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Economia Politica AULA 04

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AULA 04
A Escola Clássica
Liberalismo Econômico
Adam Smith
Embora a grande maioria dos autores tenha feito do professor de Filosofia Moral, na Universidade de Glasgow, Adam Smith (1723-1790) o apologista da nascente classe industrial capitalista, a verdade é que sua simpatia voltava-se frequentemente para o operário e o trabalhador da terra, opondo-se aos privilégios e à proteção estatal que apoiavam o “sistema mercantilista”.
Sua obra prima, o livro Riqueza das Nações, possui varias passagens contendo expressões de simpatia pelos trabalhadores, pelos consumidores, bem como a vida rural. O essencial da riqueza é o trabalho, o qual fica mais produtivo com o emprego de capital, as trocas e a expansão do mercado aumenta a demanda, estimula a oferta, e a partir desses interesses (consumidor e produtores) formam-se “a mão invisível do mercado”, cunhando o termo “sociedade comercial”.
O caráter otimista de Smith destoou dos mercantilistas que o procederam e de Mathus, que o seguia. Confiava Smith no egoísmo inato do homem e na harmonia natural de seus interesses: todo indivíduo se esforça, em seu próprio benefício, para encontrar o emprego mais vantajoso para seu capital, qualquer que seja ele – o que o conduz, naturalmente, a preferir o emprego mais vantajoso para a sociedade; o constante e ininterrupto esforço de todo homem para melhor sua própria condição é freqüentemente bastante poderoso para manter a marcha natural das coisas no sentido da melhoria, a despeito da extravagância do governo e dos piores erros da administração.
Para Adam Smith, Deus na sua Divina Providencia, implantou na natureza do homem certos instintos, entre os quais o de “trocar”: este, mais a tendência de ganhar mais dinheiro e de subir socialmente conduzem o trabalhador a poupar, a produzir o que a sociedade precisa e a enriquecer a comunidade. Os homens são “naturalmente” assim. 
Nas conhecidas palavras de Adam Smith: “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que podemos esperar o nosso jantar, mas pelo cuidado que eles têm em relação aos seus interesses. Nós apelamos não para a sua humanidade, mas para seu egoísmo, e nunca lhes falamos das nossas necessidades, mas antes das vantagens para eles”.
A reforma protestante encabeça por João Calvino havia contribuído para defender o trabalho e o sucesso pessoal pelo individualismo, sintetizado no lucro e na riqueza.
Se o governo se abstiver de intervir nos negócios econômicos, a “ordem natural” poderá atuar. Mas, como os fisiocratas, Smith não afirmava que fosse ela espontânea: era um fim que deveria ser alcançado.
Apesar da abundancia de exemplos e de digressões, o livro Riqueza das Nações contém o que seu título anuncia: investigação da natureza e das causas da riqueza das nações, ou seja, em termos modernos, o autor busca uma teoria do desenvolvimento econômico.
A principal explicação de Adam Smith para o desenvolvimento está nas primeiras páginas de sua obra: a divisão do trabalho – expressão de simplicidade enganadora, utilizada por ele em dois sentidos diferentes que seriam, em tempos modernos: a especialização da força de trabalho, que acompanha o avanço econômico, e a alocação da força de trabalho entre varias linhas de emprego.
Ao enfatizar o mercado como regulador da divisão do trabalho, distinguiu o “valor de uso” do “valor de troca”, atribuindo interesse econômico apenas ao último. Considerou o valor distinto do preço, afirmando ser o trabalho “a medida do valor”. Analisou a distribuição de renda ao discutir os três componentes do “preço natural”: salários, lucros e renda da terra. Dos problemas do valor e da distribuição de renda, passou à exposição dos mecanismos de mudança econômica e dos fatores que governam a alocação das forças de trabalho entre empregos produtivos e improdutivos.
O modelo teórico de desenvolvimento econômico de Smith constituía parte integrante de sua política econômica: ao contestar o padrão mercantilista de regulamentação estatal e controle, apoiava a suposição de que a concorrência maximiza o desenvolvimento econômico e de que os benefícios do desenvolvimento seriam partilhados por toda a sociedade.
De modo geral, os críticos de Smith têm afirmado que sua obra não é original, salvo pela disposição dos assuntos e pela exposição. Reconhecem, porém, que escolheu exemplos tão significativos que sua importância é reconhecida ainda hoje, e conseguiu combinar materiais históricos e analíticos de modo excepcionalmente eficaz. 
Seus admiradores, entretanto, consideram sua obra Riqueza das Nações uma notável conquista intelectual, que deu uma visão completa do progresso econômico, dentro de um tratamento teórico, afastado de interesses particulares (diferentemente de seus antecessores).
