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PETIÇÃO INICIAL PARA CONCESSÃO ESPECIAL DE USO PARA FINS DE MORADIA

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Prévia do material em texto

��VR VINÍCIUS RICHTER
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BANDEIRANTES - ESTADO DO PARANA
___________________ e _____________________________ vêm à presença de Vossa Excelência com fulcro no art. 5º, XXXV, XXXVI e §2º da CF/88, art. 282 do CPC e demais dispositivos atinentes a matéria, propor a presente:
AÇÃO DE CONCESSÃO JUDICIAL DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA 
em face do MUNICÍPIO DE ________________, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNJP sob o nº ______________________________, sita na Rua _______________, nº_____, centro, nesta cidade e comarca de ________________/__, pelos articulados seguintes:
EXIBIÇÃO DOCUMENTAL
Como medida incidental requerida com o fim de produção de prova e juntada de instrumento de outorga de poderes para representação administrativa e judicial dos Requerentes o para fins de demonstração da OMISSÃO da Requerida, os autores vem à presença de Vossa Excelência pugnar seja determinado à administração pública municipal a exibição dos requerimentos administrativos de concessão de uso para fins de moradia em favor dos Requerentes EM REGIME DE URGÊNCIA.
DO PEDIDO ADMINISTRATIVO 
Os Requerentes protocolaram na Prefeitura Municipal desta urbe pedido de concessão administrativa do direito de uso das residências incertas no preâmbulo da inicial nos termos da norma contida da MP 2.220/91, que assim dispõe:
Art. 1o  Aquele que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural.
Contudo, os requerimentos desidiosamente não foram respondidos pela requerida.
Fazendo nascer o interesse jurídico dos Autores com a omissão estatal.
DA NATUREZA JURIDICA DO DIREITO MATERIAL
O direito invocado tem gênese na Constituição Federal de 1988. O requerimento de natureza jurídico-urbanística curativa visa regularizar uma situação fundiária que se encontra em desconformidade com o direito individual fundamental e urbanístico coletivo.
Regularizar, portanto, é tornar regular frente às leis, regras e princípios. É direito dos requerentes obter a regularização. Objetivo da presente ação.
 
O comando normativo da concessão do uso dispõe o seguinte texto (MP 2.220/91):
§ 1º concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma gratuita ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o  O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo concessionário mais de uma vez.
§ 3o  Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, na posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
Art. 2o  Nos imóveis de que trata o art. 1o, com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, que, até 30 de junho de 2001, estavam ocupados por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por possuidor, a concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma coletiva, desde que os possuidores não sejam proprietários ou concessionários, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o  O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
§ 2o  Na concessão de uso especial de que trata este artigo, será atribuída igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os ocupantes, estabelecendo frações ideais diferenciadas.
§ 3o  A fração ideal atribuída a cada possuidor não poderá ser superior a duzentos e cinqüenta metros quadrados.
Art. 3o  Será garantida a opção de exercer os direitos de que tratam os arts. 1o e 2o também aos ocupantes, regularmente inscritos, de imóveis públicos, com até duzentos e cinqüenta metros quadrados, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que estejam situados em área urbana, na forma do regulamento.
Art. 4o  No caso de a ocupação acarretar risco à vida ou à saúde dos ocupantes, o Poder Público garantirá ao possuidor o exercício do direito de que tratam os arts. 1o e 2o em outro local.
Art. 5o  É facultado ao Poder Público assegurar o exercício do direito de que tratam os arts. 1o e 2o em outro local na hipótese de ocupação de imóvel:
I - de uso comum do povo;
II - destinado a projeto de urbanização;
III - de interesse da defesa nacional, da preservação ambiental e da proteção dos ecossistemas naturais;
IV - reservado à construção de represas e obras congêneres; ou
V - situado em via de comunicação.
Art. 6o  O título de concessão de uso especial para fins de moradia será obtido pela via administrativa perante o órgão competente da Administração Pública ou, em caso de recusa ou omissão deste, pela via judicial.
§ 1o  A Administração Pública terá o prazo máximo de doze meses para decidir o pedido, contado da data de seu protocolo.
§ 2o  Na hipótese de bem imóvel da União ou dos Estados, o interessado deverá instruir o requerimento de concessão de uso especial para fins de moradia com certidão expedida pelo Poder Público municipal, que ateste a localização do imóvel em área urbana e a sua destinação para moradia do ocupante ou de sua família.
