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Resumo sobre a Teologia do Antigo Testamento A teologia do Antigo Testamento (AT) é um campo de estudo que tem enfrentado desafios significativos ao longo de sua história, especialmente nas últimas décadas. Desde a primeira edição deste livro em 1972, houve um aumento considerável de publicações e debates sobre a teologia do AT, com a introdução de novas teologias que divergem em métodos e perspectivas. O prefácio do autor, Gerhard F. Hasel, destaca a importância desse debate, que se reflete na rápida aceitação e utilização do livro por professores e alunos. A nova edição busca atualizar os capítulos existentes e incluir um novo capítulo que explora as origens e o desenvolvimento das teologias bíblicas, além de uma bibliografia abrangente que reflete a literatura atual sobre o tema. A teologia do AT, segundo Hasel, está em crise, com questões fundamentais ainda sem resposta. O autor menciona a mudança de opinião de estudiosos como George Ernest Wright e Edmond Jacob, que discutem a natureza, função e método da teologia do AT. A obra de B. S. Childs, "Biblical Theology in Crisis", é citada como uma análise crítica do movimento teológico bíblico nos Estados Unidos, propondo uma nova metodologia para a teologia bíblica. Além disso, a obra de Hans-Joachim Kraus, que examina a história da disciplina na Europa, também é mencionada, evidenciando a complexidade e a evolução do campo. O desenvolvimento da teologia do AT pode ser dividido em várias fases, desde a Reforma até o Iluminismo, e posteriormente até a teologia dialética. Durante a Reforma, o princípio "sola scriptura" preparou o terreno para a teologia bíblica, mas o termo "teologia bíblica" só surgiu um século depois. A era do Iluminismo trouxe uma nova abordagem ao estudo da Bíblia, com a rejeição do sobrenaturalismo e o surgimento do método histórico-crítico. Essa nova perspectiva levou a uma crítica radical da Bíblia, que passou a ser vista como um documento histórico a ser estudado como qualquer outro. A separação entre a teologia bíblica e a dogmática se consolidou, e a teologia bíblica começou a ser vista como uma disciplina independente. O Reavivamento da Teologia do AT Após um período de eclipses pela história das religiões, a teologia do AT começou a ressurgir após a Primeira Guerra Mundial. Fatores como a perda de fé no naturalismo evolutivo e a reação contra a ideia de que a verdade histórica poderia ser obtida através da simples objetividade científica contribuíram para esse renascimento. O primeiro sinal claro desse interesse renovado foi a publicação de "Theologie des Alten Testaments" de E. König em 1922, que buscou estudar a teologia do AT de forma crítica e comparativa. A partir desse ponto, a teologia do AT começou a ser reavaliada, levando em consideração a revelação divina e a história da salvação. A obra de Heinrich Ewald, que se destacou por sua abordagem sistemática, e as contribuições de Ferdinand Hitzig e August Dillmann, também foram fundamentais para o desenvolvimento da teologia do AT. No entanto, a influência da escola da história das religiões, popularizada por Julius Wellhausen, trouxe um novo desafio, ao tratar o AT como uma coletânea de elementos de diversas épocas, reduzindo sua unidade e integridade. Essa perspectiva foi contestada por teólogos conservadores que buscavam reafirmar a importância da revelação divina e a unidade entre o Antigo e o Novo Testamento. A teologia do AT, portanto, continua a ser um campo dinâmico e em evolução, com debates acalorados sobre sua natureza, função e metodologia. O autor conclui que, apesar das dificuldades enfrentadas, a teologia do AT é essencial para a compreensão da Bíblia e da história da salvação, e que novas abordagens e perspectivas são necessárias para continuar a explorar esse campo vital da teologia. Destaques A teologia do AT enfrenta uma crise, com questões fundamentais ainda sem resposta. O debate sobre a natureza, função e método da teologia do AT é intenso e contínuo. O desenvolvimento da teologia do AT passou por várias fases, desde a Reforma até o Iluminismo e a teologia dialética. O reavivamento da teologia do AT ocorreu após a Primeira Guerra Mundial, impulsionado por uma reação contra o naturalismo evolutivo. A obra de Heinrich Ewald e a crítica da escola da história das religiões foram influentes na evolução da teologia do AT.