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DIREITO EMPRSARIAL I - Introdução

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DIREITO EMPRSARIAL I
I - A evolução do Direito Empresarial:
corporações de ofício → teoria dos atos de comércio → teoria da empresa
1º Momento: CORPORAÇÕES DE OFÍCIO: O direito empresarial na sua forma mais básica surgiu na Idade Média. Adotada um sistema subjetivo, pois só era considerado comerciante aquele que tivesse registro nas corporações de ofício.
	
Sistema Subjetivo: Nesse momento, há uma divisão entre o direito civil e o direito empresarial. Suas características eram:
• O direito empresarial era aplicado a apenas aqueles comerciantes matriculados nas corporações de ofício.
	• Aumento da burguesia: passa a ser governo da sociedade urbana
• Aumento do direito especial: era apenas dos matriculados, mas se expande aos que não eram comerciantes
Obs: Nessa época, era indispensavel o registro para que a pessoa fosse considerada comerciante, era considerado titulo de regularidade.
2º momento: TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO: Passa-se a ter a adoação de um sistemao objetivo.
	
Sistema Objetivo: Suas características são:
• Preza-se nesse momento pelo tipo de comércio, o tipo de atividade que vai ser exercida, deixando de importar quem é a pessoa que realiza a atividade comercial. 
	• Expansão dos direitos dos comerciantes; (industrialização do direito mercantil)
	• Qualquer pessoa poderia realizar o ato de comércio, mesmo sem registro
Obs: O Código Comercial de 1850 do Brasil não trazia uma definição de atos de comércio e nem o alcance de sua abrangência, dessa forma, coube ao regulamento 737 de 1850 fazer essas enumerações.
Porém, com o passar do tempo, esse regulamento não dava mais conta dos atos de comércio que surgiam com a evolução da industrialização. Daí veio a necessidade de mudança, que ocorreu com o surgimento da Teoria da Empresa, advinda com o Código Civil de 2002.
3º momento: TEORIA DA EMPRESA: Nesse momento, retorna-se a um Sistema Subjetivo, porém, diferente daquele adotado durante a Teoria das Corporações de Oficio. Adota-se um Sistema Subjetivo mais moderno, que surge no Brasil junto com o CC/02. É subjetivo porque será considerado empresário somente aquele que cumprir os requisitos do art. 966 CC. Suas características são:
	• Nesse momento, o conceito de empresário é mais abrangente, o direito mercantial se expande para outros profissionais que antes estavam excluidos do sistema objetivo dos atos de comércio.
	• É necessário organizar a atividade do ponto de vista economico para que exista a empresa e, por consequência, o empresário
	• Deixa-se de cuidar de determinadas atividades (as de mercancia) e passa a disciplinar uma forma específica de produzir ou circular bens ou serviços: a empresarial.
Obs: Atualmente, adota-se a Teoria da Empresa, desde o seu surgimento junto com o Código Civil de 2002. Antes de 2002 havia uma dictomia: Código Civil e Código Comercial. Com o CC/02 houve uma junção e os arts. do Código Comercial foram inseridos no Código Civil. Somente a parte que versa sobre Direito Marítimo, no Código Comercial, que não foi revogada e nem inserida no CC/02.
 Porém, o fato do Direito Empresarial estar inserido no Código Civil não exclui a autonomia de cada um.
II- Unificação do Direito Privado:
	
Parte da doutrina entende que com a adoação da teoria da empresa pelo CC/02 houve uma unificação total do direito privado. Por outro lado, a outra parte da doutrina alega que, na verdade, o que ocorreu foi a unificação de parte da legislação do direito empresarial com o direito civil.
III- Fontes do Direito Empresarial:
	Fontes primárias: CF/88, CC/02, CCOM/50 e leis esparsas.
	Fontes secundárias: analogias, costumes e costumes gerais do direito.
V - Características do Direito Empresarial
	• Cosmopolista: o direito empresarial na sua prática ultrapassa as barreiras geográficas;
	• Fragmentarismo: Ele se encontra expresso em várias legislações;
• Informalismo: o empresário para se sobresair no mercado necessidade de se abster do excesso de formalidade;
• Elasticidade: O mercado está em constante modificação, portanto a Empres/o Empresário precisa se adequar ao período presente. É preciso ter um caráter inovador e dinâmico.
	• Onerosidade: visa lucro.
V - Princípios do Direito Empresarial
	1º Princípio da Livre Iniciativa: A princípio, qualquer pessoa pode abrir o seu próprio negócio, segundo o art. 966 CC/02, sendo assim, é livre o início de uma atividade comercial. Tal princípio está ligado a busca por lucratividade e isso não ocorreria se os empresários não tivessem liberdade de iniciativa.
Como dizia Eros Grau, "Da liberdade de exercer uma atividade empresarial é preciso seguir 2 obrigações:
	- Obrigação de fazer;
	- Não causar danos a terceiros.”
	2º Princícipio da Livre Concorrência: É consequencia do principio da livre iniciativa. É importante ser asseguraado a possibilidade de novos concorrentes;
	
