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Objetivo de aprendizado desta aula
Interpretar a teoria de empuxo de Coulomb: campo de aplicação e condições de empuxo.
Calcular o empuxo de terra, empregando a teoria de Coulomb, atuante em diversas situações de projeto (Sobrecarga no maciço, ocorrência de solo coesivo, presença de pressões neutras.
Analisar a variação do comportamento do empuxo de terra em perfis de solo estratificado
Prof. Alan de Paula Almeida
E-mail_alan.almeida@fmu.br
Aula 4
Obras de terra e contenções na engenharia
Teoria de Coulomb (1776)
Teoria de Coulomb (1776)
Outra solução analítica consagrada para a determinação do empuxo de terra deve-se a Coulomb, datada de 1776, anterior a de Rankine (1857). Segundo Wikipédia (2018), Charles Augustin de Coulomb (1736-1806) foi um notável físico francês. Engenheiro de formação, Coulomb foi principalmente físico.
Teoria de Coulomb (1776)
A Teoria de Coulomb (1776) de empuxo de terra baseia-se na teoria de equilíbrio limite, isto é, na existência de uma superfície de ruptura, e, ao contrário da teoria de Rankine, admite originalmente a existência de atrito solo-muro. A Teoria de Coulomb baseia-se na hipótese de que o esforço exercido pelo paramento é proveniente da pressão do peso parcial de uma cunha de terra (corpo rígido - indeformável), mas que se rompe segundo superfícies curvas, espiral logarítmica. Nos casos práticos, é válido substituir esta curvatura por uma superfície
plana, que chamamos de plano de ruptura ou plano de deslizamento.
Teoria de Coulomb (1776)
Tensões cisalhantes
Teoria de Coulomb (1776)
Haverá, portanto rotação das tensões principais, que antes atuavam nas direções vertical e horizontal . Adicionalmente, a superfície de ruptura passa a ser curva, como mostra
a Figura. Nesta figura, observa-se que a curvatura é mais acentuada para situação passiva.
Teoria de Coulomb (1776)
A vantagem deste método reside no fato de que se pode considerar a ocorrência de atrito solo-muro, além de possibilitar a análise de estruturas com o paramento não vertical. Em resumo são consideradas as seguintes hipóteses:
Solo homogêneo e isotrópico;
A ruptura ocorre sob o estado plano de deformação, ou seja, a ruptura é tratada como um problema
bidimensional;
Ao longo da superfície de deslizamento o material se encontra em estado de equilíbrio limite (critério de
Mohr Coulomb), ou seja, o estado de equilíbrio plástico é proveniente do peso de uma cunha de terra;
Forças de atrito são uniformemente distribuídas ao longo da superfície de ruptura junto ao paramento do
muro (atrito solo-muro).
Teoria de Coulomb (1776)
Esta última hipótese permite conhecer a direção do empuxo. Nenhuma referência é feita, entretanto, ao seu ponto de aplicação ou à forma da distribuição das tensões horizontais sobre o muro. O cálculo do empuxo é efetuado estabelecendo-se as equações de equilíbrio das forças atuantes sobre uma cunha de deslizamento hipotética. Uma das forças atuantes é o empuxo que no estado ativo será o máximo valor dos empuxos determinados sobre as
cunhas analisadas; o passivo, o mínimo.
Solos não coesivos
Na teoria apresentada por este notável físico - Coulomb, o terrapleno é considerado como um maciço indeformável, mas que se rompe segundo superfícies curvas, as quais se admitem planas por conviniência, conforme mostrado na Figura 1, para o caso de empuxo
ativo e na Figura 2, para o caso de empuxo passivo.
Figura 1 – Cunha e correspondente polígono de forças para empuxo ativo
Figura 2 – Cunha e correspondente polígono de forças para empuxo passivo
Solos não coesivos
Considera-se uma possível cunha de ruptura ABC, em equilíbrio sob a ação das seguintes forças:
P – peso da cunha, conhecido em grandeza e direção;
R – reação do terreno (resistência do solo) – parcela de atrito da equação de Mohr-Coulomb, formando um ângulo ϕ com a normal à linha de ruptura BC;
Ea – empuxo resistido pela parede, força cuja direção é determinada pelo ângulo ϴ de atrito entre a superfície rugosa AB - muro e o solo (força incógnita).
Obtem-se assim a determinação de Ea (resultante de empuxo ativo) ou Ep (resultante de empuxo passivo) traçando-se o polígono de forças, tal como desenhado nas Figuras 1 ou 2.
Solos não coesivos
Admitindo-se, então, vários possíveis planos de escorregamentos, BCi, será considerada como superfície de ruptura aquela que corresponder ao maior valor de Ea ou ao
menor valor de Ep, que é o valor procurado.
Divergem as opiniões quanto ao valor a ser atribuído a ϴ; podendo também admitir,
4	2	3
segundo Müller Breslau, no máximo ϴ = 3 ϕ e de acordo com Terzaghi 𝜙 ≤ ϴ ≤ 2 ϕ.
