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Sheila Sampaio Ribeiro ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DE ESTUDOS SELECIONADOS PARA VIOLONCELO Escola de Música Universidade Federal de Minas Gerais Dezembro de 2003 Sheila Sampaio Ribeiro ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DE ESTUDOS SELECIONADOS PARA VIOLONCELO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Performance Musical Ênfase: Violoncelo Linha de Pesquisa: Performance e Ensino Orientador: Professor Dr. Cláudio Urgel Pires Cardoso Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Música Universidade Federal de Minas Gerais Dezembro de 2003 Aos meus pais Enilda e Durval e irmãs Lílian e Lissandra, com amor. Meus sinceros agradecimentos ao professor Cláudio Urgel pelo apoio, pela orientação, paciência e amizade. i S U M Á R I O LISTA DE FIGURAS ................................................................................. iii LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................... iv LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................... v RESUMO ................................................................................................... vi ABSTRACT ............................................................................................... vii INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1 CAPÍTULO 1 BREVE BIOGRAFIA DOS COMPOSITORES ................. 6 1.1 Jean-Louis Duport ................................................................. 7 1.2 Justus Johann Friedrich Dotzauer ........................................ 11 1.3 David Popper ………………………........................................ 14 CAPÍTULO 2 METODOLOGIA ............................................................... 18 2.1 Processo de adaptação da metodologia utilizada no “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola”....... 20 2.1.1 Modificações na seção “Informações bibliográficas” .. 21 2.1.2 Modificações na seção “Aspectos gerais”................... 22 2.1.3 Modificações na seção “Técnicas de arco”................. 26 2.1.4 Modificações na seção “Técnicas de mão esquerda” 28 CAPÍTULO 3 ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DOS ESTUDOS SELECIONADOS ............................................................. 32 3.1 Aspectos comparativos entre os Estudos analisados ........... 33 3.2 Diferenças na concepção e interpretação dos tópicos de análise ................................................................................... 37 3.3 Como consultar o bdvioloncelo ............................................. 39 3.3.1 Consulta direta ao banco de dados ............................ 39 ii 3.3.2 Consultas pré-configuradas ........................................ 39 3.3.3 Consulta simples ........................................................ 44 3.3.4 Consulta com a estrutura modificada ......................... 45 3.3.5 Relatórios ................................................................... 46 CONCLUSÃO ........................................................................................... 48 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 51 ANEXOS ................................................................................................... 54 ANEXO A Banco de Dados “bdviloncelo” (CD) ........................... 55 ANEXO B Tabela Descritiva dos Tópicos de Análise ................. 56 ANEXO C Formulários de Análise .............................................. 77 ANEXO D Relatórios ................................................................... 84 ANEXO E Programas dos recitais .............................................. 105 iii LISTA DE FIGURAS FIG. 1 J. L. Duport ................................................................................ 11 FIG. 2 David Popper ............................................................................. 16 FIG. 3 Exemplo de modificação na T.D.T.A. ........................................ 21 FIG. 4 Modificação no tópico “Nível do Estudo” ................................... 23 FIG. 5 Trecho do Estudo nº 73 de Dotzauer ........................................ 25 FIG. 6 Trecho do Estudo nº 26 de Dotzauer ........................................ 25 FIG. 7 Trecho do Estudo nº 25 de Popper ........................................... 26 FIG. 8 Trecho do Estudo nº 104 de Dotzauer ...................................... 27 FIG. 9 Trecho do Estudo nº 105 de Dotzauer ………………………….. 27 FIG. 10 Trecho do Estudo nº 80 de Dotzauer ……………………………. 30 FIG. 11 Trecho do Estudo nº 110 de Dotzauer ………………………….. 31 FIG. 12 Trecho do Estudo nº 53 de Dotzauer......................................... 37 FIG. 13 Trecho do Estudo nº 69 de Dotzauer......................................... 38 FIG. 14 Lista das finalidades principais .................................................. 40 FIG. 15 Consulta ao bdvioloncelo …………………………………........... 41 FIG. 16 C-Tonalidade: Estudos em Dó menor …………………………... 43 iv LISTA DE GRÁFICOS GRAF. 1 Nível dos Estudos analisados ............................................... 33 GRAF. 2 Golpes de arco …………………………………………………... 34 GRAF. 3 Capotasto ………………………………………………………… 35 GRAF. 4 Duport: 21 Estudos / Mudanças de posição ……………………... 36 GRAF. 5 Dotzauer: 113 Estudos / Mudanças de posição ………………… 36 GRAF. 6 Popper: 40 Estudos / Mudanças de posição …………………….. 36 v LISTA DE ABREVIATURAS A.S.T.A. - American String Teachers Association AV - Nível avançado bd - Banco de dados bdvioloncelo - Banco de dados violoncelo C - Consulta EL - Nível elementar F.P.M.P. - Finalidade principal: mudança de posição IN - Nível intermediário M.1234567 - Mudança entre as posições 1-2-3-4-5-6-7 M.P.E. - Mudanças de posições extremas R - Relatório T.D.T.A. - Tabela Descritiva dos Tópicos de Análise vi RESUMO Este trabalho vem dar continuidade ao “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola”, desenvolvido pelo Prof. Dr. Fausto Borém, Luciene Villani e Moisés Guimarães, sob a coordenação do Prof. Dr. Cláudio Urgel Pires Cardoso, na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. Abrangendo três das principais publicações do gênero destinadas ao violoncelo, seu principal objetivo é dinamizar a pedagogia do instrumento, auxiliando na escolha rápida e adequada de “Estudos” para os diferentes níveis de aprendizado. Foram analisados e classificados os 21 Estudos para Violoncelo de Jean-Louis Duport, os 113 Estudos de Justus Johann Friedrich Dotzauer e os 40 Estudos Op. 73 de David Popper, constituindo este trabalho o início do “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violoncelo”. Devido à grande extensão desta pesquisa, foi elaborado um banco de dados contendo as análises de cada um dos 174 Estudos selecionados, o qual encontra-se disponível para consultas em CD (Anexo A). vii ABSTRACT This piece of work comes down to keep on the “AnalyticalGuide of Selected Studies for Violin and Viola”, developed by Professor Dr. Fausto Borém, Luciene Villani and Moisés Guimarães, under the tutorial support of Professor Dr. Cláudio Urgel Pires Cardoso, at the Music College of the Minas Gerais Federal University. Comprising three of the main publications on the genre towards violoncello, this piece’s main goal is to make the pedagogy more dynamic, helping out on a both fast and suitable choice of “Studies” throughout the different learning levels. The 21 cello Studies by Jean-Louis Duport have been analysed and classified and the 113 Studies by Justus Johann Friedrich Dotzauer, as well as the 40 Studies Op. 73 by David Popper. This set of analyses starts out the “Analytical Guide of Selected Studies for Violoncello”. Because of the width of such research, a database has been created containing each of the 174 selected Studies analyses, in which checking can be carried out on a CD (Anexo A). 1 INTRODUÇÃO Ao iniciar esta pesquisa dois caminhos completamente diferentes poderiam ter sido seguidos. Um deles voltado ao passado, tentando desvendar e elucidar como ocorreram as modificações, inovações e descobertas a respeito da técnica do violoncelo e de seu desenvolvimento através dos “Estudos” 1. O outro, visando o futuro, começando pela técnica atual do instrumento, ou seja, do ponto onde estamos e tentando abreviar o caminho para aqueles que desejam atingir um grau técnico e musical elevado, despendendo o mínimo de tempo e energia possíveis. A escolha foi feita pela 2ª opção, uma vez que esta se apresentou muito mais adequada para atender à dinâmica do contexto atual e à demanda dos estudantes, futuros profissionais. Voltada para a performance e ensino do violoncelo esta pesquisa reúne três publicações que abrangem a técnica do instrumento desde o nível elementar até o avançado, em forma de Estudos, e constitui o início2 do “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violoncelo”. Neste sentido, seu principal objetivo será dinamizar e objetivar a pedagogia do instrumento, deixando aos musicólogos e historiadores a tarefa de elucidar os caminhos percorridos por 1 No decorrer deste trabalho a palavra “estudo”, quando utilizada para designar um tipo específico de composição musical, será escrita com “e” maiúsculo. 