2 - Princpios de Biomecnica e a ELN

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Profª. Eliana Remor Teixeira 
 
 
 
 
Disciplina de ERGONOMIA - Curso de Terapia Ocupacional - MS 092 
Cronograma de aulas do primeiro semestre de 2011 
 
AULA 4 – Princípios de Biomecânica e a ELN 
 
Princípios de Biomecânica 
 No estudo da biomecânica, as leis físicas da mecânica são aplicadas ao corpo 
humano. Assim, podem-se estimar as tensões que ocorrem nos músculos e articulações 
durante uma postura ou movimento. Seguem alguns princípios da biomecânica para a 
ergonomia: 
a) As articulações devem ocupar a posição neutra. 
Para manter uma postura ou realizar um movimento, as articulações devem ser 
conservadas na sua posição neutra, tanto quanto possível. Nesta posição os músculos 
e ligamentos são tensionados ao mínimo, além de os músculos serem capazes de 
liberar a força máxima. 
b) Conservar os pesos próximos ao corpo. 
Quanto mais o peso estiver afastado do corpo, mais os braços serão tensionados e o 
corpo penderá para a frente. As articulações serão mais exigidas, aumentando a 
tensão sobre os músculos. 
c) Evitar flexionar o tronco, ou seja, curvar-se para a frente. 
Quando o tronco pende para a gente, há contração dos músculos e dos ligamentos 
das costas para manter essa posição. A tensão muscular é maior na parte inferior do 
tronco, e surgem dores lombares. 
d) Evitar flexão acentuada da coluna cervical, ou seja, inclinar a cabeça. 
A cabeça de um adulto pesa de 4 a 5 kg. Quando a cabeça se inclina mais de 30 
graus para frente, os músculos cervicais (do pescoço) são tensionados para manter 
essa postura, e começam a aparecer dores cervicais e nos ombros. Logo, a cabeça 
deve ser mantida o mais próximo possível da postura vertical. 
e) Evitar torções do tronco. 
Posturas torcidas do tronco causam tensões indesejáveis nas vértebras. Os discos 
elásticos que existem entre as vértebras são tensionados e os músculos que existem 
nos dois lados da coluna vertebral são submetidos a cargas assimétricas, o que é 
prejudicial. 
f) Evitar movimentos bruscos que produzem picos de tensão. 
Movimentos bruscos podem produzir força excessiva e de curta duração. Esse pico de 
tensão é resultado da aceleração do movimento. O levantamento de carga deve ser 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
Departamento de Saúde Comunitária 
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feito gradualmente. É necessário pré-aquecer a musculatura antes de fazer uma força 
intensa. Os movimentos devem ter um ritmo suave e contínuo. 
g) Alternar posturas e movimentos. 
Nenhuma postura ou movimento repetitivo deve ser mantido por longo período. A 
longo prazo podem produzir lesões nos músculos e articulações. Isso pode ser 
prevenido com alternância de postura ou tarefas. Por exemplo: alternar posições 
sentadas por aquelas em pé ou andando. Pode-se também realizar rodízios periódicos 
de um posto de trabalho para outro, entre os trabalhadores envolvidos em tarefas que 
exigem movimentos repetitivos, desde que os movimentos exigidos nesses postos 
sejam distintos entre si. 
h) Restringir a duração do esforço muscular contínuo, ou seja, contração muscular 
estática. 
A contração muscular estática ocasiona um metabolismo anaeróbico com formação e 
acúmulo de ácido láctico nas terminações nervosas nos músculos envolvidos, 
resultando em fadiga e dor muscular. Para a prevenção da dor e fadiga muscular é 
recomendável restringir a duração do esforço muscular contínuo,alternado o grupo 
muscular exigido nos movimentos para a realização da tarefa. 
i) Prevenir a exaustão muscular. 
Quando ocorre exaustão muscular há uma demora de vários minutos para a 
recuperação. Quanto maior o tempo a que o músculo é submetido a exaustão, maior o 
tempo para a sua recuperação. Para a prevenção da exaustão deve-se evitar exigir 
força excessiva durante a contração muscular. 
j) Pausas curtas e frequentes são melhores. 
A fadiga muscular pode ser reduzida com pequenas pausas distribuídas ao longo da 
jornada. Às vezes essas pausa já existem naturalmente dentro do próprio ciclo de 
trabalho. Caso contrário, é necessário programar pausas periódicas. 
k) 
 
