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Artigo -Tartarugas Marinhas

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TARTARUGAS MARINHAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maio 1999 
 2
 
 
 
 
Compilado por 
 
Taisi Maria Sanches 
Coordenação Técnica PE-RN 
Banco de Dados Central de Registros Não Reprodutivos 
 
 
 
 
Organograma atual do Projeto TAMAR 
 
Brasil 
Guy Marie Fabio Guagni dei Marcovaldi 
Chefe do Centro Nacional de TAMAR/IBAMA 
Maria Ângela Marcovaldi 
Presidente da Fundação Pró-TAMAR 
 
Alexsandro Sant’Ana dos Santos 
Banco de Dados Central de Registros Reprodutivos 
 
Ceará 
Eduardo Henrique Soares Moreira 
Coordenação Técnica 
 
Pernambuco - Rio Grande do Norte 
Claudio Bellini 
Coordenação Regional 
 
Sergipe - Alagoas 
Augusto César Coelho Dias da Silva 
Coordenação Regional 
Jaqueline Comin de Castilhos 
Coordenação Técnica 
 
Bahia e Rio de Janeiro 
Eron Paes e Lima 
Coordenação Técnica 
 
Espírito Santo 
João Carlos Alcioti Thomé 
Coordenação Regional 
Cecília Baptistotte 
Coordenação Técnica 
 
São Paulo 
Berenice Maria Gomes Gallo 
Coordenação Técnica 
 3
 
 
Sumário 
 
 
1. Introdução........................................................................................................4 
A importância das tartarugas no ambiente marinho 
Classificação, descrição, hábitos e “status” 
Caretta caretta.............................................................................................7 
Chelonia maydas.........................................................................................7 
Eretmochelys imbricata..............................................................................8 
Lepidochelys olivacea................................................................................9 
Dermochelys coriacea................................................................................9 
 
2. Diagnósticos....................................................................................................10 
Primeiros registros................................................................................................10 
Monitoramento atual..............................................................................................11 
Trabalhos prévios..................................................................................................11 
 
3. Distribuição das espécies...............................................................................14 
Registros reprodutivos...........................................................................................14 
Registros não reprodutivos....................................................................................15 
 
4. Informação disponível.....................................................................................17 
 
5. Esforço conservacionista...............................................................................18 
 
6. Uso econômico................................................................................................19 
 
7. Ameaças e riscos.............................................................................................19 
 
8. Tendências sócio-econômicas, políticas públicas e pressõesantrópicas.23 
 
9. Campanhas educativas e conscientização pública......................................23 
 
10. Propostas de áreas para inventário biológico............................................24 
 
11. Propostas de áreas para a ação de conservação.......................................24 
 
Bibliografia...........................................................................................................25 
 
 
Anexo 
 
Gráficos..................................................................................................................38 
 4
1. Introdução 
 
A importância das tartarugas no ambiente marinho 
 
Como grupo, as tartarugas marinhas representam um componente primitivo e 
singular da diversidade biológica, sendo um importante componente dos 
ecossistemas marinhos. Até os séculos XVIII e XIX, foram muito abundantes nas 
áreas de distribuição nos mares tropicais e subtropicais - mas com uma espécie, 
Dermochelys coriacea, com adaptações notáveis para sobreviver em águas 
mais frias. Algumas populações chegaram a ser compostas por milhões de 
indivíduos, porém hoje são poucas as populações que não estejam ameaçadas 
pela ação humana. Uma combinação de fatores como a sobrepesca comercial, a 
captura acidental, a destruição de habitats de reprodução, de descanso e de 
alimentação e, mais recentemente, a contaminação dos mares tem determinado a 
condição atual das tartarugas marinhas. Nos últimos 200 anos, a viabilidade 
destes animais de se manterem tem sido drasticamente ameaçada. A maioria das 
populações se encontram em declínio, freqüentemente em níveis críticos, e 
muitas já se extinguiram (Lutz & Musick, 1996). 
Atualmente entretanto, apenas sete (ou oito – este número é ainda 
questionado por taxonomistas) espécies de tartarugas marinhas sobrevivem, a 
maioria distribuída através dos oceanos tropicais, sendo que 3 espécies têm 
distribuições restritas (Natator depressus no nordeste da Austrália, 
Lepidochelys kempi no Golfo do México e Atlântico Norte, e Chelonia agassizii1 
no Pacífico Oeste). 
A história natural destes animais é fascinante. São espécies de vida longa, 
atingem a idade reprodutiva entre 20 e 30 anos e são migradoras em potencial. 
Excelentes navegadoras, nadam centenas de milhas durante as migrações entre 
as áreas de alimentação e as de reprodução. Passam a maior parte da vida no 
mar. As fêmeas saem em terra para desovar e são raros os registros de machos 
em terra. Durante uma temporada reprodutiva, a mesma fêmea pode desovar 
várias vezes (geralmente de 2 a 8 vezes), e provavelmente retornará para a 
mesma praia após 2 ou 3 anos para nova temporada e assim sucessivamente. 
Cada ninho possui em média 120 ovos que permanecem em incubação por 50, 
60 dias. Após a eclosão dos ovos, os filhotes escalam o ninho e rapidamente se 
orientam em direção ao mar aberto, incorporando-se às comunidades pelágicas à 
deriva. Os primeiros anos são denominados pelos pesquisadores como “lost 
years” pois pouco se sabe sobre este período. Até alcançarem a idade adulta 
entram e saem de uma variedade ampla de habitats oceânicos e costeiros, o que 
dificulta o estudo e o maior conhecimento destes animais. No entanto se sabe que 
a sobrevivência até a fase adulta é baixa (UICN, 1995). 
A inclusão das tartarugas marinhas nas listas de animais ameaçados de 
extinção é um reflexo da exploração que aconteceu no passado. São protegidas 
atualmente através de tratados internacionais por serem recursos compartilhados, 
ou seja, não reconhecem fronteiras políticas entre os países. Todas as espécies, 
exceto a Natator depressus, estão catalogadas como “em perigo” ou 
“vulneráveis” na lista da UICN - União Mundial para a Natureza. A CITES - 
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Flora e 
da Fauna relaciona todas as espécies de tartarugas marinhas no Apêndice I que 
proíbe o comércio internacional de ou para os países signatários. 
 
1 A maioria dos pesquisadores reconhecem 7 espécies de tartarugas marinhas, sendo que a 
classificação desta como a oitava espécie ainda é muito discutida. 
 5
Indiscutivelmente para a conservação das tartarugas marinhas os esforços devem 
ter escala mundial. Atualmente muitas pessoas estão envolvidas, através de 
instituições governamentais ou não, para a proteção das tartarugas marinhas em 
programas de manejo e conservação. No Brasil, o programa de conservação e 
manejo das tartarugas marinhas é realizado pelo Projeto TAMAR/IBAMA. 
Classificação 
 
 Filo Chordata 
 
 Subfilo Vertebrata 
 
 Classe Reptilia 
 
 Subclasse Eucryptodira 
 
 Ordem TestudinesSubordem Polycryptodira 
 
 Superfamília Chelonioidea 
 
 Família Cheloniidae 
 Chelonia mydas 
 Caretta caretta 
 Natator depressus 
 Eretmochelysimbricata 
 Lepidochelys olivacea 
 Lepidochelys kempi 
 
 Superfamília Dermochelyoidea 
 
 Família Dermochelyidae 
Dermochelys coriacea 
 
As tartarugas têm sido reconhecidas como uma ordem da classe Reptilia 
sendo que as tartarugas marinhas surgiram no Jurássico, provavelmente 
derivadas de tartarugas de água doce. O fóssil de tartaruga marinha mais antigo 
de que se tem registro data de, pelo menos, 180 milhões de anos. 
No Cretáceo 4 famílias de tartarugas marinhas (Toxochelyidae, Protostegidae, 
Cheloniidae e Dermochelyidae) foram estabelecidas sendo que apenas as duas 
últimas permaneceram até o presente. A taxonomia vigente reconhece 7 
espécies: a cabeçuda ou amarela Caretta caretta, a tartaruga verde Chelonia 
mydas, a “kikila” Natator depressus, a de pente Eretmochelys imbricata, a 
gigante ou negra ou de couro Dermochelys coriacea, a pequena Lepidochelys 
olivacea e a “ridley” Lepidochelys kempi. Alguns especialistas consideram ainda 
a tartaruga negra do Pacífico Oriental, Chelonia agassizii, como uma oitava 
espécie. 
 
