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Cadernos de Resumos Fisiologia

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UNIJUI- Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio 
Grande do Sul 
DCVida - Departamento de Ciências da Vida 
 
CADERNO DE RESUMOS DE AULA 
 
FISIOLOGIA I 
 
Prof.ª Mirna Stela Ludwig 
 
Aluno:..................................................... 
Curso:..................................................... 
Ano/Semestre:.......................................... 
 
 
 1 
 
 Orientações quanto ao Caderno de Resumo: 
 
 Os textos apresentados foram elaborados baseados em diversas bibliografias, que estão apresentadas 
no final desse caderno, na lista de referências bibliográficas. 
 
Os resumos apresentados têm como objetivo orientar o estudo dos alunos antes das aulas e para 
acompanhamento durante a aula É imprescindível, entretanto, a leitura e estudo nos livros e artigos 
recomendados pela professora. 
 
As questões/exercícios apresentadas ao final de cada resumo objetivam dirigir o estudo em livros e a 
sistematização dos respectivos conteúdos desenvolvidos. 
 
Bom estudo! 
 
Prof.ª Mirna Stela Ludwig 
 2 
 
AULA: INTRODUÇÃO A FISIOLOGIA 
 
Organização funcional do corpo humano 
 A fisiologia é a ciência que estuda os fenômenos próprios dos seres vivos e as leis que os regem. O 
objetivo da fisiologia humana é elucidar os processos responsáveis pela origem, desenvolvimento e 
continuação da vida do ser humano. Freqüentemente, a fisiologia enfoca eventos em níveis celular ou 
molecular, porque as habilidades das células dependem das reações químicas que ocorrem dentro delas. A 
Fisiologia também se apóia em princípios físicos, os quais ajudam a explicar, por exemplo, as correntes 
elétricas, a pressão do sangue, o movimento do corpo. 
O corpo humano está organizado estruturalmente em diferentes níveis, compondo uma hierarquia 
estrutural iniciando pelo nível químico (neste nível, átomos se combinam para formar moléculas, como a água e 
proteínas). O nível celular compreende a unidade dos seres vivos, desde os mais simples até os organismos 
mais complexos (ser humano). A hierarquia continua no nível tecidual, composto por grupos de células 
similares com função comum. Os quatro tipos básicos de tecidos no corpo humano são os tecidos nervoso, 
epiteliais, musculares, conjuntivos. Chegamos ao nível dos órgãos, onde funções extremamente complexas se 
tornam possíveis. O próximo é o nível do sistema de órgãos que compreende um conjunto de órgãos que 
trabalham juntos para realizar um propósito comum. Torna-se evidente que a saúde, a integridade física, um 
perfeito funcionamento de todos os órgãos e sistemas do corpo depende dos fenômenos celulares, dos eventos 
químicos e físicos que afetam atividade da unidade funcional básica do ser vivo, ou seja a célula. 
O organismo humano, do ponto de vista biológico é, portanto, um ser complexo, formado por múltiplos 
sistemas de órgãos que funcionam de modo interdependente, inserido no meio ambiente, onde variáveis 
(temperatura, pressão atmosférica, composição do ar, etc) se constituem em estímulos, aos quais reagimos (em 
todos os níveis) na perspectiva de manter a homeostasia. 
 
Funções necessárias a vida 
Movimento: inclui as atividades promovidas pelo sistema muscular, que envolve desde o movimento do 
corpo para a realização das atividades diárias até o movimento de órgãos para promover, por exemplo, o 
trânsito do alimento no tubo gastrintestinal. No nível celular, a habilidade das células musculares se moverem 
pelo encurtamento é chamada de contratilidade. 
Responsividade: é a habilidade de perceber mudanças (estímulos) no ambiente e responder a eles. 
Nesta função, o sistema nervoso tem envolvimento especial e principal. 
Digestão: é a transformação química dos alimentos ingerimos em moléculas simples que podem ser 
absorvidas para o sangue e disponibilizadas às células do corpo, provendo-as com suprimento necessário para 
suas atividades e funções. 
Metabolismo: inclui todas as reações químicas que ocorrem no organismo, incluindo a 
quebra/mobilização de substâncias (catabolismo), a síntese de estruturas celulares mais complexas a partir de 
substâncias mais simples (anabolismo) e utilização de nutrientes e oxigênio para produzir o ATP (trifosfato de 
adenosina), a molécula rica em energia que serve de fonte energética direta para a célula realizar suas funções. 
É regulado principalmente pelo sistema endócrino. 
 3 
Excreção: é o processo de remoção de resíduos do corpo, gerados a partir da alimentação (resíduos 
alimentares) e do metabolismo celular (gás carbônico, por exemplo); 
Reprodução: consiste na formação de um novo organismo a partir da fecundação do gameta feminino 
(ovócito) pelo gameta masculino (espermatozóide). 
Crescimento: consiste no aumento no tamanho de uma parte do corpo ou do organismo. Em geral, é 
realizado pelo aumento no número de células ou do tamanho de células individuais. 
Manutenção dos limites: todos os seres vivos devem manter seus limites de tal modo que o meio 
interno permaneça distinto do meio externo circundante. Em organismos unicelulares, o limite externo é uma 
membrana limitante que encerra seu conteúdo e seleciona o movimento de substâncias. De maneira similar, 
todas as células de nosso corpo são circundadas por uma membrana com permeabilidade seletiva. 
Adicionalmente, o corpo como um todo é envolvido pelo sistema tegumentar (pele), o qual o protege do 
ressecamento de órgãos internos, de bactérias, dos efeitos lesivos do calor, da luz solar e de outros agentes 
externos lesivos. 
A manutenção da vida requer que vários fatores estejam presentes e sejam mantidos em condições 
apropriadas. Entre os fatores necessários à sobrevivência estão: os nutrientes (contém substâncias utilizadas 
como energia e para a formação de células), oxigênio (necessário para que ocorram as reações 
químicas/metabólicas), temperatura corporal normal (determina a velocidade das reações químicas), a pressão 
atmosférica (implica na condição do ar inspirado e conseqüentemente nas trocas gasosas que ocorrem nos 
pulmões) e a água (componente mais abundante do organismo). 
A água corporal e o ambiente líquido do organismo 
As células, que são compartimentos envolvidos por membrana, preenchidos com uma solução aquosa 
concentrada de substâncias químicas e banhadas por líquido nutritivo. 
A água é o, constituindo aproximadamente 60% do peso corporal. A proporção do peso corporal 
representada pela água pode variar de 45 a 75% do peso corporal, dependendo do teor de gordura, do sexo e 
da idade do indivíduo. Em indivíduos mais jovens e mais magros o teor de água é maior; em lactente o 
percentual é de cerca de 75%; adulto jovem homem, 64%; adulto jovem mulher, 53%; idoso homem, 53%; 
idoso mulher, 46%. 
Quanto ao teor de gordura, a proporção de água é maior em indivíduos magros do que em obesos, 
razão pela qual, em geral, os homens apresentam percentual maior de água em relação ao peso corpóreo 
(ação hormonal do hormônio sexual masculino sobre o desenvolvimento da massa magra) do que as mulheres 
(ação hormonal dos hormônios sexuais femininos). 
Quanto ao fator idade, a mudança que ocorre no primeiro ano de vida deve-se ao fato que, durante 
esse período as células, que contêm aproximadamente 20% de matéria sólida, crescem mais rapidamente do 
que o compartimento extracelular, que contém menos matéria sólida. 
A água corporal está distribuída em compartimentos, o compartimento intracelular e o extracelular. 
Esses compartimentos são limitados pela membrana celular. 
O líquido extracelular corresponde à água do organismo que se encontra fora das células, sendo 
encontrado no compartimento intravascular como plasma e no compartimento extravascular como líquido 
intersticiale transcelular. 
 4 
O volume de fluido extracelular representa cerca de 25% do peso corporal e inclui o fluido intersticial 
(19%), a água plasmática (4,5%) e líquido transcelular (1,5%). O fluido intersticial difere do plasma praticamente 
pela diferença na concentração de proteínas, ou seja, o plasma apresenta maior concentração de proteínas do 
que o fluido intersticial. O líquido extracelular banha todas as células do organismo, correspondendo ao 
chamado meio interno, isto é, ao meio em que as células vivem. 
O volume do fluido intracelular corresponde cerca de 35% do peso corporal, constituindo assim o maior 
compartimento líquido do organismo. 
A composição do meio intracelular é essencialmente diferente daquela do meio extracelular, 
principalmente no que se refere à concentração das substâncias. O fluido intracelular, por exemplo, é rico em 
íons potássio e pobre em íons sódio e cloreto. Por outro lado, o fluido extracelular é constituído 
predominantemente de cloreto de sódio, contendo baixa concentração de íons potássio. 
 
