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Confiabilidade 
Histórico 
Os índices ou indicadores de confiabilidade fornecem medidas de 
desempenho de componentes ou sistemas, como máquinas ou 
equipamentos. Uma das definições mais comuns de confiabilidade é que 
esta é uma medida de desempenho baseada em dados probabilísticos. 
 
O início dos tempos modernos dos equipamentos e sistemas de 
engenharia e a necessidade de manutenção, pode ser considerada como 
o desenvolvimento das máquinas à vapor, em 1769, no Reino Unido, por 
James Watt. No entanto, o uso dos conceitos de confiabilidade pode ser 
encontrados até o início dos anos 1930, quando cálculos de probabilidade 
foram aplicados a problemas relacionados à geração de energia elétrica. 
Outro exemplo do uso da confiabilidade é a utilização dos conceitos 
básicos de confiabilidade pelos alemães durante a Segunda Guerra 
Mundial, para melhorar a confiabilidade de foguetes. 
Em meados de 1945 a 1950, o Departamento de Defesa dos EUA fez 
diversos estudos sobre falhas de equipamentos eletrônicos, manutenção 
de equipamentos, custo de reparo, etc. Como resultado desses estudos, 
foi formado um comitê de confiabilidade e, em 1952, o comitê foi 
transformado em um órgão permanente: AGREE (Advisory Group on the 
Reliability of Electronic Equipment), o Grupo Consultivo sobre a 
Confiabilidade de Equipamentos Eletrônicos. 
Nos anos 1960 foram desenvolvidos modelos de confiabilidade, a árvore 
de falhas, a criação da Associação dos Engenheiros de Confiabilidade e 
o primeiro periódico voltado à publicação de estudos e pesquisas na área 
de confiabilidade, o IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e 
Eletrônicos) – Transactions on Reliability. 
 
A humanidade sempre sentiu a necessidade de manter seus 
equipamentos e, a cada ano, bilhões de dólares são gastos em sistemas 
de engenharia da confiabilidade, segurança e manutenção em todo o 
mundo e, as áreas de confiabilidade, segurança e manutenção se tornam 
cada vez mais importantes. 
 
Definição 
 
A confiabilidade é a probabilidade de um item cumprir sua missão 
satisfatoriamente pelo período de tempo especificado e quando usado 
de acordo com as condições estabelecidas. Como a confiabilidade é 
definida como uma probabilidade, significa que todas as confiabilidades 
devem apresentar valores entre 0 e 1 e que os axiomas clássicos da 
probabilidade podem ser aplicados em cálculos de confiabilidade. 
 
Um sistema é um conjunto integrado de componentes projetado para 
cumprir um determinado objetivo. É importante definir alguns outros 
conceitos utilizados no campo da confiabilidade, como: 
• A manutenção diz respeito a todas as ações adequadas para 
manter ou restaurar um item ou sistema para uma determinada 
condição. A mantenabilidade é a capacidade de um item ser 
mantido ou recolocado em condições de executar as funções 
requeridas, mediante condições preestabelecidas de uso. A 
mantenabilidade é fator essencial no estabelecimento da 
disponibilidade de uma unidade. 
• A disponibilidade é a probabilidade de um item / sistema estar 
disponível para aplicação ou uso quando necessário. 
• Falha é a incapacidade de um item de funcionar dentro do 
especificado. 
• Defeito: Qualquer desvio de uma característica de um item em 
relação aos seus requisitos. 
• Perigo: Fontes de energia ou aspectos fisiológicos e 
comportamentais que, quando não controlados adequadamente, 
levam à ocorrência de danos. 
• Segurança: Garantir um projeto seguro com o foco em prevenção 
de acidentes; 
• Inspeção: A observação qualitativa da condição de um item. 
• Tempo de missão: o tempo de atividade necessário para realizar 
uma determinada missão. 
A confiabilidade se baseia em dois aspectos principais: As análises 
quantitativas, que estão relacionadas à medição de desempenho de 
componentes, equipamentos e sistemas, incluindo a quantidade e 
frequências de ocorrência de falhas, tempo de paradas por falhas, custos 
envolvidos etc. E as análises qualitativas, através das quais se busca 
entender os mecanismos das falhas, como e por que elas ocorrem, e suas 
consequências para o sistema. 
Baseados em dados históricos e utilizando estatísticas é possível fazer 
previsões e projeções de desempenho. Essas análises possibilitam, por 
exemplo, analisar a garantia de um produto ou estabelecer rotinas de 
manutenção de máquinas e equipamentos. 
 
