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Direito Constitucional I PI

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Direito Constitucional I – PI
Neoconstitucionalismo: Concretização das prestações materiais no estado democrático de direito. Visa-se, dentro dessa nova realidade, não mais apenas atrelar o constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas, acima de tudo, busca-se a eficácia da Constituição, deixando o texto de ter um caráter meramente retórico e passando a ser mais efetivo, sobretudo diante da expectativa de concretização dos direitos fundamentais. 
Principais características: 
Positivação e concretização dos direitos fundamentais
Onipresença de regras e princípios
Inovações hermenêuticas
Densificação da força normativa do estado
Desenvolvimento da justiça distributiva
O caráter ideológico do constitucionalismo moderno era apenas o de limitar o poder, o caráter ideológico do neoconstitucionalismo é o de concretizar os direitos fundamentais. 
	CONSTITUCIONALISMO MODERNO
	NEOCONSTITUCIONALISMO
	Hierarquia entre as normas
	Hierarquia entre normas não apenas formal, mas também axiológica – valor 
	Limitação do poder 
	Concretização dos direitos fundamentais
Pontos marcantes do neoconstitucionalismo:
Constituição como:
Centro do sistema
Norma Jurídica – imperatividade e superioridade
Carga valorativa – axiológica – dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais 
Eficácia irradiante em relação aos Poderes e mesmo aos particulares
Concretização dos valores constitucionalizados 
Garantia de condições dignas mínimas 
Supera-se a ideia de Estado Legislativo de Direito, passando a Constituição a ser o centro do sistema. A lei e os Poderes Públicos, então, devem não só observar a forma prescrita na Constituição, mas, acima de tudo, estar em consonância com o seu espírito, o seu caráter axiológico e os seus valores destacados. Assim, adquire de vez o caráter de norma jurídica dotada de imperatividade, superioridade e centralidade, devendo tudo ser interpretado a partir da Constituição. 
Do ponto de vista material, analisa-se o conteúdo da norma jurídica.
Do ponto de vista formal, analisa-se o procedimento de inserção da norma jurídica. 
Classificação da Constituição:
Quanto à origem:
Outorgada: é imposta unilateralmente pelo detentor de poder político.
Promulgada: é fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo.
Quanto à forma:
Escrita: congrega todas as normas que são consideradas constitucionais em um único documento escrito e organizado, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado. Ex: CF/88 
Costumeira: não está concentrada em um único texto escrito, usa-se diferentes documentos e fontes. Baseia-se nos usos, costumes, jurisprudência etc. Ex: Constituição da Inglaterra.
Quanto à extensão: 
Sintética: limita-se a falar de regras estruturais, são mais enxutas e veiculadoras apenas dos princípios estruturais do Estado. 
Analítica: fala das regras basilares e de diversos outros assuntos, ou seja, todos aqueles que forem considerados relevantes pelo legislador para o texto constitucional. 
Quanto ao conteúdo:
Material: será o texto que contiver as normas fundamentais e estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os direitos e garantias fundamentais. 
Formal: aquela que elege como critério o processo de sua formação, e não o conteúdo de suas normas. 
Quanto à elaboração:
Dogmática: sempre escrita, consubstancia os dogmas estruturais e fundamentais do Estado. Ex: CF/88 Brasil.
Histórica: Constituem-se através de um lento e contínuo processo de formação, ao longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo. Aproximam-se, assim, da costumeira e tem como exemplo a constituição inglesa.
Quanto à alterabilidade:
Rígidas: aquelas que exigem para sua alteração, um processo legislativo mais árduo, mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas não constitucionais. 
Flexíveis: São aquelas constituições que não possuem um processo legislativo de alteração mais dificultoso do que o processo legislativo de alteração das normas infraconstitucionais. Vale dizer que a dificuldade em alterar a constituição é a mesma encontrada para alterar uma lei que não é constitucional. 
Semirrígida: são aquelas tanto rígidas como flexíveis, ou seja, algumas matérias exigem um processo de alteração mais dificultoso do que o exigido para alteração das leis infraconstitucionais, enquanto outras não requerem tal formalidade. 
Super rígida: são aquelas que não podem ser alteradas(cláusulas pétreas). 
Quanto à sistemática: 
Reduzidas: seriam aquelas que se materializariam em um só código básico e sistemático, como as brasileiras. 
Variadas: seriam aquelas que se distribuiriam em vários textos e documentos esparsos, sendo formadas de várias leis constitucionais. 
Codificadas: aquelas que se acham contidas inteiramente num só texto, com os seus princípios e disposições sistematicamente ordenados e articulados em títulos, capítulos, seções, formando em geral um único corpo de lei. 
Quanto à dogmática:
Ortodoxa: formada por uma só ideologia.
Eclética: formada por ideologias conciliatórias. 
Quanto à essência:
Normativa: aquelas em que o processo de poder está de tal forma disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder subordinam-se às determinações do seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
Nominalistas: contêm disposições de limitação e controle de dominação política, sem ressonância na sistemática de processo real de poder, e com insuficiente concretização constitucional. 
Semânticas: são simples reflexos da realidade política, servindo como mero instrumento dos donos do poder e das elites políticas. 
Quanto ao sistema: 
Principiológica: aquela em que predominam os princípios, identificados como normas constitucionais providas de alto grau de abstração, consagradores de valores.
Preceitual: aquela em que prevalecem as regras, individualizadas como normas constitucionais revestidas de pouco grau de abstração, concretizadoras de princípios, pelo que é possível a aplicação coercitiva. 