Homeostasia: 
Pense sobre o fato de que seu corpo contém trilhões de células em atividade constante e que, em 
geral, pouco dá errado. Como explicar isto? 
A tendência à manutenção da constância relativa de determinadas variáveis, mesmo em presença de 
alterações ambientais significativas, é conhecida como homeostasia (ou homeostase). Este termo foi usado por 
Walter Canon, um fisiologista americano do início do século XX, para descrever a “sabedoria do corpo”, ou seja, 
sua habilidade de manter as condições internas relativamente estáveis mesmo que o mundo externo se altere 
continuamente. Embora a tradução literal da palavra signifique “inalterada”, ela indica um “estado dinâmico de 
equilíbrio”. 
Assim, podemos dizer que o termo homeostasia é usado para designar a manutenção das condições 
constantes do meio interno. 
A manutenção da homeostasia depende do funcionamento normal do corpo em todos os níveis de 
organização estrutural e, sobretudo, da existência de mecanismo de regulação e de controle das diferentes 
variáveis e da comunicação dentro do corpo. Esta comunicação é condição importante para o funcionamento 
dos sistemas de controle e regulação e é realizada principalmente pelo sistema nervoso (via impulsos nervosos 
e neurotransmissores) e pelo sistema endócrino (por mensageiros químicos denominados de hormônios) 
Independente do fator ou evento que está sendo regulado (a variável), todos os mecanismos de 
controle homeostáticos têm pelo menos três componentes independentes: 
 receptor: tipo de sensor que monitora o ambiente e responde às alterações, chamadas de estímulos, enviando 
informação ao segundo componente; 
-centro de controle: a informação chega ao centro de controle (via aferente), o qual determina o ponto de ajuste 
(nível ou faixa na qual a variável deve ser mantida), analisa a informação que recebe e então determina a 
resposta apropriada ou a via de ação. 
-efetor: o terceiro componente fornece meios para a resposta (saída) do centro de controle ao estímulo. Os 
resultados gerados pela resposta do efetor (via eferente) agem por retroalimentação sobre o estímulo 
contrariamente (retroalimentação negativa) ou favoravelmente (retroalimentação positiva). 
A maior parte dos mecanismos de regulação e de controle das funções corporais funciona por feedback 
negativo ou retroalimentação negativa. Por exemplo: a elevação da pressão de dióxido de carbono no sangue 
 5 
causa aumento da ventilação pulmonar. Isso, por sua vez, provoca maior eliminação deste gás pelo 
organismo, reduzindo sua pressão no sangue. Observa-se que a resposta (diminuição da pressão de CO2) é 
contrária ao estímulo (aumento da pressão de CO2). 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
1-Explique os níveis de organização estrutural do nosso organismo. 
2- Considerando a organização funcional do corpo humano, responda. Uma alteração no funcionamento das 
células de um determinado tecido pode gerar um quadro de doença? Cite ao menos um exemplo. 
3-Em relação às funções necessárias à vida poderíamos considerar uma (ou algumas) menos importante? 
Justifique. 
4-Considerando os fatores necessários à sobrevivência, a água é o componente mais abundante do organismo. 
Considerando os limites e compartimentos líquidos corporais, distribua a água corporal total em um indivíduo 
adulto jovem magro. 
5-O que você entendeu por homeostasia? O que quer dizer “estado dinâmico de equilíbrio”? 6-Considerando os 
componentes do mecanismo de controle homeostático, apresente um exemplo de regulação por 
retroalimentação ou feedback negativo. 
 
 
 6 
 
AULA:PROCESSOS DE TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR: 
 
As células partilham de estrutura básica comum. Os componentes celulares são revestidos por 
membrana celular contínua. Essa membrana forma uma barreira entre a célula e seu ambiente, através da qual 
ocorrem todas as comunicações. A membrana garante, por um lado, que a célula mantenha a composição de 
meio intracelular relativamente constante e equilibrada, apesar das variações do seu ambiente, e por outro, as 
permite constantes trocas entre os compartimentos intra e extracelulares. 
O modelo do mosaico-fluido da estrutura da membrana plasmática (que envolve a célula) descreve-a 
como sendo uma estrutura extremamente delgada, composta por uma dupla camada de lipídeos com proteínas 
dispersas nela. A bicamada lipídica é constituída em grande parte por fosfolipídeos com quantidades menores 
de colesterol e glicolipídeos. 
Cerca de 20% da superfície externa da membrana são formadas por balsas lipídicas, que são porções 
mais organizadas e menos fluidas que podem incluir e excluir determinadas proteínas. 
Existem duas populações distintas de proteínas de membrana, as integrais (firmemente inseridas na 
membrana, a maioria transmembrana) e as periféricas (se prendem fracamente às proteínas integrais ou aos 
lipídeos e podem ser facilmente removidas sem danificar a membrana). 
As proteínas da membrana exercem diversas funções como o transporte de substâncias entre os 
compartimentos intra e extracelulares (proteínas transportadoras), atividade enzimática, receptores para 
transdução de sinal, acoplamento intercelular, reconhecimento célula-célula e ligação ao citoesqueleto e à 
matriz extracelular. 
A capacidade que uma membrana possui de permitir a passagem de uma substância através dela se 
denomina permeabilidade. Para a compreensão do processo de transporte de substâncias através da 
membrana é preciso considerar que a membrana é seletivamente permeável às diferentes substâncias, pois se 
trata de uma estrutura lipoprotéica banhada por liquído (LEC e LIC) com substâncias lipossolúveis e 
hidrossolúveis. 
A permeabilidade da membrana as substâncias é influenciada por fatores como a espessura e o 
número de transportadores na membrana, a lipossolubilidade e o peso molecular da substância e a temperatura 
do meio. 
Dependendo das características das substâncias (solubilidade em lipídios, peso molecular, cargas 
elétricas) o transporte de moléculas através da membrana pode ser simples, ou seja, pela bicamada lipídica ou 
pode ser mediado, isto é, com a utilização de proteínas transportadoras. O transporte mediado apresenta duas 
grandes categorias: 
 - Transporte mediado por canais: alguns canais ficam permanentemente abertos, enquanto que outros 
têm comportas, isto é, possuem comportas que abrem e fecham. Os canais podem ser classificados em canais 
voltagem-dependentes (abrem e fecham dependendo da voltagem através da membrana), ligando-dependentes 
(abrem e fecham dependendo da presença de ligantes-neurotransmissores e hormônios-) e de vazamento 
(sempre abertos). 
- Transporte mediadopor carreadores: o transporte mediado por carregadores pode ser classificado 
nas seguintes categorias: uniporte (o carregador movimenta apenas um tipo de substância); simporte ou co-
 7 
transporte (o carregador movimenta dois tipos -em alguns casos 3- de substâncias em cada ciclo, promovendo 
fluxo no mesmo sentido); antiporte ou contra-transporte ou trocador (o carregador movimenta dois tipos de 
substâncias em cada ciclo, porém em sentidos opostos). 
Uma característica comum no transporte mediado por carreadores é o fenômeno da saturação, o qual 
ocorre tanto em processos passivo como no ativo. A saturação é um fenômeno produzido pela limitação das 
velocidades das reações químicas de fixação, liberação e alterações conformacionais do carreador passíveis de 
ocorrer. 
O transporte de substâncias pode ou não requerer consumo energético (ATP). De acordo com este 
fator, o transporte pode caracterizado como difusão, que não requer e não consome ATPe como transporte 
ativo, que requer uma fonte energética. 
Embora existam muitas variações desses dois mecanismos básicos, difusão significa o movimento 
aleatório de substâncias dirigindo-se do meio mais concentrado para o menos concentrado (a favor do 
gradiente de concentração), produzido pela energia cinética normal da matéria. A velocidade (ou intensidade) 
da difusão é determinada, principalmente, pela permeabilidade da membrana à substância e pelo gradiente 
eletroquímico entre os meios. A difusão através da membrana celular é dividida em dois subtipos: 
 Difusão simples: significa o movimento aleatório, cinético das moléculas sem necessidade de fixação 
a proteínas carreadoras da membrana. Exemplo: passagem de oxigênio para o interior da célula. 
 Difusão facilitada: necessidade de interação entre a molécula a ser transportada com uma proteína 
transportadora específica (carreadora), ou seja, este transporte é mediado por uma proteína carreadora. 
Exemplo: entrada de glicose nas células musculares esqueléticas. 
No transporte ativo, as moléculas são transportadas contra o seu gradiente de concentração, havendo, 
portanto a necessidade de uma fonte de energia (por isso, o termo “ativo”). O transporte ativo pode ser 
subdivido em primário e secundário: 
 Transporte ativo primário: o fluxo do substrato (substância) é acoplado metabolicamente a uma fonte 
de energia (ATP). Exemplo: transporte de sódio para o exterior e potássio para o interior da célula, realizado 
pela bomba sódio-potássio ATPase. 
 Transporte ativo secundário: o substrato é movimentado contra seu próprio gradiente de 
concentração, mas acoplado ao fluxo de um segundo substrato que se move a favor do seu gradiente de 
concentração. Exemplo: captação (entrada) de glicose (1ºsubstrato) e sódio (2º substrato) pelas células 
intestinais e dos túbulos renais. 
 O transporte de substâncias através da membrana celular, ou seja, a entrada e saída desta da célula, 
pode ser regulada, controlada, determinada ou influenciada por diversos fatores com a ação de hormônios e 
neurotransmissores, o gradiente eletroquímico entre os meios e a presença de estímulos externos (mecânicos, 
térmicos, químicos, luz). Como exemplos, podemos citar a ação estimuladora o hormônio insulina sobre a 
entrada de glicose mediada por carreadores nas células musculares e a abertura de canais de sódio da 
membrana, pela ação do neurotransmissor acetilcolina nas células musculares esqueléticas. 
 
