Buscar

Oxidação Avançada

Prévia do material em texto

Universidade de São Paulo 
Instituto de Química de São Carlos 
Programa de Educação Tutorial – PET 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia: Química e o meio ambiente 
Aluno: Denivaldo Ribeiro Mota 
Tutor: Prof. Dr. Hidetake Imasato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Carlos, Março de 2010 
2 
 
Sumário 
 
I.Introdução....................................................................................................... 03 
II.Química e a atmosfera................................................................................... 04 
 A camada de ozônio................................................................................. 04 
 Poluição do ar........................................................................................... 05 
 Efeito estufa e aquecimento global........................................................... 08 
III. Solo e resíduos............................................................................................ 10 
 Natureza dos resíduos.............................................................................. 10 
 Descarte e reaproveitamento dos resíduos.............................................. 11 
IV. Água............................................................................................................ 13 
 Purificação das águas............................................................................... 13 
V. Conclusões................................................................................................... 14 
VI. Referências Bibliográficas........................................................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
I. Introdução 
 
 É impossível analisar o meio ao qual estamos inseridos, sem de alguma 
forma enxergar toda química que faz parte dele. Ao observarmos cada ser 
vivente e o ecossistema que os cercam, vemos que os processos químicos 
estão intimamente ligados com o meio ambiente, seja na fotossíntese que 
fornece alimento às plantas, seja na troca de cor de pele nos camaleões. 
É sabido que a visão que grande parte da população tem com relação à 
química é a de causadora de problemas ambientais, haja vista que, 
principalmente nas últimas décadas, a quantidade de novos produtos químicos 
descartados de forma inadequada tem aumentado de maneira exorbitante, 
proliferando ainda mais a ideia da química como “inimiga da natureza”. Dessa 
forma, observa-se que materiais produzidos para facilitar a vida do homem e 
torná-la mais confortável, geram dejetos que são devolvidos ao meio ambiente, 
prejudicando plantas, animais e ao próprio ser humano1. 
É inquestionável, porém, que inúmeros desses problemas ambientais 
foram e têm sido resolvidos utilizando-se da ciência e principalmente da 
química. Ingerir água potável, possuir rede de tratamento de esgoto ou mesmo 
analisar a fertilidade do solo em plantações são conquistas que só foram 
possíveis graças à química e suas mais variadas técnicas. Assim, fazendo uma 
análise dos riscos e benefícios da química para a sociedade de uma maneira 
geral, fica claro que a importância da mesma para a vida no planeta é muito 
grande. 
 Problemas como efeito estufa, destruição da camada de ozônio e 
poluição das águas mostram ainda mais como a química está inserida no 
cotidiano das pessoas e o quanto ela ainda pode ajudar, já que esses são 
problemas globais e que a cada dia interferem mais na vida terrestre, sendo, 
portanto, passíveis de estudos, tanto de suas consequências, quanto de 
possíveis soluções. 
 Resolver tais problemas é um objetivo da ciência em geral e um dos 
papéis da Química, além de encontrar maneiras de manter a produtividade 
para uma sociedade de consumo progressivo, ao passo que cuida das fontes 
de matéria-prima e do meio ambiente como um todo2. 
 
4 
 
II. Química e a atmosfera 
 A camada de ozônio 
 O ozônio é um gás cuja molécula é formada por três átomos de oxigênio 
(O3). Este gás é prejudicial em baixas altitudes, porém sua presença a altitudes 
que variam entre 20 a 35 km da superfície terrestre (na chamada estratosfera) 
é de extrema importância à vida na Terra3. 
 A molécula de ozônio é formada quando na estratosfera uma molécula 
de oxigênio (O2) colide com um átomo isolado do mesmo: 
O + O2 � O3 
As moléculas de ozônio juntas formam camada que protege a Terra dos 
raios ultravioleta do sol. Esses raios causam sérios danos não só aos seres 
humanos, mas a qualquer tipo de vida, resultando nos seres humanos em 
queimaduras, alergias e até câncer de pele. 
 De tempos pra cá, foi descoberto que a camada de ozônio vem 
perdendo espessura, chegando a existir “buracos” nos polos Norte e Sul, 
aumentando em demasia a exposição do planeta aos raios ultravioleta. 
Dentre as espécies que promovem a quebra das moléculas de ozônio 
está o cloro, um dos constituintes do CFC (clorofluorcarbono). O CFC é usado 
em vários tipos de spray, em motores de aviões, circuitos de refrigeração, 
espuma de plástico, formas e bandejas de plástico poroso, chips de 
computadores e solventes utilizados pela indústria eletrônica2. Além do CFC, 
existem outras espécies que conseguem quebrar a molécula de ozônio, 
espécies estas que podemos representar genericamente pela letra X. Elas 
reagem da seguinte forma: 
X + O3 � XO + O2 
 Atacam outro átomo de oxigênio e se formam novamente: 
XO + O � X + O2 
 A crescente diminuição da camada de ozônio tem acarretado um 
aumento nos casos de câncer de pele e acordos têm sido feitos entre as 
nações para a resolução do problema. Ações como a proibição da fabricação 
dos CFC’s em aerossóis em alguns países já foram tomadas, assim como a 
proibição de outros produtos que também tinham o poder de “atacar” o ozônio. 
 
