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Artigo 5

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Artigo 5° Constituição Federal de 1988
Artigo 5° caput “ todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito a vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e a propriedade(...)”. Aduz-se tal qual nos ensina José Afonso da Silva, tal artigo da Carta Magna traz em seu bojo os direitos e garantias tanto na esfera individual, quanto na esfera coletiva, enfatizando o principio da igualdade ante a lei e as cinco dimensões abrangidas pela Constituição de 1988 (vida; liberdade; igualdade, segurança e propriedade). Preza pela prerrogativa da ausência de diferenciação de gênero no sentido de que todos como indivíduos possuem direito iguais, mesmo aqueles não oriundos do Estado brasileiro. A pessoa humana não pode ser torturada ou exposta a ridículo. [1: SILVA, José Afonso da. "Curso de direito constitucional positivo" 18ª Edição, Malheiros, 1995.]
 Ademais tal assertiva permite a possibilidade de persecução da ideia de que existe uma limitação dos direitos individuais quantos aos destinatários de tal norma no tocante a brasileiros e residentes estrangeiros no país, haja vista que os estrangeiros turistas não são mencionados. Contudo tal ideia é logo excluída pelo fato do Brasil ser signatário de Leis Internacionais, inclusive da Declaração Universal dos Direitos Humanos, permitindo uma serie de leis e decretos que asseguram a situação jurídica de turistas estrangeiros no país: Lei nº 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) e Decreto nº 86.715/81 (define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil e cria o Conselho Nacional de Imigração); Lei nº 5.709/71 (regula a aquisição de imóvel rural por estrangeiro residente no país ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil) e Decreto nº 74.965/74; Lei nº 1.542/52. Decreto nº 5.860/43. Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada em 19.12.1948 pela Resolução nº 217-A (III), da assembleia Geral das Nações Unidas. Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial, adotada pela Resolução nº 2.106-A (XX) da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 21.12.1965.
 Artigo 5°, I:  “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”
RECURSO ESPECIAL Nº 721.148 - PE (2005/0014438-6)
RELATOR : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA
RECORRENTE : UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO UFPE
PROCURADOR : BRENO GUSTAVO VALADARES LINS E OUTRO (S)
RECORRIDO : JOSÉ GERALDO MENDES DE SOUZA
ADVOGADO : MARIA RUTH FERRAZ TEIXEIRA E OUTRO (S)
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. PENSÃO POR MORTE DE SERVIDORA PÚBLICA. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO AO ESPOSO. IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES. PROTEÇÃO À ENTIDADE FAMILIAR. FUNDAMENTOS EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAIS. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO.
O direito do recorrido à pensão por morte de sua esposa, ex-servidora pública, foi decidido sob perspectiva eminentemente constitucional – igualdade entre homens e mulheres (art. 5º, I, da Constituição Federal) e garantia de proteção à entidade familiar (art. 201, V, da Constituição Federal). Desse modo, é inviável a reapreciação do tema por esta Corte, voltada exclusivamente à pacificação de matéria infraconstitucional.
 Está incluído o premente inciso na esfera do principio da igualdade, reforçando a isonomia entre os gêneros , de maneira específica na igualdade perante a lei entre os sexos. Nesse aspecto, Pedro Lenza afirma que “(...) a lei deverá tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdades.” “ (...)pois imagina-se uma igualdade mais real perante os bens da vida , diversa daquela apenas formalizada perante a lei”.[2: LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 12° ed. Ver e ampl., 2008. P.588-589.]
 Conforme as lições de Silva Neto(2011, p.612) o texto constitucional reconhece a igualdade entre os homens e mulheres, contudo tal igualdade se dá através do que a norma disciplina, ou seja, o que está escrito na Constituição.
 Pedro Lenza(2012, p. 974) afere que a própria Constituição promove o tratamento diferenciado entre os dois gêneros em direitos e obrigações , citando para tanto alguns direitos que divergem quando se trata de homens e mulheres como por exemplo o tempo de licença maternidade e paternidade concedido, o serviço militar obrigatório, a diferença no tempo necessário para a aposentadoria.
 Contudo deve-se perceber que tais diferenças não tratam de um rol taxativo de diferenças que fere o principio da isonomia, mas sim um rol exemplificativo, haja vista que como a própria Constituição sugere ,outros direitos podem existir ou ainda serem criados dependendo do regime que será adotado pela mesma conforme aduz o §2° do mesmo artigo. Como dito anteriormente, embora em tal inciso a ideologia da isonomia se faça plenamente presente, permite algumas diferenciações de direitos, não porque homens e mulheres são desiguais quanto aos direitos estabelecidos, mas deve-se levar em conta características físicas que permitam o entendimento de que a lei tratará desigualmente os desiguais.
Art 5°, II: “  ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
	Processo:
	RE 945996 PR - PARANÁ
	Relator(a):
	Min. DIAS TOFFOLI
	Julgamento:
	24/02/2016
	Publicação:
	DJe-041 04/03/2016
	Parte(s):
	RECTE.(S) : CIA BEAL DE ALIMENTOS
RECDO.(A/S) : UNIÃO
Decisão
Decisão: Vistos. Trata-se de recurso extraordinário no qual se alega contrariedade aos artigos 5º, II e XXXVI, 150, I, II, e III, “a”, 153, IV e § 3º, III, e154, I, da Constituição Federal. Anote-se a ementa do acórdão recorrido: “TRIBUTÁRIO. IPI. PRODUTO INDUSTRIALIZADO. CIRCULAÇÃO JURÍDICA. FATO GERADOR. IMPORTADOR. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. SAÍDA DO ESTABELECIMENTO. BITRIBUTAÇÃO. FATOS GERADORES E CONTRIBUINTES DIVERSOS. HONORÁRIOS. 1. O IPI não recai sobre a atividade de industrialização, de elaboração do produto, mas sobre o resultado do processo produtivo, ou seja, a operação jurídica que envolve a prática de um ato negocial do qual resulte a circulação econômica da mercadoria. 2. Mostra-se equivocada a assertiva de que a operação jurídica abrange somente o fabricante e o adquirente direto do bem industrializado, não abarcando situações em que a mercadoria não foi industrializada por nenhuma das partes envolvidas no negócio jurídico de transmissão da propriedade ou posse. 3. O cerne da incidência do IPI, de acordo com o art. 153, inciso IV, da CF, é a operação jurídica que faz circular o produto industrializado. 4. A parte autora é contribuinte importador (art. 51, inciso I, do CTN e art. 24, inciso I, do Decreto 7.212/2010), uma vez que ocorreu exatamente a situação fática prevista na norma. Nesse momento, houve fato gerador do IPI (art. 46, inciso I, do CTN e art. 35, inciso I, do RIPI) e a nacionalização das mercadorias. 5. A legislação tributária prevê nova hipótese de operação jurídica que promove a circulação dos bens, após a nacionalização (art. 4º, inciso I, da Lei nº 4.502/1964). Assim, nova incidência do IPI ocorre quando houver a saída das mercadorias do estabelecimento equiparado a industrial, em consonância com o disposto no art. 46, inciso II, combinado com o art. 51, inciso II e parágrafo único, do CTN. 6. Nas duas hipóteses examinadas houve circulação do produto industrializado, consoante o fato gerador descrito na lei: desembaraço aduaneiro, praticado pelo importador; saída econômico-jurídica, praticada pelo estabelecimento equiparado a industrial. Resta afastada a pecha de bitributação, visto que há fatos geradores e contribuintes diversos, embora a mesma pessoa jurídica figure como contribuinte. 7. Entendimento pacificado na 1ª Seção em 07.02.2013, nos Embargos Infringentes 5002923-29.2010.404.7209. 8. Majorada a verba honorária.” Decido. A irresignação não merece prosperar. A jurisprudência desta Corte está consolidada nosentido de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, podem configurar apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que não enseja reexame em recurso extraordinário. 
 De acordo com Pedro Lenza, este inciso reforça o Principio da Legalidade, advindo do Estado Democrático de Direito, opositor de todo e qualquer regime que opte pelo autoritarismo. Ao analisarmos tal inciso intimamente a legalidade nele presente informa que a lei cria obrigações de fazer e/ou não- fazer e em caso de omissão, permite-se ao agente ou particular agir por sua própria vontade. Alguns atos administrativos, no entanto, possuem força de lei quando nos obrigam à determinados procedimentos (apresentar determinados documentos pessoais, requerimentos, ou então obedecer a regulamentos de órgãos públicos). Embora determinados atos administrativos ,como decretos e portarias, também obriguem os cidadãos, em última análise, isto só é possível porque alguma Lei permite.
Ademais, Silva Neto atenta para a existência de duas acepções quanto à lei no que tange ao sentido desta, isto é, existe a lei em sentido formal , presente na Constituição e produzida por um corpo executivo competente para tal, e a lei em sentido material, decretos, resoluções e portarias expedidas pelo Executivo, sendo de caráter genérico e abstrato.
Artigo 5°, III: “Ninguém será submetido à torturas nem a tratamento desumano e degradante”.
