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CASAMENTO HOMOSSEXUAL

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SUMÁRIO
RESUMO..........................................................................................................................4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................5
1. A FAMÍLIA, NORMAS E SUAS MUDANÇAS.............................................................6
2. ESTADO LAICO.........................................................................................................7
3. GÊNERO E SEXUALIDADE....................................................................................................7
4. A HOMOAFETIVIDADE...............................................................................................8
4.1.Princípio da dignidade humana................................................................................10
5. RESOLUÇÃO n◦ 175, DE 14 DE MAIO DE 2013 DO CNJ.......................................11
6. RECONHECIMENTO DAS MINORIIAS....................................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................15
APRESENTAÇÃO
O presente artigo discute o Casamento homossexual com ênfase nas resoluções 1752013 CNJ e ADI 4966, fazendo um apanhado histórico-sociológico sobre a união homoafetiva moderna, realizando analises das relações jurídicas existentes, buscando em seus conceitos, historias, conflitos contemporâneos e modernos, apreciando as mudanças estruturais dos modelos de família existentes e solidificados pela constituição federal brasileira de 1988, percorrendo o caminho que a legislação vem seguindo ao longo dos anos para que possamos entender como ocorreu e que critérios foram utilizados no processo de tomada de decisão, fato este que envolve uma minoria e faz nascer uma certa necessidade de administração por parte do estado nação pertinente ao direito brasileiro atual.
Ainda realizando uma pequena pesquisa sobre o conceito de família, esta que vem sendo objeto de estudo de vários pensadores e estudiosos através de longos anos, no que tange a evolução do direito como um todo. Sendo sua evolução no contexto nacional, ao qual é aprioristicamente nosso objeto de pesquisa, base para algumas argumentações, que serviram como principal fundamento do texto aqui proposto. Ainda a de se destacar hermeneuticamente falando a interpretação das normas constitucionais, pela suprema corte brasileira ao código civil brasileiro, possibilitando-nos em termos requisitos mais que suficientes para desmembrar e estruturar uma linha de raciocínio que nos leve a entender como o legislador chegou à conclusão que seria necessário a criação de novas unidades familiares. 
Palavras chave: Direito Civil (Direito de Família), União homoafetiva, efeitos, Dignidade humana, efetividade.
INTRODUÇÃO
 Hoje um dos principais assuntos e que também é base de variadas inquietações por muitos doutrinadores do universo jurídico, são as mudanças pertinentes aos modelos de família existente na sociedade atual. A discriminação que envolve a temática e que trazem variados questionamentos. Devem ser debatidos em vários aspectos dessa chamada até então por alguns de evolução jurídica pertinente ao direito das minorias. Porém denominamos aqui, simples evolução do direito em prol dos anseios da sociedade. 
Sabe-se que até então, o universo jurídico brasileiro não prestigiava os direitos ou melhor, não os citava em suas regulamentações, tão pouco a possibilidade de amparar a união estável assim como o próprio casamento civil nos termos da lei vigente, entre pessoas do mesmo sexo. Então tal panorama jurídico instalado no país, fez com que surgir-se alguns pequenos movimentos organizados, pertinentes as pessoas que desejavam não só uma união estável, assim como pessoas que gostariam do reconhecimento destas relações, realizando um casamento civil, e que tenham para seus bens o destino sucessório correto. Como tais movimentos, um em especial se destacou muito, ao qual foi o chamado de LGBT (Gays, Lébiscas, Bissexuais e Transexuais).
Por trás de todos esses movimentos, existem alguns princípios que são implícitos a constituição federal brasileira, como o próprio princípio da dignidade da pessoa humana. Do qual deve sobre tudo ser respeitado nas situações que envolvem as próprias pessoas que tem o anseio de mudar um direito. E que neste processo devem ser respeitados os seus sentimentos, visto também que o brasil é um pais laico. Portanto o Brasil ainda se encontra em uma fase de construção dos direitos das chamadas minorias. Visto que a busca pelo reconhecimento da união estável homoafetiva e do casamento civil homossexual, se ampliou em alguns países que se anteciparam e reconheceram juridicamente os laços que essas pessoas tinham, e por conta disto trouxe uma certa sensação de que os direitos da dignidade humana não estariam sendo respeitados, e sim violados. Bem como a liberdade individual e igualdade entre as pessoas. 