 OSMOSE 
 De longe, a mais abundante substância a se difundir através da membrana celular é a água. Deve ser 
lembrado que, costumeiramente, a água se difunde nas duas direções. Contudo, normalmente a quantidade 
 8 
que se difunde nos dois sentidos é tão precisamente balanceada que não ocorre qualquer movimento efetivo 
de água. Por conseguinte, o volume (de água) da célula permanece constante. Todavia, sob certas condições, 
pode se desenvolver uma diferença de concentração para a água do mesmo modo como pode ocorrer para 
outras substâncias. Quando isso acontece, ocorre um movimento efetivo de água através da membrana celular, 
fazendo com que a célula inche ou murche, dependendo da direção desse movimento efetivo. Esse processo 
de movimento efetivo de água causado por diferença de concentração da própria água é chamado de osmose. 
Exemplo: se as hemácias forem expostas a uma solução hipertônica, sofrerão desidratação, devido à osmose. 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
1-Explique a importância/necessidade da ocorrência de proteínas transportadoras de membrana? 
2- O movimento de uma substância lipossolúvel do compartimento intra para o extracelular ocorre considerando 
quais princípios? Explique. 
3- O transporte mediado sempre será ativo? Explique. 
4- Nas células epiteliais do intestino, a absorção de glicose (entrada na célula intestinal) depende da presença 
de sódio. Baseado nos mecanismos de transporte estudados, qual dele é utilizado para a absorção de glicose 
no intestino? 
5 Explique a importância da bomba sódio/potássio ATPase para a manutenção das concentrações de sódio e 
potássio nos LIC e LEC? 
6- Explique a importância da bomba sódio/potássio ATPase para a manutenção do volume celular? Justifique. 
7- Os canais iônicos da membrana permanecem sempre abertos? Explique. 
8- Quais são as substâncias em maior concentração no LEC, em relação ao LIC? Podemos considerar esta 
diferença de concentração como homeostasia? Justifique. 
9- Quanto ao fenômeno da saturação, diferencie a difusão simples da difusão mediada por proteína carreadora. 
10- Com base no mecanismo de captação celular de glicose pelo músculo, explique a importância da regulação 
hormonal sobre o transporte transmembrana. 
 9 
 
 
 
Aula - UNIDADE NEUROMUSCULAR 
 
 1- POTENCIAL DE MEMBRANA EM REPOUSO E AÇÃO 
 Todas as células do corpo humano apresentam um potencial elétrico através de sua membrana, que é 
chamado de potencial de membrana ou transmembrana. Nas condições de repouso este potencial é negativo 
na superfície interna da membrana, e a membrana é dita polarizada. 
 Como surge o potencial de membrana? 
1-Um aspecto importante a ser considerado é a diferença de concentração dos íons sódio e potássio 
existentes entre os meios intra e extracelular,e a permeabilidade da membrana a estes íons. A célula apresenta 
maior concentração de íons potássio no seu interior e maior concentração de sódio no exterior e a membrana 
celular, na condição de repouso, é mais permeável ao íon potássio do que ao sódio. Assim, o vazamento de 
íons potássio para o meio extracelular é maior do que a entrada de sódio causando acúmulo de cargas 
positivas na superfície externa da membrana celular (tornando-a positiva) e um déficit de cargas positivas na 
superfície interna da membrana (tornando-a negativa) estabelecendo um potencial transmembrana. Assim, a 
difusão do potássio para o meio extracelular contribui significativamente para o estabelecimento deste potencial 
elétrico, o qual denominamos de potencial de membrana em repouso. 
 2- Outro ponto importante é a existência e funcionamento da bomba sódio/potássio ATPase, a qual 
bombeia 3 íons sódio para fora da célula para cada 2 íons potássio bombeados para dentro, produzindo perda 
contínua de cargas positivas de dentro para fora da célula, criando grau adicional de eletronegatividade na 
superfície interna da membrana. Devemos então, lembrar sempre que a bomba sódio-potássio é uma bomba 
eletrogênica, porque bombeia número maior de cargas positivas para fora do que para dentro da célula, 
deixando déficit real de íons positivos no interior, contribuindo no estabelecimento do potencial elétrico através 
da membrana. 
 3- Ainda, no interior da célula existem moléculas de proteínas, portadoras de cargas negativas,que dali 
não saem, contribuindo também para o estabelecimento de uma superfície interna mais negativa. 
 A voltagem registrada no período em que a membrana encontra-se polarizada, com potencial de 
membrana em repouso, é normalmente negativa. 
 A membrana das células, especialmente as nervosas e musculares, quando devidamente estimuladas 
podem sofrer mudanças na permeabilidade da membrana, o que provoca alterações no fluxo iônico e 
conseqüentemente no potencial de membrana. Como conseqüência a atividade celular é alterada. 
 A aplicação de estímulos adequados (que podem ser químicos, físicos, mecânico ou elétricos) provoca 
a abertura de canais de sódio, o que aumenta a permeabilidade da membrana a este íon e permite uma grande 
entrada destes íons. Esse grande influxo de sódio leva cargas positivas para o interior, alterando o potencial 
elétrico transmembrana, criando uma positividade na superfície interna da membrana. Na medida em que o 
influxo de sódio acontece, a voltagem através da membrana vai sendo alterada para valores menos negativos 
até positivos caracterizando o fenômeno da despolarização. Se a voltagem gerada for suficiente para atingir o 
limiar, é deflagrado então, o potencial de ação, provocando a resposta celular. 
 10 
 O término do potencial de ação acontece com o fechamento de canais de sódio e abertura de canais 
de potássio. A célula volta a apresentar maior saída de potássio e, conseqüentemente de cargas elétricas 
positivas, provocando restabelecimento da voltagem para valores negativos, caracterizando a fase de 
repolarização da membrana. Além das fases descritas, de despolarização (devido à entrada de sódio) e de 
repolarização (devido à saída de potássio), pode acontecer ainda o fenômeno da hiperpolarização, ou seja, 
quando a voltagem através da superfície da membrana torna-se mais negativa do que na condição de repouso, 
a membrana torna-se hiperpolarizada. Isto acontece principalmente pela saída de grandes quantidades de K+ 
ou entrada de íons Cl-. 
Para que serve esse potencial elétrico através da membrana? Podemos citar como exemplo a 
comunicação neuronal: todas as informações são transmitidas ao e para o sistema nervoso central sob a forma 
de potenciais de ação, chamados simplesmente de “impulsos nervosos”, através de uma sucessão de 
neurônios, um após o outro. 
 