2 Um Guia Analítico propriamente dito exigiria a análise de uma quantidade maior de publicações. 2 aqueles que vieram antes de nós, uma vez que a técnica atual é o resultado dos acertos e erros do passado. Este trabalho vem dar continuidade ao “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola”, desenvolvido pelo Prof. Dr. Fausto Borém, Luciene Dornellas Villani e Moisés Guimarães, sob a coordenação do Prof. Dr. Cláudio Urgel Pires Cardoso, na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. Atendendo à perspectiva inicial de estender o Guia Analítico aos outros instrumentos da família das cordas, o violoncelo e o contrabaixo (CARDOSO, 2000:8), desta vez serão enfocados os Estudos técnico-musicais para violoncelo e sua relevância para a didática do instrumento. Muito já se escreveu sobre os “métodos” de violoncelo (publicações divididas em lições e pequenos exercícios destinados ao aprendizado das técnicas básicas), mas quase nada foi escrito a respeito das publicações que abordam os “Estudos”, termo utilizado para designar composições que ultrapassam o nível de simples exercícios, por serem mais elaboradas. Os Estudos se destinam à consolidação e desenvolvimento da técnica básica aprendida nos métodos, abordando didaticamente problemas específicos de execução e desenvolvendo, ao mesmo tempo, resistência física e mental mediante as dificuldades técnicas. Encontrando-se a meio caminho entre a técnica pura (execução correta dos movimentos necessários à produção do som) e o repertório, os Estudos são essenciais na formação do artista 3 instrumentista, proporcionando não só a possibilidade de aprimoramento técnico, como também musical. Os exercícios técnicos e os Estudos constituem os artifícios dos quais nos utilizamos para atingir o objetivo principal: o domínio do instrumento em um nível que nos permita a expressão plena da musicalidade, neste caso, através do violoncelo. Será abordada nesta pesquisa a importância das publicações do tipo Estudo na dinamização do processo de ensino-aprendizagem do instrumento. Para isso foram analisados, sob aspectos técnicos e musicais, os 21 Estudos para Violoncelo de Jean-Louis Duport, os 113 Estudos de Justus Johann Friedrich Dotzauer e os 40 Estudos Op.73 de David Popper, os quais são até hoje amplamente utilizados na pedagogia do instrumento, conforme enfatiza a citação abaixo: O legado do século dezenove continua irrevogavelmente presente. Duport, Popper e muitos outros ainda não foram superados (EPPERSON, 1980:6).3 Este trabalho justifica-se pela necessidade de desenvolvimento de uma pesquisa que auxilie e dinamize a escolha de material didático, fornecendo previamente as informações referentes às dificuldades técnicas abordadas em 3 Todas as traduções necessárias para a elaboração desta dissertação foram feitas pela autora. 4 cada Estudo, possibilitando uma escolha mais rápida e adequada às dificuldades de cada aluno, sem que seja necessário o conhecimento prévio do conteúdo, uma vez que, normalmente, os Estudos não apresentam instruções ou notas explicativas que antecipem sua finalidade, ou mesmo que se refiram às dificuldades gerais abordadas em cada publicação. Lembrando EPPERSON (1980:11), não é necessário, ou desejável, utilizar tudo em um álbum de Estudos. Assim sendo, esta análise será equivalente a um mapa, permitindo aos professores e alunos encontrar, entre os 174 Estudos analisados, os mais adequados às diversas etapas do aprendizado, sem necessariamente conhecê-los todos. Os três compositores escolhidos para dar início ao “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violoncelo” destacaram-se ao mesmo tempo como grandes instrumentistas e dedicados pedagogos. Tais qualidades nem sempre caminham juntas, mas as composições do tipo Estudo demonstram a inter- relação compositor-instrumentista-pedagogo, como atesta a seguinte definição: “Publicações do tipo “Estudo” são composições musicais, geralmente escritas por compositores que também tocam e ensinam determinado instrumento, que abordam e enfatizam um ou mais aspectos técnicos e musicais do instrumento. Os “Estudos” constituem parte fundamental na formação acadêmica de instrumentistas.” (CARDOSO, 2000:3). O primeiro capítulo deste trabalho destina-se a uma pequena biografia dos compositores-violoncelistas escolhidos, visto que esta parte é geralmente negligenciada em se tratando de compositores de Estudos (embora todos eles 5 tenham escrito outras obras). O segundo capítulo descreve a metodologia que foi utilizada, demonstrando e exemplificando todas as adaptações feitas no “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola” para melhor atender ao violoncelo. A análise e classificação dos Estudos estão contidas no terceiro capítulo, juntamente com as instruções para consultas ao banco de dados que foi desenvolvido durante este trabalho, além de exemplos de tipos de consulta. As edições adotadas para a elaboração das análises estão entre as recomendadas pelo Cello Syllabus do The Royal Conservatory of Music do Canadá e pelo String Syllabus da American String Teachers Association (A.S.T.A.)4. 4 Publicaçõesde referência sobre o material a ser estudado em cada nível, desde o elementar até o avançado, incluindo técnica, Estudos e repertório. 6 CAPÍTULO 1 BREVE BIOGRAFIA DOS COMPOSITORES O fundador da escola francesa de violoncelo foi Martin Berteau (Valenciennes, c. 1700), figura de grande influência não apenas pelas suas performances, mas também pelo sucesso de seus alunos que se tornaram violoncelistas famosos no final do século XVIII: Jean Pierre Duport, Jean Baptiste Cupis, Tilliére e Jean B. A. J. Janson (CAMPBELL, 1989: 34). Um dos alunos mais importantes de Berteau foi o já mencionado Jean Pierre Duport (Paris, 1741 - Berlim, 1818), comumente chamado de “o mais velho” para distingui-lo de seu irmão ainda mais famoso, Jean-Louis. Aos 20 anos Jean Pierre estreou em um “Concert Spirituel” 1 de Paris, apresentando-se freqüentemente nos mesmos durante mais dois anos com grande sucesso. Entre 1766 e 1769 trabalhou para o príncipe de Conti. Então foi para a Inglaterra e dois anos depois para a Espanha. Em 1773 mudou-se para Berlim a convite de Frederick, o Grande, onde foi músico da Capela Real e também violoncelo solo da Ópera Real. Foi professor do príncipe Friedrich Wilhelm II. Quando o príncipe sucedeu ao trono, em 1786, Jean Pierre foi nomeado diretor da Música de Câmara Real. 1 Os Concert Spirituel foram fundados em 1725 para a performance de música sacra vocal e, mais tarde, foram incluídas obras instrumentais. (CAMPBELL, 1989: 35). 7 Durante este tempo, encontrou Mozart e Beethoven. Os Quartetos de Cordas K.575, 589 e 590 de Mozart, dedicados ao rei, mostram uma avançada técnica de violoncelo de onde presume-se a influência de Jean Pierre sobre o jovem compositor. Em 1789 Mozart escreveu uma coleção de variações para piano (K.573) sobre um minueto de Duport. Alguns anos mais tarde tocou com o próprio Beethoven as duas Sonatas para Piano e Violoncelo op.5 (1796), que mostram influência similar. (Ibidem. p. 38). As composições de Jean Pierre Duport, escritas principalmente para suas performances na corte, incluem um concerto para violoncelo, quatro coleções de sonatas e outras obras para o instrumento, a maioria delas caracterizadas por passagens virtuosísticas.2 1.1 - Jean-Louis Duport Jean-Louis Duport (Paris, 1749-1819) teve como primeiro instrumento o violino, mas, levado pelo sucesso de seu irmão, interessou-se pelo violoncelo, tendo como primeiro professor o próprio Jean Pierre. 2 Neste trabalho, as referências feitas a Duport são relativas a Jean-Louis (seção 1.1). 