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Sérgio Ferreira de Paula Silva 1 SPDA Sérgio Ferreira de Paula Silva 2 Descarga Atmosférica Sérgio Ferreira de Paula Silva 3 Descarga Atmosférica A formação de cargas nas nuvens, e a sua conseqüente descarga (raio) a terra, é um fenômeno natural que causa prejuízos e mortes. O homem sempre teve medo do raio. Em conseqüência, surgiram ao longo do tempo várias lendas, crenças e crendices a seu respeito. Deuses eram associados aos raios (Zeus, Thor). Várias simpatias existiam, e ainda existem, para proteger as pessoas dos raios, tais como: acender velas; ficar escondido; rezar; cobrir espelhos; carregar amuleto colhido em local de queda de raio, etc.. Cerca de 100 relâmpagos ocorrem no mundo a cada segundo, o que equivale a cerca de 5 a 10 milhões por dia ou cerca de 1 a 3 bilhões por ano. Há milhares de anos os raios são observados e estudados, mas apesar de todo o avanço tecnológico deste século, pouco progresso foi obtido no conhecimento do fenômeno. Sérgio Ferreira de Paula Silva 4 Formação de Cargas nas Nuvens As correntes de ar ascendentes carregam grande quantidade de umidade. Esta umidade se condensa formando gotículas de água. Estas gotículas formam gotas maiores que pela gravidade começam a cair (neste processo vão aumentando de tamanho). A terra sendo negativa induz cargas positivas na parte inferior e negativas na parte superior das gotas. A gota aumenta de tamanho, tornando-se instável e fragmentando-se em várias gotículas menores. Neste momento, há formação de íons positivos e negativos Sérgio Ferreira de Paula Silva 5 Formação de Cargas nas Nuvens Os íons positivos encontram grande quantidade de gotículas d’água arrastadas pelo ar ascendente. A gota ascendente (neutra), durante o choque, entrega elétrons aos íons positivos descendentes. Assim, a gota ascendente se torna positiva e o íon fica neutralizado. As gotas ascendentes (positivas) sobem até a parte superior da nuvem e os íons negativos se acumulam na parte inferior. Aproximadamente, 95% das nuvens ficam assim carregadas. Apesar deste fenômeno não ser bem compreendido, verifica-se que algumas nuvens ficam carregadas ao contrário. Sérgio Ferreira de Paula Silva 6 A nuvem induz no solo cargas positivas, que ocupam uma área correspondente ao tamanho da nuvem. Como a nuvem é arrastada pelo vento, a região de cargas positivas no solo acompanha o deslocamento da mesma, formando praticamente uma sombra de cargas positivas. Neste deslocamento, as cargas positivas induzidas vão escalando árvores, pessoas pontes, edifícios, pára-raios, morros, etc. Entre a nuvem e a terra formam diferenças de potenciais que variam de 10 a 1.000.0000 kV, sendo que a nuvem encontra-se entre 300 e 5.000 metros de altura. Para que a descarga ocorra esta diferença de potencias deve ser superior à rigidez dielétrica da coluna de ar que separa a nuvem do solo. O ar, entre eles, não é homogêneo, pois contém diversas impurezas, umidade e ar ionizado. Estas características reduzem a intensidade do campo elétrico necessário ao rompimento deste dielétrico. Formação de Cargas nas Nuvens Sérgio Ferreira de Paula Silva 7 Primeiramente, pequenos túneis de ar ionizado ficam, pelo poder das pontas, com alta concentração de cargas que vão, aos poucos, furando a camada da ar a procura de caminhos de baixa resistividade, isto é, os túneis ionizados. Estes túneis seguem um caminho tortuoso, com origem na terra e na nuvem. Sendo conhecidos por túneis bipolares. Formação da Descarga Quando os dois túneis estão perto, a rigidez do ar é vencida, formando o raio piloto (líder), descarregando parte da carga da nuvem para o solo numa velocidade de 1500 km/seg. Sérgio Ferreira de Paula Silva 8 Depois de formado o raio piloto, existe entre nuvem e a terra um túnel (canal) de baixa resistência elétrica, ou seja, a nuvem está “curto-circuitada” à terra. Nestas condições ocorre o raio principal, ou descarga de “retorno”, que vai da terra para a nuvem com uma velocidade de 30.000 km/seg. As correntes deste retorno são de 2 a 200 kA. Estas descargas formam