A curvatura da superfície de ruptura para o caso de passivo tem maior importância que no caso ativo e é tanto mais acentuada quanto maior for ϴ em relação à ϕ, o que torna admissível a aplicação da teoria de Coulomb para o cálculo do empuxo passivo, somente
3
aos solos não coesivos quando ϴ ≤ ϕ.
Solução analítica
Partindo das condições de equilíbrio das três forças P, R, Ea, deduzem-se analiticamente as equações gerais, para os empuxos ativo (Ea) e passivo (Ep). Os valores para as resultantes de empuxo e os coeficientes de empuxo segundo a teoria de Coulomb para solos não
coesivos são:
Solução analítica
Antigamente, eram utilizadas tabelas, como as de Krey, que facilitam muito a determinação dos valores do empuxo, como apresentado na Tabela 1, para o caso ativo de um muro com paramento vertical (σ=0°) e
terrapleno com horizontal (ß=0°).
Tabela 1 - Coeficientes de empuxo ativo para muro com σ=0°e ß=0°.
Solução analítica
Soluções gráficas
Diversas soluções gráficas (Poncelet, Culmann...) foram posteriormente apresentadas na literatura procurando resolver o problema. O método de culmann procura determinar a resultante de empuxo para terrapleno com geometria irregular ou com carregamento externo. Este método, na sua versão original, se aplica a solos não coesivos e leva em consideração o angulo de atrito entre solo e muro. O valor do empuxo é determinado fazendo-se variar o ângulo de inclinação da superfície de ruptura, admitida plana. Entre os valores obtidos, o maior deles é tomado como sendo a resultante de empuxo ativo procurada ou o menor como sendo a resultante de empuxo passivo.
Solos coesivos
Na aplicação da teoria de Coulomb aos solos coesivos, além das forças P (peso da cunha) e R (reação de resistência do solo – parcela de atrito) devemos considerar ainda as forças de coesão, S, parcela ao longo da superfície de ruptura e de adesão, T, entre o terrapleno e a parede. O problema consiste, pois, em procurar o máximo valor da força Ea (neste caso) que, com as demais, feche o polígono das forças (Figura 3), as quais são conhecidas em
grandeza e direção: P, S e T, e apenas em direção: R e Ea.
Figura 3 – Cunha e polígono de forças para empuxo ativo considerado o solo coesivo
Solos coesivos
Neste caso faz-se necessário o cálculo da resultante diretamente pelo desenho do polígono de forças. Não há um coeficiente de empuxo K que corresponda à situação em análise, simplicando a sua determinação, como pode haver nos casos anteriores. Para a situação de empuxo passivo o procedimento deve ser o
mesmo, considerando a posição da resultante Ep como já ilustrado.
Solos coesivos
As soluções de Coulomb e Rankine são analíticas, embora sob conceituações distintas, são simples e de fácil utilização e vem sendo largamente empregadas até o presente, apesar de algumas limitações de aplicabilidade em situações práticas. Ambas não levam em conta, por exemplo, a condição de terrapleno
ser irregular ou apresentar sobrecarga.
Calcular o valor do método de coulomb e seu ponto de aplicação.
Vale 1 pontos 
H = 6,00 m
Φ = 30°
γ = 18 kN/m³
Atrito do solo (Ϩ ) = 25°
Inclinação da tardoz do muro em relação a horizontal ( ß ) = 90° i = 0
Ele está atuando como empuxo ativo ou Passivo ?
Calcular o valor do método de coulomb e seu ponto de aplicação
H = 6,00 m
H= 6 - Altura
Φ = 30° - Ângulo de atrito internoγ = 18 kN/m³ - Gama do solo ou peso especifico (Ϩ ) = 25° - Atrito solo com muro
( ß ) = 90° - Inclinação do tardoz em relação a horizontal
i = 0 – Ângulo de inclinação
Ea
𝑠𝑒𝑛	ß
+ Ϩ	+ √
𝑠𝑒𝑛	ϕ+Ϩ	∗𝑠𝑒𝑛 (ϕ−𝑖)
Ka =	 	cosec ß ∗ sen ( ß – ϕ )		²
𝑠𝑒𝑛( ß −𝑖 )	 
δ
i
β
H = altura do elemento de contenção ou do corte vertical; 
ϒ = peso específico do solo;
 Ф = ângulo de atrito do solo;
 i = ângulo de inclinação do maciço de solo em relação à horizontal;
 β = ângulo entre a face do elemento de contenção e a horizontal que passa pela base do elemento de contenção (ou muro);
 δ = ângulo de atrito entre o solo e o muro; e
 KA = coeficiente de empuxo Ativo.
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Referência bibliográfica
GERSCOVICH, Denise; DANZIGER, Bernadete Ragoni; SARAMAGO, Robson. Contenções : teoria e aplicações em obras. São Paulo : Oficina de Textos, 2016
Obras de Terra: Curso Básico de Geotecnia, de Massad, Faiçal. São Paulo : Oficina de Textos, 2010
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Estrutura de contenção
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