8 Em 1768 fez sua estréia em um Concert Spirituel sobre a qual o Mercure de France (março de 1768) escreveu: “Sua execução é brilhante e espantosa”. (Ibidem. p.38). Jean-Louis foi persuadido a visitar Londres por seu colega e amigo John Crosdill (também aluno de Jean Pierre, “o mais velho”), onde se apresentaram publicamente juntos em muitos concertos. Certa vez, quando Crosdill iria apresentar-se com Viotti no apartamento de Marie Antoinette, o grande violinista não apareceu. Duport, que iria tocar apenas uma sonata, olhou rapidamente a partitura e a executou tão bem que deixou dúvidas se Viotti teria feito melhor ao violino. Duport apresentou-se também muitas vezes com Viotti, o que o tornou conhecido por “Viotti do violoncelo”. (Ibidem. p.39). Durante uma visita a Genebra, por volta de 1780, Duport encontrou Voltaire, o qual conhecia pouco sobre música. Surpreso com a sonoridade doce que Jean- Louis conseguia extrair de um instrumento tão grande, Voltaire exclamou: “O senhor me fará acreditar em milagres, vendo que pode transformar um boi em um rouxinol”. (Ibidem. p.39). Quando estourou a revolução francesa, Jean-Louis mudou-se para Berlim, onde permaneceu com seu irmão por dezessete anos como violoncelista da corte. Durante sua estada na Prússia escreveu o “Ensaio sobre o dedilhado do 9 violoncelo e sobre a condução do arco, com uma série de exercícios”3, (publicado em Berlim, em 18064), o qual permanece como um trabalho significativo para os fundamentos da técnica moderna do violoncelo. Segundo WASIELEWSKI (1968), Duport dedicou-o aos professores do instrumento. Depois de muitas mudanças de residência Duport retornou a Paris onde reconquistou sua popularidade com apenas um concerto, mas, levado por circunstâncias financeiras, tornou-se músico do ex-rei de Espanha, Carlos IV, então residente em Marselha. Em 1812, quando este mudou-se para Roma, Duport retornou a Paris iniciando o período de maior sucesso em sua carreira. Foi violoncelo solista do imperador e membro do grupo de câmara da imperatriz Marie Louise. Lecionou violoncelo no Conservatório de Paris de 1813 até 1816. Duport compôs largamente para seu instrumento, usualmente em estilo virtuosístico, para suas próprias performances. Entre outras obras, constam seis concertos para violoncelo, sonatas, duos, árias variadas e nove noturnos para violoncelo e harpa. Em seu ensaio Duport descreveu elementos básicos tais como claves, dedilhados, postura e afinação do instrumento. Na seção sobre produção de harmônicos, ele inclui uma pequena peça do violinista Barthélemon para ser 3 “Essai sur le doigté du violoncele et la conduite de l’archet, avec une suite d’exercises”. 4 Data e local citados no The New Grove Dictionary of Music and Musicians (2001). 10 tocada inteiramente em harmônicos. Recomendou muitos exercícios de cordas duplas como o meio mais seguro de atingir uma excelente técnica, discutindo detalhadamente o assunto por duas razões dadas por ele próprio: “Primeiro porque, até agora, nada foi escrito sobre as cordas duplas5 e elas são muito importantes para um bom instrumentista; segundo, porque elas têm me servido freqüentemente como argumento para o estabelecimento de um dedilhado sem o qual cordas duplas são impossíveis”. (WASIELEWSKY, 1968:91). Discutiu ainda a importância de se criar vibrações simpáticas6 para melhorar a sonoridade. Para finalizar, incluiu 21 Estudos dos quais 18 são de sua autoria, um de Martin Berteau e dois de seu irmão Jean Pierre. No prefácio Duport fez o seguinte comentário sobre o nível de dificuldade dos mesmos: “Muito será encontrado que é difícil, mas nada é impossível de se executar. Eu mesmo tentei tudo repetidas vezes assim como também meu irmão, que sempre foi e será meu mestre.” (CAMPBELL, 1989:40). A escolha desta obra para esta pesquisa se deve ao uso extensivo destes Estudos na didática atual do violoncelo, assim justificado em três importantes obras de referência: “Foi Duport quem estabeleceu um sistema bem fundamentado de dedilhado e, de acordo com Baudiot, ele também inventou o dedilhado para a escala cromática. Muitas edições modernas desses exercícios têm sido lançadas e são considerados ainda muito valiosos”. (Ibidem. p.41). 5 Michell Correte incluiu noções de cordas duplas em seu método Violoncello School, embora muito insuficientes. (WASIELEWSKY, 1968:91). 6 São produzidas espontaneamente em concordância com o som original. No violoncelo, quando é tocado, por exemplo, o dó 2 (corda sol), o dó 1 (corda solta) vibra por simpatia. 11 “Com Duport foram criados pela primeira vez, os fundamentos de um sistema completo aplicável a todas as cordas duplas possíveis no violoncelo”. (MARX, 1979:155). “Continua sendo um livro-texto padrão, e praticamente estabeleceu os alicerces da virtuosidade do violoncelo moderno”. (SLONIMSKY, 1978:446).FIGURA 1 - J. L. Duport FONTE - CAMPBELL, 1989. Após pág. 128. 1.2 - Justus Johann Friedrich Dotzauer Violoncelista, professor e compositor alemão (Haselrieth, 1783 - Dresden, 1860). Estudou piano com Heuschkel, violino com Gleichmann e composição com Rüttinger (este último formou-se com J. C. Kittel, um discípulo de J. S. Bach) em Hildburghausen, onde também teve lições de violoncelo com Hessner, além de contrabaixo, trompa e clarinete. 12 Ao escolher o violoncelo como principal instrumento seguiu para Meiningen, em 1799, onde estudou com J. J. Kriegh (aluno de J. L. Duport) durante dois anos. Após este período ingressou na orquestra da Côrte, onde permaneceu até 1805 seguindo para a orquestra de Leipzig. A partir de 1811 trabalhou na orquestra da Côrte de Dresden, tornando-se o primeiro violoncelo em 1821, posto no qual permaneceu até sua aposentadoria em 1850. Em 1806 visitou Berlim onde estudou e foi influenciado por Romberg7, estabelecendo assim mais uma ligação com os Duport. Dotzauer foi o fundador do Quarteto dos Professores de Leipzig e embora tenha se apresentado com sucesso como solista em Viena, em grandes cidades alemãs e na Holanda, foi também um grande professor: “Sua habilidade pedagógica e suas publicações didáticas resultaram na então chamada ‘Dresden School’ of playing, que influenciou alunos como F. A. Kummer, C. Drechsler, C. Schuberth e seu filho Karl Ludwig, e através destes, Grützmacher, Cossmann, J. Goltermann e outros”. (STRAETEN, 2001:518). Entre suas composições constam a ópera “Graciosa” (1841), missas e outras obras sacras, sinfonias, quartetos, trios e duos, nove concertos e três concertinos para violoncelo entre outras, além de ter publicado uma edição das Suítes para Violoncelo Solo de Bach (1826). Embora muitas de suas 7 Considerado o pai da Escola Alemã de violoncelo, Bernhard Romberg (1767-1841) estabeleceu uma “ponte” entre Boccherini e Duport, ou seja, entre os períodos clássico e romântico, tendo se apresentado freqüentemente com os Duport durante sua estadia em Berlim. (CAMPBELL, 1989: 61-62). 13 composições tenham caído no esquecimento, outras têm sido ressuscitadas em gravações. Sua produção didática continua sendo, ainda hoje, considerada importante para o ensino do instrumento e devido a ela foi chamado de o “Czerny do violoncelo”8: “Seus trabalhos pedagógicos permanecem importante material didático e extratos têm aparecido freqüentemente em coleções de exercícios e Estudos de compositores posteriores”. (STRAETEN, 2001:518). “Dotzauer distinguiu-se não apenas como um artista executante, mas também como professor”. (WASIELEWSKY, 1968:121). Escreveu os seguintes métodos: • Escola de violoncelo9, Op.165; • Método de violoncelo para as primeiras aulas com 40 exercícios10, Op.126; • Método de harmônicos do violoncelo11, Op.147; • Escola prática de performance do violoncelo12, Op.155. 8 Carl Czerny, pianista e professor austríaco (Viena, 1791-1857), também conhecido como compositor, teórico e historiador. Foi aluno de Beethoven e professor de Lizt. Sua grande produção pedagógica permanece essencial ao treinamento de todo pianista. (The New Grove Dictionary of Music and Musicians, 2001). 9 Violoncellschule, Op.165 (Mainz, 1832). 10 Violoncellschule für den ersten Unterricht nebst 40 Übungsstücken, 0p.126 (Vienna, 1836). 11 Violoncell-Flageolett-Schule, Op.147 (Leipzig, 1837). 12 Praktische Schule des Violoncellspiels, Op.155 (Hamburg-Leipzig, 1870). 14 Segundo CAMPBELL (1989:67) e MACK (1961:43), Dotzauer compôs ainda 180 Estudos e caprichos, alguns deles contendo prelúdios e fugas. Johann Klingenberg (Gorlitz, 1852 - Tyrol, 1905), violoncelista e editor de música para violoncelo da Litolff (MACK, 1961:153), foi o revisor e editor da publicação “Os 113 Estudos para Violoncelo de J. J. Dotzauer”, uma coletânea de Estudos selecionados do compositor, em 4 volumes, os quais serão analisados e classificados nesta pesquisa. 