§ 3o  Em caso de ação judicial, a concessão de uso especial para fins de moradia será declarada pelo juiz, mediante sentença.
§ 4o  O título conferido por via administrativa ou por sentença judicial servirá para efeito de registro no cartório de registro de imóveis.
Da leitura dos dispositivos acima, podemos inferir pelo poder-dever do poder público titular de domínio em reconhecer o direito à moradia ao ocupante de áreas públicas. Os casos limites para este reconhecimento referem-se aos moradores que habitam em áreas que acarretem risco à vida ou à saúde dos ocupantes ou em área caracterizadas como de uso comum do povo; ou destinada a projeto de urbanização; ou de interesse da defesa nacional, da preservação ambiental e da proteção dos ecossistemas naturais; ou reservada à construção de represas e obras congêneres; ou situada em via de comunicação. O que não é o caso.
Mesmo nestes casos limites, nesta zona cinzenta, o Poder Público, titular de domínio da área ocupada, não possui permissivo legal para recusar a concessão de uso para fins de moradia em outro local. O único ato que assiste ao Poder Público é outorgar a concessão de uso especial para fins de moradia em outro local, isto porque se trata de norma cogente de tutela do interesse público.
No caso em tela, os requerentes pleitearam a concessão de uso especial para fins de moradia de determinada área pública. Há mais de 1(um) ano sepera-se a eficiente vontade do administrador público de conceder ou negar o pedido fundamentadamente. 
DO TRATAMENTO NÃO ISONÔMICO
Cumpre salientar a atitude despótica do chefe do executivo (ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL) que regularizou 1(um) terreno de “um amigo” e cidadão. Utilizando-se do fundamento da presente ação, mas de forma totalmente equivocada. Entretanto, não despachou os pedidos dos demais requerentes. 
Para atender ao interesso do amigo, a Requerida mixou (forçou) dois institutos dispares, Excelência. A concessão do direito real para fins de moradia com a concessão especial de uso para fins de moradia.
Após a tácita recusa da administração pública com o decurso de 12 meses, busca-se as barras do Judiciário guarida judicial para seus pleitos consoante faculta o diploma supra citado.
A inércia/omissão estatal vai de encontroao espírito legal ou mens legis que desejava inclusão social e de inserção de bairros de moradores de baixa renda na CIDADE FORMAL. 
FUNDAMENTOS JURÍDICOS CONSTITUCIONAIS
O supedâneo do pedido gênese na DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
Se todo poder emana do povo para o pavo, que o exerce por meio de representantes eleitos nos termos da lei. Se tais representantes atentos as necessidades da população de baixa renda legisla o direito que se invoca. 
Se o povo vai até seu representante suplicar o deferimento administrativo de um direito. E por desídia não responde a tal pleito. E mais, favorece o amigo em detrimento aos demais. Essa omissão atinge direitos subjetivos [v.g. dignidade] dos cidadãos suplicantes. 
O prazo legal disposto em lei não é respeitado. Mais que isso, não houver resposta ao pedido, Excelência.
O Prefeito de Bandeirantes Sr. Celso Benedito, enquanto representa o povo tem a regência do regime jurídico público, deve analisar o pedido.
Estando presente os requisitos/elementos pré dispostos em lei, o chefe do executivo deverá analisar o fato e cumprir a lei e, sendo caso, conceder o direito de uso ao requerentes. O ato é vinculado. O ordenamento jurídico não concedeu o direito à análise da oportunidade e conveniência do pedido (discricionário).
Não acatar é menos grave que não despachar. Desdenha do mandando que lhe fora outorgado. Sendo que a concessão do uso especial para fins de moradia proporcionaria a concessão irrevogável do uso, possibilitaria:
a)o registro do termo de concessão;
b) permitiria a TRANSFERÊNCIA ONEROSA ou gratuita do bem;
c) inseriria o bem na cidade real por meio do cadastro imobiliário;
d) concederia o direito de DAR EM GARANTIA O BEM PARA FINANCIAMENTOS bancários para reforma da casa ou construção de residências;
e) Seria objeto de pagamento de IPTU pelos possuidores;
f) entre tantos outros direitos. 
Para muitos cidadãos essas fatias de direito lhe são muito caros, Excelência. Quiçá, um sonho! 
De maneira assaz grave a Administração Municipal afrontou princípio (valores) e regras capitulados no art. 37 da CF/88, pois afrontou direito e garantias individuais conforme demonstraremos.
