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IBRAIN ALVES PIRES INFLUENCIAS DAS ACÍCULAS DE Pinus elliotti NA GERMINAÇÃO DE Phaseolus vulgaris Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina Fisiologia Vegetal I do Curso de Graduação em Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Orientador: Prof.ª Dr.ª Cyntia Wachowicz. CURITIBA 2013 INTRODUÇÃO Com o aumento da demanda mundial de alimentos, houve uma necessidade de aumentar os índices de produtividade, aos grandes proprietários restou investir em tecnologia no espaço que se tem, mas aos pequenos produtores o recurso foi de buscar novas áreas para aumentar sua renda, ou buscar outras atividades além da agricultura. Um cultivo comumente utilizado em várias regiões é o de Pinus spp. Que cresce em larga escala, desde os grandes silvicultores até os pequenos agricultores familiares, estes últimos que em pequenas áreas para cultivos buscam acrescentar o máximo de atividades possíveis no espaço que lhes resta, tendo como alternativa, a implantação de sistemas agroflorestais, como por exemplo, a produção de feijão ou milho entre as plantações de pínus. Mas nessa associação de cultivo surge um problema, as culturas perenes não se desenvolvem ao redor de Pinus spp. Popularmente acredita-se que as acículas de pinus exercem influencias desfavoráveis quando adicionadas ao solo, sendo consideradas como agentes acidificantes ocasionando um efeito alelopático. O presente trabalho tem por objetivo avaliar se a germinação de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris) tem alguma influencia com a deposição de acículas de Pinus spp., para que se possa saber se no inicio do desenvolvimento da cultura há algum efeito alelopático das acículas que comumente são encontradas sobre o solo. 2 2) MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizados os seguintes materiais para o experimento: Acículas de pínus recém-retiradas da árvore; Sementes de Feijão IPR Tuiuiú; 8 Gerbox para testes de germinação (10x10) e Solução de hipoclorito de Sódio a 2% O experimento foi realizado no Laboratório de Fisiologia Vegetal da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Campus Curitiba, localizada na Rua Imaculada conceição 1155 - Prado Velho. A coleta as acículas foi realizada em Campo Largo – PR poucas horas antes do inicio do experimento, sendo estas retiradas diretamente de uma árvore de Pinus elliotti. O papel filtro utilizado foi recortado em dimensões em torno de 9x9 cm, para que possa se adequar ao gerbox. No laboratório as atividades consistiram primeiramente na assepsia pessoal e dos objetos a serem utilizados. Para os cuidados pessoais além da higiene do corpo e de roupas devidamente limpas é importante o uso de máscara e luvas durante todo o desenvolvimento do projeto. Quanto aos objetos utilizados, a desinfecção consistia em ter o papel filtro autoclavado, os gerbox desinfetados com álcool e as sementes mergulhadas em uma solução de hipoclorito de Sódio a 2% durante 2 minutos. Dos 8 gerbox utilizados para a experimentação, em 4 fez-se a deposição das acículas de pinus, colocando um papel filtro no fundo, uma porção de acículas, mais um papel filtro e então as sementes de feijão com o auxílio de uma pinça, sendo 20 por gerbox, o que totalizava 80 sementes. Os outros 4 gerbox foram utilizados como testemunha, colocando-se 2 papeis-filtro no fundo e depositando então a mesma quantidade de sementes (Figura 1). 3 Após o preparo do experimento, foi realizada a rega, com água deionizada em um pissete, molhando todos os experimentos, tomando o cuidado de aplicar a água pelas paredes do gerbox, a uma quantia que mantivesse a umidade necessária para a germinação, mas que não encharcasse as sementes. Após isso as caixas foram encaminhadas para uma câmara de germinação com temperatura ideal e com incidência de luz direta. O experimento foi acompanhado a cada 24 horas, sendo regado com os mesmos cuidados iniciais e ao mesmo tempo registrado o potencial de germinação de cada gerbox. Figura 1:Experimentos prontos para o início da germinação em 15/08/2013. Testemunha acima das sementes com a deposição das acículas de pinus. 