 
5 
 
Poluição do ar 
O início da Revolução Industrial na Inglaterra, em meados do século 
XVIII, marcou o aumento desenfreado da poluição atmosférica. Tamanha 
poluição é resultado, principalmente, da queima de combustíveis fósseis, tais 
como, gás natural e derivados do petróleo, que por sinal, geram energia para 
os setores industrial, elétrico e de transportes do mundo todo, sendo, portanto, 
extremamente complicada a não utilização dos mesmos4. 
A poluição do ar tem gerado, especialmente nas grandes cidades, 
fenômenos atmosféricos bastante prejudiciais à saúde humana e o 
entendimento de tais fenômenos é de fundamental importância para que se 
possa ter noção da gravidade do problema. 
 
Smog Fotoquímico – A palavra smog vem da combinação das palavras 
inglesas smoke (fumaça) e fog (neblina), tendo esse nome devido à falta de 
visibilidade quando o fenômeno ocorre5. 
 O smog é caracterizado por uma neblina amarelo-amarronzada formada 
por gotas de água constituinte do ar atmosférico e produtos de reações entre 
poluentes do ar, sendo que a principal fonte dos reagentes que geram o smog 
fotoquímico é a emissão de gases pelos automóveis. 
 Como já foi dito, o ozônio é um gás muito importante a altas altitudes, 
porém a sua presença na troposfera (regiões atmosféricas situadas até 15 km 
da superfície) é indesejável e é justamente a alta concentração de ozônio no ar 
atmosférico que caracteriza o smog. São diversas as reações e os compostos 
que explicam o processo, entretanto os principais compostos que servem como 
reagentes são o óxido nítrico (NO), o oxigênio (O2) e os hidrocarbonetos, que 
podemos identificar resumidamente como compostos formados por átomos de 
carbono (C) e hidrogênio (H). Esses reagentes, juntamente com a luz solar, 
interagem entre si formando os produtos essenciaisno fenômeno do smog, o 
ozônio, o ácido nítrico (HNO3) e outros compostos oriundos dos 
hidrocarbonetos como o formaldeído e a acreleína. A reação para o processo 
pode ser assim sintetizada: 
 
Hidrocarbonetos + NO + O2 + luz � O3 + HNO3 + outros compostos 
 
6 
 
 O fenômeno do smog fotoquímico pode ser resumidamente definido, 
então, como sendo “uma camada de ozônio no lugar errado” e seus efeitos 
para a saúde humana incluem irritação nos olhos, pele e pulmões, secura das 
membranas protetoras do nariz e da garganta, alterações no sistema 
imunológico, além do agravamento de doenças respiratórias5. 
 Medidas têm sido tomadas por líderes de governo e donos de fábricas 
de automóveis, como alterações nos motores dos veículos para que haja 
diminuição na emissão de óxidos de nitrogênio1. 
 
 
 Figura 1: Smog na cidade de Los Angeles 
 
 
Chuva Ácida – O fenômeno da chuva ácida é mais um dos problemas 
gerados pela crescente industrialização, principalmente nas grandes cidades. 
Tal problema está relacionado, basicamente, com a interação da água presente 
na atmosfera com poluentes (oriundos de indústrias e automóveis). Essa água 
se acumula em nuvens na atmosfera e quando cai em forma de chuva ou até 
mesmo neve, causa desequilíbrios nos ecossistemas envolvidos, por estar 
mais ácida do que a chuva não poluída. 
 Como se sabe, a atmosfera é composta, dentre outros gases, pelo gás 
carbônico (CO2) e a água que reage com o mesmo é considerada levemente 
ácida. A reação que ilustra a interação da água com o gás carbônico é a 
seguinte: 
CO2(g) + H2O(l) H2CO3(aq) 
Crédito: 
www.omundoamorre.com.sapo.pt 
7 
 