1.3 - David Popper David Popper (Praga, 1843 - Baden, Viena, 1913) nasceu em uma família judia e aprendeu a tocar piano e violino muito cedo. Aos doze anos conseguiu uma vaga para estudar violoncelo no Conservatório de Praga com Julius Goltermann (o qual havia sido aluno de Kummer, um discípulo de Dotzauer), descendendo então da escola técnica de Romberg e Duport. Aos dezoito anos empregou-se como violoncelista na Capela Real do Príncipe Hohenzollern, em Löwenberg, sendo elevado posteriormente a “Kammervirtuoso”. Em 1864 Popper foi convidado para a 1ª performance do Concerto em Lá Menor (op. 33) de Robert Volkmann (Hans von Bülow escolheu-o entre outros famosos violoncelistas da época: Grützmacher, Cossmann, Goltermann, Piatti e Davidov). Em 1865 apresentou-se com sucesso no Festival de Música de Karlsruhe como solista. Após muitas tournés pela Europa tornou-se o 1º 15 violoncelo da Ópera de Viena em 1868, onde permaneceu até 1873 (durante este período integrou também o quarteto Hellmesberger), quando abandonou o cargo para viajar novamente pela Europa dando concertos e recitais. Devido ao grande sucesso de suas apresentações na Inglaterra, Escócia e Irlanda em 1891, a crítica local considerou justo chamá-lo de “Sarasate do Violoncelo”13 (CAMPBELL, 1989:107). Neste mesmo ano Popper realizou a 1ª audição do seu Réquiem para 3 violoncelos e orquestra (op.66), juntamente com o inglês Howell e o belga Delsart, na Sala St. James em Londres. Retornando a Praga em 1892, foi calorosamente recebido por seus compatriotas e a crítica do Prager Tageblatt foi a seguinte: “Só Popper conseguiu elevar o instrumento acima da esfera da melodia e cantilenas curtas, incluindo características e humores necessários à música moderna, em poderosas performances. Aquilo que ele não pôde encontrar foi substituído por sua rica inventividade. Foi o criador de uma literatura inteiramente nova para o violoncelo”. (CAMPBELL, 1989:107). Em 1896 tornou-se o 1º professor de violoncelo do Conservatório Real de Budapeste (cargo que ocupou até sua morte) onde teve como alunos Arnold Földesy, Jenö Kerpély, Ludwig Lebell, Adolf Schiffer (professor de Janos Starker), Mici Lukáks e Steven De’ak, seu biógrafo. 13 Pablo de Sarasate (1844 - 1908), violinista virtuose espanhol que também adquiriu fama como compositor de peças virtuosísticas para seu instrumento. (The New Grove Dictionary of Music and Musicians, 2001). 16 Popper adquiriu fama inclusive como compositor. Entre as suas mais de 75 obras estão peças como Serenata Oriental, Tarantela, Dança dos Elfos, Rapsódia Húngara, o famoso Réquiem, além de 4 concertos para o seu instrumento. Escreveu dois métodos de Estudos os quais são mundialmente utilizados na pedagogia atual do violoncelo: Escola Superior de Performance do Violoncelo14 Op.73 e 10 Grandes Estudos de Média Dificuldade15 Op.76, onde o compositor explora as dificuldades técnicas encontradas na música de seus contemporâneos (Wagner, Liszt, etc.). A Escola Superior Op.73 contém 40 Estudos que serão objeto de análise e classificação dentro desta pesquisa. “Continua sendo um dos marcos mais importantes no desenvolvimento da arte de tocar violoncelo (...). Proporciona um equilíbrio entre a música propriamente dita e inovações técnicas”. (CAMPBELL, 1989:109). FIGURA 2 - David Popper FONTE - CAMPBELL, 1989. Após pág.128. 14 Hohe Schule des Violoncellspiels Op.73 (Leipzig, 1901-1905).15 10 mittelschwere grosse Etüden Op.76 (Leipzig, c.1905). 17 Em “The Art of Cello Teaching”, EPPERSON (1980) recomenda os Estudos nº 1, 3 e 7 de Duport e os Estudos nº 6, 12 e 9 Op.73 de Popper para alunos que estão iniciando o nível avançado O String Syllabus (1997), programa de ensino de cordas da A.S.T.A., recomenda que seja usado, entre outras publicações, os 113 Estudos para Violoncelo de Dotzauer para os níveis 3 e 5. Recomenda também, entre outros, os Estudos Op. 73 de Popper para o nível 5. (Neste programa, o ensino do violoncelo é dividido em 6 níveis sendo que o 6º é considerado extremamente avançado). O Cello Syllabus (1995), programa de ensino do violoncelo do Conservatório Real de Música do Canadá, dividido em 10 níveis, recomenda, entre outras publicações, os 113 Estudos de Dotzauer para os níveis 5, 6, 7, 8, 9 e 10, os 21 Estudos de Duport para o nível 9 e os 40 Estudos Op.73 de Popper para os níveis 9 e 10. 18 CAPÍTULO 2 METODOLOGIA Para o desenvolvimento desta pesquisa foram utilizados basicamente os três pontos principais da metodologia do “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola”: o Banco de Dados (Anexo A, em CD), a Tabela Descritiva dos Tópicos de Análise (Anexo B), e o Formulário de Análise (Anexo C). Durante o estudo deste material foram feitas modificações para atender à nova demanda: Estudos para violoncelo. Após a análise dos Estudos e seu armazenamento no banco de dados foi realizada a última fase da pesquisa com a discussão das análises e classificação dos Estudos. Neste capítulo serão apresentadas as principais características desta metodologia. A Tabela Descritiva dos Tópicos de Análise estabelece critérios para o preenchimento de todos os ítens do Formulário de Análise em relação à terminologia, definindo-os e exemplificando-os. Ela contém as seguintes seções: ● informações bibliográficas relativas a cada obra como um todo, contendo nome do autor, data de nascimento e morte, opus, volume, nome do revisor, compilador ou editor, editora e data da publicação; 19 ● aspectos gerais de cada Estudo a ser analisado: nº, data de composição, finalidade principal, nível, tonalidade, andamento, compasso e conteúdo geral (padrões rítmicos, padrões rítmicos com variação de arcada, arpejos, conteúdo misto, dinâmica, escalas, escalas cromáticas e passagens); ● técnicas de arco: Estudo padrão, acorde de três e quatro sons, arcadas mistas, arcada de Paganini, arcada de Rostal, arcada de Viotti, arcadas pontuadas, bariolage, brisure, collé, detaché retrógrado, detaché simples, fouetté, lancé, legato, martelé, mudança de corda com ligadura, mudança de corda sem ligadura, mudança no talão, piquet, portato, retomada de arco, ricochet com mudança de corda, ricochet contínuo, ricochet, sautillé, siciliana, spiccato, staccato, staccato volante e passagens; ● técnicas de mão esquerda: articulação dos dedos, balanço do cotovelo, cordas duplas diversas, cordas duplas (segundas, terças, quartas, quintas, sextas, sétimas, oitavas e oitavas dedilhadas, nonas e décimas), extensão do 1º e do 4º dedo, mudanças de posições 1-2, 1-3, 1-2-3, 1-3-5, 1-2-3-4, 1-2-3-5, 1-2-3-4-5, 1-2-3-4-5-6, 1-2-3-4-5-6-7, mudança de posições extremas, oitavas melódicas, polifonias, posição fixa ½, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, posições extremas, terças quebradas, trinados, trinados em cordas duplas e passagens; ● outras técnicas e efeitos especiais: col legno, glissandos e portamentos, harmônicos, ornamentos, pizzicato, pizzicato de mão esquerda, sul ponticello, sul tasto, tremolo, vibrato e passagens. 20 Para agilizar e facilitar as análises dos Estudos foram utilizados Formulários de Análise impressos (eliminando assim a necessidade de haver sempre um computador à disposição), os quais foram preenchidos para cada um dos 174 Estudos a partir de consultas à Tabela Descritiva dos Tópicos de Análise. Os resultados foram armazenados em um banco de dados para consultas, as quais estão exemplificadas no Capítulo 3. 2.1 - Processo de adaptação da metodologia utilizada no Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola A Tabela Descritiva dos Tópicos de Análise e o Formulário de Análise contidos no “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola”, assim como a estrutura do banco de dados foram submetidos a uma revisão para atender especificamente à técnica do violoncelo. Foram acrescentados ítens relativos somente à técnica violoncelística assim como foram implantadas modificações em alguns tópicos, os quais estão salientados nos Anexos B e C. Esta pesquisa é parte integrante de um projeto que envolve os quatro instrumentos da família (moderna) das cordas friccionadas. Portanto, alguns ítens aplicáveis somente à análise e classificação dos Estudos destinados ao violino e viola foram mantidos. É o caso, por exemplo, dos tópicos Arcada de Paganini, Arcada de Rostal e Arcada de Viotti que, apesar de serem 21 executáveis também no violoncelo, não se tem o hábito de denominá-las1. Este tipo de detalhamento no que se refere aos termos para a definição dos golpes de arco sempre esteve mais presente na técnica violinística, talvez por ter sido o violino um instrumento solista muito antes do violoncelo. 