4 3) RESULTADOS E DISCUSSÃO Com o acompanhamento diário do experimento, obteve-se os dados contidos na tabela1 e no gráfico 1. Com acículas de pínus Gerbox Sexta 16/08 Sábado 17/08 Segunda 19/08 Terça 20/08 Quarta 21/08 Quinta 22/08 1 0 12 20 20 20 20 2 0 10 20 20 20 20 3 0 7 19 20 20 20 4 0 9 20 20 20 20 Sementes Germinadas 0 38 79 80 80 80 Testemunha Gerbox Sexta 16/08 Sábado 17/08 Segunda 19/08 Terça 20/08 Quarta 21/08 Quinta 22/08 1 0 8 19 20 20 20 2 2 10 19 19 19 19 3 1 7 14 14 14 14 4 0 10 17 18 18 18 Sementes Germinadas 3 35 69 71 71 71 Gráfico 1: Comparação da germinação de Phaseolus vulgaris com e sem a presença de acículas de Pinus elliotti. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 1 2 4 5 6 7 S e m e n te s G e rm in a s Tempo (em dias) Germinação Com Acículas Testemunha Tabela 1: Registro da germinação de sementes de Phaseolus vulgaris registrados em laboratório. 5 Conforme os dados que podem ser observados na tabela 1, não houve diferença significativa entre os tratamentos com relação ao potencial de germinação das sementes de feijão, pois o percentual final de germinação foi de 100% com a presença de acículas de pinus e de 88,75% para as sementes sujeitas a condições normais. As sementes sujeitas ao contato das acículas de pinus além de atingirem a germinação máxima, apresentaram maior vigor, como pode-se observar na Figura 2. Isso ocorreu pelo fato das acículas não liberarem nenhum resíduo alelopático à germinação, ou talvez em pequenas quantidades, o que favoreceu juntamente com a maior umidade mantida o maior vigor apresentado dentro deste período de desenvolvimento. Segundo experimentos realizados por FERREIRA, C. A. M. (1993), com a deposição de acículas de Pinus elliotti em estado avançado de decomposição na germinação de Lactuca sativa, foram obtidos resultados similares, em que não houve malefícios na germinação, porém o material contribuiu para a aeração e o teor de umidade do solo, favorecendo desta maneira a germinação das sementes e o equilíbrio térmico do solo. Já SARTOR, L. R., et al (2008) em estudos Alelopatia de acículas de Pinus taeda na germinação e no desenvolvimento de plântulas de Avena strigosa Figura 2: Comparação registrada no 7° dia entre as sementes de Phaseolus vulgaris com a presença de acículas de pinus (A) e sob condições normais de germinação (B). A B A 6 concluíram que a germinação, o comprimento de radícula e de epicótilo e a velocidade de germinação de Avena strigosa são afetados quando cultivadas na presença de extrato aquoso de acícula verde de Pinus taeda, principalmente nas maiores concentrações do extrato. Extratos aquosos de acícula moderadamente decomposta e em decomposição avançada não afetam a germinação e o desenvolvimento de plântulas de Avena strigosa. 7 CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos foi possíveldeterminar que a adição do material de acículas de Pinus ellioti recém-retirado da árvore de origem não confere alelopatia para a germinação de Phaseolus vulgaris. Pelo contrário apresenta benefícios para o inicio do desenvolvimento do embrião, tanto pelo mantimento da umidade ou pela liberação de algum resíduo benéfico, que pode ser confirmado com a realização de novos trabalhos baseado na análise química dos compostos liberados por acículas de Pinus elliotti durante a sua decomposição. 8 REFERÊNCIAS FERREIRA, C. A. M., Influencias das acículas de Pinus elliotti Engelm na germinação de sementes de Lactuca sativa L. PUCPR, Curitiba, Outubro de 1993. SARTOR, L. R., et al. Alelopatia de acículas de Pinus taeda na germinação e no desenvolvimento de plântulas de Avena strigosa. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.6, p.1653-1659, set, 2009.
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