 O composto H2CO3 é o ácido carbônico e é esse que dá o caráter 
levemente ácido à chuva na qual ele está presente1. 
 Infelizmente, o gás carbônico não é o único gás na atmosfera capaz de 
acidificar a água, dentre os mais importantes e maiores responsáveis pela 
chuva ácida estão o dióxido de enxofre (SO2) e os óxidos de nitrogênio, 
representados genericamente por NOx. Esses óxidos geram os constituintes 
presentes em maior quantidade na chuva ácida: o ácido sulfúrico e o ácido 
nítrico, respectivamente, H2SO4 e HNO3. 
 O dióxido de enxofre é gerado prioritariamente pela ação dos vulcões e 
pela queima de carvão, que possui na sua constituição até 9% de enxofre1. Ele 
reage inicialmente com o oxigênio atmosférico formando o trióxido de enxofre 
(SO3): 
SO2 + ½ O2 → SO3 
 Em seguida, o trióxido de enxofre interage com a água para formar o 
ácido sulfúrico6: 
SO3 + H2O → H2SO4 
 Os processos para os óxidos de nitrogênio são parecidos com os 
processos dos óxidos de enxofre e resultam na formação do ácido nítrico. 
 A chuva ácida é um problema grave no sentido de que afeta uma grande 
variedade de ambientes. Ela causa a contaminação de rios lagos e lençóis 
freáticos, prejudicando assim ecossistemas aquáticos e causando a 
mortandade de peixes e outras espécies; pode levar a desequilíbrios 
ambientais no que se refere à extinção de espécies animais e vegetais; causa 
a deterioração de construções históricas e mais importante, tem grande 
influência na saúde humana, uma vez que polui águas utilizadas para 
consumo. 
 
Crédito: 
www.amanatureza.com 
8 
 
 Figura 2: Ataque de monumento pela chuva ácida 
Inversão térmica – Como na maioria dos casos a inversão térmica é um 
fenômeno que ocorre em grandes cidades, onde a poluição atinge proporções 
assustadoras. O processo ocorre quando uma camada de ar frio, que é mais 
densa, desce e “segura” todos os poluentes, provocando assim uma névoa 
cinza pouco acima da superfície da cidade. Sobre essa camada de ar frio, fica 
outra camada de ar, só que desta vez quente, que por ser menos densa sobe e 
impede que os poluentes se dispersem pela atmosfera. 
O fenômeno da inversão térmica ocorre principalmente no inverno, pois 
nessa época a escassez de chuvas faz com que a poluição que seria dispersa 
pela água acumule-se ainda mais na 
baixa atmosfera. 
Os grandes problemas que a 
inversão térmica propicia são 
relativos à saúde das pessoas que 
estão inseridas nas cidades onde o 
fato ocorre. Os mais afetados são 
crianças e pessoas com algum tipo 
de doença respiratória, tais como 
asma e bronquite. O cansaço 
também é freqüente em áreas com 
inversão térmica. 
Toda e qualquer forma de 
solução do problema passa pelo mesmo ponto, que é a diminuição da poluição, 
seja ela industrial, proveniente de automóveis, enfim, acabar com a inversão 
térmica em grandes cidades requer, necessariamente, acabar com a sua fonte, 
poluentes atmosféricos7. 
 
Efeito estufa e aquecimento global 
Desde muitos anos, um dos assuntos mais falados em jornais, escolas e 
principalmente no meio científico é o efeito estufa e como conseqüência o 
aquecimento global, afinal os dois assuntos “caminham” entrelaçados. Talvez 
seja esse um dos maiores problemas dos últimos tempos e que mais 
consequências tem trazido para o mundo, é justamente por isso que é 
Crédito:www.uol.com.br Figura 3: Inversão térmica na 
cidade de São Paulo 
9 
 