RECURSO ESPECIAL Nº 845.228 - RJ (2006/0121910-4) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX RECORRENTE : DANILO CARNEIRO ADVOGADO : PAULO SÉRGIO DA COSTA MARTINS E OUTRO(S) RECORRIDO : UNIÃO EMENTA PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. INDENIZAÇÃO. REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. REGIME MILITAR. DISSIDENTE POLÍTICO PRESO NA ÉPOCA DO REGIME MILITAR. TORTURA. DANO MORAL. FATO NOTÓRIO. NEXO CAUSAL. NÃO INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - ART. 1º DECRETO 20.910/1932. IMPRESCRITIBILIDADE. 1. Ação ordinária proposta com objetivo de reconhecimento dos efeitos previdenciários e trabalhistas, acrescidos de danos materiais e morais, em face do Estado, pela prática de atos ilegítimos decorrentes de perseguições políticas perpetradas por ocasião do golpe militar de 1964, que culminaram na prisão do autor, bem como na sua tortura, cujas conseqüências alega irreparáveis. 2. Prova inequívoca da perseguição política à vítima e de imposição, por via oblíqua, de sobrevivência clandestina, atentando contra a dignidade da pessoa humana, acrescido do fato de ter sido atingida a sua capacidade laboral quando na prisão fora torturado, impedindo atualmente seu auto sustento. 3. A indenização pretendida tem amparo constitucional no art. 8º, § 3º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Precedentes. 4. Deveras, a tortura e morte são os mais expressivos atentados à dignidade da pessoa humana, valor erigido como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. 5. Sob esse ângulo, dispõe a Constituição Federal: "Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana;" "Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes; (...) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;" 6. Destarte, o egrégio STF assentou que: "...o delito de tortura - por comportar formas múltiplas de execução - caracteriza- se pela inflição de tormentos e suplícios que exasperam, na dimensão física, moral ou psíquica em que se projetam os seus efeitos, o sofrimento da vítima por atos de desnecessária, abusiva e inaceitável crueldade. 
 Este inciso, alude à proibição à tortura ou ao tratamento degradante. Faz-se mister entender que neste inciso a Constituição decorre do direito à vida, garantia individual superior a qualquer outro direito coletivo que possa ser abrangido. A tortura é uma das praticas humanas mais cruéis, que torna um homem submisso a outro pelo uso de força física, empregando diversos tipos de meios coercitivos e violentos, violando a integridade humana, direito intangível ao homem, não podendo ser violado.
 Como bem lembra Silva Neto, a tortura foi somente delimitada em 1964, contudo crime de tortura, porém, somente foi descrito em 1997 com o advento da lei n.° 9455. Segundo esta lei, a tortura consiste no constrangimento capaz de causar a alguém sofrimento físico ou mental com o emprego de violência ou grave ameaça com a finalidade de obter alguma informação, declaração ou confissão desta ou de terceira pessoa, para provocar uma ação ou omissão de natureza criminosa, ou em razão de discriminação racial ou religiosa, assim como agir desta mesma forma com a finalidade de castigo ou como medida de caráter preventivo contra pessoa que estiver sob a guarda, poder ou autoridade do agente, o torturador.
Artigo 5°, IV: “E livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
TJ-DF - RECURSO INOMINADO RI 07024584120148070016 (TJ-DF)
Data de publicação: 29/05/2015
Ementa: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. OFENSA REALIZADA POR MENSAGEM ELETRÔNICA. DANO MORAL INEXISTENTE. LIBERDADE DE EXPRESSÃO DO PENSAMENTO. LIMITES NÃO ULTRAPASSADOS. AUSÊNCIA DE LESÃO AOS DIREITO DA PERSONALIDADE DO RECORRENTE. A leitura da mensagem eletrônica faz concluir que a figura do síndico-recorrente não teve sua honra abalada. Seu nome não foi citado, nem tampouco narrado fato concreto que pudesse causar lesão aos direitos da sua personalidade. Direito fundamental à preservação da honra e imagem tem sua aplicação de forma compatível e ponderada com o direito fundamental à livre manifestação e expressão do pensamento, nos termos do art. 5º inciso IV e V da Constituição Federal: ?V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;? No presente caso, as afirmações do recorrido, pela sua absoluta falta de fundamento e inconsistência são insusceptíveis de causar qualquer dano moral ao autor. O recorrente agiu corretamente em cumprimento do seu dever na defesa do condomínio, do qual é síndico, ao obter um exitoso acordo em reclamatória, sem custos, devidamente homologado pelo Juízo Trabalhista. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Honorários pelo recorrente, na forma do art. 55 da Lei n. 9099/95, no valor de R$ 100,00 (cem reais), mais custas. Decisão proferida nos termos do art. 46 da Lei n. 9099/95.
 Tal inciso preconiza a liberdade de manifestação de pensamento, sendo livre a qualquer pessoa manifestar sua opinião sobre pessoas, fatos ou coisas. Em outras palavras é direito da pessoa dizer o que quer, onde quer de quem quiser e como quiser, contudo existem ressalvas quanto a essa liberdade, uma vez que tal texto proíbe o anonimato, de modo a evitar atos levianos e irresponsáveis que possam adentrar na vida privada, intimidade ou a honra de outa pessoa. Silva Neto cita as lições de Celso Ribeiro Bastos onde este inciso carrega em seu bojo a essência do direito de opinião onde dois valores devem ser levados em consideração par a que ocorra o perfeito entendimento do direito de opinião. Atenta ainda que este mesmo inciso protege o campo da neutralidade uma vez que se garante com a vedação ao anonimato que a livre manifestação de pensamento não será considerada quanto ao seu uso discriminatório ou oferecedor de tratamento diferenciado aos indivíduos. 
Artigo 5°, V: “é assegurado o direito de resposta , proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.TJ-DF - RECURSO INOMINADO RI 07024584120148070016 (TJ-DF)
Data de publicação: 29/05/2015
Ementa: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. OFENSA REALIZADA POR MENSAGEM ELETRÔNICA. DANO MORAL INEXISTENTE. LIBERDADE DE EXPRESSÃO DO PENSAMENTO. LIMITES NÃO ULTRAPASSADOS. AUSÊNCIA DE LESÃO AOS DIREITO DA PERSONALIDADE DO RECORRENTE. A leitura da mensagem eletrônica faz concluir que a figura do síndico-recorrente não teve sua honra abalada. Seu nome não foi citado, nem tampouco narrado fato concreto que pudesse causar lesão aos direitos da sua personalidade. Direito fundamental à preservação da honra e imagem tem sua aplicação de forma compatível e ponderada com o direito fundamental à livre manifestação e expressão do pensamento, nos termos do art. 5º inciso IV e V da Constituição Federal: ?V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;? No presente caso, as afirmações do recorrido, pela sua absoluta falta de fundamento e inconsistência são insusceptíveis de causar qualquer dano moral ao autor. O recorrente agiu corretamente em cumprimento do seu dever na defesa do condomínio, do qual é síndico, ao obter um exitoso acordo em reclamatória, sem custos, devidamente homologado pelo Juízo Trabalhista. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Honorários pelo recorrente, na forma do art. 55 da Lei n. 9099/95, no valor de R$ 100,00 (cem reais), mais custas. Decisão proferida nos termos do art. 46 da Lei n. 9099/95.
 Para este inciso, Silva Neto teoriza que a imagem pode ser de dois tipos: a “retrato”, que é literalmente o aspecto físico da pessoa; e a “atributo”, que corresponde à exteriorização da personalidade do indivíduo, a forma como a pessoa é vista socialmente. Quanto à sua violação, tanto a sua utilização indevida quanto o desvio de finalidade de seu uso autorizado caracterizam-na. Pode ser melhor entendido se o inciso anterior de tal dispositivo for levado em consideração. De maneira simples, a pessoa que se sentiu de alguma forma prejudicada com a livre manifestação do pensamento de outrem, pode, mover o judiciário de modo a valer-se do inciso V para defender-se utilizando o direito de resposta e podendo ser indenizado com a responsabilização penal e cível dos autores.
Artigo 5°, VI “ É inviolável a liberdade de consciência e de crença , sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida , na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”.
TRF-1 - REMESSA EX OFFICIO EM MANDADO DE SEGURANÇA REOMS 567488620114013400 (TRF-1)
Data de publicação: 20/11/2014
Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENEM. ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA. LIBERDADE DE CULTO ( CF , ART. 5º , VI E VIII ). AVALIAÇÃO REALIZADA NO PERÍODO DE GUARDA. SITUAÇÃO DE FATO CONSOLIDADA. I - Consoante preconiza a Constituição Federal de 1988, é garantida a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença ( CF , art. 5º ,VI), "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei" ( CF , art. 5º ,VIII ). II - A realização de avaliação do ENEM em período diferenciado a estudante, membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, não põe em risco o interesse público, nem configura, por si só, qualquer violação aos princípios da igualdade, da impessoalidade, da moralidade nem da seriedade das normas administrativas. Tal medida não implica em isenção de obrigação legal a todos imposta, mas sim em possibilitar o seu efetivo cumprimento, sendo o estudante submetido às mesmas avaliações em relação àqueles que efetivaram o exame no período inicialmente proposto, sem que seja violado o seu direito fundamental à liberdade de crença religiosa. III - A realização de prova do ENEM, em horário diferenciado, por ser o impetrante adventista do sétimo dia, a qual já se concretizou, por força da ordem judicial liminarmente deferida nestes autos, caracteriza, na espécie, situação de fato já consolidada, cujo desfazimento já não mais se recomenda, na linha do entendimento jurisprudencial consagrado em casos tais. IV. Remessa oficial a que se nega provimento.
 A Constituição neste inciso assegura a liberdade religiosa conquanto que o culto não seja contrario à ordem, a tranquilidade dos demais cidadãos, devendo ser compatível com os bons costumes. Como todas as liberdades, esta não é ampla, devendo ser respeitados os limites já descritos prescrevendo que o Brasil é um país laico. Com essa afirmação se quer dizer que, consoante a vigente Carta Magna, o Estado deve se preocupar em proporcionar a seus cidadãos um clima de perfeita compreensão religiosa (regime de tolerância), abolindo a intransigência e o fanatismo. 