Dentre seus discípulos, destacam-se pelas importantes contribuições à construção da Ciência Econômica: Thomas Robert Maltus, David Ricardo, John Stuart Mill e Jean Baptiste Say (representante francês da Escola Clássica). De modo geral, todos eles procuraram explicar certos pontos ambíguos ou inconsistentes da obra de Smith.
Politicamente a escola defendia:
1 – Mercado livre, em que o Estado não intervenha;
2 – Livre concorrência – preços se formam em função do mercado (leis da oferta e da demanda);[2: Artigo 170, IV da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988]
3 – Livre iniciativa;[3: Artigo 1º, IV da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 ]
4 – Desregulamentação;
5 – Divisão internacional da produção;
6 – Melhor utilização dos recursos naturais;
7 – Economia de Escala: promovendo efeitos na redução dos custos (preço de mercado) e gerando aumento de consumo) [o aumento de consumo gera o aumento na produção; → por sua vez, gera aumento no nível de emprego; → e consequentemente, com mais empregos e custos menores, geral maior bem-estar para o povo.]
Ao Estado caberia: 
8 – Preservar a justiça e fazer valer os contratos;
9 – Proteger a vida;
10 – Segurança nacional;
11 – Obras e serviços públicos.
Thomas Robert Malthus
A lei da população de Malthus desenvolveu um aspecto que Adam Smith deixara incompleto: “... a potência da população é infinitamente maior do que a potência da terra na produção de subsistência para o homem. A população, quando não controlada, cresce numa taxa geométrica. A subsistência só cresce a uma taxa aritmética. Um ligeiro conhecimento dos números mostrará a imensidão da primeira potência em relação a segunda”.
Os fatos, entretanto, mostraram que Malthus subestimara o ritmo e o impacto do progresso tecnológico. Além disso, não lhe seria possível prever a revolução agrícola que viria alterar radicalmente a oferta de bens de alimentação, nem as técnicas de limitação da fertilidade humana.
Segundo Malthus: 
- enfatizava o fato da procura (consumo);
- criticava David Ricardo, que dizia ser a superprodução a origem das crises;
- as crises resultam de subconsumo da população;
- com os estoques não vendidos, as empresas reduzem a produção;
- se a queda do poder de compra for sistemática, a acumulação de capital tende, a declinar, assim como a oferta total (yº) é o nível de emprego;
- Daí sua crítica também, à “Lei de Say”: aumentos de oferta não geravam demanda adicionais, havendo a tendência de yº acima yº (demanda total);
Teoria Populacional de Malthus:
1 – A população aumenta em proporções geométricas; e a produção/alimentos cresce em proporções (taxas) aritméticas [1, 2, 3, 4, 5...];
2 – A população crescerá sempre que os salários normais (w) estiverem acima do salário mínimo de subsistência (w*) w > w*, a população ira reduzir se w < w*, e estacionará quando w = w*.
3 – Característica do Estado estacionário: cessa toda acumulação de capital, ocorre porque a taxa de lucro não supera a taxa de juros pago/empréstimo;
4 – Assim, o produto não cresce, nem o nível de emprego e de população (tb).
Relativamente às propriedade “autorreguladoras” dos mercados, afastou-se de seus conterrâneos e apresentou contribuições depois desenvolvidas por JamesMill e Jean Baptiste Say.
David Ricardo 
	Trabalhou no mesmo sentido de Malthus, isto é, preocupado em ampliar a tradição iniciada por Adam Smith. Mas diferentemente de Smith e de Malthus, que usaram amplamente ilustrativos, David Ricardo, banqueiro de uma lógica rigorosa, era direto e formal. Construiu um sistema abstrato em que as conclusões decorrem dos axiomas.
	O interesse de David Ricardo pela teorização em economia desenvolveu-se em sua meia-idade, quando já se havia enriquecido como especialista em títulos governamentais e como banqueiro. Estimulo por James Mill, concentrou-se na redação dos Princípios de Economia Política e Taxações, publicado em 1817. Nas duas primeiras edições, Ricardo mostrou-se otimista em relação às conseqüências sociais do maquinismo, mas na terceira edição reviu sua posição e concluiu que a máquina poderia provocar o desemprego tecnológico e deteriorar as condições do trabalhador. Esta posição conflitava com a fé de Smith na “harmonia de interesses” entre as várias classes da sociedade seria o tema corrompido nas obras de Karl Marx.
	David Ricardo mudou, de modo sutil, a análise clássica do problema do valor: “Então, a razão pela qual o produto bruto se eleva em valor comparativo é porque mais trabalho é empregado na produção da última porção obtida, e não porque se paga renda ao proprietário da terra. O valor dos cereais é regulado pela quantidade de trabalho empregada em sua produção naquela qualidade de terra, ou com aquela porção de capital, que não paga aluguel”.