1. A FAMÍLIA, NORMAS E SUAS MUDANÇAS 
 A família tem seu conceito do termo ´´ Família``, criado na Roma antiga derivando-se do latim ´´Fâmulos`` o que significa ´´escravo domestico``. Segundo as autoras Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi cita que:
Em todas as sociedades humanas encontra-se uma forma de família. Sua posição, dentro do sistema mais amplo de parentesco, pode oscilar muito, desde um lugar central e dominante (sociedade ocidental) até uma situação de reduzida importância (povo ágrafos), que dão maior destaque ao grupo de parentesco, mais amplo do que a unidade representada pelo marido. Mulher e filhos. (1999, p. 171).
 A Constituição federal brasileira de 1988, não define explicitamente o que significa família, nos moldes do capitulo VII, artigo 266, além de tratar do assunto. ´´ A família é base da sociedade e tem proteção especial do estado `` dando a quem interpretar a norma maior, pouco sentindo implícito como por exemplo o princípio do duplo grau de jurisdição que está previsto implicitamente na constituição através dos pactos que o brasil assinou a bastante tempo. Embora o próprio parágrafo 3 do artigo 266 da constituição federal do brasil, fala-se que pertinente proteção do estado, e em efeito será reconhecida como entidade familiar homem e mulher que se manifestem. Será considerada em união estável, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Nem tão pouco se existe um conceito no código civil brasileiro, que nos possa passar com exatidão apenas mero texto exemplificativo em seu artigo 1.511 do Código Civil preceitua “O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”. Entretanto o art. 1.514 define que “O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados”. 
Em um panorama, de tantos anseios e tanta necessidade do estado regular esta necessidade de se conceituar o que pode ser considerado família, cria-se novas leis para os novos modelos de família que surgirão. Diante das transformações de modelos familiares cada sociedade demonstra sua organização e estrutura em seus grupos preexistentes. Dessa maneira as autoras Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi (1999, p.171) abordam que, “A família pode ser: elementar, extensa, composta conjugada fraterna e fantasma”.
Assim, o conceito de família ficou flexibilizado, indicando que seu elemento formador principal, antes mesmo do fator genético, é o afeto. Se tivermos em mente que é o afeto o elemento fundamental da família, e que a Constituição Federal nos trouxe vários exemplos de núcleos familiares, admite-se que duas pessoas do mesmo sexo, unidas pelo afeto, formam uma família. Neste sentido “os tipos de entidades familiares citados nos parágrafos do art. 226 da Constituição sãomeramente exemplificativos, sem embargo de serem os mais comuns, por isso mesmo merecendo referência expressa”.
 É imprescindível que a lei dialogue com as transformações sociais. Por óbvio que a união de pessoas do mesmo sexo pautadas em afeto, respeito e cumplicidade, descortinam o nascimento de uma nova família. Não pode o preconceito se sobrepor à dignidade, à igualdade, e ao direito à felicidade.
2. ESTADO LAICO
É importante falar sobre estado laico para então depois entender a distinção que ocorre entre o casamento civil comum e a união estável homossexual, porque até algum tempo atrás não se convertia em casamento civil Homossexual, por conta disto, deve-se levar em consideração alguns fatores como o estado laico que se mantém neutro e imparcial no que se refere à religião, não possui uma religião oficial. Então que critério se utilizaria senão por simples, fator religioso? O Estado laico geralmente favorece através de leis e ações, a boa convivência entre os credos e religiões, combatendo o preconceito e a discriminação religiosa. Desta forma, no Estado laico, a princípio, todas as crenças são respeitadas. O Estado laico brasileiro se consolidou institucionalmente na primeira Constituição Republicana em 1891 e a atual Constituição Federal de 1988 consagra essa separação no art.19, que garante a liberdade de culto religioso. Então para que se deixe claro que no brasil nenhuma religião é dominante, e que o respeito a liberdade deve ser respeitado e que a mesma não pode servir de parâmetro para tomada de decisões que envolvem pessoas do mesmo sexo, que apenas desejam a equiparação dos direitos com as demais pessoas. 
3. GÊNERO E SEXUALIDADE
 A palavra gênero surge para ser utilizada na forma de expressar e marcar essa diferença entre homens e mulheres. O termo gênero começou a ser utilizado por teóricas (os) e estudiosas (os) de mulheres e do feminismo, no final da década de 70, por estarem ligadas a questões de desigualdade e de poder nas sociedades. É importante distinguir entre sexo e gênero. Os sociólogos usam o termo “sexo” se referindo às diferenças anatômicas e fisiológicas que definem os corpos masculino e feminino. Em contrapartida, o gênero diz respeito às diferenças psicológicas, sociais e culturais entre homens e mulheres. A distinção entre sexo e gênero é de grande importância, já que muitas diferenças entre homens e mulheres não são de origem biológica. (GIDDENS, 2010).