2- EXCITAÇÃO E CONTRAÇÃO MUSCULAR ESQUELÉTICA 
Os sinais nervosos são transmitidos de um neurônio para o próximo através de junções interneuronais 
funcionais chamadas de sinapses. 
 A junção neuromuscular é um exemplo de sinapse (química) na qual acontece a transmissão de sinais 
motores, originados no sistema nervoso central, aos músculos. 
 As fibras musculares esqueléticas são inervadas por grossas fibras nervosas mielinizadas (axônios 
envoltos por bainha de mielina), que se originam dos grandes motoneurônios das pontas anteriores da medula 
espinhal. Cada fibra nervosa normalmente se ramifica extensamente, estimulando de três a várias centenas de 
fibras musculares esqueléticas. A terminação nervosa forma uma junção chamada junção neuromuscular, com 
a fibra muscular. 
 A transmissão de sinais neurais motores através de fibras nervosas mielínicas é rápida, pois o tipo de 
condução é saltatória. A bainha de mielina é intercalada por regiões que são denominadas de nodos de 
Ranvier. Apenas nestes locais (nodos) existe o contato da membrana do axônio com o LEC e, portanto é o local 
onde ocorre o fluxo iônico, ou seja, a entrada de sódio e a saída de potássio. Por isso, a condução do potencial 
de ação (impulso nervoso) é do tipo saltatória, salta de nodo a nodo. 
 A fibra nervosa ramifica-se próximo a sua extremidade, para formar um complexo de terminais nervosos 
ramificados que se invaginam na fibra muscular, embora permaneçam por fora da membrana da fibra muscular. 
Essa estrutura em seu conjunto é chamada de placa motora. 
Eventos da transmissão neuromuscular: 
- transmissão do impulso nervoso através da fibra nervosa motora; 
- despolarização do terminal nervoso (axônico); 
- entrada de cálcio no terminal nervoso; 
- secreção do neurotransmissor (acetilcolina) 
- interação do NT com seu receptor (nicotínico) na membrana da fibra muscular; 
- abertura de canais de sódio-acetilcolina dependentes, com aumento da entrada de sódio na fibra 
(célula) muscular; 
- despolarização da membrana da fibra muscular (potencial da placa motora) 
 11 
- potencial de ação na membrana muscular, o que causa a contração do músculo; 
A acetilcolina liberada na fenda sináptica ativa os receptores enquanto ali permanecer. Todavia, ela é 
rapidamente removida de dois modos: (1) a maior parte da acetilcolina é destruída pela enzima 
acetilcolinesterase e (2) por difusão para fora do espaço sináptico. 
A excitação da fibra muscular esquelética faz com que o retículo sarcoplasmático libere íons cálcio junto 
as miofibrilas (cálcio livre no sarcoplasma), e esses íons cálcio provocam grandes forças atrativas entre os 
filamentos de actina e miosina, deflagrando o mecanismo do deslizamento dos filamentos, dando início ao 
processo contrátil, conforme descrito a seguir: 
- Ligação do cálcio com a proteína troponina; 
- Deslocamento da proteína tropomiosina para descobrir os sítios ativos de ligação entre o filamento 
de actina e miosina; 
- Interação/associação do filamento de miosina com o filamento de actina; 
- Deslizamento dos filamentos de actina em direção ao centro do sarcômero; 
- Encurtamento dos sarcômeros (unidades contráteis músculo): contração muscular; 
A dissociação entre os filamentos de actina e miosina promove o retorno do comprimento dos 
sarcômeros para o estado relaxado, causando o relaxamento muscular. Para que a interação entre o filamento 
de miosina e actina seja desfeita é necessário que uma molécula de ATP se fixe à miosina e que o cálcio seja 
bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático. 
Devemos lembrar que quando um músculo se contrai, ele executa trabalho e consome energia. Grande 
quantidade de ATP é clivada para forma ADP durante o processo contrátil, o que libera energia para que a 
contração aconteça. 
A concentração de ATP encontrada na fibra muscular é suficiente para manter toda a contração por 
apenas 1 a 2 segundos, no máximo. Entretanto, após o ATP ter sido clivado em ADP (para liberar energia), o 
ADP é refosforilado para formar novo ATP dentro de fração de segundo. Existem várias fontes de energia para 
essa refosforilação. 
A produção de ATP pode resultar da respiração anaeróbica (sem oxigênio), que degrada a glicose em 
ATP e ácido lático, ou da respiração aeróbica (com oxigênio), quando são formados ATP, dióxido de carbono e 
água. A respiração aeróbica é muito mais eficiente que a anaeróbica. 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
1- Como se origina o potencial de membrana? 
2- Qual é a importância da bomba Na+-K+ATPase, para o estabelecimento do potencial transmembrana em 
repouso? 
3- O aumento da concentração de sódio dentro da célula dispara a bomba sódio-potássio ATPase. Qual a 
importância desta proteína carreadora para as células? 
4- Explique a alteração da voltagem durante as fases de despolarização e de repolarização. 
5- Explique a importância do sódio e do potássio para a despolarização e repolarização da membrana. 
6- Qual é a ação da acetilcolina sobre a membrana da fibra muscular esquelética? Qual é o resultado desta 
ação? 
 12 
7- Um músculo sem inervação pode ser excitado naturalmente e contrair? Por que? 
8- Como acontece a transmissão neuromuscular? 
9- A acetilcolina fica indefinidamente na fenda sináptica? 
10- Como acontece a contração muscular? 
11- O cálcio é importante para a contração muscular? Por que? 
12- O ATP é importante para acontração? 
13- Sem ATP acontece o relaxamento muscular? Explique. 
 
 
 
 
 13 
 
 
Aula: SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
1- O CORAÇÃO 
 
 O coração é composto de quatro cavidades, os átrios direito e esquerdo e os ventrículos direito e 
esquerdo. Este órgão tem como função a ejeção de sangue na circulação pulmonar e sistêmica e é responsável 
por gerar a força que produz o movimento do sangue através do sistema circulatório. 
 As paredes atriais e ventriculares são constituídas de fibras musculares estriadas, as quais se contraem 
da mesma forma que as fibras musculares esqueléticas, ou seja, pelo mecanismo de deslizamento dos 
filamentos de actina e miosina, o que causa o encurtamento dos sarcômeros (unidades contráteis). 
O potencial de ação, que causa a excitação das fibras musculares cardíacas, é produzido pela abertura 
de dois tipos de canais, os canais de sódio e de cálcio (mais lentos); assim, nestas fibras, a despolarização é 
produzida pelo influxo de sódio e de cálcio. 
Na ausência de sódio o coração não é excitável e não bate, porque o potencial de ação 
(despolarização) das fibras miocárdicas depende do sódio extracelular. O excesso de potássio no líquido 
extracelular faz o coração ficar extremamente dilatado e flácido e lentifica a frequência cardíaca, pois uma 
concentração elevada de potássio no líquido extracelular causa uma diminuição do potencial de membrana em 
repouso nas fibras musculares cardíacas, o que diminui a intensidade do potencial de ação. A retirada do cálcio 
do líquido extracelular diminui a força contrátil e acaba por causar parada cardíaca (em diástole). O aumento da 
concentração extracelular de cálcio aumenta a força contrátil mas, concentração muito elevada de cálcio 
provoca parada cardíaca (em sístole). 
Além das fibras musculares atriais e ventriculares, o coração apresenta as fibras excitatórias e 
condutoras, que são capazes de gerar espontaneamente os potencias de ação ou denominados impulsos 
cardíacos. Estes são responsáveis pela estimulação das fibras musculares dos átrios e ventrículos. Portanto, o 
coração é auto-excitável, ou seja, apresenta a propriedade de automatismo. 
As células musculares cardíacas encontram-se ligadas em série umas às outras formando um sincício 
de maneira que, quando uma delas é estimulada, o potencial de ação espalha-se/dissemina-se por todas as 
outras, estimulando-as. O coração é constituído por dois sincícios: o atrial, que forma as paredes dos átrios e, o 
ventricular, que forma as paredes dos ventrículos. Os potenciais de ação do músculo cardíaco só podem ser 
conduzidos do sincício atrial para o ventricular através do sistema especializado do coração. 
 
 EXCITAÇÃO RÍTMICA DO CORAÇÃO: 
 O coração é provido de um sistema especializado para a geração de impulsos rítmicos e para a 
condução rápida desses impulsos por todo o coração, o que lhe confere as propriedade de automatismo e 
ritmicidade. 
 O sistema especializado de excitação do coração é constituído por: 
 -Nodo sinoatrial ou sinusal (SA): local onde é gerado o impulso cardíaco. É o marcapasso cardíaco, 
porque sua freqüência de descarga rítmica é maior do que de qualquer outra parte do coração. Sua freqüência 
 14 
de descarga é de 70 a 80 impulsos cardíacos por minuto, determinando uma freqüência de 70 a 80 
contrações cardíacas por minuto, ou seja, 70-80 batimentos por minuto (bpm). Cada impulso gerado no nodo 
SA espalha-se por todo o músculo cardíaco e produz sua contração (batimento). Assim, é o nodo SA quem 
determina a freqüência de batimentos cardíacos, ou seja, determina uma freqüência cardíaca de 70 a 80 bpm 
(no indivíduo adulto jovem, na condição de repouso). 
-Vias internodais: as terminações das fibras do nodo sinusal se fundem com as fibras musculares atriais 
circundantes e os potenciais de ação originados no nodo sinusal passam para essas fibras. Dessa forma, o 
potencial de ação se propaga por toda a massa muscular atrial e, por fim, até o nodo AV. 
-Nodo AV: antes de passar para os ventrículos, o impulso cardíaco chega ao nodo AV, no qual sofre um 
retardo, de modo que a passagem do impulso cardíaco dos átrios para os ventrículos seja lenta; esse retardo 
propicia o tempo suficiente para que os átrios sejam excitados e contraiam antes dos ventrículos. 
-Feixe AV ou de His (fibras de Purkinje): esse feixe de fibras (ramos direito e esquerdo) conduz o 
impulso cardíaco ao músculo ventricular, atingindo toda a massa muscular ventricular excitando-ª 
 