necessário ter-se uma noção do que é, quais as causas e implicações desse 
fenômeno. 
A superfície da Terra é circundada por uma camada de gases que tem 
por finalidade aquecer o planeta de forma a torná-lo apto para a vida. Esse 
fenômeno de aquecimento tem por nome efeito estufa, dessa forma é de se 
pensar que tal efeito é benéfico, afinal sem ele a temperatura na Terra seria 
muito baixa o que dificultaria bastante a presença de plantas, animais e seres 
humanos no planeta. Sim, o efeito estufa é benéfico, porém não com a 
intensidade com que ele vem atuando nas últimas décadas. 
Como ocorre o efeito estufa? 
O Sol emite radiação à Terra; a radiação atravessa a atmosfera e é 
absorvida em grande parte pela superfície terrestre. Parte dessa radiação é 
refletida pela superfície e atmosfera voltando ao espaço, porém dessa radiação 
certa quantidade é novamente refletida e absorvida pela camada de gases que 
provocam o efeito estufa, aumentando assim, a temperatura do planeta8. 
Os gases que promovem o efeito estufa são na maioria aqueles à base 
de carbono (C), conhecidos como gases estufa, tais como o dióxido de carbono 
(CO2), metano (CH4) e até mesmo os CFC’s (clorofluorcarbonetos). O aumento 
extraordinário desses gases na 
atmosfera é que tem acarretado 
o já há algum tempo observado 
aquecimento global. A 
temperatura média do planeta 
tem subido a cada ano, 
catástrofes como terremotos e 
furacões têm se tornado cada 
vez mais frequentes, o nível 
dos oceanos têm subido 
gradativamente como resultado 
do derretimento das calotas polares, que por sinal é fruto do aquecimento do 
planeta. Nota-se então que as consequências do fenômeno são tão 
abrangentes quanto o nome sugere. 
As possíveis soluções para o aquecimento global estão vinculadas a 
atitudes dos líderes mundiais. Conferências, tratados, acordos têm sido feitos 
Crédito: 
www.ecodebate.com.br 
10 
 
entre países para a diminuição na emissão de gases estufa. Talvez o acordo 
mais conhecido seja o “Protocolo de Kyoto”, o qual regulamenta a emissão de 
poluentes que aumentem o efeito estufa. Um fato notório e de extrema 
importância quanto ao Protocolo de Kyoto é a não participação dos estados 
Unidos no mesmo, com a alegação de que tal atitude iria prejudicar a produção 
industrial do país7. 
 
 
III. Solo e resíduos 
 
 Tão importante quanto tratar dos poluentes atmosféricos, evitando uma 
série de problemas relacionados com a emissão dos mesmos no ar, é cuidar 
dos resíduos descartados no solo. O descarte de lixo doméstico e até mesmo 
substâncias tóxicas no meio ambiente acontece desde milhares de anos, 
porém é sabido que tal atitude só tem agravado diversos problemas comocontaminação das águas subterrâneas e espécies animais, proliferação de 
doenças, além de toda poluição visual que é gerada a partir disso. 
 O aumento da população mundial, acompanhado da ampliação do 
mercado produtor de bens de consumo, tem como inevitável consequência, o 
aumento de materiais descartados, ou seja, quanto mais se consome, mais lixo 
se produz. Tendo em vista os problemas que todo esse lixo produzido acarreta, 
é necessário que se tenha uma política de descarte e reaproveitamento de 
resíduos, além de se conhecer a natureza dos mesmos. 
 
 Natureza dos resíduos químicos 
 Substâncias inflamáveis - São aquelas que podem ser facilmente 
convertidas em chamas, sendo sólidas, líquidas ou gasosas. 
Sólido inflamável faz referência a materiais que por fricção ou exposição 
ao calor, dentre outros motivos, entra em combustão. São na maioria dos 
casos venenosos quando ingeridos ou inalados. Um exemplo clássico de sólido 
inflamável é o fósforo. 
 Entende-se por líquido inflamável, qualquer substância no estado líquido 
que produz vapores inflamáveis, ou seja, vapores que em contato com fogo ou 
11 
 
mesmo fagulhas geram chamas. Como exemplos de líquidos inflamáveis temos 
o álcool e gasolina, usados como combustíveis. 
 Os gases inflamáveis são aqueles que em contato com chamas, 
fagulhas ou até mesmo calor excessivo podem entrar em combustão e até 
explodir. Um exemplo é o gás de cozinha, que tem como curiosidade o fato de 
não possuir cheiro, o odor que sentimos é colocado pelo produtor para que 
quando haja vazamento seja facilmente detectado. 
 
 Substâncias reativas - São aquelas que por algum motivo podem reagir, 
de forma explosiva ou não. Há substâncias que reagem quando aquecidas, 
outras que provocam reações químicas violentas e até aqueles que explodem 
violentamente se aquecidas ou submetidas a choques. 
 
