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10/10/13 name sicaced.uninorte.com.br/mod/book/print.php?id=71722 3/7 TÉCNICAS DE LEITURA Atualmente, a maioria dos jovens universitários não costuma ter o hábito sadio da leitura, talvez por falta de interesse, por falta de recursos para a aquisição de material de leitura, ou mesmo por achar que isso não irá contribuir efetivamente para sua formação. Ouvimos muito, por parte dos alunos, principalmente, que não conseguem chegar ao final de uma leitura, na maioria das vezes, por não entenderem o que é lido. Em sala de aula, costumamos sugerir ao discente que faça a eleição de palavras-chave, através da separação de estruturas que causem estranheza. Em seguida, orientamos o desvendamento desses pontos tidos como complicadores dentro do processo de compreensão, e consequentemente, de leitura, para tanto é recomendável o uso de um dicionário, para esclarecer o significado de palavras as quais não conhece o significado. Ora! Como podemos esperar compreender um texto, por mais simples que pareça, sem estarmos contextualizados com o assunto principal a que ele se refere? Como podemos nos sentir atraídos para dentro da proposta contida na produção textual se não estivermos, em primeiro lugar, com o mínimo necessário de predisposição para digeri-lo? Muitas vezes, o que ocorre é que, em algumas palavras está o fulcro do assunto à que se refere o texto. E isso só poderá ser descoberto através da humildade que cada leitor deverá ter diante do mesmo. Dessa forma, o segredo para obtermos sucesso na leitura, essencial para o desenvolvimento acadêmico, é desvendarmos o que até então parece ser o complicador no texto, ou seja, as estruturas desconhecidas. 10/10/13 name sicaced.uninorte.com.br/mod/book/print.php?id=71722 4/7 3.1 Estranheza Nas Estruturas Ao nos depararmos com um texto, normalmente encontramos palavras ou frases que nos causam muita estranheza; ou porque não as conhecemos ou pelo simples fato de não termos uma visão de fora para dentro quanto ao seu significado. Isso implica uma imediata repulsa referente à leitura que sabemos ser fundamental no sucesso da defesa de um seminário, de um trabalho escrito ou de uma avaliação formal. Para vencermos essa grande barreira existente entre a dificuldade de compreender e a vontade de ler associada à necessidade de ter sucesso ao final do texto, temos que, primeiramente, superar as palavras até então difíceis de serem decifradas. Isso só poderá ser feito com o auxilio de um dicionário, um pouco de humildade e disposição para, tranquilamente, captar e organizar nossas ideiaideias, armazená-las em nosso repositório mnemônico, e, em seguida, distribuí-las coerentemente e de forma coesa em um outro texto sintetizado a partir do que lemos e compreendemos. Tudo isso deve ocorrer de maneira simples e organizada. 10/10/13 name sicaced.uninorte.com.br/mod/book/print.php?id=71722 5/7 3.2 Desvendando o Desconhecido A primeira leitura deverá ser prazerosa, à procura de algo diferente ao nosso repertório vocabular e, consequentemente, ao semântico. Nessa leitura é que perceberemos as dificuldades aparecerem de modo natural e sequencial. Mas isso não deve nos causar temor, visto que teremos outros estágios nesse processo, que irão aclarar as ideiaidias contidas no texto. Em primeiro lugar, sublinhamos as tais palavras estranhas. Em seguida, desvendamo-las com o auxílio de um dicionário. Imediatamente, após o descobrimento do significado do que era estranho, teremos um horizonte amplo de imagem e conceituação do que será sequencialmente relacionado de forma direta com o todo textual. Descobrir o significado de uma palavra-chave em um texto “difícil” é como ter o aparecimento abruptamente do sol às nove horas da noite. É como se descobríssemos que tudo aquilo que está ali escrito já é do nosso conhecimento há muito tempo, mas que, só pôde ser reconhecido como tal a partir de um processo sequencial de desprendimento da vaidade e da prática da humildade em busca do novo. 10/10/13 name sicaced.uninorte.com.br/mod/book/print.php?id=71722 6/7 3.3 A Visão de Um Novo Mundo Logo que temos desvendadas as estruturas estranhas, passamos a perceber que a compreensão do texto passa a ficar bem mais acessível, já que, a partir de agora, usaremos as palavras que antes eram desconhecidas, como palavras-chave, dentro do novo universo que construiremos a partir da mesma produção textual de referência. Quando elencamos palavras que outrora eram desconhecidas e as transformamos em palavras fulcrais dentro de um sistema redacional, passamos a vê-las não mais como empecilho, mas