 Ciclo cardíaco: 
 Os eventos cardíacos que ocorrem do início de cada batimento até o começo do seguinte compõem o 
chamado ciclo cardíaco. Cada ciclo é desencadeado pela geração espontânea de um potencial de ação. Todo o 
ciclo cardíaco apresenta duas fases: uma fase de sístole, período de contração muscular no qual ocorre 
bombeamento de sangue e uma fase de diástole, período de relaxamento muscular durante o qual o coração se 
enche de sangue. 
Durante a sístole ventricular, grande quantidade de sangue acumula-se nos átrios, pois as válvulas 
atrioventriculares (AV), tricúspide e mitral, estão fechadas. Quando termina a sístole ventricular (iniciando a 
diástole ventricular), as válvulas AV se abrem permitindo que o sangue flua dos átrios para os ventrículos, 
enchendo-os de sangue. Antes do final da diástole ventricular ocorre a sístole atrial, bombeando uma 
quantidade adicional de sangue para os ventrículos, aumentado a pressão no interior destes, fazendo com que 
as válvulas AV se fechem novamente impedindo o refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios; tem início 
novamente a sístole ventricular (momento de diástole atrial). Quando a pressão no interior dos ventrículos for 
suficientemente intensa para forçar as válvulas aórtica e pulmonar abrindo-as, ocorre o bombeamento de 
sangue, ou seja, a ejeção de sangue dos ventrículos para as artérias. É importante ressaltar que o enchimento 
ventricular acontece principalmente quando os ventrículos relaxam e o sangue acumulado nos átrios, passa 
então, para as câmaras ventriculares. 
 O eletrocardiograma e o ciclo cardíaco: 
O eletrocardiograma (registro da atividade elétrica do músculo cardíaco) apresenta as ondas P, Q, R, S 
e T. Elas são voltagens elétricas geradas no músculo cardíaco e registradas, por eletrocardiógrafo, na 
superfície do corpo. A onda P é produzida durante a dispersão de despolarização pelos átrios, o que é seguido 
pela contração atrial. Cerca de 0,16 s depois do início da onda P, surge o complexo QRS, como resultado da 
despolarização dos ventrículos, o que dá início à contração ventricular. Finalmente, nota-se a onda T ventricular 
no eletrocardiograma. Ela representa a etapa de repolarização dos ventrículos, quando estes começam a se 
relaxar. A repolarização atrial não aparece no eletrocardiograma pois, ela acontece durante o período de 
despolarização ventricular (complexo QRS). 
 15 
 Débito ou volume sistólico: quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada sístole ventricular. 
O aumento da força de contração cardíaca provoca elevação do volume sistólico. 
força de contraçãovolume sistólico 
Débito cardíaco: quantidade de sangue bombeada pelo coração, por minuto. É determinado pela 
freqüência cardíaca e pelo volume sistólico; 
DC= FC x VS  Ex.: DC= 70bpmx70ml  DC= 4.900ml/min 
 Quando uma pessoa está em repouso o co0ação bombeia de 4 a 6 litros de sangue por minuto. 
Porém, em algumas ocasiões (por exemplo, em exercício) o coração pode ser solicitado a bombear muito mais 
do que no repouso. 
Retorno venoso: quantidade de sangue que retorna ao coração (AD) pelas veias. 
 
REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO 
Mecanismos básicos que regulam o bombeamento cardíaco: 
1- Regulação intrínsecado bombeamento cardíaco em reposta ao volume de sangue que chega ao 
coração: a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto é determinada pela intensidade do 
fluxo sanguíneo das veias para o coração. A soma de todos os fluxos sangüíneos locais por todos os tecidos 
periféricos retorna ao átrio direito por meio das veias. O coração, por sua vez, bombeia automaticamente o 
sangue que chega, para as artérias sistêmicas de modo que ele possa fluir novamente pelo circuito. A 
capacidade intrínseca de adaptação do coração à alteração no volume de sangue que chega até ele é 
denominada mecanismo ou lei de Frank-Starling, que expressa o segui e Dentro de limites fisiológicos, 
o coração bombeia todo o sangue que chega até ele, sem permitir acúmulo excessivo de sangue nas veias". 
Podemos dizer, em condições fisiológicas, o débito cardíaco é aumentado ou diminuído conforme o volume de 
sangue que retorna ao coração. 
Um aumento do volume de sangue que retorna ao coração causa maior estiramento das paredes 
cardíacas, produzindo uma resposta contrátil mais vigorosa, ou seja, maior volume de sangue nas câmaras 
cardíacas provoca maior força de contração. Devemos lembrar que o aumento da força de contração causa 
aumento do volume sistólico. 
 
2- Controle da atividade cardíaca pelo sistema nervoso autônomo: 
 Efeito da estimulação simpática: a descarga simpática sobre o coração produz a liberação dos 
neurotransmissores noradrenalina e adrenalina. Estes neurotransmissores causam elevação da 
freqüência cardíaca e da força de contração cardíaca (efeito cronotrópico e inotrópico positivos), 
produzindo aumento da atividade cardíaca e maior débito cardíaco; 
 Efeito da estimulação parassimpática: as fibras nervosas parassimpáticas liberam o neurotransmissor 
acetilcolina, o qual causa principalmente, a diminuição da freqüência cardíaca e a lentificação da 
transmissão do impulso cardíaco (efeito cronotrópico negativo), diminuindo a atividade cardíaca e a 
quantidade de sangue bombeada pelo coração. 
 
3- Efeito da adrenalina secretada pelas glândulas supra-renais: a descarga simpática sobre as glândulas 
supra-renais produz a liberação de adrenalina por estas glândulas, no sangue. Esse hormônio atinge o coração 
 16 
pela corrente sanguínea e provoca aumento da atividade cardíaca, ou seja, causa aumento da freqüência e 
da força de contração cardíacas, elevando o débito cardíaco. 
 Além das substâncias citadas acima, devemos lembrar que outros fatores podem alterar a atividade 
cardíaca, como por exemplo, a temperatura do corpo, a quantidade de hormônio tiroxina, etc. 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
1-O que você entende por impulso cardíaco? 
2-Como é produzido o potencial de ação no músculo ca íaco? 
3-Qual a importância do sistema especializado de condução e excitação cardíaca? 
4-Quais são as fases do ciclo cardíaco? O que ocorre em cada uma? 
5-Qual a frequência cardíaca em um indivíduo adulto jovem em repouso? 
6-Quem é o marcapasso cardíaco? Justifique. 
7-Explique como acontece a transmissão do impulso cardíaco através do músculo cardíaco. 
8-Qual a importância do retardo na transmissão do impulso cardíaco através do coração? 
9-O que representam as ondas P, Q, R, S e T do eletrocardiograma? 
10-Explique o bombeamento cardíaco. 
11-Explique o mecanismo intrínseco de regulação da atividade cardíaca. 
12-Descreva a regulação do bombeamento cardíaco, promovida pelo sistema nervoso autônomo. 
13-O que é débito cardíaco? O retorno venoso afeta o débito cardíaco? Explique. 
14-Qual é o DC de um indivíduo que apresenta uma FC de 110bpm e um VS de 70ml? 
15-Quais são os fatores que podem causar alteração na FC? Explique. 
16-Como é determinado o volume sistólico? 
17-Quais são os fatores que causam alteração o o ume sistólico? Explique. 
18- Comente a importância da fase de diástole para a nutrição e oxigenação músculo cardíaco. 
19- Explique como acontece o enchimento ventricular. 
 17 
 
 
 