Na mesma esteira, dispõe o art. 3º da CF/88 que constitui OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil (IV) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
A primeira lição que se denota da presente leitura é que não existem palavras vãs ou meros recados na Carta Magna. O poder outorgado pelo povo mediante ato legiferante executado pelo legislador constituinte são para a consecução de deveres claros. 
TEM ORIGEM UM PODER-DEVER. TODO PODER DADO PELO MANDADO É PARA CONSECUÇÃO DE UM DEVER.
Segundo ponto observável, o Município está contido na República Federativa do Brasil. A administração local tem OBRIGAÇÃO de realizar o OBJETIVO FUNDAMENTAL de promover o BEM DE TODOS.
 O chefe do executivo desta urbe inconstitucionalmente concede o uso especial para fins de moradia para um cidadão amigo, correligionário de cuja fortuna possibilitou gozar de condições financeiras ótimas que o excluí das regras do estatuto da cidade que determina a concessão somente para a população de baixa renda. A lei foi criada com o instituto de regularizar a moradia de cidadãos de baixa renda.
Logo, o contraponto destes atos. De um lado a inércia para com os requerentes pobres. Do outro, a presteza não isonômica ao amigo afortunado. 
O discrimen utilizado é inconstitucional e ilegal indo de encontro com o postulado constitucional invocado. A inércia é, no mínimo, culposa.
Apraz-se colacionar o conteúdo principiológico e programático do art. 5º da CF/88. 
TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI, SEM DISTIÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, GARANTINDO-SE(...) A IGUALDADE.
o chefe do executivo é submetido à força do regime jurídico do direito público, mormente do direito constitucional, administrativo e do direito urbanístico.
Buscando compreender o art. 5º (§2º), imperioso a análise da cláusula de abertura que condiciona direitos e garantias individuais expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados. 
O direito invocado é uma garantia constitucional e urbanístico inserido no ordenamento como direito e garantia individual e coletiva por meio infraconstitucional. Atualmente esse direito é válido, vigente no ordenamento jurídico, todavia, nesta cidade não é eficaz.
 
Com a atitude omissiva da administração pública municipal vedou-se o DIREITO À MORADIA e embargou-se a função social prevista na CF/88 (art. 6º) bem como em lei como veremos na sequência.
O ordenamento jurídico tem um comando normativo contido no Estatuto da Cidade que prevê:
“Art. 1º - Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece NORMAS DE ORDEM PÚBLICA e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
(...)
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;(...)”*(g.n)
Observemos que os institutos são taxativamente previstos como instrumentos para a consecução dos objetivos da política urbana determinada no Estatuto da Cidade:
“Art. 4o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
(...)
g) concessão de direito real de uso;
(...)
h) concessão de uso especial para fins de moradia;
(...)
 
Portanto, a outorga de Termos de Concessão de Uso Especial para fins de Moradia aos Requerentes é uma OBRIGAÇÃO LEGAL (ATO VINCULADO) do chefe do executivo de Bandeirantes previsto em lei, como detalharemos na presente.
Elenquemos os benefícios que a concessão trará:
Transparente planejamento municipal das áreas públicas ocupadas;
Inserção das áreas públicas ocupadas no mapa oficial da Cidade;
Cumprimento da função social da propriedade pública, prevista constitucionalmente;
Com a elaboração da concessão permite-se o perfeito controle da disponibilidade da gleba pública pelo Oficial de Registro;
Evita-se que centenas de pedidos de Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia cheguem ao judiciário, que já conta com inumeráveis demandas ordinárias.
Do exposto até o presente momento concluímos que é imperiosa [e de direito] o julgamento FAVORÁVEL da ação intentada em face da Municipalidade de Bandeirantes com a precípua missão de outorgar judicialmente via sentença a concessão de uso especial para fins de moradia em favor dos Requerentes uma vez presente a OMISSÃO/INÉRCIA/DESÍDIA municipal de não responder os requerimentos protocolados no prazo legal. 
DO DIREITO
O Estatuto da Cidade inova a ordem jurídica em matéria urbanística e civil ao trazer inúmeros instrumentos de regularização do solo urbano que devem ser aplicados, necessariamente.
Com a atitude positiva do legislador que vislumbrou a necessidade de lei para conformar uma situação fática. Posto à apreciação do executivo tal requerimento. A omissão não se coaduna com a expectativa popular. Que dia a dia se questiona, se há lei que permite que o terreno seja registrado em meu nome por que o Prefeito não concede?