o chamado “raio” que acontece em frações de micro-segundos. Formação da Descarga O raio é uma gigantesca faísca elétrica, dissipada rapidamente sobre a Terra ou entre nuvens, causando efeitos danosos. Relâmpago é a luz gerada pelo arco elétrico do raio. Trovada é o ruído (estrondo) produzido pelo deslocamento do ar devido ao súbito aquecimento causado pela descarga. DEVELOPMENT OF THE LIGHTNING FLASH Sérgio Ferreira de Paula Silva 9 Descarga Atmosférica Sérgio Ferreira de Paula Silva 10 Descarga Atmosférica Sérgio Ferreira de Paula Silva 11 Descarga Atmosférica Sérgio Ferreira de Paula Silva 12 Descarga Atmosférica Sérgio Ferreira de Paula Silva 13 Descarga Atmosférica Sérgio Ferreira de Paula Silva 14 Precauções Para evitar acidentes com relâmpagos as regras de proteção pessoal listadas abaixo devem ser seguidas. Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante as tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário. Nestes casos, procure abrigo nos seguintes lugares: carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis; em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios; em abrigos subterrâneos, tais como metros ou túneis; em grandes construções com estruturas metálicas; em barcos ou navios metálicos fechados; em desfiladeiros ou vales. Se estiver dentro de casa, evite: •usar telefone, a não ser que seja sem fio; •ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas; •tocar em qualquer equipamento elétrico ligado a rede elétrica. Sérgio Ferreira de Paula Silva 15 Precauções Se estiver na rua, evite: segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca, tripés e tacos de golfe; empinar pipas e aeromodelos com fio; andar a cavalo; nadar; ficar em grupos. Se possível, evite os seguintes lugares que possam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra raios: pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos; veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas; estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica. Sérgio Ferreira de Paula Silva 16 Precauções Se possível, evite também certos locais que são extremamente perigosos durante uma tempestade, tais como: topos de morros ou cordilheiras; topos de prédios; áreas abertas, campos de futebol ou golfe; estacionamentos abertos e quadras de tênis; proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos; proximidade de árvores isoladas; estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica. Se você estiver em um local sem um abrigo próximo e sentir seus pêlos arrepiados ou sua pele coçar, está indicando que um raio está preste a cair, portanto, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não se deite no chão. Sérgio Ferreira de Paula Silva 17 Ocorrência de Raios Mapa de Ocorrências de Descargas Elétricas (Raios) na última hora (60 minutos) sem animação Sérgio Ferreira de Paula Silva 18 Ocorrência de Raios Mapa de Ocorrências de Descargas Elétricas (Raios) na última hora (60 minutos) sem animação Sérgio Ferreira de Paula Silva 19 Necessidade de Proteção A probabilidade de uma edificação seratingida por um raio em um ano é dada pelo produto da densidade de descargas atmosféricas para a terra pela área de exposição equivalente da edificação. Freqüência média de queda de raios sobre uma determinada estrutura raios/ano NAN ged 610 Onde: Ae : área de exposição equivalente em [m 2]. Ng : densidade em [(raios/km 2)/ano] Sérgio Ferreira de Paula Silva 20 Necessidade de Proteção Para obter a densidade de raios de uma região, a partir do seu índice cerâunico, a NBR 5419 recomenda a seguinte equação: Densidade de Raios )/ano(raios/km TN 2dg 25,104,0 Onde: Td : número de dias de trovoadas que ocorrem por ano em uma dada localidade, também conhecido como nível/índice ceráunico. Sérgio Ferreira de Paula Silva 21 Necessidade de Proteção Uberlândia – índice ceráunico igual a 90 Índice Isoceráunico – NBR 5419 Sérgio Ferreira de Paula Silva 22 Necessidade de Proteção Área de Exposição Equivalente 2 e km hbahbaA 2)(2 Área de exposição equivalente é a área do plano da estrutura prolongado em todas as direções, de