3º Princípio da Função Social: A função social não afasta o lucro, porém, outros elementos que circundam a empresa. Lei complementar nº 6404/76 - art. 116 parágrafo único/ Lei complementar nº 11.101/05.
VI – Conceito de Empresário/Empresa
	Empresário é definido na lei como profissional exercente de “atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” ( art. 966 CC). Dessa definição, destacam-se as noções de profissionalimos, atividade econômica organizada e produção ou circulação de bens ou serviços.
PROFISSIONALISMO: A noção de exercício profissional de certa atividade é associada a considerações de 3 ordens: a habitualidade, pois não se considera profissional quem realiza tarefas de modo esporádico, não será empresário, por conseguinte, aquele que organizar episodicamente a produção de certa mercadoria; a pessoalidade, pois no exercício da atividade empresarial, o empresário deve contratar empregados, são esses que, materialmente falando, produzem ou fazem circular os bens ou serviços; e, por ultimo, o monopólio das informações, que o empresário detém sobre o produto ou serviço objeto de sua empresa, porque como profissional, o empresário tem o dever de todos os aspectos dos bens ou serviços por ele fornecidos, bem como informar amplamente os consumidores e usuários.
ATIVIDADE: Pois empresa é uma atividade: a de produção ou circulação de bens ou serviços, a empresa, enquanto atividade, não se confunde com o sujeito de direito que a explora, o empresário, é ele que fale ou importe mercadorias.
ECONOMICA: Pois busca gerar lucro para quem a explora.
ORGANIZADA: Uma empresa é organizada quando nela se encontram articulados os 4 fatores de produção: capital, mão de obra, tecnologia e insumos(matéria prima). Não é empresário quem explora atividade de produção ou circulação de bens ou serviços sem algum desses fatores. É necessário a presença de TODOS esses 4 fatores para que se configure empresário. A tecnologia, ressalta-se, não precisa ser necessariamente de ponta para que se caracterize a empresarialidade.
PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS: É a fabricação de produtos ou mercadorias. Produção de serviços, por sua vez, é a prestação de serviços. Ex de produtores de bens: montadoras de veículos, fábricas de eletrodomésticos, etc. Ex de produtores de serviços: bancos, seguradoras, hospitais, escolas, estacionamentos, provedores de acesso à internet, etc.
CIRCULAÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS: A atividade de circular bens é a do comércio, em sua manifestação originária: ir buscar o bem no produtor para trazê-lo ao consumidor. Já circular serviços é intermediar a prestação de serviços, ex: a agencia de turismo não presta os serviços de transporte aéreo, translador e hospedagem, mas, ao montar um pacote de viagem, os intermedeia.
BENS OU SERVIÇOS: Bens são corpóreos, enquanto os serviços não tem materialidade.
Obs: Não há duvidas, que na caracterização de empresário, de que o comércio eletrônico, em todas as suas varias manifestações, é atividade empresarial.
VII – Empresário Individual
	O empresário pode ser pessoa física ou jurídica.No caso de pessoa física, denomina-se empresário individual, já no caso de pessoa jurídica, sociedade empresária.
Obs: as regras que são aplicadas ao empresário individual não se aplicam aos sócios de uma sociedade empresária.
	Antes do início de suas atividades, o empresário deve promover a sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, cuja função é das Juntas Comerciais sob fiscalização e supervisão do Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC.
	Há uma limitação quanto ao tipo de atividade pode ser explorada pelo Empresário Individual. Dessa forma, em regra, ele não poderá explorar atividade economicamente importante, pois esses tipos de negócios exigem grandes investimentos e o risco de insucesso é grande. Assim, aos Empresários Individuas sobram os negócios rudimentares e marginais, muitas vezes ambulantes. Ex: varejo de produtos, confecção de bijuterias, de doces, quiosques, bancas de frutas, pasteis, etc.
	Já em relação às pessoas físicas, o exercício de atividade empresarial é verdade em 2 hipóteses: Em relação a capacidade(arts. 972, 974 a 976 CC) e quando a proteção de terceiros e proibições ao exercício da empresa(art. 973 CC).
	Para ser empresário individual, a pessoa deve encontrar-se em pleno gozo de sua capacidade civil. Não tem capacidade para exercer empresa, portanto, os elencados nos arts. 3º e 4º do Código Civil. Destaca-se que o menor emancipado, exatamente por se encontrar no pleno gozo de sua capacidade jurídica, pode exercer empresa como o maior.
	No interesse do incapaz, prevê a lei hipótese excepcional de exercício da empresa: pode ser empresário individual o incapaz autorizado pelo juiz. O instrumento dessa autorização denomina-se alvará. A circunstancia em que cabe essa autorização é especialíssima, ela só poderá ser concedida pelo judiciário para o incapaz continuar exercendo a empresa que ele mesmo construiu enquanto ainda era capaz ou foi construída por seus pais ou por pessoa de quem o incapaz é sucessor. Porém, não há previsão legal para que o juiz autorize a um incapaz a dar início a novo empreendimento. 
	O exercício da empresa por incapaz é feito mediante representação ou assistência. Se o representando ou o assistente dor ou estiver proibido de exercer empresa, nomeia-se, com aprovação do juiz, um gerente.
	o empresário individual tem natureza jurídica de pessoa natural, pois o empresário individual é a própria pessoa natural, respondendo os seus próprios bens pelas obrigações que assumiu, quer sejam civis ou comerciais
OBS: VER SOBRE RESPONSABILIDADE DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL.

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