Família Cheloniidae 
 
Esta família de tartarugas é caracterizada por um crânio muito forte; 
presença de palato secundário; cabeça parcialmente ou não retrátil; extremidades 
 6
em forma de nadadeiras não retráteis cobertas por numerosas placas pequenas; 
com dedos alongados e firmemente presos por tecido conjuntivo; as garras são 
reduzidas a uma ou duas em cada nadadeira; a carapaça é recoberta por placas 
córneas, variáveis em número para cada espécie. Apesar de terem sido 
classificados 31 gêneros para esta família, apenas 5 possuem representantes no 
presente: Caretta, Chelonia, Eretmochelys, Lepidochelys e Natator, sendo que no 
Brasil ocorrem as seguintes espécies: Caretta caretta, Chelonia mydas, 
Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea. 
 
 7
 
Caretta caretta 
 
Descrição: A carapaça possui 5 pares de placas laterais, sendo que as 
placas são justapostas, a coloração é marrom-amarelada; o ventre é amarelo 
claro; a cabeça possui 2 pares de placas (ou escudos) pré-frontais e o tamanho é 
grande e relativamente desproporcional ao corpo (IOCARIBE, 1984). A carapaça 
tem medida curvilínea média de 110 cm de comprimento e o peso médio do 
animal é de 150 kg. 
Hábitos: Esta espécie é onívora, podendo se alimentar de crustáceos, 
principalmente camarões, moluscos, águas-vivas, hidrozoários, ovos de peixes e 
algas. Habitam normalmente profundidades rasas até cerca de 20 m. Existem 
registros de mergulhos até cerca de 230 m de profundidade. 
Status: Pouco procurada pela carne, e embora os ovos ainda sejam 
comercializados em alguns lugares no mundo, a ação humana não é o maior fator 
para a sobrevivência desta espécie. As populações têm declinado em alguns 
lugares devido à captura acidental como resultado de uma intensificação no setor 
pesqueiro embora em outros lugares, como na Flórida e na África do Sul estejam 
aumentando (Lutz & Musick, 1996). Outros fatores também ameaçam esta 
espécie: na Grécia e na Turquia, por exemplo, onde o turismo e a extração de 
areia têm crescido nas principais áreas de desova (Filiz Demirayack, com. pes.2). 
Ocorre no norte e sudoeste do Oceano Índico, na Austrália, Japão, Estados 
Unidos, Mediterrâneo e no Brasil. 
 
 
Chelonia mydas 
 
Descrição: A carapaça possui 4 pares de placas laterais, sendo que as 
placas são justapostas, a coloração é verde-acinzentada; o ventre é amarelo 
claro; a cabeça possui 1 par de placas (ou escudos) pré-frontais (IOCARIBE, 
 
2 Representante da DOGAL HAYATI KORUMA DERNE – Organização Não Governamental pela 
Preservação das Tartarugas Marinhas na Turquia 
 
 8
1984). A carapaça tem medida curvilínea média de 120 cm de comprimento e o 
peso médio do animal é de 300 kg. 
 
Hábitos: Enquanto filhotes, é uma espécie onívora com tendências à 
carnívora, tornando-se basicamente herbívora quando juvenil e adulta, podendo 
alimentar-se eventualmente de salpas, águas-vivas, moluscos, esponjas e ovos 
de peixes. Normalmente são encontradas em profundidades rasas de até 20 m, 
sendo que existem registros de mergulhos até 110 m de profundidade. 
Status: Esta é uma espécie cosmopolita e as principais áreas de nidificação 
e alimentação estão nos trópicos. As maiores colônias nidificam em praias da 
Costa Rica e no Suriname, nos recifes da Austrália e de Nova Caledônia, e em 
áreas oceânicas remotas como a Ilha de Ascensão. No Brasil, as áreas oceânicas 
são as principais áreas de desova desta espécie, sendo a Ilha da Trindade o 
maior sítio do Atlântico Sul, o Atol das Rocas abriga a segunda maior colônia, e o 
Arquipélago de Fernando de Noronha é a área onde a população desta espécie 
está mais ameaçada devido a matança de fêmeas durante anos. Em muitos 
lugares tem sido caçada para a utilização da carne e dos ovos. Porém, está 
acontecendo um ligeiro aumento no número de ninhos em diversas áreas 
monitoradas no mundo, sendo que esta espécie encontra-se em situação mais 
estável em relação às outras espécies (Lutz & Musick, 1996). 
 
Eretmochelys imbricata 
 
Descrição: A carapaça possui 4 pares de placas laterais, sendo que as 
placas são imbricadas, a coloração é marrom; a cabeça possui 2 pares de placas 
(ou escudos) pré-frontais; o ventre é amarelo claro (IOCARIBE, 1984). A 
carapaça tem medida curvilínea média de 110 cm de comprimento e o peso 
médio do animal é de 120 kg. 
Hábitos: Esta espécie, como as outras, enquanto filhote vive em 
associação com bancos de algas do gênero Sargassum, alimentando-se 
principalmente de pequenos crustáceos. Quando juvenil e adulta, torna-se 
onívora, alimentando-se de algas, ovos de peixe, crustáceos, moluscos, 
briozoários, celenterados, ouriços, corais e, principalmente, esponjas, o que faz 
desta espécie um dos raros animais que podem digerí-las. No Arquipélago de 
Fernando de Noronha, são encontradas normalmente em profundidades rasas até 
cerca de 40 m. Não existem registros sobre profundidades máximas alcançadas 
por esta espécie. 
Status: O comércio intenso de produtos derivados desta espécie de 
tartaruga marinha como jóias e adornos entre outros, nas últimas décadas, tem 
sido a principal ameaça para sua sobrevivência. Embora esta tenha sido a 
espécie mais observada em certas áreas tropicais como as ilhas do Caribe, 
Austrália e nas áreas oceânicas brasileiras do Atol das Rocas e o Arquipélago de 
Fernando de Noronha, estas populações são compostas principalmente por 
 9
subadultos, sendo que poucas colônias de adultos são conhecidas. No Brasil, a 
principal área de desovas é o litoral norte do Estado da Bahia. 
 