	Mostrou Ricardo as interligações entre expansão econômica e distribuição de renda. Tratou dos problemas do comércio internacional e defendeu o livre-cambismo. Mas, as grandes idéias conduzem a resultados inesperados: David Ricardo jamais teria suposto que inspiraria os “socialistas ricardianos”, que somaram elementos utópicos (edificação de comunidade com base na bondade e na racionalidade humana) à fé em uma economia e psicologia científica.
John Stuart Mill
	Foi filho do economista James Mill, buscou sistematizar e consolidar a análise clássica, desde Adam Smith. Ao fazê-lo, todavia, modificou algumas premissas, passando para a história do pensamento econômico “revisionista”, e introduziu na economia preocupação de “justiça social” que lhe valeram o qualitativo de “clássico de transição” entre sua Escola e as reações socialistas. A reinterpretação das leis que governam a atividade econômica, em geral, e a distribuição de renda, em particular, talvez representem a modificação mais importante efetuada por Stuart Mill à tradição clássica.
	Para Mill, o Estado estacionário citado por Malthus foi melhor estudados em sua obra Princípios de Economia Política, em 1823 aos 27 anos. Para ele, tanto a concorrência entre os capitalistas, como o crescimento da população, levava a atividade econômica a ocupar as piores terras e se aproximar do Estado estacionário (situação de crescimento zero para o capital, produto e para a população de uma sociedade – inexistência de lucro puro e progresso).
	Atualmente, o termo “estagflação” é o que mais se aproxima de tal situação, ou seja: usado para a explicação do período de alta inflação e elevada taxa de desemprego. Por outro lado, a livre importação de alimentos e as inovações tecnológicas, afastavam o “fantasma” do Estado estacionário.
	Contrariando o pensamento de Adam Smith, David Ricardo e de Malthus; Mill defendia a intervenção do Estado na economia, principalmente nas questões distributivas e de tributação da riqueza. Com esta diferenciação dogmática, o capitalismo de Smith, David Ricardo e de Malthus sofreu um golpe, assumindo-se uma nova teoria – a do capitalismo social de Mill – considerava como “proposta brilhante”.
	Quando isso viesse a ocorrer em um futuro remoto: “Toda a população apresentaria nível de vida (qualidade) tão elevado que o objeto social não seria mais o consumo, mas o lazer, a busca do aperfeiçoamento pessoal em termos cultural e espiritual.
Jean Baptiste Say
	Foi um jornalista, industrial, parlamentar e professor de economia do Colégio da França foi o principal representante francês da Escola Clássica. Retomou a obra de Adam Smith para corrigi-la e completá-la em vários pontos. Daí seu Tratado de Economia Política em seis volumes. Deu atenção especial ao empresário e ao lucro; subordinou o problema das trocas diretamente à produção, tornando-se conhecida sua concepção de que a oferta cria a procura equivalente, ou seja, tudo o que fosse produzido seria consumido, onde a oferta cria sua própria demanda, a conhecida Lei de Say.
	Essa lei explicava-se porque os clássicos acreditavam que todo acréscimo na produção exigia aumento simultâneo e proporcional de capital e trabalho (mão de obra). Supunha-se a existência de equilíbrio de pleno emprego dos fatores: 
	- igualdade entre poupança (s) e investimento (i), ou seja, igualdade entre oferta e demanda agregada.
	- uma nova acumulação de capital, refletia no nível de investimento (s = i), empregando trabalhadores subempregados de outros setores, e assim, gerava um fluxo de renda correspondente ao valor dos novos bens levados ao mercado.
	Stuart Mill e Karl Marx observaram as conseqüências sociais da industrialização em sua época, especialmente o baixo padrão de vida da crescente classe trabalhadora (empilhada em favelas urbanas, sem as mais elementares condições sanitárias), a longa jornada de trabalho, os reduzidos salários, a ausência de legislação trabalhista e previdenciária etc. Mas, se o florescimento industrial fosse julgado em termos do crescimento da produção, do aumento do volume do comercio internacional ou da acumulação do capital produtivo, então o contraste era inegável. Esse contraste evidenciava para ambos que o sistema de distribuição de renda não estava funcionando bem na economia capitalista em expansão. Por sua vez, o crescimento industrial parecia associado a instabilidades econômicas que se sucediam com regularidade impressionante. Ambos, Stuart Mill e Karl Marx, perceberam que o instrumental teórico legado pelos clássicos não estava se adequando: baseava-se nos pressupostos da “harmonia de interesses” e da ordem natural e providencial, que não se confirmavam.
	Os dois autores não concordaram, entretanto, quanto à solução: Stuart Mill argumentou que a distribuição da renda era sensível à manipulação humana e preconizou políticas de promoção do bem-estar geral, mas sobretudo voltadas para a classe trabalhadora. Karl Marx criticou-o por tentar harmonizar a economia política do capital às exigências do proletariado (entendido como classe “sem propriedade” ou que possui apenas o seu poder de trabalho), e essas exigências não podiam mais ser ignoradas

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