 Deve existir uma divisão muito acentuada entre o Estado e a Igreja (religiões em geral), para que possa ser garantido o livre exercício de todas as religiões. Para Soriano, é pael do Estado proteger a diversidade religiosa dentro de seu território, criando condições materiais para que problemas de caráter religioso não possam existir entre as distintas religiões.[3: SORIANO, Ramón. Las liberdades públicas. Madri: Tecnos, 1999]
Artigo 5°, VII: “ É asseguradas, nos termos da lei, a prestação de Assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva”.
 Conforme nos ensina Ferraz Filho (2012, p. 18), esse inciso serve de garantia constitucional de que todo individuo que possa estar recolhido em entidade seja militar ou civil de caráter coletivo, como hospitais, ou em estabelecimentos prisionais, tem direito a receber a assistência religiosa. Torna-se papel do Estado garantir, nos termos da Lei, condições materiais que qualquer individuo que necessite e requisite tal assistência a tenha em sua totalidade e pluralidade de credos quanto àqueles solicitados pelos internos.
Artigo 5°, VIII: “Ninguém será privados de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou politica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.”
Processo:	EDAC 00250559420054013400 0025055-94.2005.4.01.3400
Relator(a):	DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON GUEDES
Julgamento:	02/09/2015
Órgão Julgador:	QUINTA TURMA
Publicação:	03/11/2015 e-DJF1 P. 251
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ENSINO. APROVAÇÃO EM VESTIBULAR. NÃO DIVULGAÇÃO DO NOME DO AUTOR NA LISTA DE APROVADOS. ERRO DO CESPE/UNB. DANOS MORAIS E MATERIAIS. COMPROVAÇÃO DE CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO. MATÉRIA NÃO DEBATIDA NOS AUTOS. CONTRADIÇÃO.
1. O acórdão embargado, ao manter a sentença apelada, que julgou improcedente o pedido de condenação da Fundação Universidade de Brasília por danos morais e materiais, fundamentou-se na assertiva de que o recorrente teria prestado o segundo vestibular de 2004 quando ainda cursava o 3º ano do ensino médio, já que obteve ao final de 2004 sua aprovação no PAS.
2. Segundo o acórdão embargado, a circunstância de o candidato haver participado do PAS no final de 2004 apontaria para a impossibilidade de que, à época, a IES pudesse proceder à matrícula do autor no segundo semestre de 2004. 3. Contudo, a questão relativa à comprovação da conclusão do ensino médio não foi objeto de impugnação pela ré, que foi declarada revel na ação, tampouco serviu de fundamento da sentença apelada, tendo o acórdão embargado incorrido em julgamento flagrantemente contraditório com as provas dos autos, além de malferir os princípios basilares que regem o ordenamento jurídico processual, como o da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal. 4. No caso, o recorrente não teve a oportunidade decomprovar se obtivera o certificado de conclusão do ensino médio e se preenchia um dos requisitos legais para ingressar no ensino superior no segundo semestrede 2004, no curso de Engenharia Mecatrônica, para o qual foi devidamente aprovado.
3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para, reformando o acórdão embargado, proceder ao rejulgamento do recurso de apelação em todos os seus termos.
4. A liberdade de crença religiosa constitui um direito fundamental, devendo ser respeitada por todos, inclusive pelo Estado, desde que não seja invocada para eximir o indivíduo de cumprir obrigação legal a todos imposta ou para permitir a recusa a cumprimento de prestação alternativa fixada em lei (art. 5º, VIII, da Constituição Federal de 1988).
5. No caso, o autor não invocou sua profissão religiosa para eximir-se de obrigação legal a todos imposta, apenas pediu e lhe foi concedido pela Administração cumprir prestação alternativa (realizar a prova do vestibular em igualdade de condições com os demais vestibulandos só que em outro horário ou outro dia).
6. Resulta evidente, no caso, o dano moral e material sofrido pelo autor com o flagrante equívoco incorrido pela UnB em não divulgar o seu nome na lista de aprovados no vestibular do segundo semestre de 2004, erro que perdurou mesmo depois de devidamente interpelada na via administrativa, queexigiu do autor o ajuizamento de habeas data para obter a prova de sua aprovação no vestibular, considerando que todo esse transtorno o obrigou a se matricular em um cursinho para prestar um novo concurso vestibular, que lhe gerou não um mero dissabor ou contrariedade, mas uma verdadeira agressão à sua imagem de aluno aplicado, impondo-se a devida reparação.
7. A postura renitente da UnB em relação ao estudante, que fora aprovado no vestibular de 2004 em uma área de complexidade como a do programa de Engenharia Mecatrônica, merece o ressarcimento postulado para condenar a ré não só em danos materiais, que podem ser perfeitamente apurados na fase de liquidação do julgado, como também em danos morais, no montante pleiteado pelo recorrente no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), acrescidos de juros de mora e correção monetária, nos termos do Manual de Cálculos da Justiça Federal.
8. Condenação da ré ao pagamento de honorários advocatícios de 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 20, § 3º do CPC.
9. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para reformar o acórdão embargado e, procedendo ao rejulgamento do recurso de apelação, dar-lhe provimento para, reformando a r. sentença apelada, julgar procedente o pedido de condenação da ré ao pagamento de danos morais e materiais em favor do autor, nos termos da fundamentação acima explicitada.
 Neste inciso, a Constituição permite que o individuo se exima do cumprimento de alguma obrigação que entre em desacordo com alguma convicção filosófica ou religiosa, ficando sujeito ao cumprimento de pena alternativa, fixada em lei.
Artigo 5°, IX: “ é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. 
Processo:	AC 4390 SP 0004390-22.2003.4.03.6100
Relator(a):	JUIZ CONVOCADO ROBERTO JEUKEN
Julgamento:	21/03/2013
Órgão Julgador:	TERCEIRA TURMA
Ementa
CONSTITUCIONAL. APELAÇÃO. DIREITO DE INFORMAÇÃO. LEI Nº 5.250/67. NÃO RECEPÇÃO PELA CF/88. ART. 5º, INCISOS IV, IX E XIV E 220 CF. ADPF 130/DF. COMENTÁRIOS VEEMENTES POR PARTE DE APRESENTADOR DE TELEJORNAL. ADPF 130. INVIABILIDADE DE CENSURA PRÉVIA. LIBERDADE DE IMPRENSA. SOBREDIREITO QUE SE APRESENTA COMO GARANTE À DEMOCRACIA E DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
1. Cumpre destacar que a Lei n. 5.250/1967 (Lei de Imprensa) foi declarada incompatível com a Constituição Federal de 1988 pelo Eg. Supremo Tribunal Federal (ADPF n. 130, Relator o Ministro CARLOS AYRES BRITTO, PLENÁRIO, julgada em 30/4/2009).
2. A Constituição Federal assegura a todos a liberdade de pensamento (art. 5º, IV, da CF), bem como a livre manifestação deste pensamento (art. 5º, IX e art. 220, da CF) e o acesso à informação (art. 5º, XIV, da CF). Esses direitos salvaguardam a atividade da recorrente.
3. O recorrido invoca o direito à reputação, afirmando que a emissora pretende "perturbar a ordem pública", colocando o telespectador contra o Conselho Profissional, sendo que o apresentador faz referência ao autor com palavras ofensivas e difamatórias, bem como que não havia provas de que os crimes praticados pelo médico fossem relacionados ao exercício da medicina, haja vista que o CREMESP é órgão fiscalizador da profissão, visando apurar faltas éticas, independentemente da vontade das partes.
4. A crítica jornalística - que é uma das faces da aclamada liberdade de imprensa - densifica o dogma maior do Estado de Direito, qual seja, a democracia.
5. Nada obstante, se, por um lado, não se permite a leviandade por parte da imprensa e a publicação de informações absolutamente inverídicas que possam atingir a honra das pessoas, por outro lado, da atividade jornalística não são exigidas verdades absolutas, provadas previamente em sede de investigações no âmbito administrativo, policial ou judicial.
6. Tal exigência colide com a celeridade do tráfego da informação, pautado pelo calor dos acontecimentos, o que, em verdade, é salutar para os próprios destinatários da notícia. Não se exige que a mídia só divulgue fatos após ter certeza plena de sua veracidade, com mais forte razão não se pode impedir que a imprensa "cobre providências", ainda que de forma impetuosa, vigorosa ou eloqüente. Ninguém está isento ou imune a qualquer narrativa crítica.
7. Isso se dá porque a recorrente, como qualquer outro particular, não detém poderes estatais para empreender a cognição que conduziria à verdade real. Ademais, impor tal exigência à imprensa significaria engessá-la e condená-la a morte.
8. O processo de divulgação de informações satisfaz verdadeiro interesse público, devendo ser célere e eficaz, o que não se coaduna com rigorismos próprios de um procedimento judicial.
9. O legislador optou pela atuação a posteriori dos mecanismos de contenção aos eventuais abusos cometidos (CF: art , 5º, inc V), como assinalado na ADPF 130 e na linha dos precedentes do C. STJ.
10. No enlace entre o quanto expendido resta evidenciada uma clara opção constitucional pela liberdade de imprensa como verdadeiro sobredireito e indiscutível garante da democracia, tão cara aos brasileiros, sujeitando-se os abusos a posterior reparação, seja no imediato direito de resposta, com fixação de astreintes para o caso de demora e até mesmo a suspensão das transmissões por hora e ou dia, a guisa de convencimento, tendo em conta os reflexos daí advindos em âmbito diverso mas nevrálgico ao encaminhamento do direito de resposta, qual seja o da veiculação publicitária, a atuar na esfera financeira, ainda a parte mais sensível no ser humano do denominado mundo livre. E a fixação de indenizações em patamares condizentes com a lesão à dignidade do atingido como forma de conscientizar os ditos infratores da grandeza dessa liberdade, a deles exigir redobrada responsabilidade.