modo a levar em consideração sua altura. Sérgio Ferreira de Paula Silva 23 Necessidade de Proteção Freqüência média anual admissível de danos Riscos maiores que 10-3 isto é 1 em 1000 anos são considerados inaceitáveis Riscos menores que 10-5 isto é 1 em 100.000 anos são, em geral, considerados aceitáveis. Sérgio Ferreira de Paula Silva 24 Necessidade de Proteção Fatores de ponderação de Nd EDCBANN d Fator de Ponderação A Tipo de Ocupação Fator A Casas 0,3 Casas comantena externa 0,7 Fábricas, oficinas e laboratórios 1 Edifícios de escritórios, hotéis e apartamentos 1,2 Locais de afluência de público (igrejas, museus, exposições, shopping centers, estádios, etc.) 1,3 Escolas, hospitais, creches e outras instituições, estruturas de múltiplas atividades 1,7 Sérgio Ferreira de Paula Silva 25 Necessidade de Proteção Fatores de ponderação de Nd EDCBANN d Fator de Ponderação B Tipo de Ocupação Fator B Estrutura de aço revestida, com cobertura não-metálica 0,2 Estrutura de concreto armado, com cobertura não-metálica 0,4 Estrutura de aço revestida, ou de concreto armado, com cobertura metálica 1,0 Estrutura de alvenaria ou concreto simples, com qualquer cobertura, exceto metálica ou de palha 1,4 Estrutura de madeira, alvenaria ou concreto simples, com cobertura metálica 1,7 Qualquer estrutura com teto de palha 1,7 Sérgio Ferreira de Paula Silva 26 Necessidade de Proteção Fatores de ponderação de Nd EDCBANN d Fator de Ponderação C Conteúdo da estrutura ou efeitos indiretos Fator C Residências comuns, edificios de escritórios, fábricas e oficinas que não contenham objetos de valor ou particularmente susceptíveis a danos 0,3 Estruturas industriais e agrícolas contendo objetos particularmente susceptíveis a danos 0,8 Subestações de energia elétrica, usinas de gás, centrais telefônicas, estações de rádio 1,0 Indústrias estratégicas, monumentos antigos e prédios históricos, museus, galerias de arte e outras estruturas com objetos de valor especial 1,3 Escolas, hospitais, creches e outras instituições, locais de afluência de público 1,7 Sérgio Ferreira de Paula Silva 27 Necessidade de Proteção Fatores de ponderação de Nd EDCBANN d Fator de Ponderação D Localização Fator D Estrutura localizada em uma grande área contendo outras estruturas ou árvores da mesma altura ou mais altas 0,4 Estrutura localizada em área contendo poucas estruturas ou árvores de altura similar 1,0 Estrutura completamente isolada, ou que ultrapassa, no mínimo, duas vezes a altura de estruturas ou árvores próximas 2,0 Sérgio Ferreira de Paula Silva 28 Necessidade de Proteção Fatores de ponderação de Nd EDCBANN d Fator de Ponderação E Topografia da Região Fator E Planície 0,3 Elevações moderadas, colinas 1,0 Montanhas entre 300 e 900m 1,3 Montanhas acima de 900m 1,7 Sérgio Ferreira de Paula Silva 29 Se N ≥ 10-3 a estrutura requer SPDA Se 10-3 > N > 10-5 a conveniência de um SPDA deve ser decidida entre o projetista e o usuário Se N ≤ 10-5 a estrutura dispensa um SPDA Necessidade de Proteção Fatores de ponderação de Nd EDCBANN d Sérgio Ferreira de Paula Silva 30 Raios Sérgio Ferreira de Paula Silva 31 Raios Sérgio Ferreira de Paula Silva 32 Raios Sérgio Ferreira de Paula Silva 33 Nível de Proteção Nível Descrição Eficiência da Proteção I Severo quanto à perda de patrimônio com riscos às construções adjacentes: edificações de explosivos, inflamáveis, indústrias químicas, nucleares, laboratórios bioquímicos, fábricas de munição e fogos de artifício, estações de telecomunicações usinas elétricas, indústrias com risco de incêndio, refinarias, etc. 98% II Construções protegidas sem riscos às construções adjacentes: edifícios comerciais, bancos, teatros, museus, locais arqueológicos, hospitais, prisões, casas de repouso, escolas, igrejas, áreas esportivas. 95% III Construções de uso comum: edifícios residenciais, indústrias, casas residenciais, estabelecimentos agropecuários e fazendas com estrutura em madeira. 90% IV Construções normalmente sem a presença de pessoas: Galpões com sucata ou conteúdo desprezível. 