2.1.1 - Modificações na seção “Informações bibliográficas” No tópico Compilador/Editor foi acrescentado Revisor, por ser esta uma função diferente das anteriores. Tópicos Descrição Exemplos Informações Bibliográficas Compilador/Editor/ Revisor Compilador: Pessoa que produz uma obra com material extraído de obras de outros autores. Editor: Pessoa que prepara para publicação uma obra de outro autor. Revisor: Pessoa responsável pela revisão e correção de uma obra antes de sua edição. Harvey Whistler (Comp.) Walther Davisson (Ed.). Friedrich Grützmacher (Rev.). FIGURA 3 - Exemplo de modificação na T.D.T.A. 1 Embora constem em fontes como LAVIGNE & BOSÍSIO (1999), nunca observei referências a esta nomenclatura no que concerne à técnica violoncelística. 22 Mediante a dificuldade de se encontrar edições originais, o tópico relativo à descrição do título da obra foi alterado para que conste o título da edição utilizada nas análises e não o título da edição original, como era pedido na antiga T.D.T.A., facilitando assim a consulta ao banco de dados. Ainda para facilitar a consulta foi acrescentada a abreviatura do Volume, constando sempre em português, escrita logo após o número do Opus (quando houver) e em algarismos romanos. (Ex. Op. 73, vol. II, ao invés de heft II). 2.1.2 - Modificações na seção “Aspectos gerais” Antes de introduzir as modificações realizadas nesta seção é necessário que o conceito de “posição” seja citado: “A princípio, a posição - colocação inicial dos dedos da mão esquerda no espelho - é determinada pelo posicionamento do 1º dedo”. (CHACALOV, 1997:33). De acordo com CHACALOV (Ibidem), para evitar as “metades” na numeração foi introduzido o conceito de “posição elevada”. Teremos então: meia posição, 1ª posição, 2ª posição, 2ª posição elevada, 3ª posição, 3ª posição elevada, 4ª posição, 5ª posição, 5ª posição elevada, 6ª posição, 6ª posição elevada e 7ª posição. Após a 7ª posição começam as “posições do polegar”. 23 Considerando as diferenças na organização das posições de mão esquerda no espelho do violoncelo em relaçãoao violino e à viola, foi acrescentada a descrição do tópico “Nível do Estudo” específica para o violoncelo, passando a ser considerados de nível elementar os Estudos que trabalham da 1º à 4ª posições, de nível intermediário aqueles que abrangem da 1ª à 7ª posições e serão considerados de nível avançado os Estudos que utilizam posições acima da 7ª. Tópicos Descrição Exemplos (abreviaturas) Aspectos Gerais Nível Violino e Viola: Elementar: Uso da 1a. posição. Intermediário: Uso da 1a à 5a posições. Avançado: Uso de posições acima da 5a. Violoncelo: Elementar: Uso da 1ª à 4ª posições. Intermediário: Uso da 1ª à 7ª posições. Avançado: Uso de posições acima da 7ª. EL. IN. AV. EL. IN. AV. FIGURA 4 - Modificação no tópico “Nível do Estudo”. Sendo esta uma forma geral de classificação poderão ocorrer exceções como, por exemplo, um Estudo que trabalhe o Staccato Volante utilizando da 1ª à 4ª posições deverá ser considerado de nível intermediário porque este é um golpe de arco a ser trabalhado por estudantes que já ultrapassaram o nível elementar (é o caso do Estudo nº 70 de Dotzauer). Vale lembrar que o nível intermediário compreende Estudos que se aproximam do nível elementar (pela predominância do uso da 1ª à 4ª posições, apenas com passagens na 5ª, 6ª e 7ª), assim como os que se aproximam do 24 nível avançado (com passagens pelas “posições extremas” 2). Vários exemplos foram encontrados no 3º volume dos 113 Estudos de Dotzauer. Ainda na mesma publicação, o Estudo de número 81 foi classificado como avançado devido ao andamento Presto exigido pelo compositor, sendo este também um fator determinante do nível em algumas exceções. Quanto à especificação da finalidade principal do Estudo foi adotado o termo “Diversidade Técnica” para aqueles que se destinam a mais de dois objetivos ou que, pelo seu caráter musical, utilizam diversas técnicas para sua execução, sem ater-se à repetição sistemática de nenhuma delas. O termo “Estilo Cadência” foi adotado para designar a finalidade principal do Estudo quando este apresentar características semelhantes à cadência de concertos como, por exemplo, liberdade rítmica e virtuosismo, como demonstra a FIG. 5. O tópico Acordes foi acrescentado para designar a predominância de acordes na estrutura melódica do Estudo (FIG. 6). 2 Oitava posição em diante. (CARDOSO, 2000:54). 25 FIGURA 5 - Trecho do Estudo nº 73 de Dotzauer. FIGURA 6 - Trecho do Estudo nº 26 de Dotzauer 26 2.1.3 - Modificações na seção “Técnicas de arco” Foi acrescentado o tópico Mudança na Ponta, ou seja, mudança da direção do arco executada na ponta do mesmo. A inclusão deste tópico justifica-se pela necessidade de atingir a mesma qualidade sonora que é obtida no talão, uma vez que, no violoncelo, a região da ponta do arco exige um alongamento maior do braço direito. Conseqüentemente, exigirá também maior atenção na transferência de energia para a obtenção de uma boa sonoridade e articulação. É o caso do Estudo nº 61 de Dotzauer e nº 25 de Popper. FIGURA 7 - Trecho do Estudo nº 25 de Popper Também foi acrescentado o tópico Ricochet em Cordas Duplas, encontrado no Estudo nº 104 de Dotzauer e que poderá ser encontrado em Estudos avançados de outras publicações. 27 FIGURA 8 - Trecho do Estudo nº 104 de Dotzauer O tópico Legato em Cordas Duplas também foi acrescentado por diferir do legato comum, exigindo maior controle do ângulo e da pressão do arco, tendo sido encontrado nos Estudos nº 105 e nº 106 de Dotzauer. FIGURA 9 -Trecho do Estudo nº 105 de Dotzauer 28 2.1.4 - Modificações na seção “Técnicas de mão esquerda” Foi incluído o tópico Capotasto, técnica utilizada pelo violoncelo e contrabaixo que consiste no emprego do polegar esquerdo sobre o espelho do instrumento, sendo mais comum nas regiões agudas. Neste trabalho foi adotado o termo 8ª posição fixa para designar pedagogicamente a 1ª posição utilizada para o aprendizado do Capotasto, colocando-se o polegar sobre os harmônicos centrais das cordas. Certamente esta posição será muito mencionada na análise de outros álbuns de Estudos destinados ao aprendizado desta técnica, e por esta razão foi incluído o tópico 8ª posição fixa, podendo ser citado como exemplo o Estudo nº 77 de Dotzauer. O uso do Capotasto nas posições abaixo da 8ª (posições do braço3 e posições intermediárias4) passará a ser assinalado no novo tópico Capotasto nas Posições Baixas, verificado nos Estudos nº 81 e nº 82 de Dotzauer, entre outros. “A área de uso das posições do polegar é a parte superior do espelho: do final do braço até o cavalete. Entretanto, freqüentemente em passagens rápidas, particularmente quando precisamos executar quartas ou oitavas na parte baixa do espelho, o polegar também é usado nas posições baixas”. (CHACALOV, 1997:35). 3 1ª à 4ª posições. 4 5ª, 6ª e 7ª posições. 29 Ainda em relação às “posições do polegar” foi incluído o tópico Uso do 4º Dedo no Capotasto, justificado pelas palavras de CHACALOV e exemplificado na FIG. 11: “O capotasto com a utilização do 4º dedo pode ser considerado uma categoria especial e uma exceção específica da típica técnica do polegar”. (CHACALOV, 1997:40). Também foram incluídas as mudanças de posição 1-4, 1-2-4, 1-3-4, (encontradas, entre outros, nos Estudos nº 36 e nº 44 de Dotzauer) e a mudança 4-8 (encontrada, entre outros, no Estudo nº 87 da mesma publicação), mais comuns no violoncelo e que por esta razão não constavam no “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola”. No tópico Extensão do 1º entenda-se, no caso do violoncelo, recuo do 1º dedo, a fim de atingir a distância de um tom entre este e o 2º dedo. A extensão do 4º dedo não é usada no violoncelo e por isso foi criado o item Extensão avanço para designar o avanço do 2º, 3º e 4º dedos juntos, a fim de atingir o intervalo de dois tons inteiros entre o 1º e 4º dedos5. Em ambos os casos o 1º dedo se estende para propiciar o intervalo de terça maior entre o 1º e 4º dedos. A diferença está em como esta posição com extensão é alcançada. As posições que utilizam extensões são comumente denominadas “Posições Abertas”, ou seja, quando é atingida a distância de 1 tom entre o 1º e 2º 5 Quando não há extensão a mão esquerda alcança o intervalo de um tom e meio. 30 dedos e entre o 2º e 4º dedos (isso considerando-se o violoncelo, onde o intervalo entre o 2º e 3º dedos é de ½ tom até a 4ª posição e a partir da 5ª posição este intervalo pode ser de ½ tom ou de 1 tom inteiro, quando é utilizada a posição aberta). No que diz respeito às escalas cromáticas, foi observado que em alguns casos são utilizados apenas pequenos trechos com cromatismos que se repetem no decorrer do Estudo, não podendo ser caracterizados como escalas. Para estes casos foi criado o tópico Cromatismo na seção Técnicas de Mão Esquerda, podendo ser citados como exemplo os Estudos nº 27 de Popper, nº 67 e nº 80 de Dotzauer. FIGURA 10 - Trecho do Estudo nº 80 de Dotzauer 31 Verificou-se o uso do intervalo de 12ª no Estudo nº 110 de Dotzauer e, sabendo que esta técnica certamente será abordada em outros álbuns de Estudos mais avançados que constarão no “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violoncelo”, foi incluído o tópico Cordas Duplas Décimas Segundas (C. D. 12ªs). FIGURA11 - Trecho do Estudo nº 110 de Dotzauer O estudo prévio do material da metodologia do “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola”, assim como o preenchimento dos formulários de análise constituíram a fase inicial deste trabalho. Todas as modificações e adaptações acima citadas surgiram da necessidade de melhorar a descrição dos Estudos para as consultas, sendo logo após acrescentadas à T.D.T.A. e só então anexadas à estrutura do banco de dados. 