AULA: CIRCULAÇÃO SISTÊMICA 
 
 A função da circulação é atender às necessidades dos tecidos – transportar nutrientes e oxigênio para 
os tecidos, transportar os produtos finais do metabolismo celular, conduzir hormônios de uma parte do corpo 
para outra e, em geral, manter um ambiente adequado nos líquidos teciduais, para a sobrevida e funcionamento 
das células. 
 A circulação sanguínea subdivide-se em circulação pulmonar, onde acontece a hematose e, em 
circulação sistêmica, onde acontece a devida irrigação, nutrição e oxigenação dos tecidos/órgãos que 
constituem nosso organismo. 
 Componentes (partes) da circulação: 
 - ARTÉRIAS: transportam o sangue sob alta pressão (média de 100mmHg) para os tecidos e, 
convertem o fluxo intermitente da bomba cardíaca em fluxo contínuo. As paredes arteriais são dilatadas pela 
forte pressão do sangue lançado pelos ventrículos, durante a sístole ventricular; em seguida (durante a diástole 
ventricular), as paredes dilatadas das artérias voltam a se retrair, sustentando a pressão do sangue e 
“expulsando-o” em uma única direção, os vasos menores da circulação (microcirculação/periferia); assegurando 
o fluxo através da rede circulatória durante todo o ciclo cardíaco. 
 - ARTERÍOLAS: são os últimos e menores ramos do sistema arterial, atuando como válvulas 
controladoras e reguladoras do fluxo sanguíneo, aos capilares. As arteríolas apresentam espessa parede 
vascular, com fibras musculares lisas que, quando contraídas, produzem a vasoconstrição e, quando relaxadas, 
produzem a vasodilatação. 
↓tônus arteriolar→vasodilatação→↑raio→↓resistência arteriolar→aumento do fluxo sanguíneo 
↑tônus arteriolar→vasoconstrição→↓raio→↑resistência arteriolar→diminuição do fluxo sanguíneo 
Assim, as arteríolas podem alterar, de modo muito acentuado, o fluxo sanguíneo para os capilares, em 
resposta às necessidades teciduais. 
 MECANISMO DE REGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO 
 Um dos princípios mais fundamentais da função circulatória consiste na capacidade de cada tecido 
controlar seu próprio fluxo sanguíneo local de acordo como as suas necessidades metabólicas. 
 A LEI DE POISEUILLE afirma que para um fluxo constante e laminar de um líquido por um tubo 
cilíndrico, o fluxo varia diretamente com a diferença de pressão entre as extremidades inicial e final e com a 
quarta potência do raio do tubo e, varia inversamente com o comprimento do tubo e a viscosidade do líquido. 
Assim, em relação ao fluxo de sangue pelos vasos sanguíneos e territórios vasculares, podemos dizer que, 
quanto maior a diferença de pressão entre as extremidades inicial e final, quanto maior o raio do vaso, quanto 
menor o comprimento do vaso e quanto menor a viscosidade do sangue, maior será o fluxo através do vaso 
sanguíneo. 
Controle neural: a maioria das arteríolas recebe abundante inervação de origem simpática adrenérgica. 
A inervação simpática para a maioria das arteríolas é do tipo vasoconstritora, já que o principal 
neurotransmissor liberado é a noradrenalina. 
 18 
Controle humoral/hormonal: várias substâncias produzidas no organismo afetam o tônus vascular; os 
estímulos humorais podem ser do tipo vasoconstritor ou vasodilatador: 
Substâncias com efeito vasoconstritor: 
-adrenalina: secretada também pela medula adrenal (glândulas supra-renais) pode produzir 
vasoconstrição quando age sobre receptores alfa-adrenérgicos; 
-noradrenalina: secretada também pela medula adrenal (glândulas supra-renais) porém, em quantidade 
menor do que a de adrenalina, produz vasoconstrição pois, age preferencialmente sobre receptores alfa-
adrenérgicos; 
-angiotensina II: efetor final do sistema renina-angiotensina, essa substância é o mais potente 
vasoconstritor conhecido; 
-vasopressina ou ADH:hormônio produzido no hipotálamo e secretado pela neuro-hipófise tem diversas 
ações entre elas a vasoconstrição seletiva em determinados territórios vasculares; 
-endotelina: vasoconstritor encontrado nas células endoteliais dos vasos sanguíneos, liberado quando 
há lesão do endotélio. 
Substâncias com efeito vasodilatador: 
-adrenalina: quando essa catecolamina age sobre receptores beta-adrenérgicos, como nas arteríolas do 
músculo, produz vasodilatação. 
-acetilcolina: mediador químico das fibras simpáticas pré-ganglionares e das fibras parassimpáticas 
vasodilatadoras; 
-bradicinina: várias substâncias denominadas cininas, que podem causar vasodilatação intensa, são 
formadas no sangue e nos líquidos teciduais de alguns órgãos; uma dessas substâncias é a bradicinina; 
-histamina: vasodilatador cuja principal ação fisiológica é a secreção de ácido clorídrico, pela mucosa 
gástrica. É liberada em praticamente todos os tecidos do corpo, em casos de lesão, inflamação e reação 
alérgica; 
-prostaglandinas: apesar de algumas prostaglandinas produzirem vasoconstrição, a maioria delas 
parece atuar como vasodilatadores. 
Controle local: ocorre em resposta ao metabolismo tecidual. O aumento do metabolismo produz um 
aumento do fluxo sanguíneo sempre que houver aumento da pressão de gás carbônico, queda da pressão de 
oxigênio, queda do pH, aumento da osmolaridade e aumento da concentração de adenosina, AMP e ADP. 
 -CAPILARES: constituem o principal ponto de trocas, da circulação. Ali acontecem as trocas entre o 
sangue e as células, de líquidos, nutrientes, eletrólitos, hormônios e outras substâncias. O fluxo de sangue que 
percorre os capilares faz trocas com o meio intersticial sendo conhecido como fluxo nutricional. 
 As trocas entre o sangue e o meio intersticial efetuam-se por três processos diferentes: difusão, 
filtração/reabsorção e pinocitose. Se a substância for lipossolúvel ela pode se difundir diretamente, através das 
membranas celulares do capilar, sem ter que passar pelos poros ou fendas intercelulares. Por outro lado, 
muitas substâncias, necessárias aos tecidos, são solúveis em água e não podem passar através das 
membranas lipídicas das células endoteliais. Desta forma são transportadas do sangue para o meio intersticial 
através das fendas intercelulares, de acordo com os princípios da difusão. Outro mecanismo importante de 
trocas é a filtração/ reabsorção através dos poros endoteliais. Neste tipo de movimento, a água flui através das 
fendas ao longo do gradiente de pressão. As substâncias dissolvidas na água movimentam-se juntamente com 
 19 
a água, guardando suas respectivas concentrações. A pressão do capilar (hidrostática) tende a forçar líquido 
e suas substâncias em solução a passar pela parede fenestrada do capilar sanguíneo atingindo o espaço 
intersticial. Ao contrário, a pressão oncótica exercida pelas proteínas plasmáticas tende a promover o 
movimento de líquido do espaço intersticial de volta para o sangue, evitando o acúmulo de líquido no interstício 
ou a queda do volume sanguíneo. Além disso, o sistema linfático contribui também, recolhendo e devolvendo à 
circulação as pequenas quantidades de líquido não reabsorvido e proteínas que vazaram dos capilares. 
 Uma pequena quantidade de substâncias é transferida através das células endoteliais na forma de 
pequenas vesículas, ditas pinocíticas. As vesículas podem atravessar o citoplasma da célula endotelial nas 
duas direções e, serem liberadas no lado oposto em que se formaram. A pinocitose pode ser o único meio de 
transporte disponível para grandes moléculas insolúveis em lipídios. 
 -VÊNULAS: coletam o sangue vindo dos capilares; elas gradualmente coalescem em veias 
progressivamente mais calibrosas. 
 -VEIAS: funcionam como condutos para o transporte de sangue dos tecidos de volta ao coração, mas 
são importantes também por atuarem como principal reservatório de sangue, considerando que 
aproximadamente 65% do volume sanguíneo total encontram-se normalmente nas veias. A pressão no sistema 
venoso é muito baixa, as paredes venosas são finas, mas são musculares, o que lhes permite contrair e 
expandir e, por conseguinte, atuam como um reservatório controlável de sangue adicional, aumentando e 
diminuindo, respectivamente, o retorno venoso ao coração. 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
1- O que é pressão arterial sistêmica e explique por que ela oscila entre um valor mínimo (pressão arterial 
diastólica- PAD) e um valor máximo (pressão arterial sistólica-PAS). 
2- Explique/caracterize os mecanismos, neural, hormonal/humoral e local para regulação do fluxo sanguíneo. 
3-Como e onde é produzida a substância angiotensina II? 
4-Escreva o efeito das seguintes substâncias sobre o tônus arteriolar e sobre o fluxo sanguíneo, 
conseqüentemente: 
-angiotensina II, vasopressina ou ADH, adrenalina, noradrenalina, acetilcolina, bradicinina, prostaglandina e 
histamina. 
5-Explique como acontecem as trocas por filtração/reabsorção, ao nível dos capilares. 
6- A passagem de substâncias hidrossolúveis através da parede dos capilares sanguíneos encefálicos é fácil, 
isto é, sem nenhum impedimento? E para as substâncias lipossolúveis? Explique por que. 
7-Comente a importância das veias como reservatório sanguíneo.] 
8-Descreva/explique a função do sistema linfático na manutenção do interstício “seco”. 
9- Explique a regulação simpática sobre as veias e como isto afeta o débito cardíaco. 
10- O cálcio é importante para a contração do músculo liso? Explique. 
11- Explique os efeitos da acetilcolina e da noradrenalina sobre as fibras musculares cardíacas e lisas (dos 
vasos sanguíneos). 
 20 
12-Comente o efeito do peso molecular das substâncias sobre a sua passagem através das 
fenestras/fendas/poros capilares. 
13- Explique a formação do edema intersticial. 
14- O que você entende por fluxo nutricional. 
15-Você saberia dizer uma importância do fluxo não-nutricional pela circulação cutânea? 
 21 
 
 
 
