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COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO SOCIAL BRASILEIRA - Aula 01

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Narrativa fantasiosa, simbólica, gereralmente com elementos 
sobrenaturais, transmitida pela tradição oral de um povo. 
Acontecimento ou fato extraordinário, incomum, com frequência 
exagerado e distorcido pela imaginação popular ou pelos meios de 
comunicação. 
Representação idealizada de uma época passada ou futura da 
humanidade. 
Noção falsa ou infundada. 
O mito é a justificação 
retrospectiva dos elementos 
fundamentais que constituem 
a cultura de um grupo. O 
mito não é simples narrativa, 
nem forma de ciência, nem 
ramo de arte ou de história, 
nem narração explicativa. 
Cumpre uma função sui 
generis, intimamente ligada 
à natureza da tradição, à 
continuidade da cultura, à 
relação entre maturidade e 
juventude e à atitude 
humana em relação ao 
passado. 
A função do mito é, em 
resumo, reforçar a tradição e 
dar-lhe maior valor e 
prestígio, vinculando-a à 
mais elevada, melhor e mais 
sobrenatural realidade dos 
acontecimentos iniciais. 
 Cada mudança histórica cria sua 
mitologia, que, no entanto, tem relação 
indireta com o fato histórico. 
 O mito é acompanhamento 
constante da fé viva, que precisa de 
milagres, do status sociológico, que 
pede precedentes, da norma moral, 
que exige sanção" 
MALINOWSKI,Bronislaw. Myth in Primitive Psychology 
É a obrigação de responder 
pelas próprias ações, e 
pressupõe que tais atos se 
apoiam em razões ou 
motivos. 
 Estar em condições de 
responder pelos atos 
praticados, de justificar 
as razões das próprias 
ações. 
Trata-se do cargo ou da 
obrigação moral que um sujeito 
tem pelos possíveis erros 
cometidos perante uma 
determinada situação. 
... do grego “respon” que 
significa independência; e do 
latim “sabili”, que significa 
sábio. 
... do latim “responsabilitas”, de 
“respondere”, que significa 
responder. 
A palavra RESPONSABILIDADE surge 
das discussões sobre determinismo e 
livre-arbítrio, pois muitos defendem 
que se não há livre-arbítrio não pode 
haver responsabilidade individual. 
“É uma falta de 
responsabilidade 
esperarmos que alguém 
faça as coisas por nós.” 
John Lennon 
FIM 
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 
DISCIPLINA: 
COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO SOCIAL BRASILEIRA 
1.1. Conceito de Comunicação. 
 UNIDADE I – COMUNICAÇÃO E HISTÓRIA 
1.2. A relação da Comunicação 
 com a História. 
1.2. Conceitos de estrutura, 
 conjuntura e processo. 
1.1. Conceito de Comunicação. 
3.3 As duas grandes noções de comunicação 
De acordo com Raymond Williams, a palavra 
comunicação surgiu em língua inglesa no século 
XV como “nome de acção”, derivada do latim 
communicare, que significa “tornar comum a 
muitos, partilhar”; pelos fins do mesmo século, 
passa a designar também o objecto que é 
tornado comum, “uma comunicação”. A partir 
dos finais do século XVII, a palavra estende o seu 
campo semântico aos meios e vias de 
comunicação como estradas, canais e caminhos-
de-ferro, etc., confundindo-se a comunicação, de 
informações e ideias, com o transporte, de coisas 
e pessoas. 
Já no século XX, sobretudo a partir dos anos 20 e 
primeiro nos EUA, a palavra comunicação passa a 
designar predominantemente os media como a 
imprensa ou a rádio, distinguindo-se, assim, de 
forma clara entre a indústria da comunicação 
propriamente dita e a indústria de transportes. 
Como sublinha ainda Williams, já enquanto 
nome de acção a palavra comunicação envolve 
um sentido duplo: ela pode ser (e é) interpretada 
seja como transmissão, “um processo de sentido 
único”, seja como partilha, “um processo comum 
ou mútuo”.17 
Ao juntar, num mesmo campo semântico, a ideia 
de partilha e de comunhão, por um lado, e a de 
transmissão, por outro, a linguagem comum não 
só antecipa como acaba por fundar a linguagem 
dos (futuros) estudiosos e teóricos da 
comunicação. Assim, em artigo publicado em 
1975, James Carey afirma que podemos 
distinguir duas grandes “visões” da 
comunicação: 1) como “transmissão” 
(transmission view of communication) – que, diz, 
“é a mais comum na nossa cultura” e “é definida 
com termos como fornecer, enviar, transmitir ou 
dar informação a outros. 