Confiabilidade e Qualidade 
 
Os conceitos de confiabilidade e qualidade são frequentemente 
confundidos entre si. A principal diferença entre esses dois conceitos é 
que a confiabilidade inclui a passagem do tempo, o que não ocorre com 
a qualidade, que é a descrição estática de um item. 
O uso crescente da série de normas da ABNT NBR ISO-9000 pelas 
empresas faz com que as técnicas de gestão e garantia da qualidade se 
tornem cada vez mais importantes. Os conceitos de qualidade e 
confiabilidade estão intimamente conectados. A confiabilidade pode ser 
considerada, uma característica de qualidade que deve ser considerada 
no projeto e na otimização de sistemas. Dessa forma, os programas de 
garantia da qualidade tem agregado as técnicas de gestão da 
confiabilidade 
 
Análise de riscos 
 
Na indústria, a confiabilidade também trata do gerenciamento de riscos. 
O risco pode ser definido como a combinação da probabilidade de um 
evento indesejado e sua consequência. A norma ISO 31000: 2009 inclui a 
definição de risco como o "efeito da incerteza sobre os objetivos''. A 
norma ISO 9000: 2015 inclui a definição de risco como o "efeito da 
incerteza em um resultado esperado." Dessa forma, a discussão sobre 
um risco específico deve incluir os eventos e consequências. Se ocorrer 
um evento, essa consequência é o resultado. Os riscos estão diretamente 
ligados à incerteza das falhas de produtos ou processos, com a 
probabilidade de resultados indesejados, o entendimento e comunicação 
do custo das falhas. 
A gestão de riscos sempre começa com a identificação dos riscos, para 
cada risco identificado é feita uma avaliação de riscos. Existem dois 
componentes independentes de risco: a probabilidade do risco e o 
impacto do risco no projeto. Esses componentes devem ser quantificados 
para análise, comparação e priorização dos vários riscos. 
Em uma análise de risco, por exemplo, a análise de causas é 
normalmente realizada usando técnicas de confiabilidade como o FMEA 
- Análise dos Modos de Falha e Efeitos (FMEA – Failure Mode and 
Effects Analysis) e o FTA – Árvore de Falhas (FTA – Fault Tree Analysis). 
Ao longo de muitos anos, as pesquisas de riscos foram exclusivamente 
na identificação, avaliação e gestão de riscos, em vez de métodos de 
melhoria da confiabilidade e redução de riscos. Atualmente, para se ter 
sucesso, não é suficiente apenas encontrar e gerenciar falhas, mas em 
vez disso, buscar eliminar os fatores causais. 
 
Gestão da Confiabilidade 
 
Um sistema de gerenciamento de confiabilidade é um sistema de 
gerenciamento cuja principal preocupação são as medidas de 
confiabilidade. Um sistema de gerenciamento de confiabilidade tenta 
fornecer um determinado nível de confiabilidade para uma operação, 
ativo, peça ou equipamento. 
A gestão da confiabilidade é um programa integrado que compreende o 
estabelecimento de práticas e procedimentos para gerir a confiabilidade 
nas seguintes fases da vida de um produto: 
i. Projeto e desenvolvimento; 
ii. Manufatura e instalação; 
iii. Operação e manutenção; 
iv. Descarte, quando encerra a vida operacional do produto. 
 
Um programa de confiabilidade define a estrutura organizacional, as 
responsabilidades, procedimentos, processos e recursos utilizados na 
gestão da confiabilidade. As tarefas em um programa de confiabilidade 
formam um conjunto de atividades relacionadas a aspectos da 
confiabilidade de uma unidade ou o apoio para produção de um resultado 
preestabelecido. 
O monitoramento de desempenho de quaisquer ativos,por meio de 
sensores e softwares especializados, por exemplo, fornece aos gerentes 
de confiabilidade informações extremamente importantes, que podem 
ser usadas para o entendimento de como e por que os ativos funcionam 
da maneira que o fazem. Essas informações são cruciais para a 
construção de uma estratégia de gerenciamento de confiabilidade. 
 
 
 
Atividade extra 
Ativos industriais são todos os equipamentos e máquinas de uma planta 
ou processo industrial. A confiabilidade e a manutenção dos ativos 
industriais têm se tornado cada vez mais importantes à medida em que 
o mercado se torna cada vez mais competitivo. Leia mais sobre 
confiabilidade de ativos industriais no link. 
Disponível em: 
 
 
 
Referência Bibliográfica 
• Dhillon, B.S. Engineering systems reliability, safety, and 
maintenance. An Integrated Approach. CRC Press. Taylor & Francis 
Group. Boca Raton, FL, USA, 2017. 
• Fogliatto, F.S., Ribeiro, J.L.D. Confiabilidade e manutenção 
industrial. Elsevier, Rio de Janeiro, 2009. 
• O'Connor, Patrick D.T. "Reliability prediction: help or hoax?" Solid 
State Technology, vol. 33, no. 8, Aug. 1990, p. 59+. Gale Academic 
OneFile, 
https://revistaadnormas.com.br/2018/05/23/a-confiabilidade-e-a-manutencao-dos-ativos-industriais
https://revistaadnormas.com.br/2018/05/23/a-confiabilidade-e-a-manutencao-dos-ativos-industriais
link.gale.com/apps/doc/A9364189/AONE?u=anon~5923d9b7&si
d=googleScholar&xid=b3c9adf1. Accessed 31 July 2021. 
• J. Spiegel and E. M. Bennett, "Military System Reliability: 
Department of Defense Contributions," in IRE Transactions on 
Reliability and Quality Control, vol. RQC-9, no. 3, pp. 1-8, Dec. 1960, 
doi: 10.1109/IRE-PGRQC.1960.5007301. 
• Norma ABNT NBR 5462 Confiabilidade e Mantenabilidade. 
Terminologia.

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