 Substâncias corrosivas - São aquelas que causam a deterioração em 
outros materiais quando em contato com os mesmos1. Causam desgaste ou 
modificam a estrutura do material em contato. Um bom exemplo de substância 
corrosiva é a soda cáustica. 
 
 Substâncias tóxicas – São substâncias que podem causar algum dano a 
seres viventes. Tais substâncias podem se incorporar por ingestão, inalação ou 
por absorção através da pele, podendo levar até a morte. 
 
 Descarte e reaproveitamento de resíduos 
 O descarte do lixo doméstico e também do lixo hospitalar é feito de 
diversas formas, porém nem sempre da maneira mais adequada. Lixões, 
aterros sanitários, aterros controlados, incineração e reciclagem, esses são os 
destinos do lixo no Brasil. 
 O chamado “lixão” é a forma mais empregada de descarte de resíduos 
no nosso país. Cerca de 70% das cidades brasileiras têm esse como destino 
para todo e qualquer tipo de lixo gerado por elas9. Nos lixões, todo lixo é 
empilhado a céu aberto, correndo o risco de desmoronamento, liberando gases 
nocivos a saúde humana, contaminando o solo e às vezes os lençóis freáticos 
próximos ao local com o chorume oriundo da decomposição do lixo, 
proliferando animais peçonhentos e portadores de doenças graves. Outro 
12 
 
ponto negativo dos lixões são os catadores que muitas vezes até moram no 
local, colocando suas vidas em perigo em meio a amontoados de lixo 
contaminado. 
 O aterro controlado é outra forma de disposição de resíduos sólidos no 
solo. Nesse método o lixo é jogado em enormes buracos e coberto com 
espessas camadas de terra. No limite da deposição de lixo no aterro, uma 
última camada de terra é colocada e pode-se aproveitar o local como uma área 
verde de lazer ou praça de esportes. Tal técnica é preferível ao lixão a céu 
aberto, porém possui diversas falhas. O solo antes da primeira remessa de lixo 
não é impermeabilizado, o que possibilita a contaminação de águas 
subterrâneas. Também não possui redes de captação do chorume e nem dos 
gases produzidos na decomposição. Dessa forma o aterro controlado propicia 
poluição a uma pequena área, porém não deixa de ser um poluente 
ambiental10. 
 Outra forma de descarte de resíduos utilizada no Brasil e em outros 
países é a incineração. Essa técnica consiste na queima do lixo a altas 
temperaturas em incineradores. Algumas vantagens desse processo são que 
nele o volume de lixo é altamente reduzido e pode-se gerar energia térmica, 
porém também existem desvantagens na utilização do mesmo, uma vez que tal 
método necessita de grandes investimentos (alto custo), mão-de-obra 
qualificada, além de a queima de resíduos gerar uma quantidade enorme de 
gases poluentes que necessitam ser filtrados, o que encarece ainda mais o 
processo11. 
 O aterro sanitário é uma forma de descarte final do lixo que busca o 
menor risco ou dano ao meio ambiente. Assim como no aterro controlado, 
nesse método o lixo é depositado em enormes buracos, porém quando se trata 
de aterro sanitário, antes da primeira deposição de lixo a área é selecionada e 
o solo é impermeabilizado para que não haja infiltração de poluentes nas águas 
subterrâneas. Os líquidos e gases produzidos são coletados por tubulações, 
sendo que os gases podem até servir como fonte de energia. Outro fato muito 
importante referente aos aterros sanitários é a localização dos mesmos, 
sempre a uma distância mínima de cursos d’água ou de lençóis freáticos10. 
 Uma forma de diminuir a quantidade de resíduos e de poluição gerados 
pelo descarte de materiais até então “sem utilidade” é utilizando a reciclagem. 
13 
 
Essa técnica já há bastante tempo difundida no Brasil é, por incrível que 
pareça, utilizada por menos de 10% das cidades brasileiras. 
 A reciclagem consiste na “reprodução” de materiais visando sua 
reutilização, ou seja, o lixo é convertido no que era inicialmente antes de ser 
utilizado. No processo de reciclagem não entra lixo orgânico (lixo de origem 
animal ou vegetal), tem-se início então a coleta seletiva, que é a separação 
entre lixo orgânico e inorgânico, o que facilita e viabiliza muito a técnica. 
 Inúmeros fatores fazem da reciclagem um ótimo meio de tratamento de 
resíduos. Ela diminui a poluição, diminui os gastos com processos caros como 
a incineração, aumenta a “vida útil” de aterros sanitários, gera empregos, 
enfim, é um método que acarreta uma infinidade de bens à sociedade e por 
isso deveria ser mais difundido e aplicado. Porém a Redução na geração de 
resíduos ainda é a melhor solução para o problema ambiental causado pelos 
resíduos sólidos. 
 