 
Lepidochelys olivacea 
 
Descrição: A carapaça possui de 5 a 9 pares de placas laterais, sendo que 
as placas são justapostas; a coloração é verde escuro e o ventre é amarelo claro; 
a cabeça possui 2 pares de placas (ou escudos) pré-frontais (IOCARIBE, 1984). A 
carapaça tem medida curvilínea média de 70 cm de comprimento e o peso médio 
do animal é de 70 kg. É a menor das tartarugas marinhas em águas brasileiras. 
Hábitos: Esta espécie se alimenta em profundidades mais altas que as 
outras, geralmente entre 80 e 100 m, porém podem se alimentar em águas mais 
rasas principalmente quando próxima a estuários. Onívora, esta espécie alimenta-
se de salpas, peixes, moluscos, crustáceos, algas, briozoários, tunicados, águas-
vivas e ovos de peixe. Registros indicam 290 m como uma das maiores 
profundidades alcançadas por esta espécie durante o mergulho. 
Status:Esta espécie tem poucas áreas de reprodução – América Central, 
México, Índia, Suriname, Guiana Francesa e Brasil - porém bem definidas e é 
considerada a com maior número de indivíduos no mundo. Parece que as 
“arribadas”3 não são um fenômeno permanente e no México elas têm diminuído 
nas últimas décadas (Lutz & Musick, 1996). Particularmente no Brasil possuem 
hábito solitário nas emergências à praia, sendo que as desovas se concentram no 
Estado de Sergipe. 
 
 
Família Dermochelyidae 
 
Esta família é caracterizada por uma redução extrema dos ossos da 
carapaça e do plastrão; desenvolvimento de uma camada dorsal constituída de 
um mosaico de milhares de pequenos ossos poligonais; ausência de garras e 
placas na carapaça (as placas estão presentes até o estágio juvenil); o crânio não 
possui ossos nasais; a superfície da mandíbula é recoberta por queratina; um 
esqueleto repleto de gordura com áreas extensivas de cartilagem vascularizada 
nas vértebras e nas junções das nadadeiras; corpo muito grande. 
O único representante desta família, Dermochelys coriacea, apresenta 
uma modesta variação geográfica, e provavelmente não existem subespécies. É 
de difícil fossilização devido a disposição em mosaico das placas ósseas da 
carapaça, e a camada grossa de gordura entre a parte óssea e o “couro” de 
revestimento típico desta espécie . Esta espécie também ocorre no Brasil. 
 
3 A “arribada” é um fenômeno natural que acontece durante alguns dias nos quais centenas de 
fêmeas desta espécie de tartaruga marinha sobem a praia para desovar, mesmo durante o dia. 
 10
 
 
Dermochelys coriacea 
Descrição: A carapaça possui 7 quilhas longitudinais, sem placas; a 
coloração é negra com manchas brancas, azuladas e rosadas; a cabeça e as 
nadadeiras são recobertas de pele sem placas ou escudos, sendo que as 
manchas podem ser azuladas e rosadas; a coloração do ventre é similar à 
carapaça porém com manchas mais claras (IOCARIBE, 1984). A carapaça pode 
medir 2,50 m de comprimento curvilíneo e o peso do animal pode ultrapassar 700 
kg. 
Hábitos: Esta espécie é a de hábitos mais pelágicos entre as tartarugas 
marinhas, porém pode vir alimentar-se em águas muito rasas, de até 4 m de 
profundidade, próximas à costa. Águas-vivas, salpas, medusas, e outros 
organismos gelatinosos em geral são os principais itens alimentares desta 
espécie os quais são obtidos na coluna d’água entre a superfície e grandes 
profundidades. Existem registros de mergulhos de cerca de 1000 m de 
profundidade para esta espécie, porém, normalmente são encontradas em 
profundidades entre 50 e 80 m. 
Status: Os dados e registros que se tem desta espécie são poucos ao 
redor do mundo, porém tudo indica que está na Guiana Francesa a maior área de 
nidificação. Ela não se destaca no comércio internacional. A coleta de ovos e a 
matança de fêmeas tem sido intensa principalmente no Pacífico e na Costa Rica, 
onde também a captura acidental na pesca tem sido um fator a ser considerado 
no declínio destas populações. As colônias no Atlântico (especialmente em 
Trinidad, Suriname e Guiana Francesa) estão razoavelmente protegidas, e na 
África do Sul e em Moçambique, embora as populações sejam pequenas, elas 
estão aumentando (Lutz & Musick, 1996). No Brasil é a espécie mais ameaçada, 
possuindo um número bem reduzido de fêmeas reproduzindo-se no litoral norte 
do Estado do Espírito Santo. No Sul do país também existem alguns registros de 
desova e nos estados mais ao Norte como Amapá, Pará e Ceará, os poucos 
registros que se tem conhecimento referem-se à captura acidental em artes de 
pesca. 
 
 
2. Diagnósticos 
 
Primeiros registros 
 
Os primeiros relatos sobre a ocorrência de tartarugas marinhas na costa 
brasileira e nas áreas oceânicas foram realizados por expedições do século XVI 
que mencionavam uma notável quantidade destes animais em certas áreas 
visitadas e em determinados períodos. Muitos anos mais tarde o tema tartarugas 
marinhas foi abordado por alguns pesquisadores. Porém, foi no final da década 
 11
de 70, que iniciou-se um levantamento efetivo sobre a ocorrência de tartarugas 
marinhas e áreas de desova na costa do Brasil. Nascia assim o Projeto TAMAR 
que, em 1980, foi oficializado junto ao extinto IBDF. 
As principais áreas de desova de tartarugas marinhas foram identificadas 
e, em uma segunda etapa, foram instaladas as primeiras bases de pesquisa: 
Praia do Forte (BA), Comboios (ES) e Pirambu (SE). O Arquipélago dos Abrolhos 
(BA), o Atol das Rocas (RN), o Arquipélago de Fernando de Noronha (PE) e a Ilha 
da Trindade (ES) também receberam expedições esporádicas nos anos 80. Na 
medida em que a necessidade de maior monitoramento nas áreas adjacentes a 
estes pontos iniciais aumentava, foram sendo criadas novas bases e sub-bases. 
A presença das tartarugas marinhas reforçaram a necessidade de criação de 
algumas áreas protegidas pelo IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais e Renováveis - como as Reservas Biológicas do Atol das 
Rocas (RN), de Santa Isabel (SE) e de Comboios (ES), além dos Parques 
Nacionais Marinhos de Fernando de Noronha (PE) e o de Abrolhos (BA). 
 
Monitoramento atual 
 
Atualmente o Projeto TAMAR é constituído por 21 bases nos estados do 
CE, RN, PE, SE, BA, ES, RJ e SP, atuando tanto nas principais áreas de desova 
como também em algumas áreas de alimentação de tartarugas marinhas, 
totalizando cerca de 1000 km de monitoramento, além das áreas oceânicas 
citadas. Além do Projeto TAMAR, existem algumas iniciativas por parte de 
pesquisadores de universidades, da Marinha do Brasil, de Corpos de Bombeiros, 
de Prefeituras e das próprias comunidades litorâneas que colaboram na 
realização de registros de ocorrências em áreas onde o TAMAR não atua. O 
Banco de Dados do Projeto TAMAR para áreas de reprodução existe há quase 20 
anos e possui cerca de 60000 registros, sendo que o Banco de Dados para 
registros não reprodutivos, bem mais recente, possui cerca de 7000 ocorrências. 
São raros os registros comprovados na Região Norte do país, sendo que os 
registros mais ao norte confirmados pelo TAMAR são no Estado do Ceará. Na 
Região Sul os registros são esporádicos e confirmados pelo TAMAR podendo 
auxiliar na definição das espécies ocorrentes. Assim, em grande parte da costa 
brasileira, como também as áreas oceânicas, existem registros de tartarugas 
marinhas os quais podem definir um perfil de distribuição das espécies presentes. 
 