11. No caso dos autos, segundo fatos incontroversos, o apresentador emitiu opiniões sobre o Conselho recorrido e relacionados ao "caso Farah", agindo segundo essa margem tolerável de contundência ou ironia, orientado, ademais, por legítimo juízo de aparência acerca dos fatos.
12. Recurso a que se dá provimento, invertidos os ônus sucumbenciais.
 Em tal inciso, é passível perceber que as manifestações intelectuais, artísticas e científicas são formas de difusão e manifestação do pensamento, tomando esse termo em sentido abrangente dos sentimentos e dos conhecimentos intelectuais, conceptuais e intuitivo (SILVA, 2007). Contudo a liberdade de expressão é limitada pelos princípios que regem a proteção à vida privada, inviolabilidade da intimidade e a vedação ao racismo, corroborada pelo inciso X do presente artigo.[4: SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 29 ed. São Paulo: Malheiros, 2007]
 Embora a Constituição seja contra a censura,a imprensa não possui plenos poderes, uma vez que são restringidas pelos direitos fundamentais. Toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística, porém, apesar da liberdade de expressão, a lei federal deverá regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendam, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
Artigo 5°, X: “ são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Processo:	REC 21884 SP
Relator(a):	SUZANA DE CAMARGO GOMES
Julgamento:	24/09/2004
Publicação:	PSESS - Publicado em Sessão, Data 24/09/2004
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RECURSO CÍVEL. DIREITO DE RESPOSTA. JULGAMENTO PELA IMPROCEDÊNCIA. FATO SABIDAMENTE INVERÍDICO. DILAÇÃO PROBATÓRIA. NÃO CARACTERIZAÇÃO DA INVERACIDADE. DIREITO DE CRÍTICA. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS. CF, ART 5º, INCS. IV E IX. DIREITO DE OPINIÃO. ART. 58 DA LEI 9.504/97. CF, ART 5º, INCISOS X E V. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. DESCARACTERIZAÇÃO. IMPROVIMENTO DO RECURSO.
1. O art. 5º, inciso X, da Constituição Federal, consagra especial proteção à honra da pessoa, declarando-a inviolável, além de que o inciso V, do mesmo dispositivo constitucional, estabelece que "é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem." 2. Ausência de divulgação de fato inverídico ou ofensivo ao representante. Garantia constitucional do direito de opinião e do direito de imprensa. Art. 5º, incs. IV e IX, da CF. 3. Descabida a condenação por litigância de má-fé, quando a conduta do recorrente não desborda dos limites razoáveis do exercício regular de defesa. 4. Recurso improvido.
A Constituição visa com o presente inciso resguardar a intimidade e a privacidade do indivíduos de abusos cometidos pela liberdade de pensamento, com a sanção de indenização seja por danos morais, seja por danos materiais. Talvez o inciso que mais se adequa às celebridades que tem suas vidas particulares amplamente expostas.
Artigo 5°, XI: “ A casa é asilo inviolável do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial”,.
Processo:	HC 14454614 PR 1445461-4 (Acórdão)
Relator(a):	Marcus Vinicius de Lacerda Costa
Julgamento:	18/02/2016
Órgão Julgador:	5ª Câmara Criminal
Publicação:	DJ: 1751 02/03/2016
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DECISÃO: Acordam os Desembargadores da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em denegar a ordem. EMENTA: HABEAS CORPUS - TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES - NULIDADE DO FLAGRANTE PELA VIOLAÇÃO DO ARTIGO 5º, INCISO XI DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - CRIME PERMANENTE - EVENTUAL IRREGULARIDADE SUPRIDA COM O DECRETO DE PRISÃO PREVENTIVA - AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA - OBRIGATORIEDADE DETERMINADA PELO PRETÓRIO EXCELSO APÓS A PRISÃO DA PACIENTE - PRAZO ESTABELECIDO PELA RESOLUÇÃO Nº 231/2015 DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA NÃO ULTIMADO - INDÍCIOS DE AUTORIA E PROVA DA MATERIALIDADE - SEGREGAÇÃO NECESSÁRIA PARA A GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA - PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ARTIGO 312 DO CPP - GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA - DECISÃO DEVIDAMENTE MOTIVADA - QUANTIDADE DA DROGA - COIBIÇÃO DE REITERAÇÃO DELITIVA - MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS - INSUFICIÊNCIA - ORDEM DENEGADA. Habeas Corpus Crime nº 1.445.461-4 fls. 2 (TJPR - 5ª C.Criminal - HCC - 1445461-4 - Região Metropolitana de Londrina - Foro Central de Londrina - Rel.: Marcus Vinicius de Lacerda Costa - Unânime - - J. 18.02.2016)
 O Texto da Constituição Federal neste inciso menciona a expressão período diurno e a doutrina enuncia existir dois critérios possíveis, o cronológico/temporal e o critério físico/astronômico.
 O primeiro deles, critério cronológico/temporal, considera como sendo dia o período compreendido das seis horas da manhã às dezoito horas, critério adotado por JOSÉ AFONSO DA SILVA. Existe ainda o critério físico/astronômico que irá considerar como conceito de “dia” o período compreendido entre a aurora e o crepúsculo.
 Por fim, existe um terceiro e último critério, denominado de misto que conjuga os anteriores e é adotado pelo professor ALEXANDRE DE MORAES, determinando que se em uma determinada região o sol só nasce após as seis horas, esse será o início do dia, no entanto se o nascer do sol se der as cinco horas e trinta minutos, deve-se aguardar até as seis horas para que o dia tenha início.
 Sobre este inciso ainda temos questionamentos importantes como a possibilidade de ser dada continuidade ao cumprimento de um mandado judicial que fora iniciado no período diurno e que só terá seu fim durante a noite, que o conceito de casa compreende também consultórios, escritórios, quartos de hotel, estabelecimentos comerciais e outros aposentos e, que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que o mandado judicial relacionado a escritórios de advocacia deve ser pormenorizado.
Artigo 5°, XII: “É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no ultimo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. Paciente preso preventivamente pela prática, em tese, do crime de tráfico de substância entorpecente. Existência material do crime comprovada e presentes indicativos suficientes de autoria. Por ocasião do fato delituoso o paciente foi surpreendido pela polícia, após informações de estaria em atitude suspeita, trazendo em seu poder três porções de maconha e dinheiro. Apreendido na oportunidade, também na posse do paciente, um aparelho celular em que teriam sido encontradas fotografias de porções de maconha e mensagens via WhatsApp, tratando do comércio da droga. ORDEM DENEGADA. (Habeas Corpus Nº 70067076869, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Victor Luiz Barcellos Lima, Julgado em 26/11/2015).
 Tal inciso corrobora a proteção à intimidade e à vida privada. Este inciso causa um pouco de controvérsia entre os doutrinadores no que tange a inviolabilidade de dados, pois muitos doutrinadores sustentam a defesa de que esta inviolabilidade abara o direito ao sigilo bancário. 
O professor Fernando da Costa Tourinho Filho, de forma bastante lúcida, sustenta que a norma constitucional, ao tratar do tema, teria feito referência a apenas duas, e não a quatro hipóteses de inviolabilidade, como parece à primeira vista. Aduz que a posição da vírgula entre as expressões "comunicações telegráficas" e "dados" mostraria a existência de dois casos apartados de inviolabilidade: I) correspondência e comunicações telegráficas; II) dados e comunicações telefônicas. No mesmo sentido de entendimento, o ministro Marco Aurelio assegura o entendimento de que a expressão "no último caso" também aludiria ao sigilo de dados. Para que outra fosse a interpretação do dispositivo, o texto deveria ser redigido da seguinte forma: “É inviolável o sigilo da correspondência e da comunicação telegráfica, de dados, e das comunicações telefônicas, salvo no último caso, por ordem judicial”, apondo-se a vírgula logo após o vocábulo “dados”.[5: TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 1997. v. 3, p. 234][6: Pet 577 QO / DF, Relator Ministro Carlos Velloso, Julgamento: 25/3/1992, Tribunal Pleno, Publicado no DJ de 23/4/1993 , RTJ VOL-00148-02 PP-00366]
 O professor Tércio Sampaio Ferraz Júnior, defende a acepção de que dos quatro meios de comunicação mencionados no artigo 5º, inciso XII, quais sejam correspondência, telegrafia, dados e telefonia, é somente no último que se configura a instantaneidade, eis que ela só é "enquanto ocorre", não deixando vestígiosde seu conteúdo quando se encerra, possibilitando, a posteriori, apenas a verificação de qual unidade telefônica teria ligado para outra. A interceptação da ligação telefônica por meio do “grampeamento”, apesar de ser uma forma fraudulenta de violação do direito ao sigilo de comunicação, constituir-se-ia na única forma conhecida de resguardo do conteúdo comunicativo, portanto, desde que presente o interesse público (investigação criminal ou instrução processual penal, segundo reza a Constituição Federal, seria possível a investigação dos vestígios deixados por este tipo de comunicação.