Posturas 
a) Alterne a posição sentada com a em pé e andando, sempre que possível. 
b) Ajuste a posição do assento e a posição do encosto. 
c) Ensine a forma correta de usar a cadeira. 
d) Utilize cadeiras especiais para tarefas específicas. 
e) A altura do posto de trabalho depende da natureza da tarefa. 
f) Compatibilize as alturas da superfície de trabalho e do assento. 
g) Utilize apoio para os pés, se necessário. 
h) Evite manipulações fora do alcance. 
i) Incline a superfície para a leitura (45 º para tarefas que exigem acompanhamento 
visual e 15 º para trabalhos manuais que exigem acompanhamento visual). 
j) Deixe espaço para os membros inferiores sob a superfície de trabalho. 
k) Trabalho em pé 
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É recomendado o trabalho em posição ortostática (em pé) para os casos em que há 
necessidade de deslocamentos freqüentes ou quando há necessidade de aplicar 
força. Nesses casos recomenda-se estar disponível um assento próximo ao posto para 
períodos curtos de descanso. 
 
Trabalho em pé 
a) Alterne a postura em pé com a sentada e andando. 
b) A altura da superfície de trabalho em pé depende da natureza da tarefa. Trabalhos 
leves = superfície de trabalho próximo à linha mamilar; trabalho moderado = 
superfície de trabalho na altura dos cotovelos; trabalhos pesados = superfície de 
trabalho na altura do púbis. 
c) A altura da bancada deve ser ajustável. 
d) Evite utilizar plataformas, pois elas exigem espaço adicional, são difíceis de limpar, 
além da possibilidade de as pessoas tropeçarem. 
e) Reserve espaço suficiente para os membros inferiores. 
f) Evite alcances excessivos. Alcance normal = alcance com o braço e antebraço em 
90 º; alcance máximo = alcance com o braço e antebraço estendidos. 
g) Disponibilize uma superfície inclinada para leituras. 
 
Postura das mãos e braços 
 O trabalho pó longos períodos utilizando as mãos e braços em posturas 
inadequadas pode produzir dores nos punhos, cotovelos e ombros.Quando o punho 
permanece muito flexionado pode haver inflamação dos nervos e tendões, resultando em 
dores e sensação de formigamento nos dedos. 
a) Selecione a ferramenta correta de acordo com a natureza da tarefa. O punho deve 
permanecer alinhado com o antebraço, no uso de ferramentas manuais. 
b) Utilize ferramentas curvas para evitar flexionar o punho. 
c) Alivie o peso das ferramentas manuais deixando-as suspensas por contrapesos ou 
molas. 
d) Faça manutenção periódica dos equipamentos de forma a reduzir a carga de 
trabalho. Exemplo; Facas e serrotes sem corte exigem muito mais força. 
e) Proporcione forma da pega adequada. Pega é a parte da ferramenta, máquina ou 
objeto, segurado pela mão. A pega deve ter um diâmetro de 3 cm e um 
comprimento de 10 cm. 
f) Evite atividade acima do nível dos ombros. 
g) Evite trabalhar com os braços e mãos para trás. Esta postura e movimento 
(empurrar objetos para trás) são freqüentes entre caixas de supermercado. Essa 
postura e movimento podem ser evitados colocando-se uma esteira mecanizada 
para movimentar os produtos e o trabalhador permanecer de frente para a esteira. 
 
Levantamento Manual de Cargas 
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Levantamento de pesos (critérios da Equação do NIOSH). Sempre que possível, 
utilize a equação do National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) 
para estimar o limite de peso recomendado para a tarefa específica ou para 
recomendar melhorias no projeto da tarefa. 
Transporte de cargas 
a) Limite a carga 
b) Conserve a carga próxima ao corpo. 
c) Utilize pega adequada. 
d) Evite carregarvolumes desajeitados. 
e) Evite carregar cargas com uma só mão. 
f) Sempre que possível, utilize equipamento de transporte de carga. 
 
Puxar e empurrar cargas 
a) Limite a força para puxar e empurrar. Carrinhos com peso superior a 700 kg não 
devem ser movidos manualmente. Nos casos em que o peso excede esse limite o 
carrinho deve ser motorizado, como por exemplo, transportadores elétricos 
b) Use o corpo a favor do movimento. 
c) Os carrinhos devem ter pegas adequadas. 
d) O carrinho deve ter duas rodas giratórias. 
e) O piso deve ser duro e nivelado. 
 
Referências Bibliográficas 
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. Tradutor: IIDA, I. São Paulo: Edgard 
Blücher LTDA,1995. 
COUTO, H. A. Princípios de Biomecânica e sua aplicação em ergonomia. In: 
_____Como implantar ergonomia na empresa: a prática dos comitês de ergonomia. Belo 
horizonte: Ergo LTDA, 2002. p. 31-48. 
COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana. Belo 
horizonte: Ergo LTDA, 1995. p. 141-176. 
IIDA, I. Biomecânica ocupacional. In: _____ Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: 
Edgard Blücher LTDA,1998. p. 83-98.