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Narrativa fantasiosa, simbólica, gereralmente com elementos sobrenaturais, transmitida pela tradição oral de um povo. Acontecimento ou fato extraordinário, incomum, com frequência exagerado e distorcido pela imaginação popular ou pelos meios de comunicação. Representação idealizada de uma época passada ou futura da humanidade. Noção falsa ou infundada. O mito é a justificação retrospectiva dos elementos fundamentais que constituem a cultura de um grupo. O mito não é simples narrativa, nem forma de ciência, nem ramo de arte ou de história, nem narração explicativa. Cumpre uma função sui generis, intimamente ligada à natureza da tradição, à continuidade da cultura, à relação entre maturidade e juventude e à atitude humana em relação ao passado. A função do mito é, em resumo, reforçar a tradição e dar-lhe maior valor e prestígio, vinculando-a à mais elevada, melhor e mais sobrenatural realidade dos acontecimentos iniciais. Cada mudança histórica cria sua mitologia, que, no entanto, tem relação indireta com o fato histórico. O mito é acompanhamento constante da fé viva, que precisa de milagres, do status sociológico, que pede precedentes, da norma moral, que exige sanção" MALINOWSKI,Bronislaw. Myth in Primitive Psychology É a obrigação de responder pelas próprias ações, e pressupõe que tais atos se apoiam em razões ou motivos. Estar em condições de responder pelos atos praticados, de justificar as razões das próprias ações. Trata-se do cargo ou da obrigação moral que um sujeito tem pelos possíveis erros cometidos perante uma determinada situação. ... do grego “respon” que significa independência; e do latim “sabili”, que significa sábio. ... do latim “responsabilitas”, de “respondere”, que significa responder. A palavra RESPONSABILIDADE surge das discussões sobre determinismo e livre-arbítrio, pois muitos defendem que se não há livre-arbítrio não pode haver responsabilidade individual. “É uma falta de responsabilidade esperarmos que alguém faça as coisas por nós.” John Lennon FIM CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO E FORMAÇÃO SOCIAL BRASILEIRA 1.1. Conceito de Comunicação. UNIDADE I – COMUNICAÇÃO E HISTÓRIA 1.2. A relação da Comunicação com a História. 1.2. Conceitos de estrutura, conjuntura e processo. 1.1. Conceito de Comunicação. 3.3 As duas grandes noções de comunicação De acordo com Raymond Williams, a palavra comunicação surgiu em língua inglesa no século XV como “nome de acção”, derivada do latim communicare, que significa “tornar comum a muitos, partilhar”; pelos fins do mesmo século, passa a designar também o objecto que é tornado comum, “uma comunicação”. A partir dos finais do século XVII, a palavra estende o seu campo semântico aos meios e vias de comunicação como estradas, canais e caminhos- de-ferro, etc., confundindo-se a comunicação, de informações e ideias, com o transporte, de coisas e pessoas. Já no século XX, sobretudo a partir dos anos 20 e primeiro nos EUA, a palavra comunicação passa a designar predominantemente os media como a imprensa ou a rádio, distinguindo-se, assim, de forma clara entre a indústria da comunicação propriamente dita e a indústria de transportes. Como sublinha ainda Williams, já enquanto nome de acção a palavra comunicação envolve um sentido duplo: ela pode ser (e é) interpretada seja como transmissão, “um processo de sentido único”, seja como partilha, “um processo comum ou mútuo”.17 Ao juntar, num mesmo campo semântico, a ideia de partilha e de comunhão, por um lado, e a de transmissão, por outro, a linguagem comum não só antecipa como acaba por fundar a linguagem dos (futuros) estudiosos e teóricos da comunicação. Assim, em artigo publicado em 1975, James Carey afirma que podemos distinguir duas grandes “visões” da comunicação: 1) como “transmissão” (transmission view of communication) – que, diz, “é a mais comum na nossa cultura” e “é definida com termos como fornecer, enviar, transmitir ou dar informação a outros. É formada a partir de uma metáfora