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15/3/2016 1 Aula 2: O Buraco na Camada de Ozônio O buraco de ozônio é um caso clássico de aplicação do melhor da ciência: a descoberta inesperada de um efeito importante, propostas de teorias para explicá-lo, a montagem rápida de um programa logisticamente difícil em campo experimental para testar as teorias, uma mistura de dados de laboratório, observações de campo e modelos de computador para alcançar o entendimento, neste caso, no prazo de apenas dois anos Graedel e Crutzen, 1993 2 Unidades Dobson para o Ozônio Estratosférico 1 DU é o número de moléculas de O3 necessárias para criar uma camada de O3 de 0.01 mm (0.001 cm) de espessura a 0 C e 1 atm. Sobre a superfície da Terra, a espessura média da camada de O3 é de cerca de 300 DU (camada de 3 mm). O3 “buraco” [O3] ~100 DU 3 A grande surpresa de 1985 Farman et al. revelaram um declínio dramático e imprevisível no Ozônio estratosférico em um local surpreendente: Antártica Chocou o mundo Mostrou um declínio dramático na primavera a partir dos anos 70 - 30% em 1985 - 70% em 2000 Min O3 at Antarctic in Spring (Sep-Nov) Preocupação é isolada ou um problema global? Explicação química? Explicação física? 4 15/3/2016 2 TOMS http://jwocky.gsfc.nasa.gov Mostra forte variabilidade espacial; Baixa em torno do equador, alta em latitudes médias; Muito baixo na Antártica (especialmente em Setembro / Outubro) Medida Indireta Medida de O3 é realizada pelo mapeamento da luz UV emitida pelo Sol que se espalha na atmosfera terrestre e retorna ao satélite. O3 é parcialmente reduzido a partir do albedo da Terra. Albedo calculado como a razão entre a quantidade de radiação refletida e a quantidade de radiação recebida 5 O que é o Buraco na Camada de Ozônio? Ocorre no início da primavera do hemisfério sul (agosto-outubro). A concentração média de O3 na atmosfera é de cerca de 300 Unidades Dobson Não é um "buraco", mas uma região de empobrecimento de O3 sobre a Antártida. Qualquer área onde O3 < 220 DU existe uma deficiência na camada de O3 6 Ozônio em Áreas de Clima Temperado A destruição do ozônio foi reconhecida em todo o mundo; Perdas durante 80 e 90 foram maiores em latitudes mais altas (perto de pólos); Tendência inverteu-se no período de 1996 - 2005 7 A Ativação Catalítica do Cloro Inativo O buraco de ozônio ocorre devido às condições especiais climáticas do inverno polar na baixa estratosfera, onde as concentrações de ozônio são normalmente mais elevadas; Assim, todo o cloro que é armazenado nas formas cataliticamente inativas HCl e ClONO2, são convertidas temporariamente, em formas ativas • Cl e • ClO. 8 15/3/2016 3 A Ativação Catalítica do Cloro Inativo Conversão de Cl inativo para as formas de Cl • ativas sobre partículas formadas por uma solução de água, ácido sulfúrico e ácido nítrico; A maioria das estratosferas mundo não possuem nuvens; Temperatura na baixa estratosfera sobre o Pólo Sul cai para -80ºC no inverno antártico, resultando na formação de cristais de gelo; A escuridão total impede o mecanismo de Chapman; Também queda de pressão (PV = nRT) em combinação com força de Coriolis produz um vórtice isolado com velocidades superiores a 180 mph. 9 A Ativação Catalítica do Cloro Inativo Partículas são produzidas por condensação de gases durante o vortex polar gerando as Nuvens Polares Estratosféricas (PSCs); Reações químicas que levam à perda O3 ocorrem numa fase aquosa na superfície dessas nuvens ( PSCs ); A exposição da luz solar na primavera na Antártica inicia a destruição de O3 10 Ativação de Cl sobre as Partículas de Gelo (Nuvens Polares Estratosféricas) • Resíduos de Cl estáveis "reservatórios" compostos, HCl e nitrato de cloro (ClONO2) ClONO2(g) + H2O(aq) → HOCl(aq) + HNO3(aq) HCl(aq) → H+(aq) + Cl-(aq) • Reação do Cl- com HOCl produz gás Cl2 Cl-(aq) + HOCl → Cl2(g) + OH- Net: HCl + ClONO2 → Cl2 + HNO3 Cl2 + hν→ 2 •Cl 11 Ativação de Cl sobre as Partículas de Gelo (Nuvens Polares Estratosféricas) • Destruição maciça de ozônio por cloro atômico, segue algumas reações catalíticas; • Qualquer • Cl convertido em HCl através da reação com o CH4 é reconvertido por PSCs e luz solar a • Cl novamente. • Inativação de • ClO pela conversão para ClO2 não ocorre uma vez que