32 CAPÍTULO 3 ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DOS ESTUDOS SELECIONADOS O resultado principal desta pesquisa é o banco de dados que contém a análise e classificação dos 174 Estudos selecionados. Devido à grande quantidade de dados armazenada não foi possível imprimi-lo de maneira que a visualização de todos os dados pudesse constar da parte escrita desta dissertação. A solução encontrada foi anexar o banco de dados (bdvioloncelo) em forma de CD para consultas. O bdvioloncelo foi organizado no programa Microsoft Access 2000. Para acessar o banco de dados em versões anteriores deste programa seria necessário converter as informações e salvar o bdvioloncelo convertido. Por esta razão o CD com o banco de dados contém também uma versão previamente convertida para o Microsoft Access 97. É mais seguro acessá-lo na versão mais recente porque durante a conversão alguns dados podem ter sido perdidos. O bdvioloncelo pode ser utilizado, entre outras possibilidades, em forma de consultas e relatórios. Ele também viabiliza a realização de pesquisas comparativas e quantitativas referentes aos Estudos analisados, assim como a determinados aspectos presentes nas publicações analisadas como um todo. 33 3.1 - Aspectos comparativos entre os Estudos analisados A análise dos relatórios R-Nível demonstrou que os 113 Estudos de Dotzauer (compilados por Klingenberg) abrangem os três níveis de dificuldade: 43 são de nível elementar, 48 são de nível intermediário e 32 são de nível avançado. Os 21 Estudos de Duport e os 40 Estudos Op.73 de Popper abrangem os níveis intermediário e avançado, com apenas uma exceção de nível elementar. Os Estudos de Popper pertencem, em sua maioria, ao nível avançado. 43 38 32 1 12 8 1 13 26 Dotzauer/113 Estudos Duport/21 Estudos Popper/40 Estudos Elementar Intermediário Avançado GRÁFICO 1 - Nível dos Estudos analisados A análise dos relatórios R-Legato, R-Detaché, R-Martelé, R-Spiccato, R- Staccato Volante e R-Ricochet demonstrou que, dos 174 Estudos que fazem parte desta pesquisa, 113 trabalham o Legato, 45 trabalham o Martelé, 35 trabalham o Detaché, 11 trabalham o Spiccato, 5 trabalham o Staccato Volante e apenas 1 trabalha o Ricochet. 34 0 20 40 60 80 100 120 Ricochet Staccato Volante Spiccato Detaché Martelé Legato GRÁFICO 2 - Golpes de arco O gráfico acima demonstra a carência de Estudos destinados ao Ricochet e ao Staccato Volante. Esta poderia ser a causa da aparente dificuldade dos estudantes de violoncelo em executar estes golpes de arco com a mesma qualidade com que executam o Legato. Uma conclusão definitiva a este respeito exigiria a análise de um maior número de publicações. O GRAF. 3 foi elaborado a partir do R-Capotasto e demonstra que dos 174 Estudos analisados, 65 trabalham o Capotasto, sendo que 58 são de nível avançado, 7 são de nível intermediário e nenhum Estudo de nível elementar. Os tópicos “Capotasto nas Posições Baixas” e “4º Dedo no Capotasto” não fizeram parte do R-Capotasto por constituirem campos diferentes. Ainda assim foi verificada sua ausência em Estudos de nível elementar. Isto pode ser uma indicação de que, nas publicações mais tradicionais do gênero, o Capotasto é introduzido tardiamente. 35 0 7 58 0 20 40 60 Elementar Intermediário Avançado GRÁFICO 3 - Capotasto Os GRAF. 4, 5 e 6 foram elaborados a partir de consultas a três tópicos de análise: mudança entre as posições 1-2-3-4-5-6-7 (M.1234567), mudança de posições extremas (M.P.E.) e finalidade principal: mudança de posição (F.P.M.P.), os quais foram comparados dentro da totalidade de Estudos de cada publicação. Assim, verificou-se que dos 21 Estudos de Duport, 8 exercitam as M.1234567 e 3 trabalham as M.P.E.. A análise dos 113 Estudos de Dotzauer demonstrou que 20 deles trabalham as M.1234567 e 11 trabalham as M.P.E., sendo que apenas 2 têm como finalidade principal as mudanças de posição. Entre os 40 Estudos Op.73 de David Popper 16 trabalham as M.1234567 e 16 trabalham as M.P.E., sendo que 5 deles apresentam a F.P.M.P.. 36 8 3 0 0 10 20 M.1234567 M.P.E. F.P.M.P. GRÁFICO 4 - Duport: 21 Estudos / Mudanças de posição 20 11 2 0 55 110 GRÁFICO 5 - Dotzauer: 113 Estudos / Mudanças de posição 16 16 5 0 20 40 GRÁFICO 6 - Popper: 40 Estudos / Mudanças de posição A comparação entre os GRAF. 4, 5 e 6 indica que apesar de ter nascido 100 anos antes, Duport ,em seus 21 Estudos, trabalhou proporcionalmente as M.1234567 tanto quanto nos Estudos Op. 73 de Popper. 37 3.2 - Diferenças na concepção e interpretação dos tópicos de análise Alguns pontos da análise realizada nesta pesquisa são passíveis de diferentes interpretações. É o caso, por exemplo, do golpe de arco Martelé, que dependendo do andamento em que o Estudo for executado, tornar-se-á Spiccato. Um exemplo típico é o Estudo nº 53 de Dotzauer para o qual a edição utilizada indica a metade superior do arco. A partir desta informação foi determinada como finalidade principal o golpe de arco Martelé. Observando-se as indicações de andamento Allegro e caráter Leggiero contidas neste Estudo, é possível deduzir que a execução será muito melhor se for utilizada a região do meio do arco e o golpe Spiccato. Mas esta é uma conclusão pessoal. Neste caso o golpe de arco foi classificado como Martelé, por ser este o correspondente às indicações da partitura. FIGURA 12 - Trecho do Estudo nº 53 de Dotzauer 38 Outro exemplo a ser citado é o Estudo nº 69 de Dotzauer para o qual foi determinada como finalidade principal o trabalho de articulação dos dedos da mão esquerda, podendo também ser considerados o legato ou a agilidade como finalidade principal, ou mesmo as três opções. Para a elaboração do bdvioloncelo foi necessário escolher apenas uma delas. FIGURA 13 - Trecho do Estudo nº 69 de Dotzauer Com base nestas observações, conclui-se que professores e estudantes que vierem a desenvolver e ampliar o bdvioloncelo posteriormente poderão ter opiniões diferentes a respeito de alguns tópicos de análise e classificação, o que certamente trará grandes contribuições para o desenvolvimento e ampliação deste trabalho. 39 3.3 - Como consultar o bdvioloncelo O bdvioloncelo pode ser acessado de várias maneiras: através de consulta direta à tabela de análise, de consultas pré-configuradas, de consulta simples ou de consulta com a estrutura modificada e também através de relatórios. 3.3.1 - Consulta direta ao banco de dados. Para consultar diretamente o bdviolondelo, abra-o e selecione a opção “Tabela”. Dê um duplo clique na “Análise dos Estudos de Violoncelo”. A tabela completa poderá ser vizualizada, com todos os tópicos de análise de cada um dos 174 Estudos, incluindo os campos que não foram utilizados. Portanto, esta pode ser considerada uma consulta lenta. 