Trabalhos prévios 
 
Desta maneira, na tabela apresentada a seguir (Tabela 1), acredita-se 
estar listada a maioria das referências bibliográficas existentes sobre o tema 
tartarugas marinhas no Brasil, abordado sob diversos aspectos, tais como 
levantamento, manejo e metodologia, genética, monitoramento de temporadas 
reprodutivas, áreas de alimentação, educação ambiental, tanto nas áreas 
costeiras como nas áreas oceânicas, de acordo com as áreas pré-definidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 12
Tabela 1. Referências bibliográficas sobre o tema tartarugas marinhas no 
Brasil. 
 
LOCALIDADES TRABALHOS REFERÊNCIAS 
 
GERAL Marcovaldi & Albuquerque, 1982; Marcovaldi 
& Marcovaldi, 1985; Marcovaldi & Marcovaldi, 
1987a; Marcovaldi & Marcovaldi, 1987b; 
Marcovaldi & Marcovaldi, 1989; Bolten et al., 
1990; Marcovaldi, 1991; Ferreira et al., 1992; 
Baptistotte, 1992; Swimmer, 1994; 
Baptistotte, 1995; Marcovaldi, Patiri & 
Marcovaldi, 1995; Tamar, 1995; Tamar, 1996; 
Marcovaldi, Godfrey & Mrosovsky, 1997; 
Baptistotte et al., 1997; Marcovaldi et al., 
1998; Marcovaldi et al., 1998a; Marcovaldi 
et al., 1998b; Tamar, 1998; Tamar, 1999; 
Marcovaldi & Marcovaldi, np; Marcovaldi et al, 
npa; Marcovaldi et al., npb; Marcovaldi & 
Thomé, np; Matushima et al., np 
 
ÁREA NORTE 
 
Amapá Schulz, 1975; Cunha,1975 
 
Pará Schulz, 1975; Cunha, 1975 
 
Maranhão Schulz, 1975 
 
ÁREA 
NORDESTE 
 
 
Piauí Schulz, 1975 
 
Ceará Ferreira, 1968; Costa, 1969; Schulz, 1975; 
Marcovaldi, 1993; Lima & Cruz, 1995a; Lima 
& Cruz, 1995b; Lima et al., 1997a; Lima et 
al., 1997b; Lima & Evangelista, 1997; Lum et 
al., 1998 
 
Rio Grande do 
Norte 
 Schulz, 1975; Bellini et al., 1997a; Sanches et 
al., np 
 
Átol das Rocas Marcovaldi & Filippini, 1991; Bellini & Sana, 
1993; Bellini et al., 1996; Grossman et al., 
1996; Bellini & Sanches, 1996; Bellini et al., 
1997b; Bellini & Sanches, 1998a 
Paraíba 
 
Fernando de 
Noronha 
 Bellini & Sales, 1992; Laurino, & Bethlem, 
1992; Bellini, 1993; Bellini & Sanches, 1993; 
 13
Bellini et al., 1995; Bellini & Sanches,1995a; 
Bellini & Sanches, 1995b; Maida et al., 1995; 
Bellini & Sanches,1996; Bellini & Sanches, 
1997; Bellini et al., 1997c; Sanches et al., 
1997; Bellini & Sanches, 1998b; 
Sanches & Bellini, 1998a; Sanches & Bellini, 
1998b, 
Sanches & Bellini, 1999; Bellini et al., np 
Alagoas Schulz, 1975 
 
Sergipe Castilhos & Rocha, 1993; Silva & Silva, 1993; 
Castilhos & Rocha, 1995; Araújo & Silva, 
1995; Buzin & Panhoca, 1996; Riederer, 
1996, Alves & Castilhos, 1996; Castilhos et 
al, 1997; Araújo et al., 1997; Castilhos & 
Silva, 1998; Silva & Fraga, 1998a; Silva & 
Fraga, 1998b; Silva et al., 1998a; Santos et 
al., 1998; Silva et al., 1998b 
 
Bahia Conceição et al., 1990; D'Amato & Marczwski, 
1993; Gonchorosky et al., 1995; Silveira, 
1995; Marcovaldi & Laurent, 1996; Marcovaldi 
& D'Amato, 1996; Naro et al., 1996; 
Marcovaldi, 1996; Barata, 1996; Silveira & 
Patiri, 1997; D’Amato & Marcovaldi, 1997; 
D’Amato et al., 1997; Vieitas et al., 1997; 
Solari et al., 1997, Vieitas & Marcovaldi, 1997; 
Marcovaldi & D'Amato, 1998; Silveira et al., 
1998; Barata, 1998; Moreira et al., 1998; 
Vieitas et al., 1998; Marcovaldi, Vieitas & 
Godfrey, 1999; Marcovaldi & Barata, np; Naro-
Maciel et al., np; Vieitas et al., np; Godfrey et 
al, np 
 
ÁREA 
CENTRAL 
 
 
Espírito Santo Thomé et al., 1988; Bellini & Almeida, 1989; 
Bellini et al., 1990a; Bellini et al., 1990b; 
Moreira & Bellini, 1990; Almeida & Bellini, 
1991; Bellini & Almeida, 1991; Bellini, 1991a; 
Bellini, 1991b; Rieth et al., 1994; Moreira & 
Santos, 1995; Thomé et al., 1995; Thomé et 
al., 1995; Rieth et al., 1996; Rieth, 1998; 
Schneider et al., 1999; Mrosovsky et al., np 
 
Trindade Barth, 1962; Filippini, 1988; Filippini. & 
Bulhões, 1988; Moreira et al., 1995 
 
 
 
 
 14
ÁREA SUL 
 
Rio de Janeiro Marcovaldi et al., 1995; Lima et al., 1996 
 
São Paulo Sazima & Sazima, 1983; Rego et al., 1995; 
Barata et al., 1998; Gelli et al., 1998; Giffoni et 
al., 1998 
 
Paraná D’Amato, 1991; D’Amato, 1992 
 
Santa Catarina Lima & Angeloni, 1996; Soto et al., 1997; Soto 
& Beheregaray, 1997a; Soto & Beheregaray, 
1997b 
 
Rio Grande do 
Sul 
 Lima & Angeloni, 1996; Soto et al., 1997; Soto 
& Beheregaray, 1997a; Soto & Beheregaray, 
1997b 
 
 
3. Distribuição das espécies 
 
Registros reprodutivos 
 
A Tabela 2 foi elaborada de acordo com os dados do Projeto TAMAR 
(dados até e inclusive 1998) e segundo bibliografia consultada. Mostra única e 
exclusivamente ocorrências reprodutivas, ou seja, registros de desova, nas 
referidas áreas, das respectivas espécies de tartarugas marinhas. 
Portanto, quanto à reprodução das tartarugas marinhas no litoral do Brasil, 
observa-se que o maior número de ninhos é de Caretta caretta. Foram 
registrados ninhos na Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa 
Catarina. 
A espécie Chelonia mydas se reproduz preferencialmente nas áreas 
oceânicas brasileiras, embora existam registros esporádicos de desovas em 
alguns pontos no litoral dos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe e 
Espírito Santo. Na Ilha da Trindade, no Estado do Espírito Santo, está o maior 
número de registros, constituindo-se o maior sítio de reprodução desta espécie no 
Brasil. O Atol das Rocas abriga a segunda maior colônia e, em Fernando de 
Noronha está a população mais ameaçada, com um número anual de desovas 
muito inferior ao registrado nas outras áreas. Este fato reflete a exploração local 
da carne e ovos desta tartaruga marinha ao longo de centenas de anos, desde o 
descobrimento do arquipélago, confrontando com as outras áreas de ocorrência 
as quais nunca foram povoadas. 
Embora também tenham sido registrados ninhos da espécie Eretmochelys 
imbricata, nos estados do Rio Grande do Norte, Sergipe e Espírito Santo, a área 
de maior ocorrência é o norte do Estado da Bahia, entre Salvador e Mangue 
Seco, sendo a maior concentração de desovas na Praia do Forte. 
A área onde existe maior número de registros reprodutivos da espécie 
Dermochelys coriacea está ao norte do Estado do Espírito Santo, entre Barra do 
Riacho e Guriri. Foram registrados alguns ninhos desta espécie também no sul do 
país. 
 15
Para a espécie Lepidochelys olivacea, a área de reprodução de maior 
destaque está no Estado de Sergipe, sendo a Praia de Pirambu, dentro dos 
limites da Reserva Biológica de Santa Isabel, uma das principais áreas de desova 
desta espécie na região. 
 