Segundo o autor Anthony Giddens (2010) três abordagens surgem com posições contrárias nesta questão de sexo e gênero. A primeira abordagem tem argumentos de base biológica que definem diferenças de comportamentos entre homens e mulheres.
 O segundo apresenta teorias que ocupam importância central na socialização e no aprendizado das funções dos gêneros e a última abordagem considera opiniões que acreditam que gênero e sexo não têm qualquer base biológica, porém são construídos. 
O comportamento sexual foi moldado pelo cristianismo. Todo comportamento sexual é suspeito, exceto para a reprodução. No século XIX, as pressuposições religiosas foram substituídas pelas suposições médicas. No período vitoriano, a hipocrisia sexual se expandiu. Alfred Kinsey, nas décadas de 40 e 50, investigou sobre comportamento sexual, nos EUA enfrentou a condenação de organizações religiosas, e sua obra foi denunciada como imoral nos jornais e no Congresso. Os resultados revelavam uma grande diferença entre as expectativas do público ao comportamento sexual predominante. (GIDDENS, 2010).
4. A HOMOAFETIVIDADE
Para abordarmos a homossexualidade, será necessário compreender o conceito de sexualidade no âmbito da sociedade atual. Dessa forma, a sexualidade é muito abrangente ao longo da vida de um indivíduo, sendo que se desenvolve uma visão muito além do sexo. Segundo o autor (GIDDENS, p. 166):
Se a sexualidade foi “definida” em termos de heterossexualidade e monogamia no contexto das relações matrimoniais, agora há uma crescente aceitação de diferentes formas de comportamento e orientações sexuais numa variedade abrangente de contexto. (GIDDENS, 2010, p. 116). 
 Dessa forma, através da sexualidade o indivíduo conhece e usa o corpo para descoberta das necessidades do prazer e da afetividade de uma vida plenamente feliz. Essa procura pelo prazer de variadas formas irá depender de cada pessoa, ou seja, cada pessoa tem seu jeito de lidar e demonstrar essa forma de prazer, tendo em vista que cada um tem suas particularidades para se expressar, de acordo com Baumann (2011). Sendo assim, a sexualidade humana é um processo complexo para ser entendido diante do comportamento do indivíduo. 
A sociedade atual está discutindo bastante essas questões relacionadas com o desejo sexual, e é muito mais complicado entender e aceitar diante de uma sociedade que tem seu passado de família patriarcal, sendo que, a relação que se dar pelo o homem com outro homem ou a mulher sentir atração por outra mulher, esse contexto é chamado de homossexualidade. A homossexualidade é um termo que vem sendo chamado atualmente para designar uma orientação sexual, pois antes era chamado homossexualismo e significava uma anomalia ou doença, e é considerado uma forma de preconceito contra a essa orientação sexual.
 É necessário fazer esse breve comentário a respeito da homossexualidade, pois é a partir do entendimento do mesmo, que tornará inteligível o conceito sobre homoafetividade. Pois a Homoafetividade é o adjetivo utilizado para descrever a complexidade e a multiplicidade das relações afetivas ou sexuais entre as pessoas do mesmo sexo, não se trata de um sinônimo de homoerótico e homossexual por abranger aspectos emocionais e afetivos envolvidos na relação amorosa entre pessoas do mesmo sexo. Esta expressão é muito utilizada no Direito, descrevendo a relação entre pessoas do mesmo sexo.
Não há uma causa para a homossexualidade, há quem afirme que os homossexuais já nascem assim, outros dizem que a conjunção de ambiente social com a figura dominadora do genitor do sexo oposto é que são decisivos na expressão da homossexualidade masculina ou feminina. (SOUSA; 2011, p. 03-04). No entanto, ainda se desenvolve discussões que falam sobre a homossexualidade na sociedade atual e acabam numa conclusão que precisa haver um respeito por parte de todos que convivem e os que não tem uma convivência direta com esse contexto, pois a não aceitação desses homossexuais geram conflitos que levam a agressão oral, psicológica e até física desses indivíduos.
4.1-PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA. 
Torna-se interessante destacar um dos principais princípios pertinentes ao respeito do ser humano, este que é, conceitua-se por dignidade da pessoa humana, a liberdade que todo indivíduo tem por direito, assim como os valores de agir com sua própria razão. Optando por agir conforme seu entendimento ou sua opção.
Para Kant (1993), a dignidade do homem, além de sustentar que o ser humano não pode ser tratado como objeto. A ética do ser humano, considerando a autonomia como fundamento da dignidade humana.