Quanto à função:
Provisória
Definitiva
Constituição de 88
Promulgada, escrita, analítica, formal, dogmática, rígida, reduzida, eclética, normativa, principiológica, definitiva.
Hermenêutica Constitucional
Mutações Constitucionais x Reformas Constitucionais 
 As constituições devem ser interpretadas, função essa atribuída ao exegeta, que buscará o real significado dos termos constitucionais. Tal função é extremamente importante, na medida em que a Constituição dará validade para as demais normas do ordenamento jurídico (Kelsen). 
 O hermeneuta, levando em consideração a história, as ideologias, as realidades sociais, econômicas e políticas do Estado, definirá o significado do texto constitucional. 
 A interpretação deverá levar em consideração todo o sistema. Em caso de antinomia de normas, buscar-se-á a solução do aparente conflito através de uma interpretação sistemática, orientada pelos princípios constitucionais. 
 Colocadas essas premissas, o sentido da Constituição interpretada pode mostrar-se inadequado. Nessas circunstâncias, dentro dos limites colocados pelo Constituindo originário, poderão ser observadas alterações do ponto de vista formal(reforma) como do informal(mutação). 
Reforma Constitucional: modificação do texto constitucional, mediante mecanismos definidos pelo poder constituinte originário (emendas), alterando, suprimindo ou acrescentando artigos ao texto constitucional. 
Mutação Constitucional: não são alteração “físicas”, “palpáveis”, materialmente perceptíveis, mas sim alterações no significado e sentido interpretativo de um texto constitucional. A transformação não está no texto em si, mas na interpretação daquela regra enunciada. O texto permanece inalterado. 
Mecanismos de mutação constitucional
Interpretação (judicial e administrativa)
Atuação do legislador: verifica-se mutação por atuação do legislador quando, por ato normativo primário, procurar alterar o sentido já dado a alguma norma constitucional.Por via de costumes constitucionais
Regras e princípios 
	REGRAS
	PRINCÍPIOS
	Dimensão da validade, especificidade e vigência.
	Dimensão da importância, peso e valor.
	Conflito entre regras(uma das regras em conflito ou será afastada pelo princípio da especialidade, ou será declarada inválida – cláusula de exceção, que também pode ser entendida como “declaração parcial de invalidade”.
	Colisão entre princípios(não haverá declaração de invalidade de qualquer dos princípios em colisão. Diante das condições do caso concreto, um princípio prevalecerá sobre o outro. 
	“Tudo ou nada”
	Ponderação, balanceamento, sopesamento entre princípios colidentes.
	Mandamentos ou mandados de definição
	Mandamentos ou mandados de otimização.
Métodos de Interpretação
Método jurídico ou hermenêutico clássico: a Constituição deve ser encarada como se fosse lei.
Método tópico-problemático: parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à interpretação um caráter prático na busca da solução dos problemas concretizados. 
Método hermenêutico-concretizador: parte da Constituição para o problema destacando-se os pressupostos subjetivos, objetivos e o círculo hermenêutico.
Pressuposto subjetivo: vale-se de suas pré-compreensões sobre o tema para obter o sentido da norma. 
Pressupostos objetivos: o intérprete atua como mediador entre a norma e a situação concreta, tendo como “pano de fundo” a realidade social. 
Círculo hermenêutico: é o movimento de ir e vir do subjetivo para o objetivo, até que o intérprete chegue a uma conclusão da norma. 
Método científico-espiritual: a análise da norma não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da Constituição. Assim, a Constituição deve ser interpretada como algo dinâmico e que se renova constantemente, no compasso das modificações da vida em sociedade. 
Método normativo-estruturante: para este método, o teor literal de qualquer prescrição de direito positivo é apenas a ponta do iceberg. Todo o resto, o que se pode corresponder a parte mais significativa do intérprete da norma jurídica, e que o intérprete deve levar em conta para realizar o direito, está na atividade feita pelo judiciário visto à administração pública, governo federal etc, em relação à norma analisada. 
Método da comparação constitucional: a interpretação dos institutos se implementa mediante comparação nos vários ordenamentos. 
Princípios da interpretação constitucional
Princípio da unidade: a constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo, e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas. As normas deverão ser vistas como preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios. 
Princípio do efeito integrador: a constituição deve ser interpretada de forma a estabelecer critérios e soluções que reforcem o seu papel de principal norma reguladora das relações sociais. 
Princípio da máxima efetividade: deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social. 
Princípio da justeza ou da conformidade: a CF deve ser paradigma superior para as crises entre os Poderes. 
Princípio da concordância prática ou harmonização: uma vez que todas as normas constitucionais estão no mesmo patamar hierárquico, deve ser garantida a elas a máxima efetividade possível e o hermeneuta da CF deve buscar a harmonização das antinomias aparentes de maneira proporcional no caso concreto. Evitando o sacrifício total de um princípio em relação ao outro princípio em choque. O fundamento principal da ideia de comcordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. 
Princípio da força normativa: os aplicadores da constituição devem conferir a máxima efetividade às normas constitucionais. 
Princípio da interpretação conforme a constituição: resolução de conflito diante de normas polissêmicas. Deve-se preferira que mais se aproxime da constituição e, portanto, que não seja contrária ao texto constitucional. 
Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade: 
Necessidade: por alguns denominada exigibilidade, a adoção da medida que possa restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e não se puder substituí-la por outra menos gravosa. 
Adequação: também chamado de pertinência ou idoneidade, quer significar que o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido. 
Proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a restrição a outros valores constitucionalizados. Pode-se falar em máxima efetividade e mínima restrição.

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