Tabela 2. Ocorrência de tartarugas marinhas em reprodução segundo dados do 
Projeto TAMAR e bibliografia consultada (CC = Caretta caretta; CM = Chelonia 
mydas; DC = Dermochelys coriacea; EI = Eretmochelys imbricata; LO = 
Lepidochelys olivacea – x = ocorrência; z = principais espécies) 
 
Espécie CC CM DC EI LO 
 
Área Norte 
Amapá 
Pará 
Maranhão 
 
Área Nordeste 
Piauí 
Ceará 
Rio Grande do Norte x z 
Paraíba 
Pernambuco 
Alagoas 
Sergipe x x x z 
Bahia z x z x 
São Pedro São Paulo 
Atol das Rocas z 
Fernando de Noronha z 
Abrolhos x 
 
Área Central 
Espírito Santo z x z x x 
Ilha da Trindade z 
 
Área Sul 
Rio de Janeiro z 
São Paulo 
Paraná 
Santa Catarina x x 
Rio Grande do Sul x 
 
Registros “não reprodutivos” 
 
Os registros denominados “não reprodutivos” referem-se a ocorrências de 
tartarugas marinhas (indivíduos juvenis, sub-adultos e adultos) que não sejam 
relacionadas a temporadas reprodutivas. Entre outros casos, são, em geral, 
registros de tartarugas marinhas encontradas mortas nas praias, tartarugas 
capturadas em artes de pesca, tartarugas apreendidas, tartarugas em cativeiro, 
tanto nas áreas de alimentação como também nas áreas de reprodução. Nesta 
 16
categoria também inclui-se aqueles registros realizados em áreas de alimentação 
onde o monitoramento, através de mergulho livre4, tem o objetivo de coletar dados 
sobre taxas de crescimento de indivíduos, além de outros aspectos da ecologia 
das tartarugas marinhas. A Tabela 3 foi elaborada a partir dos registros “não 
reprodutivos” do Projeto TAMAR (dados até e inclusive 1998) e segundo 
bibliografia consultada. Deste modo, a espécie com maior número de registros é a 
espécie Chelonia mydas. Em quase todo o litoral brasileiro existem registros de 
indivíduos desta espécie, como também nas áreas oceânicas. Destacam-se 
Almofala, no Estado do Ceará e Ubatuba, no Estado de São Paulo, onde a 
maioria das ocorrências refere-se a esta espécie porém tratam-se de indivíduos 
capturados em artes de pesca, como curral-de-pesca e cerco flutuante, 
respectivamente, e liberados com vida. Também destacam-se o Atol das Rocas e 
o Arquipélago de Fernando de Noronha onde muitas tartarugas desta espécie, e 
de Eretmochelys imbricata, têm sido capturadas para marcação e coleta de 
dados biométricos para estudo do crescimento, sendo imediatamente liberadas. 
As espécies Caretta caretta e Eretmochelys imbricatatambém se destacam em 
número de “registros não reprodutivos” no litoral, sendo que a maioria refere-se a 
indivíduos mortos. Os registros menos freqüentes são de Dermochelys coriacea 
e Lepidochelys olivacea. Este fato pode estar refletindo o habitat destas 
espécies que preferem águas mais afastadas da costa para se alimentar, sendo 
portanto, registros mais raros visto que o Projeto TAMAR atua mais na região 
costeira. 
 
Tabela 3. Registros “não reprodutivos” de tartarugas marinhas, segundo dados do 
Projeto TAMAR e bibliografia consultada (CC = Caretta caretta; CM = Chelonia 
mydas; DC = Dermochelys coriacea; EI = Eretmochelys imbricata; LO = 
Lepidochelys olivacea - x = ocorrência; z = principais espécies, 
w = único registro) 
 
Espécie CC CM DC EI LO 
 
Área Norte 
 
Amapá x 
Pará x 
Maranhão x 
 
Área Nordeste 
 
Piauí x 
Ceará x z w x w 
Rio Grande do Norte w z w z x 
Paraíba 
Pernambuco x x 
Alagoas z x x 
 
4 Poucos registros foram realizados através de mergulho autônomo (com o uso de cilindros de ar). 
 17
Sergipe x z x z 
Bahia x z w5 x x 
São Pedro São Paulo x x 
Atol das Rocas z z 
Fernando de Noronha w z w z w 
Abrolhos x w w 
 
Área Central 
 
Espírito Santo z z x x z 
Ilha da Trindade x x 
 
Área Sul 
 
Rio de Janeiro z z w 
São Paulo x z x x 
Paraná 
Santa Catarina 
Rio Grande do Sul x x x x 
 
 
 
De acordo com os registros do Projeto TAMAR (dados até e inclusive 1998) 
os gráficos apresentados em anexo (Anexo 1), evidenciam a ocorrência das 
espécies de tartarugas marinhas nas áreas pré-definidas para este trabalho. Para 
os registros reprodutivos de tartarugas marinhas foram considerados apenas as 
ocorrências com desova, sendo que as ocorrências que não puderam ser 
relacionadas a nenhuma espécie não foram consideradas. Os registros “não 
reprodutivos” incluem tanto tartarugas encontradas vivas como também tartarugas 
encontradas mortas, nas áreas de reprodução e alimentação. Porém, para facilitar 
a diferenciação dos registros reprodutivos, são simplesmente relacionados a 
“áreas de alimentação”. 
 
 
4. Informação disponível 
 
Ao longo de quase 20 anos de trabalho o Projeto TAMAR pode reunir 
muitas informações sobre as tartarugas marinhas. Ainda assim são insuficientes 
para determinação precisa do “status” populacional em todo o litoral brasileiro. As 
principais áreas de reprodução e algumas áreas de alimentação no litoral e nas 
áreas oceânicas estão sendo monitoradas, protegidas e estudadas. No entanto, 
as tartarugas marinhas têm ampla distribuição no país e as informações em 
alguns pontos ainda são preliminares. O objetivo principal do Projeto Tamar é 
manter as bases atualmente existentes e orientar trabalhos que possam contribuir 
com o maior conhecimento da situação das tartarugas marinhas em outros 
pontos. 
 
5 Comunicação pessoal de Juçara Wanderlinde (Executora da Base TAMAR Arembepe/BA). 
Refere-se a tartaruga encontrada com ferimentos e liberada após alguns dias – Ano do registro: 
1999 (não foi incluído no respectivo gráfico) 
 18
A reduzida disponibilidade de recursos financeiros é o fator determinante 
para a implantação de novas frentes de trabalho. Deste modo, o TAMAR vem 
ampliando as parcerias com as instituições de pesquisa que tenham interesse em 
auxiliar no levantamento de informações sobre as tartarugas marinhas nas áreas 
onde o TAMAR ainda não atua. 
 
