humanos serve também para manter a ordem capitalista:
· Protege a propriedade e riqueza dos detentores do capital
· Direitos individuais são defendidos enquanto não ameaçam a distribuição capitalista
Marxismo jurídico
· Analisa os direitos humanos considerando as determinações sociais estruturais do capitalismo
· Crítica tanto à normatividade jurídica quanto ao poder estatal
Formação do sujeito de direito
· Para que existam direitos humanos, é necessário que se constitua socialmente a categoria de sujeito de direito
· Esse sujeito é uma construção histórica e é investido de uma condição jurídica. Exclui figuras pré-capitalistas como escravos e servos
· Uma conformação entre forma jurídica e forma política estatal, institucionalizando o sujeito de direito.
Os direitos humanos surgem como direitos subjetivos específicos, garantidos pelo aparato jurídico e político do Estado;
No campo jurídico, eles asseguram a manutenção das estruturas políticas e jurídicas necessárias à reprodução do capitalismo
Garantem formalmente dignidade e liberdade, mas dentro de limites que preservam o funcionamento da exploração capitalista
Núcleo central de direitos humanos que é estrutural ao capitalismo:
Igualdade formal entre capitalista e trabalhador
Autonomia da vontade como base do contrato de exploração do trabalho assalariado
Propriedade privada garantida pelo Estado
Esses direitos são estruturais, ou seja, sua existência é necessária para a reprodução do capitalismo
Direito Estrutural: assegura a reprodução do capitalismo (núcleo central)
Direito Incidental: depende de lutas sociais e políticas, podendo ser restringido em favor do capital (meio ambiente, minoria, trabalhador) 
Defender direitos sociais é, paradoxalmente, também defender a própria estabilidade do capitalismo, pois eles dependem do sistema que os permite
· Direitos individuais, políticos e sociais não emancipam o trabalhador nem acabam com a opressão, mas:
Dão estabilidade às relações de exploração
· Permitem manutenção mais ordenada das desigualdades
A história dos direitos humanos, lida pelo ângulo materialista, mostra que eles  surgem a partir das formas sociais do capitalismo. Servem para medir e organizar a vida sob a forma da mercadoria. Tentam remediar efeitos da exploração sem alterar suas causas
A base mínima de direitos humanos individuais é considerada revolução “legítima”, porque sustenta a reprodução do capital
Lutas por direitos humanos sociais ou pela superação do capitalismo são consideradas revolução “ilegítima”
Sujeitos
1. Estados 
2. Grupos armados organizados não estatais 
3. Movimentos de libertação nacional 
Princípios
1. Princípio da distinção
· Diferencia civis e combatentes; apenas combatentes podem ser alvejados diretamente.
· Objetivo: proteger a população civil em conflitos armados.
2. Proibição de ataques contra aqueles fora de combate
· Inclui feridos, doentes e prisioneiros de guerra.
3. Proibição de infligir sofrimento desnecessário
· Impede o uso de meios ou métodos de guerra que causem dor ou destruição desproporcionais.
4. Princípio da proporcionalidade
· Danos a civis devem ser mínimos e proporcionais à vantagem militar prevista.
5. Princípio da necessidade militar
· Permite ações militares que gerem destruição ou danos, desde que essenciais para vencer a batalha ou a guerra.
· Limite: não autoriza ignorar considerações humanitárias.
6. Princípio da humanidade
· Reconhece que todos os seres humanos têm direito a respeito e cuidado, incluindo inimigos e pessoas fora de combate.
Fontes
As principais fontes do Direito Internacional Humanitário (DIH) são:
1. Tratados: Acordos formais entre Estados que constituem a base do DIH, destacando-se as Convenções de Genebra, as Convenções de Haia e diversos protocolos sobre temas específicos.
2. Direito Consuetudinário: Normas que emergem da prática geral dos Estados, reconhecidas como obrigatórias, mesmo sem estarem codificadas em tratados.
3. Fontes auxiliares:
· Doutrina: Escritos de juristas e acadêmicos renomados que interpretam e sistematizam o DIH.
· Jurisprudência: Decisões de tribunais internacionais e nacionais que aplicam e interpretam normas do DIH.
Direito de Haia (1899 e 1907)
O Direito de Haia nasceu para estruturar a proteção de pessoas em zonasde combate e regular a conduta dos combatentes (jus in bello), limitando os meios de ferir o inimigo e protegendo os não envolvidos diretamente nas hostilidades.
· Marco inicial: Declaração de São Petersburgo (1868), que proibiu armas que causassem sofrimento inútil ou mortes inevitáveis.
· Princípio essencial: direitos dos combatentes não são ilimitados; a humanidade deve ser respeitada na guerra.
Direito de Genebra (1949)
As Convenções de Genebra (I-IV), adotadas em 1949, protegem todas as vítimas de guerra:
Princípios essenciais:
· Proteção de todos os não combatentes;
· Aplicação em guerras declaradas ou conflitos armados, inclusive ocupações;
· Direitos irrenunciáveis, não alteráveis por acordos privados.
Direito de Nova York (ONU)
O Direito de Nova York se refere à proteção de direitos humanos durante conflitos armados sob a égide da ONU.
· Importância: representa a consolidação do papel da ONU no Direito Humanitário, complementando normas internacionais e promovendo ações humanitárias.
Direito Internacional à Guerra
Algumas pessoas chamam o D.I.H. de Direito da Guerra. Alguns acham que ele se subdivide em “D.I. da Guerra” e “D.I. à Guerra
· À guerra: 
Uso da força enquanto meio legítimo de solução de controvérsias; a guerra justa sempre foi o meio; ela não é calculável. 
Quando você restringe o uso da violência, há um maior controle sobre ela.
A violência apenas será usada em duas hipóteses: 
a) quando o conselho de segurança autorizar uma intervenção militar; 
b) legítima defesa (resquício da guerra justa). Uso da força fica restrito
Intervenções Humanitárias
Missão de Paz:
Cunho humanitário; não necessariamente usa a força.
Criação que não respeita a Carta da ONU;
Não tem previsão sobre a Carta da ONU;
Sua origem: “Peace Keeping” (cessar fogo;1960-70); “Peace Making” (as tropas têm que manter a paz, fazer tratado de armistício; 1980); “Peace Building” (construção de paz; 1990 adiante);
Utiliza a força em último caso;
Precisa haver concordância do país;
Órgão responsável: Assembleia Geral (AG)
A partir de 1990 as Intervenções Militares passaram a ser feitas em prol dos Direitos Humanos. Chegando a criação de uma intervenção militar humana.
As Missões de Paz começaram a ter um caráter mais intervencionista

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