3.3.2 - Consultas pré-configuradas O bdvioloncelo foi pré-configurado para tornar algumas consultas mais rápidas e objetivasas quais foram denominadas de C-Finalidade Principal, C-Nível, C-Tonalidade, C-Autor e Nº e C-Código. Para consultas sobre a finalidade a que se destinam os Estudos, abra o bdvioloncelo, clique em “Consultas” e dê um clique duplo em C-Finalidade Principal. A lista abaixo foi elaborada com todas as finalidades principais que 40 constam no bdvioloncelo. Basta escolher uma das opções para acessar todos os Estudos destinados a qualquer uma delas. A pré-configuração desta consulta possibilita que sejam digitadas apenas as primeiras letras de cada finalidade. Os acentos devem ser respeitados. FIGURA 14 - Lista das finalidades principais Para consultas sobre o nível dos Estudos dê um clique duplo sobre a C-Nível. Na janela “Inserir valor do parâmetro”, digite EL para Elementar, IN para Intermediário ou AV para Avançado. Todos os Estudos do nível escolhido aparecerão e como esta é uma consulta pré-configurada, também constarão os campos Código, Autor, Número do Estudo, Tonalidade e Finalidade Principal. Acordes Diversidade Técnica Mudança de Posição Arcadas Mistas Escalas Mudança na Ponta Arcadas Pontuadas Estilo Cadência Oitavas Arpejos Estudo Padrão Polifonia Articulação Harmônicos Posição Fixa 1/2 Brisure Legato Sautillé Capotasto Martelé Spiccato Cordas Duplas Misto Staccato Cromatismo Mordentes Detaché Mudança de Corda 41 A FIG. 15 exemplifica uma consulta sobre os Estudos de nível Elementar: FIGURA 15 - Consulta ao bdvioloncelo Código Autor Númer Tonalidade Finalidade Principal do Nível 19 DUPORT, 19 Si Maior Posição Fixa 1/2 EL 22 DOTZAUER 1 Dó Maior Detaché EL 23 DOTZAUER 2 Dó Maior Martelé EL 24 DOTZAUER 3 Sol Maior Articulação M.E. EL 25 DOTZAUER 4 Mi menor Arcadas Mistas EL 26 DOTZAUER 5 Lá menor Martelé EL 27 DOTZAUER 6 Sol Maior Mudança na Ponta EL 28 DOTZAUER 7 Dó Maior Martelé EL 29 DOTZAUER 8 Sol Maior Articulação M.E. EL 30 DOTZAUER 9 Lá menor Articulação M.E. EL 31 DOTZAUER 10 Dó Maior Arpejos EL 32 DOTZAUER 11 Ré Maior Arpejos EL 33 DOTZAUER 12 Ré menor Martelé EL 34 DOTZAUER 13 Fá Maior Martelé EL 35 DOTZAUER 14 Lá menor Detaché/Legato EL 36 DOTZAUER 15 Ré Maior Articulação M.E. EL 37 DOTZAUER 16 Dó Maior Arcadas Pontuadas EL 38 DOTZAUER 17 Mi menor Legato EL 39 DOTZAUER 18 Dó Maior Estudo Padrão EL 40 DOTZAUER 19 Sol Maior Arpejos EL 41 DOTZAUER 20 Sol Maior Articulação M.E. EL 42 FIGURA 15 - Continuação Código Autor Númer Tonalidade Finalidade principal Nível 42 DOTZAUER 21 Fá Maior Arcadas Mistas EL 43 DOTZAUER 22 Sol Maior Martelé EL 44 DOTZAUER 23 Si b Maior Arcadas Mistas EL 45 DOTZAUER 24 Lá Maior Arpejos EL 46 DOTZAUER 25 Ré Maior Martelé EL 47 DOTZAUER 26 Sol Maior Acordes EL 48 DOTZAUER 27 Si b Maior Mudança de Corda EL 49 DOTZAUER 28 Sol Maior Mudança de Corda c/ EL 50 DOTZAUER 29 Fá Maior Detaché EL 51 DOTZAUER 30 Dó Maior Mudança de Corda c/ EL 52 DOTZAUER 31 Mi menor Arpejos EL 53 DOTZAUER 32 Ré menor Martelé EL 54 DOTZAUER 33 Sol Maior Misto EL 55 DOTZAUER 34 Lá Maior Mudança de Corda c/ EL 57 DOTZAUER 36 Fá Maior Legato EL 58 DOTZAUER 37 Dó # menor Arcadas Pontuadas EL 59 DOTZAUER 38 Lá menor Arcadas Mistas EL 61 DOTZAUER 40 Lá menor Arcadas Pontuadas EL 65 DOTZAUER 44 Lá b Maior Arcadas Mistas EL 66 DOTZAUER 45 Si b Maior Misto EL 69 DOTZAUER 48 Ré menor Mudança de Corda c/ EL 78 DOTZAUER 57 Fá menor Arcadas Mistas EL 84 DOTZAUER 63 Sol menor Polifonia EL 145 POPPER, 11 Fá Maior Mudançadecorda/Detac EL 43 A C-Tonalidade pode ser feita de duas maneiras: digitando-se uma tonalidade específica como Dó menor ou apenas Dó. A segunda opção apresentará todos os Estudos em Dó Maior, Dó menor, Dó # Maior e Dó # menor. É importante digitar a tonalidade com os devidos acentos sem os quais a consulta não funcionará. Os campos que acompanham a C-Tonalidade fazem parte da sua pré-configuração. Código Autor Número Finalidade Principal Nível Tonalidade 4 DUPORT, 4 Misto IN Dó menor 5 DUPORT, 5 Mudança de Corda IN Dó menor 109 DOTZAUER 88 Mudança de Posição AV Dó menor 115 DOTZAUER 94 Escalas Cromáticas IN Dó menor 144 POPPER, 10 Legato IN Dó menor 151 POPPER, 17 Cordas Duplas IN Dó menor 166 POPPER, 32 Staccato Volante AV Dó menor FIGURA 16 - C-Tonalidade: Estudos em Dó menor. A consulta C-Autor e Nº possibilita conhecer todo o conteúdo de um Estudo a partir do nome do compositor. Dê um duplo clique sobre a C-Autor e Nº. Na janela “Inserir valor do parâmetro” digite Duport, Popper ou Dotzauer e, na janela seguinte, o número do Estudo desejado. Todos os campos da tabela referentes a ele serão vizualizados. O mesmo acontece com a C-Código. A consulta feita a partir do código de referência de um Estudo apresentará todos os campos da tabela com as informações referentes ao mesmo. A partir de uma consulta como a C-Nível, 44 por exemplo, pode-se chegar a todas as informações relativas a determinado Estudo através de uma segunda consulta, digitando-se apenas seu código de referência. 3.3.3 - Consulta simples Através deste tipo de consulta é possível escolher entre todos os campos da tabela apenas aqueles que forem do interesse do usuário. Abra o bdvioloncelo, clique na guia Consultas e dê um clique duplo na opção “Criar consulta usando o assistente” (ou clique em “Novo” e selecione o Assistente de consulta simples). Na opção “Tabelas/Consultas” escolha a tabela “Análise dos Estudos de Violoncelo” e selecione entre os campos disponíveis aqueles que forem de interesse para a sua consulta, como, por exemplo, Autor, Número do Estudo, Nível e Martelé, passando-os para o lado direito em “Campos Selecionados”. Clique em “Avançar”. Na janela seguinte selecione a opção “Detalhe” e “Avançar”. Dê um nome para a sua consulta (C-Martelé, por exemplo) e selecione a opção “Abrir consulta para visualizar informações”. Clique em “Concluir”. Desta vez serão visualizados todos os Estudos da tabela (inclusive aqueles 45 que não trabalham o Martelé), com os campos selecionados. 3.3.4 - Consulta com a estrutura modificada Através de uma consulta com a estrutura modificada é possível encontrar todos os Estudos que contêm um determinado tópico (ou campo) da tabela “Análise dos Estudos de Violoncelo”. Para saber quais Estudos trabalham o Martelé, por exemplo, mesmo que esta não seja sua finalidade principal, siga as instruções abaixo: Abra o bdvioloncelo, clique na guia Consulta e dê um clique duplo na opção “Criar consulta usando o assistente” (ou clique em “Novo” e selecione o Assistente de consulta simples). Selecione então os campos importantes para a sua consulta, como, por exemplo, Código, Autor, Número do Estudo, Nível e Martelé. Clique em “Avançar”. Na próxima janela, selecione a opção “Detalhe” e “Avançar”. Dê um título para a consulta (“C-Martelé”). Selecione a opção “Modificar a estrutura da consulta” e “Concluir”. No campo “Martelé” digite sim como critério e caso seja necessário para sua consulta, especifique o nível desejado (entre aspas) no campo correspondente. Clique em “Executar” ( ! ). 46 Desta vez serão visualizados apenas os Estudos que trabalham o Martelé, com os campos selecionados. O procedimento descrito acima se aplica a todos os campos com critério sim/não e desta forma foram realizadas as consultas C-Capotasto, C-Legato, C-Detaché, C-Spiccato,C-Staccato Volante, C-Ricochet, as quais podem ser acessadas automaticamente com um clique duplo. 3.3.5 - Relatórios Consultas são perguntas que fazemos ao banco de dados. Relatórios são apresentações de consultas de forma sintética possibilitando a melhor visualização dos dados na tela, sendo o formato mais indicado para impressão. Eles podem ser extraídos diretamente da tabela ou de consultas que já foram realizadas. Para extrair o relatório da consulta C-Martelé (exemplificada acima), abra o bdvioloncelo e clique na guia “Relatórios”. Com um clique duplo selecione a opção “Criar relatório usando o assistente” (ou clique em “Novo” e selecione a opção “Assistente de relatório”). Selecione a consulta C-Martelé assim como todos os campos disponíveis e clique em “Avançar”. (Caso deseje extrair o relatório diretamente da tabela, selecione a tabela desejada e apenas os campos de interesse). Nas duas 47 janelas seguintes clique em “Avançar”. Quanto à opção Layout, selecione “Tabela” e orientação “Retrato”. Clique em “Avançar“. Selecione o estilo e “Avançar”. Dê um título para seu relatório (R- Martelé, por exemplo) e “Concluir”. O procedimento descrito acima foi seguido para criar os relatórios R-Capotasto, R-Detaché, R-Legato, R-Ricochet, R-Spiccato, R-Staccato Volante, R- Finalidade Principal, R-Nível e R-Tonalidade, os quais podem ser acessados automaticamente no bdvioloncelo com um clique duplo. Relatórios a partir das consultas C-Autor e Nº e C-Código são inviáveis porque possuem uma grande quantidade de campos. O Anexo D contêm os relatórios com a classificação dos Estudos quanto ao nível (R-Nível), quanto a três dos golpes de arco mais usados (R-Legato, R- Detaché e R-Spiccato, não constando o R-Martelé1), quanto à utilização do Capotasto (R-Capotasto) e algumas das finalidades principais a que se destinam (Arcadas Mistas e Pontuadas, Arpejos, Articulação dos dedos da mão esquerda, Cordas Duplas, Diversidade Técnica e Polifonia) para que possam ser consultados sem o auxílio do computador. 1 Conforme exemplificado nas seções 3.3.3 e 3.3.4 deste capítulo. 