 
5. Esforço conservacionista 
 
No Brasil não havia, até 1979, nenhum programa de conservação na área 
marinha, apenas uma legislação da SUDEPE - Superintendência de 
Desenvolvimento de Pesca proibia a “pesca” de tartarugas marinhas no período 
da desova. Em Novembro de 1979, em Washington, foi realizada a I Conferência 
Mundial para a Conservação das Tartarugas Marinhas. Após este evento foi 
redigido por um grupo de oceanógrafos, biólogos, zoólogos e conservacionistas 
em geral, um documento sugerindo o estabelecimento de uma estratégia de 
conservação destes animais, além da criação de outros projetos 
conservacionistas. Ficou estabelecido que deveria se proteger os habitats das 
tartarugas marinhas; criar um manejo adequado dos ovos até a idade adulta; 
controlar a exploração e a captura acidental; realizar uma avaliação do “status” 
das populações; criar um programa de educação ambiental e criar legislação 
adequada. Em 1980 o WWF - Fundo Mundial para a Natureza e a UICN - União 
Mundial para a Natureza apoiaram a criação de um secretariado. 
No Brasil, em Janeiro deste mesmo ano, o antigo IBDF – Instituto Brasileiro 
de Desenvolvimento Florestal, incorporado ao atual IBAMA, criou o Projeto 
TAMAR – Tartaruga Marinha, em convênio com a FBCN - Fundação Brasileira 
para a Conservação da Natureza. 
Quando as atividades do Projeto se iniciaram, a grande extensão do litoral 
e a ínfima quantidade de informações a respeito de tartarugas marinhas foram as 
maiores dificuldades encontradas. Em uma primeira etapa foi realizado um 
levantamento das espécies presentes e, então, foram delimitadas as principais 
áreas de desova. Assim, o Atol das Rocas (RN), o litoral norte do Estado de 
Sergipe, a Ilha da Trindade (ES), a Praia do Forte e Arembepe (BA) e a região de 
Comboios, ao norte do Estado do Espírito Santo foram consideradas as áreas 
primordiais para o início da proteção e do manejo. Exceto a Praia do Forte e a Ilha 
da Trindade (sob jurisdição da Marinha), as outras áreas foram transformadas nas 
primeiras Unidades de Conservação Marinhas do Brasil. 
A criação destas Unidades de Conservação são instrumentos legais 
importantes para a proteção dos ecossistemas marinhos e, conseqüentemente, 
para a conservação das tartarugas marinhas. A legislação atual reconhece as 5 
espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil como ameaçadas de 
extinção e, de acordo com estas leis, é proibido abater e/ou comercializar 
tartarugas marinhas, bem como coletar os ovos dos ninhos e produzir artigos 
derivados de tartarugas marinhas. 
Nestas áreas decretadas como Unidades de Conservação, as tartarugas 
marinhas estão efetivamente protegidas. Embora em algumas delas o Projeto 
Tamar esteja atuando esporadicamente, as equipes das próprias Unidades de 
Conservação têm realizado as atividades de acordo com metodologia indicada e 
aplicada pelo Projeto Tamar. Este é o caso do Parque Nacional Marinho dos 
Abrolhos, por exemplo. 
 
 19
 
 
 
6. Uso econômico 
 
As tartarugas marinhas são espécies ameaçadas de extinção e protegidas 
por diversas leis e tratados nacionais e internacionais, portanto não existe 
nenhum plano de avaliação para a exploração econômica destes animais no país. 
 
 
7. Ameaças e riscos 
 
Ocupação irregular do litoral 
 
 A construção de empreendimentos próximos a praia é um dos principais 
fatores preocupantes relativos à potencialização de impactos sobre sítios 
reprodutivos das tartarugas marinhas no Brasil. O país foi ocupado do litoral para 
o interior, o que comprometeu em 5 séculos vários ecossistemas litorâneos bem 
como a flora e fauna originais. Não foi diferente para as tartarugas marinhas que 
habitavam uma enorme faixa litorânea do sul ao nordeste do Brasil. Apenas 
alguns sítios reprodutivos resistiram. 
Atualmente o processo de parcelamento de novas áreas em busca de 
lugares para instalação de novos balneários, em que não haja medidas 
mitigadoras de impactos sobre as populações de tartarugas marinhas podem 
comprometê-las e extingui-las a médio e longo prazos. A sinergia causada pela 
ocupação irregular como trânsito de veículos, iluminação artificial, presença 
humana (predação de fêmeas e coleta de ovos de tartarugasmarinhas, 
interferência no processo de reprodução, etc.), além do desenvolvimento de áreas 
suburbanas no entorno, é um dos maiores problemas e que, conseqüentemente, 
cria nova sinergia e impactos negativos sobre as tartarugas marinhas. 
Como exemplos há a criação do Loteamento do Pontal do Ypiranga, 
município de Linhares no litoral norte do Estado do Espírito Santo, em 1990; o 
empreendimento hoteleiro em Porto Sauipe, litoral norte do Estado da Bahia, e 
praticamente todo o litoral do Estado de Sergipe, principal área de desova da 
Lepidochelys olivacea no Brasil, irregularmente ocupado. 
 
Abate de fêmeas e coleta de ovos 
 
O abate das tartarugas marinhas foi um dos principais motivos para que 
estes animais entrassem em processo de extinção. Tanto a carne como os ovos 
geravam não só recurso alimentar, mas também um implemento na renda familiar 
de muitos pescadores quando eram comercializados. Com o início das atividades 
do Projeto TAMAR o número de fêmeas abatidas foi decrescendo, sendo que hoje 
o abate apenas acontece em algumas comunidades remotas, principalmente 
aquelas indígenas em que há tradição em utilizar a carne ou os ovos das 
tartarugas marinhas para alimentação. Este é o caso de algumas comunidades no 
Ceará, por exemplo, onde o trabalho de conscientização tem sido, apesar de 
dificultoso, muito bem recebido. 
Apesar do quadro de matança indiscriminada de tartarugas marinhas, 
principalmente de fêmeas que subiam as praias para desovar, e da coleta dos 
ovos, ter sido revertido, estes animais ainda estão sob ameaça de extinção. Os 
 20
aspectos naturais da seleção natural, que é incisiva principalmente sobre os 
filhotes (de 1000 filhotes, 1 ou 2 atingem a idade adulta), e do início da 
reprodução (entre 20 e 30 anos de idade) acentuam uma recuperação mais lenta 
das populações das tartarugas marinhas. De maneira geral, a sociedade está 
bastante conscientizada sobre este perigo e, sobre as medidas legais cabíveis 
para abate e/ou utilização e comercialização de artigos derivados de tartarugas 
marinhas. 
Em 1986, a Portaria da SUDEPE No N-005, proíbe a captura de qualquer 
espécie de tartaruga marinha e proíbe molestar estes animais nas áreas de 
reprodução, bem como a coleta dos ovos. E, em 1989, através da Portaria No 
1.522, o IBAMA e a IUCN reconhecem as cinco espécies de tartarugas marinhas 
existentes no Brasil como pertencentes à lista oficial de espécies vulneráveis e/ou 
ameaçadas de extinção tanto da fauna brasileira como da mundial. 
 