80% Um sistema de proteção não pode ser dito seguro para todo os níveis de descarga atmosférica. Assim, especialistas internacionais produziram uma estimativa estatística da eficiência do SPDA. Sérgio Ferreira de Paula Silva 34 Método de Franklin (Ângulo de Proteção) A área de proteção é o volume encoberto pelo cone. tgHRp H Rp Sérgio Ferreira de Paula Silva 35 Método de Franklin (Ângulo de Proteção) Sérgio Ferreira de Paula Silva 36 Ângulo de proteção em função da altura do captor (h) Nível 0-20m 21-30m 31-45m 46-60m >60m I 25º a a a b II 35º 25º a a b III 45º 35º 25º a b IV 55º 45º 35º 25º b a – Aplicam-se somente os métodos eltrogeométrico e Faraday. b – Aplica-se somente o método da gaiola de Faraday. Quando há mais de um captor o ângulo entre eles pode ser acrescido de 10º. Método de Franklin (Ângulo de Proteção) Sérgio Ferreira de Paula Silva 37 Utilização de condutor horizontal Método de Franklin (Ângulo de Proteção) Sérgio Ferreira de Paula Silva 38 Método de Franklin (Ângulo de Proteção) Sérgio Ferreira de Paula Silva 39 Método Eletrogeométrico (esferas rolantes) a 22 HHRa Nível Raio da Esfera I 20 m II 30 m III 45 m IV 60 m Sérgio Ferreira de Paula Silva 40 Método Eletrogeométrico (esferas rolantes) Sérgio Ferreira de Paula Silva 41 Método Eletrogeométrico (esferas rolantes) Sérgio Ferreira de Paula Silva 42 Método Faraday (condutores em malha) Nível Largura da Malha Compriment o máximo I 5m 10m II 10m 20m III 10m 20m IV 20m 40m Sérgio Ferreira de Paula Silva 43 Método Faraday (condutores em malha) A malha pode ocupar 4 posições: Ficar suspensa a certa altura da cobertura, tipo varal; Ficar suspensaa 20cm da cobertura; Ficar depositada sobre a cobertura; Ficar embutida na própria laje da cobertura. Sérgio Ferreira de Paula Silva 44 Método Faraday (condutores em malha) Sérgio Ferreira de Paula Silva 45 Método Faraday (condutores em malha) Para diminuir a possibilidade dos condutores da malha captora serem danificados nos pontos de impacto, algumas normas recomendam a colocação de pequenos captores verticais denominados terminais aéreos, com 30 a 50 cm de altura separados por uma distância de 5 as 8 metros ao longo dos condutores da malha. Sérgio Ferreira de Paula Silva 46 Regras Básicas Qualquer que seja o método escolhido para a proteção deve-se: Instalar um condutor na periferia do teto (anel); Instalar condutores nas periferias de todas as saliências das estruturas (casa de máquinas, chaminés, etc); Instalar o sistema captor, quer completando a malha (Faraday) sobre o teto interligado com os anéis das saliências, quer colocando hastes verticais de maneira que todo o teto esteja dentro do volume de proteção (Franklin ou eletromagnético); Sérgio Ferreira de Paula Silva 47 Comparações Qualquer que seja o método escolhido para a proteção deve-se: O cálculo pelo método Eletrogeométrico revela que um captor vertical tem uma eficiência maior do que o método de Franklin prevê, a tendência é o desaparecimento deste em função daquele; O método de Faraday, para uma mesma proteção que o Eletrogeométrico, revela vantagens como melhor estética e menor geração de campos para o interior do edifício; Sérgio Ferreira de Paula Silva 48 Descidas Número de descidas e Espaçamento As descidas devem estar distribuídas ao longo do perímetro do prédio, com um espaçamento máximo definido pela tabela: Nível Espaçamento Máximo I 10 m II 15 m III 20 m IV 25 m Recomendações: Devem ser espaçadas regularmente, de preferência utilizando-se uma em cada canto; Para estruturas com altura maior que 20 metros, as descidas devem ser interligadas a condutores horizontais, formando anéis; Pode ser instalada na superfície, em suportes apropriados, embutidos ou espaçados dependendo da constituição dos materiais da parede; Devem ser retilíneas evitando curvas e laços; Devem ser protegidas por eletrodutos até a altura de 2m, acima do solo. Número Mínimo de Descidas = 2 Sérgio Ferreira de Paula Silva 49 Descidas Sérgio Ferreira de Paula Silva 50 Descidas Sérgio Ferreira de Paula Silva 51 Seção Mínima dos Condutores Sérgio Ferreira de Paula Silva 52
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