Isto significa que restringir todas as formas de regularização à Lei Nacional de Parcelamento do Solo, Lei Federal 6.766/79, é empobrecer e diminuir as possibilidades de atendimento aos objetivos do Estatuto da Cidade.E mais, é afrontar diversos princípios jurídicos basilares do ordenamento jurídico. 
A própria CF/88 aduz que a posse será protegida pela concessão do direito de uso de FORMA EXPRESSA:
“Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.”(G.N)
E na mesma esteira o Estatuto da Cidade arremata:
“Art. 4o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
(...)
h) concessão de uso especial para fins de moradia;
(...)
j) usucapião especial de imóvel urbano;”(G.N)
O art. 1º da MP nº 2.220/01 arrola quais os requisitos necessários para a concessão do direito (ATO VINCULADO) in verbis: 
1) Possui como seu;
2) Até 30 de junho de 2001;
3) Por cinco anos;
4) Ininterruptamente;
5) Sem oposição;
6) Até duzentos e cinquenta metros quadrados;
7) Imóvel público;
8) Situado em área urbana;
9) Utilizando-o para fins sua moradia;
10 Ou moradia de sua família
11) Não ser proprietário, cessionário a qualquer título de outro imóvel urbano ou rural.
Tais requisitos demarcam os elementos para se conceder o uso especial para fins de moradia. 
Já o art. 6º prescreve constituir direito social o direito à moradia
Logo, Excelência, mesmo diante do fato concreto a administração permaneceu imóvel aos requerimentos. Majorou a lesão pela inércia.
Se faz imperioso e necessário que o Judiciário acolha os pleitos e os julguem procedentes. E por sentença declare o direito dos autores nos termos da exordial. Assim a concessão de uso especial para fins de moradia poderá ser registrada mediante simples apresentação em Cartório da v. sentença. 
Vejamos:
Consoante prevê a alínea 37 do Inciso I do art. 167 da Lei Fedeal de Registros Públicos nº 6.015/73, que podem ser registrados não só os Termos Administrativos, mas também as SENTENÇAS DECLARATÓRIAS DA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA.
“Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos:
I - o registro: (...)
37) dos termos administrativos ou DAS SENTENÇAS DECLARATÓRIAS DA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA. (...) 
Mas não é só. Vejamos as disposições atinentes à usucapião previstas no Código Civil e Código de Processo Civil:
Assim dispõe o Código Civil:
Art. 1.240
(...)
§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
Conclui-se, outrossim, que a concessão de uso especial para fins de moradia permite o registro do termo administrativo de concessão de uso especial para fins de moradia e SENTENÇA TERMINATIVA DE MÉRITO QUE SE OBJETIVA NESTA LIDE.
A Medida Provisória nº 2.220/01, imbuída do espírito da celeridade procedimental [ínsita às legislações mais modernas] previu que o procedimento para outorga da concessão de uso especial para fins de moradia se inicia pela via administrativa perante o órgão competente da Administração Pública ou, em caso de recusa ou omissão deste, pela via judicial. Atitude esta adotada pelos Requerentes por decorrência da omissão estatal.
A omissão é caracterizada pelo interregno de 12 meses a partir do protocolo do requerimento de concessão de uso especial para fins de moradia, após o qual não há manifestação da administração pública competente�.
Determinou ainda, que o TÍTULO DA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA obtido, tanto pela VIA JUDICIAL ou pela via administrativa, é título hábil ao registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis.(§ 4º. do art. 6º.)
Decerto, os dispositivos em tela não ferem o Inciso XXXV do art. 5º. da Carta Magna, posto que independentemente da apreciação administrativa da concessão de uso especial para fins de moradia, resta sempre assegurada a via de reconhecimento judicial àqueles que se sentirem tolhidos no exercício de seu direito.
Não se presumem na lei palavras inúteis. Já dizia o brocardo: VERBA CUM EFFECTU SUNT ACCIPIENDA. Assim, se a Medida Provisória nº 2.220/01 permitiu com a inércia estatal o CIDADÃO DE DIREITO/MORADOR de área pública eleger a via judicial para assegurar seu direito à Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia.
Lei dispôs de modo claro que após 1(um) ano a administração pública deverá ser considerada omissa. A Redação da Medida Provisória 2.220/01 equacionou tal questão ao determinar o prazo máximo de 1(um) ano para a Administração Pública se manifestar. Esta é a inteligência que devemos extrair para nossa análise do caso em tela.