sim como estruturas fundamentais dentro de um processo de desvendamento do desconhecido. O próximo passo é utilizar as pa lavras-chave como fragmentos carregados de significado que, interligados semanticamente, formarão um todo contextual. Embora pareça um pouco confuso, este método trabalha de forma seqüencial e lógica, já que faz uso de estruturas previamente detectadas, desvendadas e internalizadas, que nos chamaram a atenção desde o primeiro contato visual. Trabalharemos, na verdade, com o consciente e o subconsciente. Se partirmos do princípio de que cada estrutura, frase ou palavra nova representa um universo de significado, e que esse significado nos remete a um novo todo contextual, poderemos utilizar esses fragmentos como mecanismos de compreensão através da interligação semântica e compreensão do texto. Como Exemplo, analisemos o "Texto 1: A Ilusão Da Neutralidade Da Ciência" (clique no link) baseando-nos na seleção de palavras-chave carregadas de significado e na interligação semântica proporcionada a partir das mesmas (de tais palavras). 10/10/13 name sicaced.uninorte.com.br/mod/book/print.php?id=71722 7/7 3.3.1 Procedimentos de Leitura A primeira coisa a ser observada, e devidamente selecionada, é o assunto que será abordado no texto. Em nosso caso, Texto 1: "A Ilusão da Neutralidade da Ciência". É necessário que tenhamos um pouco de curiosidade e raciocínio lógico para iniciarmos nosso trabalho de leitura. No exemplo acima, percebemos tratar-se de um texto que se propõe a falar sobre o fato da ciência não ser tão neutra quanto aparenta. A partir dessa premissa, deveremos nos ater não só ao desvendamento das palavras de difícil compreensão, mas também às que têm estreita relação com o assunto proposto no caput do texto. Em um texto que fale sobre alimentos, por exemplo, palavras como sábado, João, futebol, entre outras diferentes do contexto, não têm o mesmo grau de importância que têm arroz, feijão e panelas. Desta forma, no texto em questão, teremos que sublinhar as palavras ou estruturas que dizem respeito a essa pseudo-neutralidade da ciência (apresentados no primeiro parágrafo) e aos dados que se contrapõem a essa tese (apresentados no terceiro e quarto parágrafos da produção textual). Assim sendo, percebemos que se trata de um texto dividido em duas linhas de raciocínio, separadas por uma afirmação contida em um parágrafo que diz nas entrelinhas: “A partir daqui, o texto muda de linha argumentativa”, que é o segundo. Quando elencamos palavras que têm relação com a proposta apresentada pela ideia central do texto, criamos uma ideia fragmentada, no primeiro momento, dos pontos relevantes a serem abordados durante sua apresentação e defesa, através de argumentos previamente escolhidos pelo autor. Em outras palavras, recortamos o texto macro em estruturas micro, não menos carregadas de informação e significado, que ficarão armazenadas em nosso subliminar como se fossem reservatórios de informações, prontos para serem explorados em um momento de leitura em que o leitor não dispõe de muito tempo, mas precisa do máximo de compreensão possível acerca do que leu. Voltando ao nosso texto-exemplo, encontraremos algumas palavras-chave que deverão ser previamente sublinhadase servirão como estruturas carregadas de significado. Quando relacionamos as estruturas destacadas entre si e atribuímos a elas valor semântico ligado ao todo textual, percebemos que, a partir de uma segunda leitura, vê- las-emos como pontos de ligação dentro do parágrafo, dando sentido rápido e imediato ao significado macro, ou seja: não precisamos ler todo o parágrafo para sabermos do que ele fala, e, tampouco, temos que nos preocupar em decorar tudo para, em seguida, reproduzi-lo da mesma forma que está escrito, repetindo a ideia do autor, sem apresentar algo novo, baseado em nossa conclusão pessoal. A postura a ser adotada a partir de agora nos levará a um resgate subliminar dos conteúdos semânticos previamente eleitos, fazendo com que suas relações criem imagens e conceitos interpretativos do parágrafo e, progressivamente, do texto como um todo. A partir de agora, seremos capazes de, em um menor espaço de tempo, desvendarmos passo a passo, um texto antes tido como complexo, a partir de nossas conclusões pessoais, dando uma nova interpretação ao pensamento do autor. Em nosso texto de exemplo, embora pequeno, pudemos praticar essa forma de leitura a partir de fragmentos carregados de significado, que, após inter-relacionados, nos levaram a uma compreensão mais rápida e mais eficiente do todo textual.
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