AULA: PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
 A pressão arterial sistêmica é a pressão exercida pelo sangue no interior das artérias sistêmicas. A 
pressão arterial sistêmica(PA) oscila, durante o ciclo cardíaco, entre um valor máximo e um valor mínimo. O 
valor máximo corresponde à pressão arterial sistólica (PAS) e, o valor mínimo corresponde a pressão arterial 
diastólica (PAD). Normalmente, a pressão do sangue nas artérias atinge um valor máximo de cerca de 120 
mmHg e um valor mínimo de cerca de 80 mmHg. A oscilação do valor da pressão arterial durante o ciclo 
cardíaco deve-se a variação no volume de sangue nas artérias (volume arterial), produzido pela ejeção de 
sangue no sistema arterial e pelo escoamento sanguíneo periférico. Quando o coração ejeta o sangue no 
sistema arterial, durante a sístole ventricular, ocorre um incremento do volume arterial e com isso o aumento da 
pressão arterial, passando de um valor diastólico de 80 mmHg para um valor sistólico de 120 mmHg. Durante a 
diástole não há bombeamento de sangue pelo coração e, devido ao escoamento do sangue arterial em direção 
as arteríolas e aos capilares sanguíneos, ocorre a redução do volume arterial e, conseqüentemente, a 
diminuição da pressão arterial, passando de um valor sistólico para um valor diastólico. 
A pressão diferencial ou de pulso é determinada pela diferença entre a pressão arterial sistólica e a 
pressão arterial diastólica 
Pressão diferencial= PAS – PAD 
A pressão arterial média é o valor médio da pressão do sangue nas artérias ao longo do tempo (ciclo 
cardíaco). 
 Uma regra prática para determinar a PAM é: 
 PAM = PAD+ (PAS-PAD) 
 3 
 A pressão arterial sistêmica é gerada e mantida pela interação entre a força propulsora cardíaca, acapacidade de dilatação elástica das artérias e a resistência ao fluxo exercida, predominantemente, pelas 
arteríolas sistêmicas. 
 Pressão arterial = Débito cardíaco X Resistência periférica total 
 A pressão arterial sistólica (PAS) depende principalmente de fatores que determinam a performance 
sistólica cardíaca, dentre eles a contratilidade cardíaca intrínseca, o retorno venoso (que influencia o grau de 
estiramento das fibras miocárdicas e o volume de sangue presente no ventrículo esquerdo, previamente à 
contração), a resistência contra a qual o coração ejeta o sangue e a freqüência cardíaca. Assim, o nível da 
PAS reflete a frequência e a força de contração cardíaca, a elasticidade e o volume arterial. 
 A pressão arterial diastólica (PAD) reflete basicamente a resistência ao fluxo. A resistência periférica 
total é afetada por fatores locais, neurais e hormonais que regulam principalmente o tônus arteriolar, produzindo 
vasoconstrição ou vasodilatação. 
 Regulação da pressão arterial 
 Mediante o controle da PA, o organismo assegura o fluxo sanguíneo adequado para o metabolismo dos 
tecidos (células). 
 22 
 Mecanismos de regulação da PA a curto e médio prazo: 
- mecanismos neurais reflexos: pressoceptores/barorreceptores e quimioceptores. 
- Mecanismos humorais/hormonais: noradrenalina, vasopressina (ADH), sistema renina-
angiotensina-aldosterona. 
Mecanismos de regulação da PA à longo prazo: 
- mecanismo renal: controle do volume de LEC. 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
1- O que você entendeu por pressão arterial sistêmica? Qual é a sua importância/função? 
2- A regulação do fluxo sanguíneo pode afetar a pressão arterial sistêmica? Explique. 
3- A pressão arterial oscila em sincronia com o batimento cardíaco. Explique. 
4- Suponhamos que um indivíduo apresente PAS de 110 mmHg e PAD de 70mmHg. 
a) qual será o valor da PAM? 
b) esses valores estão dentro da normalidade para o indivíduo adulto jovem? 
5- O exercício aeróbico pode interferir na pressão arterial? Qual será seu provável efeito? 
6- O frio ou o calor pode produzir alteração de pressão? 
7- A manutenção da postura em pé por período de tempo prolongado pode afetar a manutenção da pressão 
arterial? Por que? 
8- A perda de sangue (hemorragia) pode causar alteração de pressão arterial? Explique. 
9- Teoricamente o valor da pressão arterial é semelhante em todas as artérias quando estamos deitados? 
10- A atividade cardíaca influencia o valor da pressão arterial? 
11- O endurecimento das paredes arteriais pode causar alteração no valor da pressão arterial? Explique. 
12-Considerando os mecanismos renais no controle da PA, explique o efeito dos diuréticos em geral, sobre a 
PA. 
13-Sabemos que o mecanismo renina-angiontensina-aldosterona é um dos mais importantes para o controle da 
PA.Explique-o 
14- Quando se faz a administração de fármacos inibidores da ECA esperamos aumento ou diminuição da PA? 
Explique. 
15- A descarga simpática e parassimpática sobre o coração podem produzir alteração na pressão arterial? 
Explique. 
16- A descarga simpática intensa produz vasoconstrição na maioria dos territórios vasculares. Isso causa 
alteração na pressão arterial? Por que. 
 
 23 
 
 
 
AULA: SANGUE 
 
 Volemia e Hematócrito 
 
O sangue é um tecido especial formado de células suspensas em meio líquido, o plasma. 
As funções do sangue podem ser consideradas nas seguintes classes: balanço iônico e osmótico, 
nutrição e excreção; transporte de gases respiratórios; tamponamento (equilíbrio ácido-básico); 
defesa/proteção; transporte de calor; turgor. 
O volume total do sangue é a soma do volume celular mais o volume plasmático. A porção celular é 
representada, em quase sua totalidade (99%) pelo volume das hemácias, sendo o restante ocupado por 
leucócitos e plaquetas. Dependendo do número de células em suspensão e da composição do plasma, o 
sangue será mais ou menos viscoso. Diz-se que a viscosidade sanguínea depende na maior parte do valor do 
hematócrito, ou seja, do percentual de hemácias, basicamente. 
O hematócrito varia em torno de 40-50% no homem adulto, 35-45% na mulher adulta, 
aproximadamente 35% na criança até 10 anos e 60% no recém-nascido. Observa-se que a variação no valor do 
hematócrito ocorre em função da idade e sexo bem como, devemos considerar o peso corporal e a altitude do 
local onde o indivíduo reside (ou se encontra há algum tempo). 
O volume sanguíneo circulante é de cerca de 7-8% do peso corporal. 
Volemia: volume total de sangue. 
Normovolemia: volume sanguíneo normal. 
Hipervolemia: volume sanguíneo acima do normal. 
Hipovolemia: volume sanguíneo abaixo do normal. 
 
2-COMPOSIÇÃO DO PLASMA 
 Muitas substâncias estão dissolvidas no plasma, incluindo eletrólitos, proteínas, lipídios, glicose, 
aminoácidos, vitaminas, hormônios, produtos nitrogenados finais do metabolismo (tais como uréia e ácido 
úrico), oxigênio, dióxido de carbônico, etc. As concentrações desses constituintes são influenciadas pela dieta, 
pelas demandas metabó icas e pelos níveis de hormônios e vitaminas. 
Proteínas: As proteínas constituem componentes importantes do plasma. No adulto atingem uma 
concentração plasmática de 6,5 a 7%. Quimicamente podem ser diferenciadas em três grandes tipos: albumina, 
globulinas e fibrinogênio. 
- Albumina: proteína de menor peso molecular e de maior concentração no plasma; sintetizada no 
fígado. 
- Globulina: segundo tipo mais abundante no plasma, sintetizadas no fígado e no sistema macrofágico; 
enquadram-se nesse tipo, as imunoglobulinas. 
 24 
- Fibrinogênio: proteína de alto peso molecular, sintetizada no fígado; fundamental para a coagulação 
sanguínea; 
Entre as funções desempenhadas pelas proteínas plasmáticas, citamos a pressão oncótica do sangue, 
a viscosidade do sangue, o transporte de substâncias no sangue, a defesa do organismo (imunoglobulinas), a 
coagulação sanguínea (fibrinogênio), etc. 
 
3-CÉLULAS SANGUÍNEAS 
 Origem 
 A porção celular do sangue é composta de eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos), leucócitos 
(glóbulos brancos) e plaquetas(trombócitos). Constituem três linhagens ou séries diferentes de células que se 
originam, entretanto, de uma célula-mãe única, denominada célula pluripotente ou totipotente ou stem cell, 
também denominada célula-tronco. 
 A hemopoiese (formação de células sanguíneas) começa na medula óssea em torno da 20ª semana de 
vida embrionária.. Aí se localizam as células pluripotentes que estão constantemente produzindo células 
sanguíneas para serem lançadas no sangue, exceto no início da vida embrionária (até a 20ª semana de 
gestação), quando as células sanguíneas são produzidas principalmente pelo fígado e, em menor grau, pelo 
baço. 
 A hemopoiese (formação de células sanguíneas) começa na medula óssea em torno da 20ª semana de 
vida embrionária. No período pré-natal e ao nascer, há medula óssea formadora de células sanguíneas em 
quase todos os ossos. No adulto, a medula óssea formadora de células sanguíneas se loca i a nos ossos 
esponjosos como esterno, ossos ilíacos e costelas; no adulto jovem, pode ser encontrada também nas epífises 
proximais do fêmur e do úmero. 
 A medula óssea funcionante, produtora de células, é muito vascularizada e por isso tem a cor vermelho-
escura ("medula vermelha");à medida que deixa de ser ativa, vai se tornando amarela, rica em células 
gordurosas ("medula amarela"). 
 A produção de leucócitos, hemácias e plaquetas é regulada com grande precisão nos indivíduos 
saudáveis, por fatores de crescimento glicoprotéicos ou hormônios que causam a proliferação e 
amadurecimento de uma ou mais das linhagens celulares comprometidas. Os fatores de crescimento 
estimuladoresde colônias são produzidos por macrófagos, células T ativadas, fibroblastos e células endoteliais; 
o hormônio eritropoetina é formado principalmente por células renais (células justaglomerulares)e por células do 
fígado. 
 