Trânsito nas praias de desova 
 
A compactação da areia, causada pelo trânsito de veículos sobre os ninhos 
das tartarugas, dificulta a saída dos filhotes recém-nascidos. Os veículos também 
podem causar o atropelamento tanto de filhotes no caminho ninho-mar como de 
fêmeas em terra. A Portaria do IBAMA No 10, de 1995, proíbe o trânsito de 
qualquer veículo na faixa de praia compreendida entre a linha de maré mais baixa 
até 50 m acima da maré mais alta do ano, nas praias de desova de tartarugas 
marinhas. Esta Portaria inclui as praias desde Farol de São Tomé, no Rio de 
Janeiro, até o Estado do Espírito Santo; norte do Espírito Santo; sul da Bahia; 
praias do Farol de Itapuan, em Salvador, até Ponta dos Mangues, no Estado de 
Sergipe; de Pirambu (Sergipe) até Penedo, no Estado de Alagoas; praias de 
Fernando de Noronha e a Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte. O TAMAR e 
prefeituras, polícia militar e a Marinha do Brasil devem identificar e bloquear os 
acessos às praias, fiscalizá-las e deliberar aspectos técnicos não especificados 
nesta Portaria. 
 
Iluminação artificial nas áreas de desova 
 
A iluminação artificial nas ruas, avenidas, estradas, casa e bares próximos 
às praias de desova, ou até mesmo nas próprias praias, é uma das atuais 
ameaças às tartarugas marinhas. É geralmente durante a noite, com a 
temperatura da areia mais baixa, que as fêmeas sobem à praia para desovar. E é 
também quando os filhotes entram em maior atividade e saem dos ninhos. As 
fêmeas evitam sair do mar para desovar nestas praias iluminadas pois a 
iluminação artificial interfere na orientação para o retorno ao mar. Para os filhotes, 
recém saídos do ninho, a ameaça é ainda maior: eles se desorientam e seguem 
as luzes artificiais, mais fortes que a luz natural refletida no mar, e não 
conseguem alcançar o mar. Ofuscados, atravessam as estradas com o risco de 
serem atropelados ou se perderem e podem ficar girando por horas em torno dos 
postes, até que sejam predados ou morram com os raios intensos do Sol ao 
amanhecer. O Projeto TAMAR vem desenvolvendo e testando anteparos para 
postes de luz que possam amenizar a incidência de luz com as companhias de 
eletricidade de alguns estados. 
Qualquer fonte de iluminação que ocasione intensidade luminosa superior 
a Zero Lux, em uma faixa de praia da maré mais baixa até 50 m acima da linha da 
maré mais alta do ano, nas regiões de desova, está proibida pela Portaria do 
 21
IBAMA No 11, de 1995, e pela Lei Estadual (Bahia) No 7034, de 1997. A Portaria 
do IBAMA inclui as praias desde Farol de São Tomé, no Rio de Janeiro, até o 
Estado do Espírito Santo; norte do Espírito Santo; sul da Bahia; praias do Farol de 
Itapuan, em Salvador, até Ponta dos Mangues, no Estado de Sergipe; de Pirambu 
(Sergipe) até Penedo, no Estado de Alagoas; praias de Fernando de Noronha e a 
Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte. A lei estadual cobre desde a divisa com o 
Espírito Santo até o Rio Corumbau e do farol de Itapuan até a divisa com Sergipe. 
As áreas que necessitam de iluminação adequada, o Projeto TAMAR, em 
conjunto com as companhias de eletricidade, estabelece os critérios técnicos para 
anular as interferências à reprodução das tartarugas marinhas, bem como 
fiscaliza e acompanha os projetos e adequação da iluminação nas praias. 
Visando intensificar a atuação, o Projeto TAMAR está lançando a uma campanha 
sobre a relação fotopoluição e tartarugas marinhas. 
 
Captura acidental em artes de pesca 
 
As tartarugas marinhas que, como répteis, são pulmonadas, são capazes 
de tolerar situações de hipoxia, e até de anoxia, principalmente quando 
aprisionadas em redes de pesca, podendo ficar sem trocar o ar por muitas horas, 
porém, ainda assim, correm o risco de afogamento. O Projeto TAMAR possui 
muitos registros de tartarugas marinhas capturadas em algum tipo de arte de 
pesca e vem desenvolvendo, a quase 9 anos, a Campanha “Nem tudo que cai na 
rede é peixe” através da qual orienta os pescadores a usar as técnicas de 
reanimação no caso de encontrarem tartarugas desmaiadas nas redes de pesca. 
Os resultados desta campanha têm sido evidentes, principalmente em Ubatuba 
(SP) e Almofala (CE) onde é grande a incidência de tartarugas capturadas 
acidentalmente nos cercos-flutuantes e nos currais-de-pesca, respectivamente. 
Outras artes de pesca como a rede de deriva e a rede de arrasto de camarão 
também têm sido ameaças constantes às tartarugas marinhas. A grande maioria 
das tartarugas socorridas são liberadas com vida, porém é grande o número de 
registros de tartarugas mortas cuja causa mortis pode estar relacionada a algum 
tipo de arte de pesca. 
Existe uma campanha mundial para o uso de dispositivos excluidores de 
tartarugas marinhas específicos nas redes de barcos camaroneiros, conhecidos 
como TED’s - Turtle Excluder Device - e o Projeto TAMAR vem participando de 
todas as reuniões e debates sobre esta ameaça. No Brasil, a Portaria do IBAMA 
No 5, de 1997, obriga a utilização do Dispositivo de Escape de Tartarugas 
Marinhas em redes de pesca de arrasto de camarão em todo o litoral, para 
embarcações maiores de 11 m de comprimento e que não utilizem métodos de 
recolhimento manuais das redes. 
 
Criação de animais domésticos nas praias de desova 
 
Da mesma maneira que o trânsito de veículos provoca a compactação da 
areia dos ninhos,a passagem de animais de pequeno, médio e grande porte 
sobre os ninhos interfere na saída dos filhotes recém-nascidos. As pegadas 
fundas deixadas por estes animais também podem ser grandes obstáculos para 
os filhotes quando no caminho ninho-mar, que uma vez dentro da pegada, 
dificilmente conseguem escapar, sendo facilmente predados ou mortos pela ação 
do sol. Outro problema que a criação de animais causa nas áreas de desova, 
naquelas monitoradas pelo Projeto TAMAR, é a grande perda de estacas 
 22
sinalizadoras de ninhos o que pode comprometer seriamente o controle de dados 
da temporada reprodutiva, além do gasto imprevisto que se tem para fazer novas 
estacas. Os animais, ao passarem pelos ninhos, ou mesmo ao se coçarem nas 
estacas, as derrubam e/ou quebram, prejudicando o monitoramento dos ninhos. A 
presença de rebanhos nas praias de desova também interferem no trabalho de 
campo do Projeto TAMAR durante as rondas noturnas realizadas com a finalidade 
de se flagrar as fêmeas de tartarugas marinhas em terra. Muitas vezes os animais 
assustados, com filhotes, sentem-se acuados e avançam sobre os pesquisadores 
que precisam recuar e encerrar o trabalho daquela noite. Além do que, o esterco 
liberado pelos animais compromete seriamente a qualidade da areia para uso 
público, inclusive, como área de lazer. 
Outros animais também são considerados um risco, principalmente para os 
ovos e filhotes, tais como porcos e cachorros, além dos silvestres raposa-do-mato 
e o cachorro-do-mato que, originalmente, predavam tartarugas marinhas em baixa 
escala. Isto acontece principalmente em algumas áreas de desova próximas a 
grandes desmatamentos. O lagarto tejú, introduzido em Fernando de Noronha 
para combater os ratos, também tem sido uma ameaça. Em relação a estes 
riscos, o Projeto TAMAR protege as desovas com telas especiais que evitam o 
ataque dos animais. 
 