ASSEVERA-SE QUE TODOS OS IMÓVEIS OBJETOS DESTA AÇÃO NÃO ESTAO EM ÁREAS PREVISAS NO ART 4º E 5º DA LEI. Consequentemente, não haverá incongruência sistêmica na concessão do direito nesta ação de áreas não são passíveis de habitação, que neste particular coincidem, inclusive, com aquelas descritas na Lei Federal 6.766/79 em seu art. 3º. 
Não havendo qualquer óbice, tratando-se de ato vinculado, sendo a administração omissa, estando presente os requisitos legais a Administração Pública local estaria obrigada a conceder o direito em testilha, ou seja, pelo cotejo da questão fática e de direito à omissão/obrigação do chefe do executivo local urge a necessidade da imposição de um sanção pelo descumprimento da obrigação legal e a necessidade de indenização pelo tratamento recebido pelos cidadãos.
DO DANO MORAL
A conduta omissiva da administração pública é ilegal por todos os fatos e fundamentos jurídicos acima aduzidos. Agindo assim deu-se causa lesão moral aos Requerentes. 
O dano provocado pela Administração aos Requerentes foi INJUSTO.
Desde o início, as tratativas da concessão do uso para fins de moradia deu-se pela via política e amigável.
Após várias promessas feitas e COMPROMISSOS ASSUMIDOS pelo Sr. Prefeito Municipal [usando o termo preferido do chefe do executivo local Sr. Celso Benedito] na campanha política para o governo do estado do Paraná ao representante dos Requeridos de um cumprimento célere e amigável da concessão.
Tente-se, atualmente, um grupo de cidadãos que aguardam o cumprimento da promessa de deferimento do pedido administrativo. Entretanto, admoestados pela inércia do detentor dos poderes políticos para chefiar o executivo local.
A atitude política do chefe do executivo que atendeu a “UM AMIGO” e quiçá respondeu ao clamor dos Requerentes é caso flagrante de descumprimento da obrigação imposta por Lei.
Pela análise da postura do chefe do executivo, observa-se que este cevou a esperança e podou os planos dos Requerente. Que favoreceu um em detrimento de vários. Fez com que os requerentes durante 1 (um) ano amadurecessem a ideia de ter o imóvel no nome. De pagar o IPTU. Que o imóvel existisse de direito na Prefeitura. Inviabilizou o acesso ao crédito pelos cessionários. Esperou-se a carta da Prefeitura com resposta ao pedido pelo correio. Assim temos o resultado provocado pela Administração.
O nexo causal é observável pelos requerimentos que nem foram respondidos dentro do prazo mais que razoável de 1(um) ano. Enquanto ao amigo fez se de tudo, beirando a ilegalidade, para atender o seu pleito.
Por estas sobejas razões, outrossim, com a necessidade do pedido judicial da concessão do uso para fins de moradia a Administração Pública local deverá indenizar aos Requerentes pelo dano moral sofrido e suportado em razão da inércia estatal.
Requer-se que a indenização seja ARBITRADO por Vossa Excelência e que seja individualizado observando seja fixado e determinado por Vossa Excelência, seja fixada por arbitramento a indenização observado os valores que condizem com a função sócio-juridicada indenização, ou seja, coibir de forma exemplar pecuniariamente e proporcionalmente a capacidade econômica da empresa que cometa a lesão para que esta ou qualquer outra tenha extremo cuidado para não proporcionar novamente à situação que a Requerente foi submetida e como diz a doutrina a indenização também tem um condão de minorar a dor do lesado. 
“ARBITRIO JUDICIS REUNQUITUR, QUOI IN JURE DIFINITUR” (ao arbítrio judicial é deixado o que não é definido pelo direito)
Para ratificar o pedido do arbitramento do quantum indenizatório, transcrevemos abaixo, Julgado nesse sentido, a saber:
“RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. PROTESTO DE TÍTULO INDEVIDO. ARBITRAMENTO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. ART. 1553 DO CÓDIGO CIVIL. INVIÁVEL NO RECURSO ESPECIAL A PRETENSÃO DE REEXAMINAR MATÉRIA PROBATÓRIA(SÚMULA 07/STJ). NADA OBSTA QUE MONTANTE DA INDENIZAÇÃO SEJA DETERMINADO DESDE LOGO PELO JULGADOR, INDEPENDENTEMENTE DA NOMEAÇÃO DE PERITO. PRECEDENTE DA QUARTA TURMA/STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO.