 
IV. Água 
 
 Não é necessário que se fale da importância que a água tem para a vida 
terrestre, todos sabem que sem ela não existiria vida animal, vegetal ou 
humana na Terra. Sabe-se também, que essa mesma água que é a fonte de 
vida no planeta e que por isso deveria ser alvo de cuidados e de zelo, é poluída 
e desperdiçada pelos seres humanos tornando-se mais rara a cada dia. 
 Sabemos que três quartos do planeta é formado por água; desses três 
quartos, 97% equivale à água salgada e por isso imprópria para o consumo. 
Dos 3% de água doce restantes, setenta e cinco por cento estão “presos” nas 
geleiras e calotas polares. Resumindo, tem-se como fonte de água doce para a 
vida na Terra os rios, lagos e lençóis freáticos do mundo, sendo que estes 
representam 0,01% de toda água existente no globo1. Porém esses rios e lagos 
nem sempre estão em condições de fornecer água potável aos humanos, uma 
vez que a ação predatória dos mesmos tem a cada dia degradado mais tais 
fontes. 
 
 
14 
 
 Purificação das águas 
 Com a preocupação quase sempre voltada para as águas superficiais, a 
poluição das águas subterrâneas por produtos químicos passou por muito 
tempo despercebida e de tempos pra cá tem sido estudada. A purificação de 
águas superficiais é um tanto quanto fácil e já é realizada há certo tempo,porém a purificação de águas subterrâneas, como de lençóis freáticos, é bem 
mais complicada e leva um pouco mais de tempo. Tal tratamento é feito 
bombeando-se a água subterrânea até a superfície, efetuando-se o tratamento 
da mesma e a devolvendo ao lençol freático ou aquífero1. 
 A purificação da água, tornando-a própria para consumo passa por 
diversas etapas. Primeiramente, é efetuada a pré-cloração, ou seja, ocorre a 
adição de cloro na água que age como um agente bactericida. Após isso é 
adicionado à água um sal chamado sulfato de alumínio (Al2(SO4)3), que forma 
um gel capaz de aglutinar todas partículas sólidas presentes, esta etapa é 
chamada de floculação. Estas partículas por serem mais densas que a água, 
se depositam no fundo do tanque que contém a água (decantação). Ocorre 
então a filtração, a água passa por tanques dotados de pedras, areia que retêm 
toda impureza. É realizada mais uma adição de cloro para desinfetar a água e 
adiciona-se então flúor para a prevenção de cáries no consumidor12. 
 
 
V. Conclusões 
 
 Química e meio ambiente estão realmente intimamente ligados, no que 
se refere ao ar e fenômenos atmosféricos, ao solo e sedimentos nele 
descartados ou à água e tudo que ela representa. Tudo ou quase tudo na 
natureza pode ser explicado por reações químicas e a química mostra-se cada 
vez mais importante na resolução de problemas tão abrangentes e que de uma 
forma ou de outra afetam a vida de todos nós seres humanos. Fazer da 
química uma aliada e não uma inimiga do nosso planeta é uma tarefa que cabe 
a cada um de nós. 
 
 
 
 
15 
 
VI. Referências bibliográficas 
 
� [1]Baird, C. Química Ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2002 
� [2]http://www.cienciaquimica.hpg.com.br/quimicameioambiente.htm 
� [3]http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/camada_ozo
nio/ 
� [4]http://www.todabiologia.com/ecologia/poluicao_do_ar.htm 
� [5]http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/quimica/qui
mica_inorganica/poluicao/smog_fotoquimico 
� [6]www.mundodoquimico.hpg.com.br 
� [7] http://www.suapesquisa.com 
� [8] http://www.brasilescola.com/upload/e/efeitoestufa1.jpg 
� [9]http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-
reciclagem/destino-do-lixo.php 
� [10]http://www.bv.am.gov.br/portal/conteudo/meio_ambiente/aterro_sanit
ario.php 
� [11]http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-
reciclagem/incineracao-do-lixo.php 
� [12] http://www.corsan.com.br/sistemas/trat_agua_etapas.htm

Continue navegando