Artigo 5°, XIII: “É livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Nº 1030741-22.2015.8.26.0053 - Processo Digital. Petições para juntada devem ser apresentadas exclusivamente por meio eletrônico, nos termos do artigo 7º da Res. 551/2011 - Apelação / Reexame Necessário - São Paulo - Apelante: Prefeitura Municipal de São Paulo - Apelante: Juízo Ex Officio - Apelado: Fator 6 Comunicação e Negocio Ltda. - Magistrado (a) Marcelo L Theodósio - Negaram provimento aos recursos. V. U. - RECURSO VOLUNTÁRIO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO E REEXAME NECESSÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR – INADIMPLÊNCIA DE ISS - EMISSÃO DE NOTA FISCAL DE SERVIÇOS ELETRÔNICA – VEDAÇÃO – INSTRUÇÃO NORMATIVA SF-SUREM 19/2011 DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – INADMISSIBILIDADE - PROIBIR A EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS DE SERVIÇOS ELETRÔNICA, EM VIRTUDE DA INADIMPLÊNCIA DE ISS CONFIGURA-SE MEIO ILEGAL DE COBRANÇA DE TRIBUTO, O QUAL DEVE SEGUIR O PROCEDIMENTO PREVISTO NA LEI DE EXECUÇÃO FISCAL, BEM COMO INIBE UM DEVER LEGAL QUE UMA INSTRUÇÃO NORMATIVA NÃO PODE ENFRENTAR, ALÉM DE VULNERAR O DIREITO AO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE LÍCITA EMPRESARIAL - INTELIGÊNCIA DO INCISO XIII, DO ARTIGO 5º, ARTIGO 170, AMBOS DA CF, SÚMULAS 70, 323 E 547 DO STF, LEI FEDERAL Nº 6.830/80 - PRECEDENTES DESTA EGRÉGIA 11ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO, DESTE E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, DO E. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DO COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - SENTENÇA QUE CONCEDEU A ORDEM, MANTIDA – RECURSO VOLUNTÁRIO DA MUNICIPALIDADE E O REEXAME NECESSÁRIO, IMPROVIDOS. ART. 511 CPC - EVENTUAL RECURSO - SE AO STJ: CUSTAS R$ 163,92 - (GUIA GRU NO SITE http://www.stj.jus.br) - RESOLUÇÃO Nº 1 DE 18/02/2016 DO STJ; SE AO STF: CUSTAS R$ 181,34 - GUIA GRU - COBRANÇA - FICHA DE COMPENSAÇÃO - (EMITIDA ATRAVÉS DO SITE www.stf.jus.br) E PORTE DE REMESSA E RETORNO R$ 74,00 - GUIA FEDTJ - CÓD 140-6 - BANCO DO BRASIL OU INTERNET - RESOLUÇÃO Nº 569 DE 05/02/2016 DO STF. Os valores referente ao PORTE DE REMESSA E RETORNO, não se aplicam aos PROCESSOS ELETRÔNICOS, de acordo com o art. 4º, inciso III, da Resolução nº 569/2016 do STF de 05/02/2016. - Advs: Saulo Emanuel Nascimento de Castro (OAB: 352393/SP) (Procurador) - Lucas Melo Nóbrega (OAB: 272529/SP) (Procurador) - Fabio Antonio Fadel (OAB: 119322/SP) - Vanessa Gonçalves Fadel (OAB: 210541/SP) - Júlia Leite Alencar de Oliveira (OAB: 266677/SP) - Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 849, sala 305
 Dispõe sobre o direito do livre exercício da profissão até que alguma lei regulamentadora sobrevenha à integralidade de tal direito. Porém mesmo concedendo a liberdade de oficio, quaisquer meios de trabalho que se utilizam de condições discriminatórias e injustificadas, não são toleradas pois violam a liberdade de profissão e o principio da igualdade.
A fiscalização sobre a regularidade do exercício, bem como a qualificação exigida para algumas profissões como médicos, advogados, engenheiros, compete ao Estado, entidades de classe, associações profissionais.
Artigo 5°, XIV: “É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo das fontes, quando necessário ao exercício profissional”.
 O acesso à informação preconizado neste inciso abrange o direito de informar, ser informado e receber informação. Contudo esse direito é relativo, uma vez que aquelas informações que violam a privacidade e a intimidade são rechaçadas. A informações falsas, errôneas e não comprovadas não são abarcadas pela proteção constitucional. Fica entendido que que informação não se trata de opinião e que, portanto, deve ser clara, concisa, objetiva e isenta.
 Esse mesmo inciso protege o sigilo da fonte apenas quando se trata de necessidade ao exercício profissional.
Nota-se que o sigilo à fonte não configura um exceção ao anonimato previsto neste artigo, no inciso IV, pois para toda e qualquer manifestação do pensamento, seja verbal ou escrita, é vital a identificação. A fonte pode até ser mantida no anonimato, contudo o indivíduo que divulga as informações deve ser identificado e responsabilizado pelas afirmações.
Artigo 5°, XV: “ É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”.
Processo:	ACR 90591 SP 94.03.090591-3
Relator(a):	JUIZ CONVOCADO BATISTA GONCALVES
Julgamento:	28/04/2000
Órgão Julgador:	SEGUNDA TURMA
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PENAL. LEI 7.492/86. ART. 22. EVASÃO DE DIVISAS. ART. 5º, XV, CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CRIME IMPOSSÍVEL. ABSOLVIÇÃO.
I- A ATITUDE DO DENUNCIADO, COLOCANDO OS DÓLARES NA MALETA DE MÃO, A QUAL NECESSARIAMENTE SERIA VISTORIADA PELO RAIO X DA POLÍCIA, TORNOU IMPOSSÍVEL A CONSUMAÇÃO DO DELITO.
II- INEXISTIU TENTATIVA DE CRIME, DADO QUE O CRIME IMPOSSÍVEL NÃO CONSTITUI FIGURA TÍPICA PENAL.
III- SEM DOLO ESPECÍFICO NÃO SE CONSUMA O DELITO CAPITULADO NO ART. 22 DA LEI 7.492/86.
IV- AS PROVAS COLHIDAS NOS AUTOS CONVENCEM QUANTO ÀS JUSTIFICATIVAS DADAS PELO APELADO, QUE ADQUIRIRA A MOEDA NO MERCADO FORMAL, VIAJAVA COM REGULARIDADE AO EXTERIOR E COMO É EXTREMAMENTE ECONÔMICO, CUIDOU DE JUNTAR AO MONTANTE ATUAL, AS SOBRAS DE VIAGENS ANTERIORES, AS QUAIS CONSTITUÍRAM MERA SEGURANÇA FINANCEIRA ÀS INCERTEZAS DA VIAGEM, QUE DEVERIAM RETORNAR EM PARTE AO PAÍS, ATÉ SEREM ALVO DE SEMELHANTE COMPORTAMENTO QUANDO DAS PRÓXIMAS FÉRIAS.
V- TENDO ADQUIRIDO AS DIVISAS REGULARMENTE NO MERCADO FORMAL, OS DÓLARES APREENDIDOS SÃO PATRIMÔNIO DO APELADO. AO CASO, POIS, É DE SER APLICADO O DISPOSTO NO ART. 5º, XV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUE GARANTE AOS CIDADÃOS O LIVRE INGRESSO, PERMANÊNCIA E SAÍDA DO PAÍS, COM OS SEUS BENS. VI- HAVENDO CIRCUNSTÂNCIAS QUE EXCLUEM A PUNIBILIDADE DO ACUSADO, A R. SENTENÇA DEVE SER MANTIDA EM TODOS OS SEUS TERMOS. VII- APELAÇÃO CRIMINAL IMPROVIDA.
 Este inciso preza pelo direito de ir e vir, permanecer e deslocar-se dentro do território nacional. Qualquer pessoa seja nativa ou não do território nacional pode deslocar-se, entrar e sair do país. A liberdade de locomoção está amplamente inserida nos Direito Fundamentais de 1° geração. E não pode ser restringido de forma arbitrária pelo Estado, de forma que deve-se respeitar o devido processo legal para que haja esta privação. Ocorre que, como todo direito fundamental, este não é absoluto e pode ser restringido em determinados casos, observando-se o principio da ponderação. Eis que essa restrição se dá tanto em esfera civil, como na penal e tributária. São restrições previstas na Constituição Federal para que se delimite a ação do Estado. Ao comentar esse dispositivo constitucional, J. Cretella Júnior destaca que a locomoção apresenta quatro aspectos: um neutro, o direito de permanecer; três positivos, direito de deslocamento, a pé ou por veículos dentro do território nacional, o de sair e o de entrar no território nacional. É o chamado direito de ir e vir.
Artigo 5°, XVI: “ Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais aberto ao publico, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.
TRE-AC - MANDADO DE SEGURANCA MS 7319 AC (TRE-AC)
Data de publicação: 10/10/2012
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PORTARIA 11/2012 DO JUÍZO ELEITORAL DA 4º ZONA. PROPAGANDA ELEITORAL. LIBERDADE DE REUNIÃO E DE MANIFESTAÇÃO PÚBLICA. LIMITAÇÕES.OFENSA AO ART. 5º , XVI , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL . CONCESSÃO DA ORDEM. 1. A restrição ao direito de reunião estabelecida pela Portaria n. 11/2012, a toda evidência, viola não só esse direito, mas também o livre exercício da propaganda eleitoral em prejuízo de candidatos, partidos e coligações. Ato que viola dispositivos da Constituição Federal e da Legislação Eleitoral que consagram a liberdade para o exercício regular da propaganda eleitoral (Arts. 248, 332 do Código Eleitoral ; Art. 39 , §§ 1º , 2º , 4º e Art. 41 da Lei 9.504 /97; e Art. 62 da Resolução TSE n. 23.370/2011). 2. Obedecidos esses parâmetros, não cabe às autoridades deferirem, indeferirem ou limitarem a realização de comícios, sob o pretexto de que o poder público não dispõe de meios para acompanhá-los, posto que as deficiências estatais não podem ser utilizadas como argumento para malferir direitos constitucionais e o regular exercício da propaganda eleitoral. 3. Ainda que observada a perda superveniente do objeto, necessária a concessão de ordem para confirmação de medida liminar quando pende legitimação dos atos até então praticados, provocando efeitos ex tunc em relação ao decidido liminarmente. 4. Concessão da ordem para confirmar a liminar 
 Conforme Silva Neto (2011, p.619 – 621), a liberdade de manifestação é sinônimo de Estado Democrático, aduzindo ainda que o direito de reunião possui quatro elementos configurantes. 