 Autonomia da vontade é uma propriedade natural do Ser humano, que decorre da sua personalidade jurídica. O surgimento do homem coincide com o da autonomia da vontade, garantida pela característica exclusiva humana de raciocinar com coerência e criatividade e de se comunicar, que o distingue dos demais seres vivos. (LOURENÇO, 2001, p. 13-14).
 A autonomia da vontade, segundo Kant, é um atributo apenas encontrado nos seres racionais, constituindo-se no fundamento da dignidade da pessoa humana, e com base nisso, o homem existe como fim em si mesmo, não como meio para uso arbitrário desta ou daquela vontade, repudiando com isso, toda e qualquer espécie de coisificação e instrumentalização do ser humano.
 A constituição Federal, ao estabelecer o princípio da dignidade da pessoa humana, como princípio fundamental, certificou-se que houve mecanismos que garantissem o respeito a esse direito, sobre o indivíduo.
Como princípio fundamental da constituiçãoa dignidade do homem, estabelecidos de forma legal na lei, como direitos e garantias fundamentais, podemos citar o artigo 5º da constituição federal e incisos. Tal artigo tem por função de assegurar os direitos estabelecidos no próprio texto magno, devendo-se assim garantir ao cidadão sem qualquer forma de descriminalização por cor, raça, religião etc. Esses direitos, tais como: vida, saúde, integridade física, honra, liberdade física e psicológica, nome, imagem, intimidade, propriedade, e a razoável duração do processo e meios garantidos da celeridade processual.
A consagração do direito a dignidade do homem como ser humano, assim, devendo sua dignidade ser respeitada, nos mostra novamente a um fato de tempos atrás, uma luta de séculos como se estudou e se viu com o passar das décadas, que culminou na Declaração Universal dos Direitos do Homem, que teve aprovação na assembleia geral das Nações Unidas datada em 10 de dezembro de 1948.
 Sendo assim sua origem, para sustentação de seu fundamento, na Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão, de 26 de agosto de 1789 – decorrente da Revolução Francesa - bem como, em passado mais recente, após as consequências da grande guerra mundial, antes as atrocidades da mesma, após os episódios bárbaros dos regimes fascista e nazista. 
5. RESOLUÇÃO n◦ 175, DE 14 DE MAIO DE 2013 DO CNJ.
 Como já reiterado, pelo supremo tribunal de justiça através do seu até então Ministro Presidente Sr. Joaquim Barbosa, sobre a união de pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. O CNJ- Conselho nacional de justiça se posicionou em favor e tomou as providencias para que viesse ser editada uma resolução, dando comprimento efetivado a determinação do STF que por força de lei possui um efeito ´´erga omnes``, ou seja, ato jurídico perfeito e vinculado a todos de caráter obrigatório. A resolução aprovada com o devido apoio do STF e do CNJ quem a editou, determina que todos os cartórios do brasil, realizem a conversão da união estável em casamento civil de pessoas do mesmo sexo segundo a lei. Deve-se lembrar que a resolução do CNJ, não pode ser considerado como um burlo das normas administrativas vigentes no pais, tão pouco no processo legislativo tendo em vista que o próprio congresso nacional teria como se posicionar em relação a resolução, tendo em vista suas prerrogativas, bem como os próprios cidadãos que podem se manifestarem direta ou indiretamente. Então podemos perceber uma clara extensão e renovação do que foi convencionado pela corte suprema da justiça no pais, mesmo não existindo lei que a torne viável até o momento. Contudo apesar do conselho nacional de justiça, editar e aprovar a resolução, para muitos é considerado uma usurpação dos três poderes. Algo que em nossa humilde opinião, não se concretiza, visto que mesmo que não aja definida uma legislação vigente sobre o assunto ou que de poderes para que se concretize, existem as prerrogativas dos órgãos que poderiam intervim caso desejassem. Pois, a realização e aprovação tem haver com questão de ordem pública assim como as questões que envolvem a dignidade da pessoa humana, que são cláusulas pétreas.
 A Dignidade da Pessoa Humana como ponto crucial das fundamentações dos princípios fundamentais contidos na constituição federal, e no código civil do art.1.723 e no art. 226, inciso 3, da CF. Sendo a interpretação do direito não apenas uma ação de se ver o que consta nos altos do processo, que se apresentou na votação que reconheceu a união estável homoafetiva. Obtendo-se assim o resultado daquilo que se viu nos altos interpretados e possibilitando uma clareza do que poderia ser realizado, e assim pode-se enxergar que a lei em um todo não se torna uma premissa, mas o resultado das interpretações na medida em que se pode verificar o que claramente pode-se ver na lei constitucional, onde o resultado dos votos serão alcançados por meio da interpretação e posteriormente afirmação ou reafirmação que a lei é clara após ter sido ela interpretada, como já colocamos em relação a seguinte interpretação da resolução aprovada pelo CNJ – conselho nacional de justiça.