É formada a partir de uma metáfora de geografia 
ou transporte. (...) O centro desta ideia de 
comunicação é a transmissão de sinais ou 
mensagens à distância com a finalidade de 
controle”18; 2) como “ritual” (ritual view of 
communication) – de acordo com a qual “a 
comunicação está associada a termos como 
partilha, participação, associação, camaradagem 
e a posse de uma fé comum. 
Uma visão ritual da comunicação está orientada 
não para a extensão das mensagens no espaço, 
mas sim para a manutenção da sociedade no 
tempo; não para o acto de fornecer informação, 
mas sim para a representação de crenças 
partilhadas”.19 Como observa McQuail, ao 
discutir ambos os modelos – a que junta o 
“publicitário” e o “de recepção” –, o modelo 
transmissivo tem mais a ver com as ciências 
sociais, em particular a sociologia, e o ritual ou 
“culturalista” tem mais a ver com as 
humanidades, nomeadamente a literatura, a 
linguística e a filosofia.20 
De forma análoga à de Carey, e ainda que 
utilizando uma terminologia algo diferente, John 
Fiske defende que “há duas escolas principais no 
estudo da comunicação”: 1) A processual, que 
concebe a comunicação como “transmissão de 
mensagens” através da qual se procura produzir 
um determinado “efeito” sobre os receptores, se 
centra nas questões da eficácia e da exactidão da 
comunicação e se relaciona sobretudo com as 
ciências sociais, nomeadamente a sociologia e a 
psicologia; 
2) A semiótica, que concebe a comunicação como 
“produção e troca de significados” resultante da 
interacção das pessoas com as mensagens ou 
textos, e se centra nas questões relativas às 
diferenças culturais entre “emissores” e 
“receptores” e relaciona sobretudo com 
disciplinas como a linguística e do domínio das 
artes.21 
E se, na sequência de Gerbner, Fiske propõe a 
definição de comunicação como “interacção 
social através de mensagens”, não deixa de 
observar que ambas as “escolas” interpretam de 
forma diferente quer o conceito de “interacção 
social” quer o conceito de “mensagem”. Assim, 
mais concretamente: 1) Conceito de “interacção 
social” – para a escola processual, ela é “o 
processo pelo qual uma pessoa se relaciona com 
outras ou afecta o comportamento, estado de 
espírito ou reacção emocional de outra e, é claro, 
vice-versa”; 
E se, na sequência de Gerbner, Fiske propõe a 
definição de comunicação como “interacção 
social através de mensagens”, não deixa de 
observar que ambas as “escolas” interpretam de 
forma diferente quer o conceito de “interacção 
social” quer o conceito de “mensagem”. Assim, 
mais concretamente: 1) Conceito de “interacção 
social” – para a escola processual, ela é “o 
processo pelo qual uma pessoa se relaciona com 
outras ou afecta o comportamento, estado de 
espírito ou reacção emocional de outra e, é claro, 
vice-versa”; 
para a escola semiótica, ela é “aquilo que 
constitui o indivíduo como membro de uma 
cultura ou sociedade determinadas”; 2) Conceito 
de “mensagem”: para a escola processual, é “o 
que é transmitido pelo processo de 
comunicação”, de modo necessariamente 
intencional, segundo alguns, mesmo de modo 
não intencional, segundo outros; para a escola 
semiótica, é “uma construção de signos que, 
pela interacção com os receptores, produzem 
significados”.22 
No que se refere à relação entre ambos os paradigmas – 
“ideias” ou “escolas”– da comunicação, nem Carey 
nem Fiske defendem que eles sejam incompatíveis. No 
entanto, enquanto que para Fiske eles podem, 
simultaneamente, complementar-se um ao outro em 
certos pontos e entrar em conflito noutros,23 já para 
Carey a comunicação como transmissão acaba por 
subsumir-se na comunicação como ritual, que 
necessariamente (a primeira) pressupõe para que possa 
efectuar-se – pelo que se poderá definir a comunicação, 
nos seu conjunto, como “o verdadeiro processo social 
mediante o qual as formas simbólicas significantes são 
criadas, apreendidas e usadas”24 ou, ainda, “um 
processo simbólico mediante o qual a realidade é 
criada, partilhada, modificada e preservada”.25 
1.2. A relação da Comunicação com a História.

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