48 CONCLUSÃO Desde meu primeiro contato com o violoncelo sempre pensei que, se há dificuldades, certamente existem formas de transpô-las. Hoje entendo que os anos de graduação foram importantíssimos para a aquisição dos recursos técnicos e musicais que me ajudariam a superar os desafios constantes da vida profissional. Os Estudos de Dotzauer, Duport e Popper estiveram presentes diariamente durante aquele tempo e até hoje constituem grande suporte para a aquisição e manutenção destes recursos, tendo sido esta a minha razão pessoal por tê-los escolhido para iniciar o “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violoncelo”. Durante esta pesquisa, além de recapitular, através da análise dos Estudos, grande parte do aprendizado do instrumento, descobri que os três compositores escolhidos possuíram um elo entre si. Dotzauer estudou com J. J. Krieg, o qual havia sido aluno de Duport. Também estudou com Romberg em Berlim, o qual foi largamente influenciado por Duport. David Popper, por sua vez, foi aluno de Goltermann, ex-aluno de Kummer, um discípulo de Romberg e Dotzauer. (CAMPBELL, 19890). Das três publicações analisadas os 113 Estudos para violoncelo de J. J. F. Dotzauer (compilados por Klingenberg) é a única que abrange os três níveis de dificuldade, contendo Estudos que vão desde o nível elementar até o avançado, sendo que em sua grande maioria o caráter técnico sobrepuja o musical (com exceção dos Estudos Estilo Cadência). 49 Os Estudos de J. L. Duport ainda hoje são considerados fundamentais para a aquisição da técnica de mão esquerda nos níveis intermediário e avançado. O caráter musical destes Estudos é relevante sendo que o renomado violoncelista Anner Bylsma registrou o nº 9 (Ré m) e o nº 11 (Lá m) em seu CD “O Violoncelo e o Rei da Prússia1” em 1998, ambos com o acompanhamento de segundo violoncelo2. Os 40 Estudos op. 73 de David Popper trabalham ostensivamente modulações e mudanças de posição onde são exploradas as dificuldades técnicas da música escrita em sua época e pertencem em sua maioria ao nível avançado, constituindo uma exceção o de nº 11 (Fá M) por ser de nível elementar. Durante esta pesquisa cheguei à conclusão de que as composições do tipo Estudo exigem a inter-relação compositor-instrumentista-pedagogo, sendo que neste caso específico é necessário que o compositor conheça muito bem as dificuldades de seu instrumento e tenha interesse em criar composições destinadas à superação das mesmas. O gráfico “Golpes de Arco” me levou à conclusão parcial de que existe uma carência de Estudos destinados a determinadas técnicas, como é o caso do Ricochet e do Staccato Volante. Assim como não foram encontrados Estudos 1 Ver Bibliografia. 2 As edições atuais trazem apenas a 1ª voz. A biblioteca da Escola de Música da UFMG possui uma edição italiana com os acompanhamentos. (Ver Bibliografia). 50 de nível elementar que trabalhem o Capotasto. Acredito que esta seja uma tendência existente nas publicações mais tradicionais de Estudos e acredito também que a tendência atual na pedagogia do violoncelo e do contrabaixo seja introduzir, o mais rapidamente possível, as posições mais elevadas e o Capotasto, “tornando a performance nos registros agudos mais natural e confortável”, conforme afirma JENSEN (1998). Com esta pesquisa, que abrange três das principais publicações do gênero, está iniciado o “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violoncelo”, o qual já se encontra disponível para consulta, tendo sido atingida sua principal meta: um trabalho que auxilie e dinamize o processo de ensino-aprendizagem do instrumento, podendo ser utilizado tanto por professores quanto por alunos de violoncelo. Não obstante, espero que ele seja ampliado e aperfeiçoado de maneira a atender cada vez melhor aos seus usuários. O curso de Mestrado em Música da UFMG me proporcionou a oportunidade de realizar esta pesquisa além da gravação de 2 CDs respectivos aos recitais realizados. Foi uma experiência extremamente enriquecedora sob todos os aspectos. 51 BIBLIOGRAFIA BACHMANN, Werner. The Origins of Bowing and the Development of Bowed Instruments up to the Thirteenth Century. London: Oxford University Press, 1969. 178 p. BLUM, David. Casals and the Art of Interpretation. Berkeley: University of California Press, 1977. 222 p. BYLSMA, Anner, SLOWIK, Kenneth, HOOGLAND, Stanley. The Cello and the King of Prussia. Composições de Duport, Beethoven, Romberg e Boccherini. Haarlem: Sony Music Entertainment Inc., 1998. (Compact Disc) CAMPBELL, Margaret. The Great Cellists. North Pomfret: Trafalgar Square Publishing, 1989. 352 p. CARDOSO, Cláudio Urgel Pires. “Guia Analítico de Estudos Selecionados para Violino e Viola”. Belo Horizonte: FAPEMIG, 2000. 86 p. (Relatório). CHACALOV, N. The Art of Cello Fingering. 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ANEXOS ANEXO A BANCO DE DADOS (BDVIOLONCELO) ANEXO B TABELA DESCRITIVA DOS TÓPICOS DE ANÁLISE Tabela Descritiva dos Tópicos de Análise Tópicos Descrição Exemplos Autor / Data de nascimento e morte. Último sobrenome do autor (exceto para sobrenomes compostos), em letras maiúsculas, seguido por vírgula e pelos prenomes, em letras minúsculas, da mesma forma como constam no documento. Data de nascimento e morte do compositor. KREUTZER, R. 1766 –1831 DUPORT, Jean-Louis. 1749 - 1819 Título Título na língua original, escrito com letras minúsculas e em itálico. Título da edição utilizada. Etuden Opus/Volume Abreviatura de Opus seguido do número em arábico, separado por vírgula da abreviatura do volume, seguida do número escrito em algarismos romanos. Op. 32, vol. III. Compilador/Editor/ Revisor Compilador: Pessoa que produz uma obra com material extraído de obras de outros autores Editor: Pessoa que prepara para publicação uma obra de outro autor Revisor: Pessoa responsável pela revisão e correção de uma obra antes de sua edição. Harvey Whistler (Comp.). Walther Davisson (Ed.). Friedrich Grützmacher (Rev.). Editora Cidade, precedida por: e o nome da editora (em letras minúsculas). Leipzig: Peters Informações Bibliográficas Data Publicação Data da publicação em números arábicos. 1929 Tópicos Descrição Exemplos N º Estudo Numeração arábica. 23 Data (período de composição) Data de composição do estudo. 1828 Finalidade principal do estudo Principal finalidade técnica a que se destina o Estudo Cordas Dobradas Nível Violino e viola: Elementar: Uso da 1a. Posição Intermediário: Uso da 1a. a 5a. Posições Avançado: Uso de Posições acima da 5a. Violoncelo: Elementar: Uso da 1ª à 4ª posições. Intermediário: Uso da 1ª à 7ª posições. Avançado: Uso de posições acima da 7ª. Elementar, Intermediário ou Avançado. EL. IN. AV. Tonalidade Notação tradicional. Fa#M Andamento Notação tradicional. Allegro Compasso (Signo) Notação tradicional. 3/4 Aspectos Gerais Padrões Rítmicos Conjunto de células rítmicas que predominam no Estudo. Tópicos Descrição Exemplos Padrões Rítmicos com variação de arcada. Conjunto de células rítmicas que predominam no Estudo, mas que apresentam variações de arcada. Arpejos Predominância de Arpejos na estrutura melódica do Estudo. Dinâmica Considerável variação de dinâmica (Graduações da intensidade do som na execução de uma peça musical, indicadas geralmente por abreviaturas de termos italianos) na melodia do Estudo. Aspectos Gerais (continuação) MIsto Estudo que contém fragmentos de escalas, arpejos, terças quebradas, etc., mantendo um padrão rítmico com variações de arcadas. Escalas Predominância de Escalas na estrutura melódica do Estudo. Escalas Cromáticas Predominância de Escalas Cromáticas na estrutura melódica do Estudo. Acordes Predominância de acordes na estrutura melódica do estudo. Aspectos Gerais (continuação) Passagens ( aspectos gerais) Aparecimento dos tópicos descritos acima em proporções que não permitam caracterizá-lo como predominante no Estudo, mas que ao mesmo tempo não possam ser desconsiderados . Passagens em escalas cromáticas, passagens em arpejos. Tópicos Descrição Exemplos Tópicos Descrição Exemplos Estudo Padrão Estudo que por sua forma ( Motto Perpetuo), se torna propício para o estudo das diversas técnicas de arco. Acorde de quatro sons Acordes compostos por 4 notas. Quanto à sua execução podem ser: "quebrados" ou "arpejados". Acorde de três sons Acordes compostos por 3 notas. Quanto à sua execução podem ser: "quebrados", "simultâneos" ou "arpejados". Arcadas Mistas Arcadas que alternam dois ou mais golpes de arco. Técnicas de Arco Arcada de Paganini Consiste em uma arcada mista, que alterna uma nota desligada e duas
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