6. RECONHECIMENTO DAS MINORIIAS 
 Com o tempo, os métodos jurídicos vieram sendo transformados em função do próprio homem para que se pudesse humanizar o direito. Se diz ´´ humanizar o direito `` no sentido de o legislador não permitir que a máxima de Hans Kelsen (2009) se aplique, segundo suas teorias. Nesse sentindo é inevitável citar: 
A teoria de Kelsen diz que:
 Isolar a exposição do direito positivo de toda a sorte de ideologia jusnaturalista em torno da justiça...o direito é um meio, um meio social e concreto e não um fim...é, em essência, um ordenamento para promover a paz...um ordenamento jurídico cujas normas, em regra, se acatam ou se aplicam. Kelsen, 2009. 
 E assim poder socializa-lo no sentido de possuir uma melhor extensão de interpretação e não aplicar a máxima do ´´ o direito é duro ainda sim é direito ``, fazendo-se desta maneira prevalecer os direitos dos interesses coletivos acima dos individuais.
As várias transformações que o direito brasileiro vem sofrendo, possibilitam assim uma inovação, pertinente as intepretações, no intuito de conciliar ás mudanças como liberdade do indivíduo com a chamada justiça social. 
Sendo que a união civil homossexual já se tornou uma realidade fática inegável, nos países pelo mundo a fora, então ganha-se o status de conjunge. E conforme houveram, se intensificando esses acontecimentos fez com que alguns casais de homossexuais tomassem coragem para vencer o preconceito dos outros indivíduos; pois os homossexuais são inegavelmente a minoria nas sociedades populosas como no estado Brasileiro.
Como convenciona o art. 5 da Cf/88, inciso I, versa sobre os direitos fundamentais. “Homens e Mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos desta Constituição. ” (Art.5, C.F, 2012. Pg.21).
A base fundamental do estado democrático de direito, a constituição brasileira prevê no art. 3 da CF/88, constituem os objetivos fundamentais da união federativa do Brasil, que consistem em construir uma sociedade justa sem preconceito de cor, raça, opção sexual, religião. Sendo um país que não se admite qualquer tipo de preconceito. 
Nos termos expressos no texto magno, claramente a ideia de inovação, transformação ao longo das décadas para que seu sentido tenha alcançado uma abrangência a todos os cidadãos, possibilitando desde então promover o bem a todos e garantir nos termos da lei os direitos de todos sem distinção de qualquer característica que o indivíduo possa ser dotado, mesmo que seja opção sexual, respeitando os direitos de livre expressão da vontade e reconhecimento das minorias possibilitando assim a luta por direitos a todos. Então a conversão da união estável homossexual em casamento civil é um ato que adere as normas constitucionais, que visa respeito à dignidade humana, pertinente aos direitos sucessórios e previdenciários a todas as pessoas que desejam realizar o casamento civil homossexual. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente artigo, tem como seu objetivo demonstrar se poderia ser incorporado no ordenamento jurídico brasileiro o casamento civil homossexual, fazendo-se assim gerar todos seus efeitos como um verdadeiro negócio jurídico que é.
É fato conhecido por todos, que o poder judiciário é bombardeado com vários pedidos processuais todos os dias que versam sobre a questão dos reconhecimentos das relações dessas pessoas, e que nos parece inevitável que sejam incorporadas no direito brasileiro. Tendo em vista que não existe dano ao estado quanto ao reconhecimento e total equiparação do casamento civil ao tido como convencional. Ao contrário, sim, trará mais benefícios, pois as pessoas que tem essa livre vontade e consciente de se manifestar ao judiciário com o simples intuito de constituir família, o que já é uma grande conquista levando em consideração que há um reconhecimento da união estável destes indivíduos, contudoa não oficialização em casamento o que por lei deve-se levar em consideração, não deixa que o direito transcorra de forma que venha acolher todos os cidadãos. Como por exemplo, pertinente ao direito das sucessões, em que a lei não conseguiria até então, contemplar o parceiro (Conjunge), em um eventual rompimento ou morte de um deles, não sendo justo que o parceiro seja excluído de uma eventual sucessão dos bens, mesmo que não exista leis que o normatizem, deve interpretar de maneira que se lembre que o direito acompanha a sociedade, e não a sociedade acompanha o direito, pois o eventual parceiro, auxiliou seu companheiro a construir os bens que seriam objeto de sucessão legitima e testamentaria, bem como legado e outras afins.
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