Decisão: POR UNANIMIDADE, NÃO CONHECER DO RECURSO.(RECURSO ESPECIAL N.º 43090, SÃO PAULO, rel. RAPHAEL BARROS MONTEIRO FILHO, in DJ, de 09.05.94, página 10879).
 
Fazendo justiça pelos meios disponíveis, é o que se espera da atuação do Judiciário na resolução desta lide. 
DOS PEDIDOS
DIANTE DO EXPOSTO, requer-se digne Vossa Excelência em:
1) Acolher o pedido e o julgar procedente por sentença terminativa de mérito para declarar o direito dos Requerentes ao uso especial para fins de moradia dos imóveis públicos em testilha;
2) A expedição do competente mandado de citação da Ré na pessoa do seu representante legal ou a quem de direito, no endereço citado no caput desta peça, via correio com A.R. para apresentar em Juízo os procedimentos administrativos objetos de requerimento incidental supra e, ainda, responder no prazo legal a presenta ação sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato, além de serem tidos por verdadeiros os fatos alegados;
3) Requer a produção de todos os meios probantes em direito admitidos, dentre eles, a prova documental, testemunhal, oitiva do representante legal do Réu, sob pena de revelia e confissão se não comparecer, ou, comparecendo, se negar a depor;
4) Desta forma requer-se a condenação da Ré ao pagamento da indenização, à título de danos morais, no valor de R$ 40.000,00(quarenta mil reais) por Requerente; se assim não entender, ALTERNATIVAMENTE seja por Vossa Excelência arbitrada a referida indenização consoante a teoria do valor de desestímulo, ou seja, “quantum” que faça a Ré refletir e tomar todas as precauções possíveis, antes de repetir novos ilícitos, como os comprovados nos presentes autos, para que não exponha outras pessoas à mesma situação vexatória e humilhante que submeteu-se os Autores.
5) Caso de recurso seja condenado a Requerida ao pagamento dos honorários advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência, e demais cominações de estilo.
6) Requer-se a intervenção do Ministério Público do Patrimônio Público como custus legis e para APURAÇÃO DE EVENTUAL CRIME ou ato ilícito administrativo, como medida de inteira e salutar Justiça.
7) Requer o deferimento dos benefícios da justiça gratuita aos Requerentes por serem todos pobres na acepção do termo.
8) Requer-se seja determinado ao RI. desta comarca que forneça a certidão de inexistência de bens de raiz dos Requerentes e do imóvel objeto da concessão.
9) Seja determinado à COPEL e a SAAE um declaração para prova de ocupação dos imóveis.
10 Determinar ao departamento de obras da Prefeitura Municipal a medição da área de cada um dos Requerentes fornecendo a este d. Juízo memorial descritivo e/ou croqui oficial descritivo para os desejados fins.
11) Por fim a inscrição dos Requerentes junto ao cadastro municipal para que se tornem contribuintes do IPTU. 
Dá-se valor à causa de R$40.000,00 (quarenta mil reais) por Requerente ou R$400.000,00 (quatrocentos mil reais) no total 
Nestes Termos,
Pede Deferimento. 
_______________, __ de _____ de ______ 
� Art. 6o  O título de concessão de uso especial para fins de moradia será obtido pela via administrativa perante o órgão competente da Administração Pública ou, em caso de recusa ou omissão deste, pela via judicial.
§ 1o  A Administração Pública terá o prazo máximo de doze meses para decidir o pedido, contado da data de seu protocolo.
§ 2o  Na hipótese de bem imóvel da União ou dos Estados, o interessado deverá instruir o requerimento de concessão de uso especial para fins de moradia com certidão expedida pelo Poder Público municipal, que ateste a localização do imóvel em área urbana e a sua destinação para moradia do ocupante ou de sua família.
§ 3o  Em caso de ação judicial, a concessão de uso especial para fins de moradia será declarada pelo juiz, mediante sentença.
§ 4o  O título conferido por via administrativa ou por sentença judicial servirá para efeito de registro no cartório de registro de imóveis.
�Rua Eurípedes Rodrigues, 841, Centro, Bandeirantes/Pr 
Fone: (43) 3542-0264 e-mail:vrrichteradv@uol.com.br

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