Poluição dos mares 
 
É de conhecimento geral os efeitos e riscos que a poluição dos mares 
exercem sobre os organismos marinhos. Para as tartarugas marinhas são vários 
os registros de morte devido a sufocamento por ingestão de material plástico, 
principalmente. São sacos de lixo, cordas de “nylon”, barbantes, tampas de 
garrafa e tantos outros resíduos plásticos que podem ser confundidos com 
alimento e ingeridos pelas tartarugas, principalmente naquelas áreas onde as 
águas são mais turvas, menos transparentes. 
Além da ingestão de materiais que naturalmente não compõe a dieta 
alimentar das tartarugas marinhas, outros aspectos da poluição podem interferir 
na sobrevivência destes animais, como derramamento de petróleo, contaminação 
inorgânica e também orgânica, os quais podem interferir diretamente na saúde 
das tartarugas marinhas, causando doenças fatais. Por exemplo, é alta a 
incidência de tartarugas marinhas com fibropapilomatoses, que se trata de uma 
virose do tipo herpes atualmente muito estudada e a qual alguns pesquisadores 
estão associando à poluição. 
 
 Trânsito de embarcações rápidas 
 
 Em várias regiões do mundo a alta velocidade com que as embarcações 
transitam em águas habitadas por tartarugas marinhas, ou mesmo em épocas de 
acasalamento quando os adultos de tartarugas marinhas ficam mais próximos das 
praias, tem sido uma ameaça constante. No Brasil, ainda não existe uma alta 
incidência de registros de tartarugas feridas e mortas por embarcações, mas vale 
mencionar esta ameaça. 
 
Extração mineral em praias 
 
A exploração de minerais em beira de praias também se constitui num dos 
grandes problemas à conservação das tartarugas marinhas. Particularmente no 
 23
Brasil, existe a sobreposição de depósitos minerais em planícies costeiras com 
sítios reprodutivos. Estes depósitos chamados de “placers marinhos” muitas 
vezes são economicamente viáveis se extraídos na beira da praia e não é difícil 
concluir que a extração modifica perfis do litoral onde as tartarugas colocam os 
seus ovos. Como exemplos podemos citar a Planície Costeira do Rio Doce, 
principalmente ao norte da foz do rio, local rico em depósitos de ilmenita, 
monazita e sal gema, ainda não explorados. 
A extração de petróleo nesta mesma planície costeira criou impactos 
negativos, com o favorecimento à ocupação irregular. Foram construídos acessos 
aos bolsões de desova de tartarugas marinhas, devido a necessidade de 
construção de estradas (desvios e revestimento em argila) para tráfego de 
veículos de carga na instalação e manutenção de equipamentos pesados. Como 
conseqüência à construção dos acessos, vieram especuladores imobiliários 
(parcelamento e construção de loteamentos clandestinos), turistas, etc., que 
culminaram na potencialização de impactos discutidos acima. 
 
 
8. Tendências sócio-econômicas, políticas públicas e pressões antrópicas 
 
A proteção das tartarugas marinhas nas Bases que estão situadas dentro, 
ou próximas, de Unidades de Conservação está, teoricamente, menos ameaçada 
que nas áreas onde ainda não foram definidas como áreas protegidas. No 
entanto, isto não exime, direta ou indiretamente, as tartarugas marinhas de 
ameaças. Criação de animais de pequeno, médio e grande porte em áreas de 
desova por exemplo, apesar de combatida, ainda acontece em algumas Unidades 
de Conservação, bem como a falta de estrutura de apoio do IBAMA às 
implantações efetivas destas unidades. 
 
 
9. Campanhas educativas e conscientização pública 
 
Um dos importantes instrumentos que o Projeto TAMAR vem usando 
desde o início das atividades é o envolvimento direto da comunidade nas 
atividades de proteção das tartarugas marinhas. Outro instrumento é o turismo 
participativo nas Bases onde é alto o índice de visitantes. Além do 
desenvolvimento das atividades consideradas básicas para a efetiva educação 
ambiental e conscientização ecológica (palestras didático-expositivas, reuniões 
com os diversos segmentos da comunidade, exibição de filmes temáticos, cursos 
para guias, aulas práticas e gincanas), o Projeto TAMAR cria e estimula 
alternativas econômicas (fabricação de artesanatos, confecção de camisetas e 
outras atividades) que possam gerar recursos para a própria comunidade 
evitando assim que as pessoas voltem a consumir derivados de tartarugas 
marinhas, como a carne e os ovos, por exemplo. 
Para incrementar estas atividades educativas mencionadas acima, o 
Projeto TAMAR tem produzido um vasto material como painéis explicativos para 
exposições peramnentes e itinerantes, pelo Brasil e exterior, cartazes, “folders”, 
CD-Rom e vídeos em que o tema principal abordado é a conservação das 
tartarugas marinhas. O trabalho de educação do Projeto TAMAR também 
acontece fora das Bases apoiando “Feiras de Ciências” e outros eventos 
escolares. 
 24
A Campanha “Nem tudo que cai na rede é peixe”, que iniciou em 1991 
com a finalidade de orientar os pescadores a reanimar tartarugas em estado de 
afogamento causado por redes de pesca, tem material específico como o vídeo 
de mesmo nome da campanha e panfletos, à prova de água, para serem fixados 
nas embarcações. Também é o caso de vídeo e cartaz produzidos para a 
Campanha “Projeto TAMAR: Fotopoluição” que apresenta a ameaça e sugere 
soluções para a instalação de luzes artificiais nas praias de desova. 
Além destas campanhas educativas, o Projeto TAMAR criou a campanha 
“Adote uma tartaruga marinha” que, além de ser mais uma alternativa de recursos 
para a manutenção das atividades, é também uma maneira da sociedade 
participar do programa e responsabilizar-se também pela preservação da 
natureza. 
Através de diversos meios de comunicação, como TV, rádio, jornais e 
revistas, o Projeto TAMAR tem mostrado as atividades realizadas nas diversas 
frentes de trabalho e os resultados obtidos, além de apresentações em reuniões e 
encontros científicos e participações em debates junto à sociedade. Deste modo, 
pode se dizerque, atualmente, o trabalho de proteção das tartarugas marinhas 
realizado pelo Projeto TAMAR é amplamente divulgado e razoavelmente bem 
conhecido pela sociedade brasileira o que auxilia muito na obtenção de bons 
resultados. 
 
 
10. Propostas de áreas para inventário biológico 
 
A região Norte do país, desde o Estado do Rio Grande do Norte até o 
Amapá, é uma imensa área de ocorrência de tartarugas marinhas sobre a qual se 
tem menos conhecimento. Levantamentos de informações através de 
questionários a pesquisadores locais e posteriores expedições às áreas 
mencionadas nos levantamentos poderiam ser de grande valia para o maior 
conhecimento sobre as tartarugas marinhas no Brasil. 
As águas pelágicas, atualmente alvo de intensa pesca comercial, também 
poderiam ser alvo de maior detalhamento visto que existem registros de 
tartarugas marinhas capturadas acidentalmente em artes de pesca de grande 
porte, tais como espinhel e redes de deriva, principalmente nas regiões Nordeste 
e Sul do país. 
 
 
11. Propostas de áreas para a ação de conservação 
 
A região entre a foz do Rio Doce até a área conhecida como Degredo, no 
litoral norte do Estado do Espírito Santo, é um dos sítios remanescentes de 
desova da tartaruga marinha Dermochelys coriacea no Brasil e a principal área 
de desova de Caretta caretta no Estado. Possui bons atributos paisagísticos, 
razoável preservação ambiental (restingas, lagoas) além de cobertura vegetal 
primária e secundária. Por estas razões, um estudo para a criação de uma 
Unidade de Conservação de uso indireto que abrangesse a referida área deve ser 
considerado. 
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