todos NO2 estão na forma de de HNO3 nas PSCs. • Somente quando as PSCs e vortex desaparecem o Cl retorna a forma inativa; • Air contendo NO2 se mistura ao vortex na primavera para formar ClONO2 cataliticamente inativo • Os níveis de ozônio voltam ao normal 12 15/3/2016 4 Reações responsáveis pela formação do Buraco de Ozônio Baixa estratosfera – onde se formam as PSCs e •Cl é ativado, [O] é baixa devido a baixa quantidade de UV-C; Destruição de O3 é baseada na reação O3 + O não é importante aqui (Mecan. I) A maior parte da perda de O3 ocorre via Mecanismo II. 13 Mechanism II Considerando X e X’ atômicos •Cl 14 Reações responsáveis pela formação do Buraco de Ozônio Mecanismo II: Step 1: Cl• + O3→ ClO• + O2 Confirmação da perda de O3 que ocorre pela reação mostrada acima. Anticorrelatção de • ClO com O3 15 Reações responsáveis pela formação do Buraco de Ozônio Mecanismo II: Etapa 2a: 2ClO• → Cl-O-O-Cl A velocidade de formação de dicloroperóxido é alta devido ao aumento de •Cl Etapa 2b: ClOOCl + hv→ ClOO + •Cl Etapa 2c: ClOO→ O2 + •Cl Net: 2ClO• → [ClOOCl] → 2Cl• + O2 Conversão de 2 cloros em moléculas a cloro radical 16 Reações responsáveis pela formação do Buraco de Ozônio 15/3/2016 5 Mecanismo II: Adicionando à etapa 2 a 2 x a etapa 1 obtemos: Assim, um ciclo completo destruição catalítica de ozônio existe na estratosfera inferior sob condições especiais (frio / Vortex) step 2 2 x step 1 17 Reações responsáveis pela formação do Buraco de Ozônio O novo Ciclo Catalítico Reações responsáveis pela formação do Buraco de Ozônio Step 1: •Cl + O3→ ClO• + O2 Step 2: 2ClO•→ Cl-O-O-Cl Step 2b: Cl-O-O-Cl → •Cl + ClOO Step 2c: ClOO → •Cl + O2 Step 2 net: 2ClO• → ClOOCl + hν→ 2 •Cl + O2 Etapas 1 e 2 representam Mecanismo II Ocorre qdo [O] (necessária ao Mec. I) é baixa controle: estação do anoNet: 2O3→ 3O2 Uma molécula de cloro pode degradar mais de 100.000 moléculas de O3 antes de ser removida a partir da estratosfera ou torna-se parte de um composto inativo. Estes compostos inativos, por exemplo ClONO2, são chamados coletivamente de "reservatórios". Eles detêm cloro em uma forma inativa, mas podem lançar um cloro ativo ao serem atingidos pela luz solar Aproximadamente 75% da destruição do O3 na Antártica ocorre por esse mecanismo (Cl • como um catalisador) 18 Por que a concentração de ClO é tão elevada? Durante o inverno Polar condições especiais vortex + baixas temperaturas + denitrificação de ClONO2 Cl2 + HNO3 •Cl luz solar “Vaso de contenção” estratosférico sobre o polo Sul. 19 ~ 75 % da destruição do Ozônio que formam o Buraco ocorre pelo Mecanismo II com Cl como único catalisador. Etapa lenta é a 2a - combinação de duas moléculas de 2 ClO Velocidade = k[ClO]2 Dobro da concentração de ClO, velocidade x 4 20 Reações responsáveis pela formação do Buraco de Ozônio 15/3/2016 6 Perda de ozônio sobre a Antártica ~ 2% / dia No início de outubro quase todo o Ozônio é perdido 15 - 20 km 21 Reações responsáveis pela formação do Buraco de Ozônio Evolução sazonal e declínio do buraco de ozônio da Antártida. 22 A Dimensão do Buraco da Camada de Ozônio na Antártica Medido de acordo com: Superfície do baixo Ozônio Ozônio mínimo (ver 2002) Tempo de diminuição de O3 Região vertical onde ocorre o esgotamento O3. 2324 A Dimensão do Buraco da Camada de Ozônio na Antártica 15/3/2016 7 Destruição do Ozônio Estratosférico do Ártico Só iniciou nos anos 90. Menos severo que na Antártica devido a maiores temperaturas e à meteoreologia. 25 Resumo 26 Aumento dos Raios UV na Superfície do Solo Aumentos nos UV-B foram medidos na primavera em regiões de latitude média Aumento 6-14% 27 Decomposição do CFC Aumenta o Cloro na Estratosfera Aumento de cloro estratosférico principalmente devido à utilização e liberação de clorofluorcarbonos (CFCs); Não tóxico, não reativo (superfície a da Terra!), não inflamável e têm propriedades de condensação úteis (usado como refrigerante); CFCs não têm dissipador troposférico, assim todas as moléculas, eventualmente, atingem a estratosfera; CFCs são mais pesados do que o ar, por que eles sobem? Fotoquimicamente decompostos por UV-C A vida na atmosfera é longa. 