 O primeiro deles é a pluralidade de participantes. O segundo é o tempo, porque qualquer reunião deve ter duração limitada e caráter episódico. O terceiro elemento é a finalidade, o motivo para qual a reunião esta sendo realizada, com exceção das reuniões com caráter de diversão. O quarto e ultimo elemento, é o lugar onde a reunião deve ocorrer.
 O Direito de reunião não precisa de autorização do poder publico e nem aviso prévio para que sejam adotadas medidas administrativas necessárias para garantir o exercício do direito, como segurança dos manifestantes e disciplina do transito local.
 No Brasil, o caráter de licitude da reunião é considerado seu requisito pela doutrina e pela jurisprudência, ainda que não mencionado expressamente no texto constitucional.
 A liberdade de expressão, em suas variadas vertentes, é essencial para a manutenção do regime democrático. Especialmente quando demonstrada por meio de reuniões e de manifestações, auxilia o desenvolvimento da consciência dos cidadãos, que passam a ter acesso a novas informações, podem externar o que pensam o que desejam para o país. As manifestações instigam o debate de temas polêmicos pela sociedade. Qualquer espécie de censura injustificada à liberdade de reunião deve ser reprimida, assim como qualquer abuso ou crime cometido por seus participantes. E é o bom senso, baseado nos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, que deve prevalecer na análise concreta de cada situação.
Artigo 5°, XVII: “ É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”.
 XVIII: “ A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento”.
 
 XIX: “ As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se no primeiro caso, o transito em julgado”.
 
 XX: “ Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado”.
 XXI: “ As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tem legitimidade para representar seus filiados, judicial ou extrajudicialmente”.
Processo:	RO 00004128720135040211 RS 0000412-87.2013.5.04.0211
Relator(a):	RAUL ZORATTO SANVICENTE
Julgamento:	26/02/2014
Órgão Julgador:	Vara do Trabalho de Torres
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LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO E SINDICALIZAÇÃO.
A imposição em norma coletiva de contribuição assistencial à integralidade da categoria profissional, independentemente da condição do trabalhador de associado ou não da entidade sindical, fere o disposto nos art. 5º, XX, e art. 8º, V, ambos da Constituição Federal, sedimentados no Precedente Normativo nº 119 do TST e na Orientação Jurisprudencial nº 17 da SDC, bem assim da Súmula nº 666 do STF.
 Ferraz Filho(2012, p. 22) aduz que é da natureza humana reunir-se a outros indivíduos de forma ordenada e institucionalizada. Para que uma associação possa existir e ser reconhecida é necessário que se tenha fins lícitos, considerado legítimos pelo ordenado jurídico brasileiro. Não são admitidas organizações criminosas e paramilitares.
 O termo “associação” possui duas acepções: em sentido lato, como qualquer associação de pessoas, inclusive as com finalidade lucrativa, partidos políticos, associações profissionais ou sindicais e, em sentido estrito, significa pessoas jurídicas sem fim lucrativo; trata-se de uma liberdade de “mão dupla”, ou seja, englobando a associação e a desassociação, esta sendo praticamente um “direito potestativo” do associado, pois se pode alterar a situação jurídica dos demais associados, formalizado mediante uma declaração de vontade.
Artigo 5°, XX II: “ É garantido o direito de propriedade”
 
 XXIII: “ A propriedade atenderá sua função social”.
Processo:	AIRR 720006820095040382
Julgamento:	17/02/2016
Publicação:	DEJT 19/02/2016
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EXECUÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEI N.º 13.015/2014. SUCESSÃO EMPRESARIAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, AO VALOR SOCIAL DO TRABALHO E À FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE.
Os fundamentos da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho, bem assim como o valor social da propriedade, erigidos, respectivamente, no inciso III do artigo 1º, no inciso IV do artigo 1º e na cabeça do artigo 170, e, nos incisos XXIII do artigo 5º e III do artigo 170, todos da Constituição da República, dado seu caráter genérico, não permitem, em regra, o reconhecimento de violação direta de suas literalidades 2. Hipótese em que não se vislumbram presentes os requisitos erigidos no § 2º do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho, reiterados nos termos da Súmula n.º 266 desta Corte superior. 3 . Agravo de Instrumento a que se nega provimento.
 O inciso XXII, aufere o direito e garantia fundamental de propriedade. De outro lado, o inciso seguinte funciona como um limitador do direito constituído, instituindo reguladores da propriedade, permitindo a intervenção estatal. Explica Costa (2003) que o pilar da propriedade possui ligação com o estado de natureza. A necessidade de sobrevivência fez com que os indivíduos se agrupassem em sistema de cooperação mútua, levando a crer que a primeira propriedade erigida tenha sido a comunal, e não a privada, considerando-se o vínculo da terra com os grupos familiares e religiosos.Sustenta a autora que a propriedade comunal sofreu, ao longo do tempo, um processo de individualização, justificado pelo advento das especializações de produção de subsistência, prática de atividades agrícolas, domínio de terras por conquistadores, entre outros fatores. Segunda ela, chegando à Idade Média, depara-se com o regime feudal, “onde, em contrariedade ao modelo exclusivista da propriedade romana, assegurava-se um sistema dominial sucessório enfitêutico” (2003, p. 46). Aduz Silva (2011),que o direito de propriedade foi concebido como uma relação entre uma pessoa e uma coisa, de caráter absoluto, natural e imprescritível. Com a evolução do conceito, passou-se a entendê-lo como uma relação entre um indivíduo (sujeito ativo) e um sujeito passivo universal integrado por todas as pessoas, o que tem o dever de respeitá-lo. Assim, o direito de propriedade se revela como um modo de imputação jurídica de uma coisa a um sujeito. Estes conceitos, segundo o autor, manifestam uma visão muito parcial do regime jurídico da propriedade, baseado em uma perspectiva civilista, que não alcança a complexidade do tema, resultante de um conjunto de normas jurídicas de DireitoPúblico e de Direito Privado, e que pode interessar como relação jurídica e como instituição jurídica.
 Ademais, o caráter absoluto do direito de propriedade foi sendo superado a partir da criação do sistema de limitações negativas e de imposições positivas, deveres e ônus, desaguando na concepção da propriedade enquanto função social. Não se confunde mais, assim, a capacidade que possui qualquer indivíduo de chegar a ser sujeito desse direito, que é potencial, com o direito de propriedade sobre um bem, que somente ocorre quando é atribuído positivamente a uma pessoa, o que faz superar a ideia da propriedade como direito natural.
Costa (2003, p. 85-86) alerta ainda que função social é diferente de fim social:“Importante se faz alertar que o reconhecimento de que há na propriedade privada uma função social não é o mesmo que afirmar ter essa um fim social, vez que fim e função são conceitos inconfundíveis. Quando nos referimos ao fim de um determinado enunciado é o mesmo que delimitar sua destinação a um exercício fixado e imutável, estando o fim sob o aspecto externo do respectivo enunciado. Por sua vez, quando utilizamos o termo função, estamos mencionando sobre a “atitude histórica e concreta diante de situações sempre renovadas e diversas”, algo que está presente sob o aspecto interno do enunciado. Pelo exposto, constatamos que fim e função social não são sinônimos, já que o fim atinge a estrutura do enunciado e, assim, a natureza de uma situação jurídica, enquanto a função pertinente a sua eficácia no ordenamento jurídico”.