de geografia ou transporte. (...) O centro desta ideia de comunicação é a transmissão de sinais ou mensagens à distância com a finalidade de controle”18; 2) como “ritual” (ritual view of communication) – de acordo com a qual “a comunicação está associada a termos como partilha, participação, associação, camaradagem e a posse de uma fé comum. Uma visão ritual da comunicação está orientada não para a extensão das mensagens no espaço, mas sim para a manutenção da sociedade no tempo; não para o acto de fornecer informação, mas sim para a representação de crenças partilhadas”.19 Como observa McQuail, ao discutir ambos os modelos – a que junta o “publicitário” e o “de recepção” –, o modelo transmissivo tem mais a ver com as ciências sociais, em particular a sociologia, e o ritual ou “culturalista” tem mais a ver com as humanidades, nomeadamente a literatura, a linguística e a filosofia.20 De forma análoga à de Carey, e ainda que utilizando uma terminologia algo diferente, John Fiske defende que “há duas escolas principais no estudo da comunicação”: 1) A processual, que concebe a comunicação como “transmissão de mensagens” através da qual se procura produzir um determinado “efeito” sobre os receptores, se centra nas questões da eficácia e da exactidão da comunicação e se relaciona sobretudo com as ciências sociais, nomeadamente a sociologia e a psicologia; 2) A semiótica, que concebe a comunicação como “produção e troca de significados” resultante da interacção das pessoas com as mensagens ou textos, e se centra nas questões relativas às diferenças culturais entre “emissores” e “receptores” e relaciona sobretudo com disciplinas como a linguística e do domínio das artes.21 E se, na sequência de Gerbner, Fiske propõe a definição de comunicação como “interacção social através de mensagens”, não deixa de observar que ambas as “escolas” interpretam de forma diferente quer o conceito de “interacção social” quer o conceito de “mensagem”. Assim, mais concretamente: 1) Conceito de “interacção social” – para a escola processual, ela é “o processo pelo qual uma pessoa se relaciona com outras ou afecta o comportamento, estado de espírito ou reacção emocional de outra e, é claro, vice-versa”; E se, na sequência de Gerbner, Fiske propõe a definição de comunicação como “interacção social através de mensagens”, não deixa de observar que ambas as “escolas” interpretam de forma diferente quer o conceito de “interacção social” quer o conceito de “mensagem”. Assim, mais concretamente: 1) Conceito de “interacção social” – para a escola processual, ela é “o processo pelo qual uma pessoa se relaciona com outras ou afecta o comportamento, estado de espírito ou reacção emocional de outra e, é claro, vice-versa”; para a escola semiótica, ela é “aquilo que constitui o indivíduo como membro de uma cultura ou sociedade determinadas”; 2) Conceito de “mensagem”: para a escola processual, é “o que é transmitido pelo processo de comunicação”, de modo necessariamente intencional, segundo alguns, mesmo de modo não intencional, segundo outros; para a escola semiótica, é “uma construção de signos que, pela interacção com os receptores, produzem significados”.22 No que se refere à relação entre ambos os paradigmas – “ideias” ou “escolas”– da comunicação, nem Carey nem Fiske defendem que eles sejam incompatíveis. No entanto, enquanto que para Fiske eles podem, simultaneamente, complementar-se um ao outro em certos pontos e entrar em conflito noutros,23 já para Carey a comunicação como transmissão acaba por subsumir-se na comunicação como ritual, que necessariamente (a primeira) pressupõe para que possa efectuar-se – pelo que se poderá definir a comunicação, nos seu conjunto, como “o verdadeiro processo social mediante o qual as formas simbólicas significantes são criadas, apreendidas e usadas”24 ou, ainda, “um processo simbólico mediante o qual a realidade é criada, partilhada, modificada e preservada”.25 1.2. A relação da Comunicação com a História.
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