28 15/3/2016 8 Outros compostos que Contém Cloro e podem Destruir a Camada de Ozônio Tetracloreto de Carbono (CCl4) Não existe dissipador na troposfera Substância que destrói o Ozônio “Ozone-Depleting Substance” (ODS) Usado como solvente e na fabricação de CFCs Meia vida é longa na atmosfera (26 anos) Metil clorofórmio – 1,1,1-tricloroetano (CH3CCl3) Usado na limpeza de metais Aproximadamente metade é removida pela reação com OH Meia vida na atmosfera (5 anos) 29 Substituintes do CFC CFC e CCl4 não possuem dissipadores troposférico (não solúveis em água / chuva), não decompostos pela radiação UV-A ou pela luz visível HFCs contêm átomos de H ligados a átomos de C. Removidos na troposfera por radicais hidroxila (H-abstração). CHF2Cl (HCFC-22) atual substituinte de gás refrigerante de geladeiras. Dependência de HFCs levaria a acumulação de Cl Produtos livres de Cl são imprescindíveis 30 Hidrofluorcarbonoss, HFCs, foram selecionados para substituir os CFCs nos USA ex. CH2F-CF3 (HFC-134a), CH2F/CHF2CF mistura Sem cloro! Resto do mundo usa ciclopentano ou isobutano 31 Substituintes do CFC Halocarbonos Halocarbonos, usados em extintores de incêndio ex. CF3Br, CF2BrCl (livre de hidrogênio) Não possuem dissipadores troposférico. Fotoquimicamente decompostos a átomos de Cl, Br, F Bromo é um problema para o Ozônio. 32 15/3/2016 9 Pode o Flúor Estratosférico Destruir o Ozônio? F e HF formado pela decomposição da CF, HCFC, os HFC e halocarbonos. Reação com metano e outros gases que contenham H é rápida e produz HF estável. Por que não existe ciclo de F? OH + HF endotérmico F Atômico é “desativado” antes que ele possa destruir o ozônio. 33 Os acordos internacionais que restringem ODSs ‘Princípio da Precaução’ Uso de CFCs na maior parte dos aerosóis foi banido nos anos 70 nos USA Protocolo de Montreal (1987) assinada pela maioria dos países para eliminar progressivamente os CFCs Baseado no trabalho de Rowland e Molina 34 Os acordos internacionais que restringem ODSs A produção de CFC nos países desenvolvidos finalizou em 1995 Os países em desenvolvimento tiveral um prazo até 2010 CFC-12 possui meia vida na atmosfera maior que CFC-11 CCl4 ligeiro declínio devido a falta de dissipadores Meia vida CFC-12 > CFC-11, não existem dissipadores para CCl4 ou CFC-113 Uso de HCFCs esté am ascenção – substitutos temporários para os CFCs 35 Os acordos internacionais que restringem ODSs Observações em 2000 indicaram que o teor de Cloro na estratosfera atingiu o pico de máximo. Lentidão no declínio de cloro na estratosfera é devido a: Tempo de viagem longo para atingir a média estratosfera Lentidão para remoção Entradas contínuas Projeções recentes preveem a diminuição do buraco da Antártida somente em 2023, e a recuperação total até 2070 Sem acordos internacionais para protegerem a atmosfera temos um futuro que indica grande aumento de câncer de pele ao redor do mundo 36 15/3/2016 10 Dimensão do Buraco na Antártica e o Mínimo de O3 NASA FACTS http://ozonewatch.gsfc.nasa. gov/meteorology/index.html Cf. Fig. 1-2, 1-3 37 Exercícios P2-1: A minor route for ozone destruction involves Mechanism II with bromine as X’ and chlorine as X (or vice-versa). The ClO and BrO free radical molecules produced in these processes then collide with each other and rearrange their atoms eventually yield O2 and atomic chlorine and bromine. Write out the mechanism for this process, and add up the steps to determine the overall reaction. Box 2-1 problem 1: Deduce the overall reaction equation for the reaction sequence given in Box 2-1. P2-6: The free radical CF3O is produced during the decomposition of HFC-134a. Show the sequence of reactions by which it could destroy ozone acting as an X catalyst in a manner reminiscent of OH. P49 Activity: Using the information to be found at www.ozonewatch.gsfc.nasa.gov and other websites, compare the history of the most recent Antarctic hole to the time evolution of the 2010 hole in Fig. 2-6. Did the maximum depletion, maximum area, and minimum temperate exceed 2010 values and did they occur at about the same time as they did in 2010? Photocopy or download Figure 2-1 and manually add data for more recent years to the two bar graphs. Are there signs yet from your data that the hole is becoming smaller in area or depletion is lessening? 38
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