Artigo 5°, XXIV: “ A lei estabelecerá o procedimento de desapropriação por necessidade ou utilidade publica, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição”
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE
Juízo de Direito da 1ª Vara Cível
JUIZ (A) DE DIREITO ODINEI WILSON DRAEGER
ESCRIVÃ(O) JUDICIAL ANDRÉ SIDNEY FERNANDES DE SOUZA
Relação Nº 0133/2016
ADV: JOSÉ MARCELO FERREIRA COSTA (OAB 3337/RN), RAIMUNDO NONATO DE LIMA (OAB 2609/RN), ALÍCIA MARIA BEZERRA DA COSTA (OAB 4729/RN), POLIANA BARBOSA CAPELO (OAB 11017/CE), VIVIANE FERRAZ GUERRA (OAB 224617/SP), IVAN HOLANDA (OAB 2411/RN), NIVALDO BRUM VILAR SALDANHA (OAB 2152/RN), EVELYNE MARIA DE BARROS FURTADO DA COSTA (OAB 2586/RN), ZENIA MARIA CHAVES LOPES (OAB 2180/RN) - Processo 0000033-43.1992.8.20.0129 (129.92.000033-6) - Desapropriação - Desapropriação por Utilidade Pública / DL 3.365/1941 - Requerente: Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Norte - Datanorte - Requerido: Carlos Nazareno Pereira e Outros - Ré: Tamires Gomes da Costa e outros - Terc.Inter: Vicunha Têxtil S/A - DECISÃO Vistos etc. Trata-se de ação de desapropriação na qual a empresa Vicunha Têxtil S/A pleiteia [660/664] a escrituração do imóvel em seu nome, face à edificação de unidade fabril em área denominada "Distrito Industrial de Natal/RN". Devidamente intimado, o Estado do RN não de opôs ao requerimento da empresa requerente. Dado vistas dos autos, o Ministério Público pugnou [674/677] pelo indeferimento do requerimento formulado pela empresa, bem como pelo prosseguimento do feito. São os fatos. Decido. A presente causa trata de desapropriação por utilidade pública, que é a transferência do domínio de determinado bem para o expropriante mediante pagamento de indenização justa e prévia. O art. 5º, XXIV, da Constituição Federal, dispõe que a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro. No caso concreto, a ação se pauta nos Decretos nº 10.297 (publicado em 04/02/1989); nº 10.505 (publicado em 12/12/1989); e o nº 11.096 (publicado em 13/09/1991), todos de competência do Estado do RN no intuito de considerar de utilidade pública as faixas de terra apontadas, com vistas a ampliar o Distrito Industrial de Natal. O inteiro teor dos referidos Decretos se encontra disposto às fls. 10/12 dos autos. Os atos legais, nos quais repousa o interesse de agir do Ente Público, não indicam qualquer hipótese autorizando a doação ou transferência de domínio útil dos terrenos, declarados de utilidade pública. Neste sentido, o Estado do RN deve se ater aos preceitos do Decreto-Lei nº 3.365/41, que dispõe sobre as desapropriações por utilidade pública, aos princípios constitucionais inerentes aos direitos dos expropriados e ao termos da legislação estadual envolvida. Um vez desapropriados ou imitidos provisoriamente em sua posse, os bens passam a ser de titularidade do Ente Público expropriante, integrando o patrimônio público, afetado à utilização descrita no ato executivo pertinentes. Assim, uma vez integrando o rol de bens públicos, passam a ser dotados de inalienabilidade, imprescritibilidade, impenhorabilidade e não-oneração, salvo as autorizações e exceções legais previstas na legislação ordinária. Prova maior da indisponibilidade dos bens desapropriados, no bojo da ação expropriatória, é a redação do art. 35 do Decreto-Lei nº 3.365/41, que prevê, após sua incorporação à Fazenda Pública, a impossibilidade de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação; devendo, qualquer ação, ser resolvida em perdas e danos. Os bens desapropriados, após incorporados, não podem ser questionados pelos expropriados e tampouco ser objeto de doação ou legalização posterior em favor dos destinatários. O requerente, em petição de fls. 660/664, aduz ser "proprietário do imóvel com área total de 470.158,15 m²" por força dos decretos acima descritos; bem como que ocorreu escrituração parcial, necessitando integrar parte remanescente, correspondendo a 189.323,15 m². O interessado se vale da Decisão Interlocutória de fls. 416/417 como justificativa de escrituração da área. Com efeito, o dispositivo da Decisão referenciada [fls. 416/417] é claro ao determinar a transferência ao domínio do expropriante toda a área remanescente da desapropriação, em consonância à indisponibilidade dos bens públicos. O requerimento formulado não merece prosperar, seja pelas características inerentes às áreas expropriadas e incorporadas à Administração Pública; ou até mesmo pela teratológica admissão de transferência de domínio adquirido com recursos públicos. Em que pese a indicação de finalidade e vinculação ao uso econômico, por força da zona industrial criada, não se pode admitir escrituração em nome de indústria favorecida de terreno adquirido com verbas oriundas do Erário Público, sob pena de violar a legalidade, impessoalidade e moralidade administrativas. Após as desapropriações, o Poder Público deve manter o domínio da área, devendo ser averbadas à margem da matrícula gerada as indústrias favorecidas, tempo de utilização, e todos os critérios que o mérito administrativo julgar necessário à exploração econômica da área. Expropriar bens de terceiros e depois transferi-los a particulares, mediante escritura pública de doação com encargos, é conduta atentatória aos princípios basilares da administração pública, devendo tal falha ser sanada imediatamente, sob pena de ocasionar insegurança jurídica e suscitar responsabilização dos envolvidos na edição do fato jurídico. Diante do exposto, INDEFIRO o requerimento formulado pela Vicunha Têxtil S/A às fls. 660/664. A Secretaria deve inserir a indústria requerente na qualidade de terceiro interessado na lide, habilitando todos os causídicos para fins de intimação desta Decisão. Intime-se o Estado do RN para, em 30 (trinta) dias, indicar quais indústrias receberam terrenos mediantes Escritura Pública de Doação com Encargos, para fins de integração da presente Decisão. No mesmo prazo, o Ente Público deve apontar quais expropriados não receberam as indenizações, bem como elencar eventuais entraves ao término da ação, cujo tempo de duração excede aos padrões razoáveis. Após o que, concedo vistas dos autos ao Ministério Público, no prazo de vinte dias. Em seguida, retornem os autos conclusos, com prioridade, para deliberaçãoacerca das questões jurídicas pendentes. Publique-se. Registre-se. Intime-se. Cumpra-se.
 Ninguém pode ser privado de sua propriedade, com exceção de casos de utilidade publica ou interesse pessoal que pode ocorrer a desapropriação. Segundo Silva (2011), é a limitação que afeta o caráter perpétuo da propriedade, porque é o meio pelo qual o Poder Público determina a transferência compulsória da propriedade particular, especialmente para o seu patrimônio ou de seus delegados. Este instituto só pode ser verificado por necessidade ou utilidade pública, ou interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, conforme determina o artigo 5º, XXIV, da Constituição Federal. Fora estas hipóteses, somente é cabível a desapropriação sob a forma de sanção, por não estar a propriedade cumprindo sua função social, através de indenizações por título da dívida pública ou da dívida agrária.
Artigo 5°, XXV: “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;”
 Trata-se de um ato administrativo do qual o poder publico em caso de perigo ocupa uma propriedade temporariamente, visando a prevenção e devendo o mesmo agir antes que se concretize a efetiva lesão ao interesse publico ou à coletividade. Importante frisar que não ocorre a transferência de propriedade, apenas a utilização dessa pelo poder publico.
Artigo 5°, XXVI: “a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento”.
 Tal inciso visa apoiar o desenvolvimento rural do pais, de modo a evitar o superpovoamento das cidades. O pequeno proprietário sobrevive daquilo que planta em sua terra. Tolerar a penhora da propriedade para o pagamento de divida seria condenar o pequeno proprietário rural à fome e consequente marginalização às favelas nas cidades. Com o intuito de se evitar chegar a esse patamar, foi fixada a impenhorabilidade da pequena propriedade rural.
Artigo 5°, XXVII: “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
Processo:	ARE 936840 RS - RIO GRANDE DO SUL
Relator(a):	Min. LUIZ FUX
Julgamento:	26/02/2016
Publicação:	DJe-039 02/03/2016
Parte(s):	RECTE.(S) : ESCRITORIO CENTRAL DE ARRECADACAO E DISTRIBUICAO ECAD
RECDO.(A/S) : JOAO RODRIGUES MANTA HOTEIS DE TURISMO LTDA
Decisão
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO AUTORAL. ECAD. COBRANÇA. RETRANSMISSÃO RADIOFÔNICA DE OBRAS MUSICAIS NOS APOSENTOS DE HOTEL. RESP PARCIALMENTE PROVIDO. PERDA PARCIAL SUPERVENIENTE DO OBJETO DO RE. PREJUDICIALIDADE QUANTO AO PONTO ESPECÍFICO EM QUESTÃO. EXECUÇÃO DE MÚSICA AO VIVO. LEI Nº 9.610/1998. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA Nº 279 DO STF. REPERCUSSÃO GERAL NÃO EXAMINADA EM FACE DE OUTROS FUNDAMENTOS QUE OBSTAM A ADMISSÃO DO APELO EXTREMO. AGRAVO DESPROVIDO. Decisão: Trata-se de agravo nos próprios autos, interposto com fundamento no artigo 544 do Código de Processo Civil, objetivando a reforma de decisão que inadmitiu recurso extraordinário, manejado com arrimo na alínea a do permissivo constitucional, contra acórdão assim ementado: “APELAÇÃO. PROPRIEDADE INDUSTRIAL E INTELECTUAL. AÇÃO DE COBRANÇA. ECAD. RETRANSMISSÃO RADIOFÔNICA EM QUARTO DE HOTEL. DIREITOS AUTORAIS. EXECUÇÃO DE MÚSICA AO VIVO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PARTE AUTORA.” Em suas razões recursais, sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, alega violação ao artigo 5º, XI, XVII, XXVII e XXVIII, b, da Constituição Federal. O Tribunal a quo negou seguimento ao recurso extraordinário por entender que encontra óbice na Súmula nº 279 do STF. O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar matéria de sua competência, conheceu e deu parcial provimento ao Recurso Especial 1.401.493, Rel. Min. Marco Buzzi, interposto pelo ECAD, “para julgar procedente a demanda, condenado o réu, ora recorrido, ao pagamento de direitos autorais pela execução de obras musicais nos aposentos do hotel em valor a ser apurado em liquidação de sentença” (e-STJ Fls. 657-659). É o relatório. DECIDO. Ab initio, releva anotar que o trânsito em julgado da aludida decisao em 17/11/2015 (e-STJ Fl. 677), que foi parcialmente favorável ao ora recorrente, provocou a perda do objeto de seu recurso extraordinário quanto à mencionada questão. Ex positis, JULGO PREJUDICADO o presente agravo quanto a esse ponto específico, com fundamento no artigo 21, IX, do RISTF. Passo a apreciar o recurso extraordinário do ECAD quanto à questão remanescente – execução de música ao vivo. Ressalte-se que a repercussão geral pressupõe recurso admissível sob o crivo dos demais requisitos constitucionais e processuais de admissibilidade (artigo 323 do RISTF). Consectariamente, se o recurso é inadmissível por outro motivo, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” (artigo 102, § 3º, da CF). Assevere-se que a cobrança de direitos autorais, quando sub judice a controvérsia, não enseja o cabimento de recurso extraordinário, por demandar a análise de legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei nº 9.610/1998). Nesse sentido, AI 854.172, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 20/8/2012, e ARE 802.815-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe de 10/6/2014, com a seguinte ementa: “Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Civil. 