Buscar

Resumo servidor público no exercício de mandato eletivo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONSIDERAÇÕES ACERCA DE SERVIDOR PÚBLICO NO EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Com respeito à normatização do exercício de mandato eletivo por servidor público, temos o artigo 38, da nossa Constituição: 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
 I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
 II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
 III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
 No caput do art. 38, da nossa Carta Política, temos que os servidores públicos da administração direta, bem como os das autarquias e fundações públicas, e que tenham cargo, emprego ou função e sejam detentores de mandato eletivo, bem como possuíam o vínculo com a máquina administrativa antes do pleito e são servidores efetivos, são disciplinados por tal norma. O supracitado dispositivo teve sua redação modificada com a EC 19/98, que visou restringir sua aplicação aos servidores estatutários.
O inciso I do supramencionado artigo, dispõe sobre os servidores públicos providos em mandatos eletivos federal, estadual e distrital, devem se afastar de suas atividades na Administração para cumprirem o mandato, de forma a contemplar o interesse desta. Nesta situação, devem perceber o subsídio relativo ao cargo político que desempenham. O referido inciso é amparado no princípio geral da inacumulabilidade de cargos, empregos e funções na Administração Pública. Sobre isso nos fala Carvalho Filho, (2014):
A qualificação profissional do servidor não poderia mesmo excluí-lo do processo eletivo, sabido que a elegibilidade constitui um dos mais relevantes direitos outorgados ao cidadão. É verdade que a eleição de servidor público pode refluir na relação estatutária, e por essa razão a Constituição traçou algumas regras a serem aplicadas nessa hipótese. Se o servidor público é eleito para exercer mandato político, presume-se que irá se dedicar a essa nova atividade.
Já o inciso II, disciplina sobre o servidor público que será mandatário municipal do Poder Executivo, e expõe que o servidor deverá afastar-se, para exercer seu mandato, da função pública anteriormente desempenhada pelo servidor. Porém, com o objetivo de garantir a estabilidade financeiro do servidor eleito, a esse é facultado escolher a remuneração de sua preferência, a fim de que não fique prejudicado com uma possível diminuição de renda. Quanto ao vice-prefeito, por analogia é também disciplinado seu mandato eletivo conforme aquele inciso.
Já o inciso III, que disciplina sobre o servidor público eleito para exercer a vereança. Contém uma exceção à regra do princípio da inacumulabilidade de cargos públicos, pois havendo compatibilidade de horários, poderá o servidor desempenhar concomitantemente a função que exercia e a do cargo de vereador, podendo, por conseguinte, perceber a remuneração de ambas. Caso não haja compatibilidade de horários, conforme o inciso anterior, poderá aquele optar pela remuneração da função pública, pois tal faculdade tem o fito de resguardar a estabilidade financeira do servidor, já que o subsídio de vereador, que é disciplina no art.29, VI, CF, pode ter um valor baixo, pois conforme Costa (2012): “[...] varia de acordo com a população do município, de 20 a 75% do subsídio dos deputados estaduais. ” Por fim, é válido esclarecer que o suplente de vereador, por não ser titular de mandato eletivo, a ele é imposta nenhuma restrição quanto ao exercício do cargo, emprego ou função pública.
Ainda analisando o art. 38 da CF/88, temos: 
IV - Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse
De acordo com o inciso IV, o servidor não será prejudicado pelo exercício do mandato popular, ele ressalta que o tempo de serviço do servidor que está afastado para mandato eletivo será contado para todos os efeitos. No entanto, a lei faz uma ressalva, que é a promoção por merecimento, pois o legislador entendeu que a promoção por merecimento é algo que está inerente ao efetivo exercício das funções do cargo, dessa forma é inadmissível obter este benefício no período de afastamento. Convém ressaltar que esta regra não se aplica aos servidores que acumulam seu cargo com o de vereador, pelo fato de não se afastar do cargo de provimento efetivo, permanecendo dessa forma o direito de ser promovido por merecimento.
Quanto ao inciso V, a Lei Maior considera o tempo de afastamento do servidor como se estivesse em exercício, o servidor se mantém vinculado ao regime adotado para seu cargo de origem, para o qual as contribuições recolhidas devem ser direcionadas, da leitura do dispositivo supramencionado, denota-se que o servidor público, em caso de afastamento para o exercício de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, deve continuar contribuindo para o regime ao qual esteja vinculado por força do cargo efetivo, uma vez que o recolhimento se mantém “como se no exercício estivesse”, logo, quando o detentor de mandato eletivo for servidor público efetivo e se afastar do cargo originário, suas contribuições hão de ser repassadas ao RPPS.
Depreende-se ao finalizarmos o estudo em tela, que conforme a Lei Maior do ordenamento jurídico brasileiro, é permitido o exercício de mandato eletivo por servidor público estatutário. Porém, em regra, para que venha a ocupar o cargo político, deve-se solicitar o afastamento do serviço público para ser provido em mandato federal, estadual e distrital. Quanto ao mandato de prefeito, há que ocorrer o afastamento do serviço público, sendo facultado a escolha da remuneração, se a da função pública ou o subsídio proveniente do mandato eletivo. Há exceção à regra tratando-se de mandato de vereador, pois se houver compatibilidade de horários poderá permanecer na função pública e exercer a vereança simultaneamente, percebendo a remuneração de ambas. Contudo, não havendo a referida compatibilidade de horários, aplica-se quanto aos vencimentos o mesmo que para o servidor público provido em mandato de prefeito.
Consideramos de grande importância a regra da inacumulabilidade de cargos, que veda o exercício simultâneo da ocupação do servidor público e o desempenho do mandato eletivo. Como também, acreditamos que o servidor público investido em mandato de vereador também deveria ser abarcado por aquela. Pois, o servidor ao atuar em cargo, emprego ou função da administração direta, poderia realizar favores políticos, ou qualquer ato que pudesse beneficiá-lo em seu pleito, desvirtuando o interesse da mesma. Assim, tal situação poderia dar margem à uma atuação duvidosa por parte do vereador, e moralmente condenada pela sociedade.
 Por fim, quanto à Proposta de Emenda à Constituição nº 453 de 2001, que visa estender a abrangência do art. 38 da CF aos servidores públicos celetistas, consideramos que a redação atual visou contemplar apenas os servidores regidos por estatuto, e não aqueles regidos pela CLT, que possuem estabilidade, embora seja sui generes. Contudo, seria uma forma isonômica de tratar os servidores da administração direta e indireta.
Referências
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo – 27 ed. Rev., ampl. E atual. – São Paulo: Atlas, 2014.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal.

Continue navegando