3. ECAD. Legitimidade. Cobrança. Matéria infraconstitucional. Incidência dos Enunciados 279 e 454 da Súmula do STF. 4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” Ademais, divergir do entendimento do Tribunal a quo demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos. Não se revela cognoscível, em sede de recurso extraordinário, a insurgência que tem como escopo o incursionamento no contexto fático-probatório engendrado nos autos, porquanto referida pretensão não se amolda à estreita via do apelo extremo, cujo conteúdo se restringe à discussão eminentemente de direito, face ao óbice erigido pela Súmula nº 279 do STF. Sob esse enfoque, ressoa inequívoca a vocação para o insucesso do apelo extremo, por força do óbice intransponível do referido verbete sumular, que veda a esta Suprema Corte, em sede de recurso extraordinário, sindicar matéria fática. Por oportuno, vale destacar preciosa lição de Roberto Rosas acerca da Súmula nº 279 do STF: “Chiovenda nos dá os limites da distinção entre questão de fato e questão de direito. A questão de fato consiste em verificar se existem as circunstâncias com base nas quais deve o juiz, de acordo com a lei, considerar existentes determinados fatos concretos. A questão de direito consiste na focalização, primeiro, se a norma, a que o autor se refere, existe, como norma abstrata (Instituições de Direito Processual, 2ª ed., v. I/175). Não é estranha a qualificação jurídica dos fatos dados como provados (RT 275/884 e 226/583). Já se refere a matéria de fato quando a decisão assenta no processo de livre convencimento do julgador (RE 64.051, Rel. Min. Djaci Falcão, RTJ 47/276); não cabe o recurso extraordinário quando o acórdão recorrido deu determinada qualificação jurídica a fatos delituosos e se pretende atribuir aos mesmos fatos outra configuração, quando essa pretensão exige reexame de provas (ERE 58.714, Relator para o acórdão o Min. Amaral Santos, RTJ 46/821). No processo penal, a verificação entre a qualificação de motivo fútil ou estado de embriaguez para a apenação importa matéria de fato, insuscetível de reexame no recurso extraordinário (RE 63.226, Rel. Min. Eloy da Rocha, RTJ 46/666). A Súmula 279 é peremptória: ‘Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário’. Não se vislumbrariaa existência da questão federal motivadora do recurso extraordinário. O juiz dá a valoração mais conveniente aos elementos probatórios, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes. Não se confunda com o critério legal da valorização da prova (RTJ 37/480, 56/65)(Pestana de Aguiar, Comentários ao Código de Processo Civil, 2ª ed., v. VI/40, Ed. RT; Castro Nunes, Teoria e Prática do Poder Judiciário, 1943, p. 383). V. Súmula STJ-7.“ (Direito Sumular. São Paulo: Malheiros, 2012, 14ª Edição, p. 137-138). Ex positis, DESPROVEJO o agravo, com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF. Publique-se. Brasília, 26 de fevereiro de 2016. Ministro Luiz Fux Relator Documento assinado digitalmente.
 Versa este inciso sobre propriedade imaterial, protegendo direitos de utilização, publicação ou a reprodução de obras artísticas, intelectuais ou científicas. Direitos autorais podem ser considerados bens móveis, podendo ser alienado, alugados, doados e cedidos, conquanto que o autor permita tais atos.
 O Direito Autoral é a espécie de propriedade intelectual que tutela a proteção da criação e da utilização de obras intelectuais estéticas, seja na literatura, artes ou ciência. Desta forma, a proteção pelo Direito Autoral visa a pessoa do criador. E, para a proteção deste direito, Bittar indica a existência de três grandes sistemas: o individual, o comercial e o coletivo: “O sistema individual é o baseado na Convenção de Berna, sendo o adotado pelo Brasil. Seu objeto é voltado para a proteção subjetiva, ou seja, para a proteção dos direitos do autor como criador de forma exclusiva, dispensando maiores formalidades, como o registro da obra. Este sistema permite a participação do autor da obra em todos os meios econômicos decorrentes de sua criação, sendo corolários os seguintes direitos: limitação do alcance de convenções internacionais celebradas pelo autor para a exploração da obra e o da interpretação estrita das mesmas em favor dos interesses do criador. Também, de outro lado, há o sistema comercial, mais conhecido como copyright, modelo seguido pelos países anglo-saxões. Sua fundamentação é a proteção objetiva da obra como um direito de propriedade, não mais dos direitos do autor como criador, entendendo que a atividade inventiva e criadora do autor se dá em prol da expansão da cultura e da ciência. Assim, funda-se na reprodução, distribuição, exibição, execução, e transformação da obra ou em parte da obra, exigindo-se uma série de formalidades, e desta forma, deixando de lado qualquer proteção à criação em si.”[7: BITTAR, Carlos Alberto apud Marlus Eduardo Faria Losso. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5806. Acesso: 25.03.2016.]
Artigo 5°, XXVIII: “são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
EMENTA: DIREITO DE ARENA - NATUREZA JURÍDICA. A participação do atleta profissional nos rendimentos auferidos pela sociedade desportiva, pela venda dos espetáculos de futebol às empresas que exploram os meios de comunicação, constitui o denominado direito de arena, espécie do direito de imagem, ambos assegurados pelo art. 5º, inciso XXVIII, alínea a da Constituição da República . A cessão onerosa desses bens, atributos da personalidade, é negócio mercantil e acessório do contrato de trabalho, cujo pagamento não se confunde com parcela salarial. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0002475-
73.2012.5.03.0106 RO; Data de Publicação: 25/09/2013; Disponibilização: 24/09/2013, DEJT, Página 80; Órgão Julgador: Segunda Turma; Relator: Anemar Pereira Amaral; Revisor: Jales Valadao Cardoso) (destaques acrescidos).
Julgo improcedente o pedido, afastando a natureza salarial da parcela descrita como" direito de imagem ".
 Trata o presente inciso da proteção às obras coletivas como peças de teatros, filmes, novelas, atividades desportivas, enfim, obras que envolvam em sua realização a participação de grande numero de pessoas. A alínea “a” visa a proteção do criador ou inventor de uma obra, enquanto que a alínea “b”, trata da fiscalização do recurso econômico empregado e do que retorna “aos bolsos” dos envolvidos neste tipo de obras. Cabe fiscalizar esses recursos quem participou de sua criação. Quando um livro é lançado por dois autores, cada um deles terá direito a participação individual, e proporcional, nas vendas desse livro. Quando a rede globo lança um CD da nova novela das oito, cada banda que toca uma das músicas terá direito proporcional e individual nas vendas daquele CD, assim como o ator ou atriz que saiu na capa desse CD também terá direitos autorais por explorarem sua imagem.
 Para Eliane Yachou Abrao neste inciso, “ nota-se uma mistura generalizada de conceitos: direito autoral (obras coletivas) funde-se com direitos de personalidade (imagem e voz), que por sua vez desembocam no chamado direito de arena (direitos das pessoas dos jogadores na transmissão das atividades desportivas).[8: http://www2.uol.com.br/direitoautoral/artigo05.htm acesso em 21/03/2016 às 23:54.]
Artigo 5°, XXIX: “a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;”
REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA STF 279. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 5º, II, XXII, XXIX, XXXV, XXXVI, LIV e LV, E 93, IX, DA CF/88: INEXISTÊNCIA. OFENSA REFLEXA. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se firmou no sentido de que a discussão sobre as espécies prescricionais aplicáveis às relações trabalhistas, se total ou parcial, bem como as demandas alusivas ao pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, não possuem índole constitucional, pois demandam o reexame da legislação ordinária aplicada à espécie, o que inviabiliza o trânsito do recurso extraordinário. Precedentes 2. A questão referente à alegação de inexistência de vínculo empregatício entre o agravante e o agravado depende do reexame de fatos e provas, hipótese inviável em sede extraordinária. Incide, na espécie, o óbice da Súmula STF 279. 3. A jurisprudência desta Corte está sedimentada no sentido de que as alegações de violação a incisos do artigo 5º da Constituição Federal – legalidade, prestação jurisdicional, direito adquirido, ato jurídico perfeito, limites da coisa julgada, devido processo legal, contraditório e ampla defesa – podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário. 4. Quanto à alegação de ofensa ao art. 93, IX, da CF/88, verifica-se que o acórdão contém motivação suficiente e adequada. O fato de ter sido contrário aos interesses da parte não configura ofensa ao referido dispositivo constitucional. Precedentes. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AI 832987 AgR, Relator (a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011, DJe-093 DIVULG 17-05-2011 PUBLIC 18-05-2011 EMENT VOL-02524-01 PP-00335).
 Cuida tal inciso da proteção aos direitos de indústria no concernente à sua propriedade. São consideradas por intermédio da norma infraconstitucional 9279/96, como bens moveis. Assegura o presente inciso à proteção aos autores dos inventos industriais resguardando-se à autoria de tais produções, contudo prevalecendo a hierarquização dos direitos coletivos sobre os individuais.
 Para Eliane Yachou Abrao, esta proteção permitiu que ocorra uma ampliação da produção onde “ as marcas ganharam a vastidão da expressão "outros sinais distintos" e o nome de empresa parte do acervo intangível da

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