Hemácias/ Eritrócitos/Glóbulos Vermelhos: 
Essas células apresentam coloração vermelha devido a ese ça, em seu citoplasma, de grande 
quantidade de hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. As hemácias são células 
anucleadas, em forma de discos bicôncavos, bastante maleáveis (devido às grandes dimensões da membrana 
celular com relação ao pequeno volume citoplasmático), podendo, com isso, passar através de capilares 
sanguíneos bastante delgados sem que ocorra o rompimento da própria membrana celular. 
O número médio deste tipo celular no sangue é de 4,7 e 5,2 milhões/mm3 na mulher e no homem, 
respectivamente. 
 25 
 Funções 
 A principal função das hemácias consiste em transportar a hemoglobina, que por sua vez, conduz o 
oxigênio dos pulmões para os tecidos e gás carbônico dos tecidos aos pulmões; 
 A hemoglobina também é um excelente tampão ácido-básico, e desse modo, as hemácias são 
responsáveis pela maior parte, do poder tampão de todo o sangue; 
 As hemácias também contêm uma grande quantidade da enzima anidrase carbônica, que catalisa a reação 
entre o dióxido de carbono e a água (H20 + CO2  H2CO3H+ e HCO3), aumentando a velocidade desta 
reação reversível, possibilitando que a água no sangue reaja com grandes quantidades de dióxido de 
carbono, transportando-o assim até os pulmões, na forma de íons bicarbonato. 
Enquanto a hemácia vai sendo formada, na medula óssea, em seu citoplasma uma importante molécula 
protéica vai sendo continuamente sintetizada e se acumulando no interior da célula: a hemoglobina. Para que 
ocorra uma produção normal de hemoglobina, é necessário o íon ferro no estado ferroso (Fe++). Na falta deste 
íon, a produção de hemoglobina será comprometida afetando o transporte de oxigênio no sangue. 
A quantidade total de ferro no organismo é, em média, de 4 a 5g, dos quais 65% aproximadamente 
estão sob a forma de hemoglobina. 
Devido a grande importância do íon ferro na produção de hemoglobina e devido a importância da 
hemoglobina no transporte de oxigênio no sangue, existe um sistema importante, para transporte e 
armazenamento do ferro em nosso organismo: o ferro, logo após ser absorvido na parede intestino delgado, se 
liga a uma proteína presente no plasma, denominada transferrina, a qual transporta-o na corrente sanguínea. 
O ferro também permanece durante semanas a meses, armazenado em nossos tecidos, na forma de 
ferritina. Para se transformar em ferritina o ferro se liga a moléculas presentes, principalmente no fígado, 
chamadas de apoferritina. Esse ferro armazenado como ferritina é chamado ferro de depósito. 
 Controle da produção de hemácias 
 A massa total de hemácias no sistema circulatório é mantida dentro de limites estreitos, de tal modo que 
uma quantidade adequada de hemácias sempre está disponível para proporcionar oxigenação tecidual 
suficiente. 
A produção de hemácias pela medula é estimulada pelo hormônio chamado eritropoietina, secretado 
principalmente pelos e também, pelo fígado. A produção deste hormônio aumenta na medida em que a 
oxigenação tecidual diminui. Quanto maior for o nível plasmático de eritropoietina, maior será a produção de 
hemácias. Assim, qualquer condição que cause a diminuição da quantidade de oxigênio transportada para os 
tecidos (hipoxia), provoca aumento na produção de hemácias, para restabelecer o transporte e oferecimento de 
oxigênio aos tecidos. 
Devido às necessidades contínuas de reposição de hemácias, as células da medula óssea estão entre 
aquelas que mais rapidamente crescem e proliferam. Conseqüentemente, sua maturação e velocidade de 
produção são afetadas pelo estado nutricional do indivíduo. Há duas vitaminas especialmente importantes para 
a produção normal de hemácias, a vitamina B12 e o ácido fólico. 
Destruição das hemácias 
Após os eritrócitos serem liberados pela medula óssea no sangue circulante, vivem cerca de 120 dias 
antes de serem destruídos. São removidos da corrente sangüínea pelos macrófagos do baço, medula óssea e 
fígado. 
 26 
 
Leucócitos/ Glóbulos brancos: 
O termo leucócito significa "célula branca". São as células responsáveis pela defesa de nosso corpo. 
Cada milímetro cúbico de sangue contém aproximadamente 4.000 a 10.000 (média6.000 a 8.000) 
leucócitos/mm3 de sangue. 
Os leucócitos são unidades móveis do sistema de proteção do organismo. São formados em parte na 
medula óssea (os neutrófilos, eosinófilos, basófilos - granulócitos- e monócitos) e, em parte, no tecido linfóide 
(linfócitos). 
Os linfócitos constituem o sistema imunológico. 
Os granulócitos e monócitos protegem o organismo contra os organismos invasores, principalmente por 
fagocitose. 
Essencialmente, são os neutrófilos e macrófagos que atacam e destroem as bactérias, vírus e outros 
agentes invasores. 
Os neutrófilos são células maduras que podem atacar e destruir bactérias e vírus. A meia-vida média de um 
neutrófilo, na circulação é de 6 horas. Os macrófagos começam a vida como monócitos no sangue, que são 
células imaturas; enquanto estão no sangue têm pouca habilidade para combater agentes infecciosos. Os 
monócitos entram no sangue, provenientes da medula óssea e circulam durante cerca de 72 horas. Então, 
entram nos tecidos e se tornam macrófagos teciduais; seu tempo de vida nos tecidos é de cerca de 3 meses. 
Após entrarem nos tecidos, começam a aumentar de tamanho e desenvolvem um grande número de 
lisossomos no citoplasma, tornando-se extremamente capazes de combater agentes infecciosos. 
Funções 
A função de defesa do organismo contra as infecções 
Propriedades: 
 Quimiotaxia: diversas substâncias químicas, nos tecidos, induzem a movimentação dos neutrófilos 
e macrófagos na direção da origem da substância. Os produtos bacterianos interagem com os fatores 
plasmáticos e com as células para produzir agentes que atraem os neutrófilos para a área infectada. Entre os 
produtos que podem induzir a quimiotaxia podemos citar um componente do sistema complemento (C5a), 
leucotrienos e polipeptídios dos linfócitos, mastócitos e basófilos. 
 Diapedese: neutrófilos e monócitos podem passar através dos poros dos vasos sanguíneos por 
diapedese. Isto é, os leucócitos espremem-se através dos poros dos capilares sanguíneos alcançando os 
tecidos; 
 Movimento amebóide: neutrófilos e macrófagos movem-se pelos tecidos por movimento amebóide; 
 Fagocitose: é a função mais importante dos neutrófilos e macrófagos; significa a ingestão celular do 
agente agressor. Alguns fatores plasmáticos (opsoninas: imunoglobulinas-IgG e proteínas do complemento) 
atuam sobre as bactérias para torna-las “palatáveis” aos fagócitos(opsonização) 
 Digestão enzimática: logo que a partícula estranha tenha sido fagocitada, os lisossomos 
imediatamente entram em contato com a vesícula fagocítica, suas membranas se fundem com as da vesícula 
e desse modo esvaziam muitas enzimas digestivas e agentes bactericidas no interior da mesma. Assim, a 
vesícula fagocítica se torna uma vesícula digestiva, e a digestão da partícula fagocitada começa 
imediatamente. 
 27 
Os monócitos e os macrófagos formam um importante sistema de defesa de nossos tecidos contra 
agentes estranhos. Este sistema de defesa formado por monócitos e macrófagos é denominado sistema 
monócito-macrófago. É um sistema difuso de fagócitos localizado em todos os tecidos, mas especialmente 
naquelas áreas onde grandes quantidades de partículas, toxinas e outras substâncias indesejáveis que devem 
ser destruídas. Exemplosde macrófagos: células de Küpffer – fígado; macrófagos alveolares – pulmões; 
histiócitos teciduais – subcutâneo; micróglia – cérebro; células reticulares - gânglios linfáticos, baço e medula 
óssea. 
Os eosinófilos são fagócitos fracos, apresentam quimiotaxia, mas, em comparação com os neutrófilos, é 
duvidoso que os eosinófilos sejam de importância significativa na proteção contra os tipos comuns de infecção. 
Por outro lado, os eosinófilos são freqüentemente produzidos em grandes quantidades nas pessoas com 
infecções parasitárias, migrando para os tecidos infectados pelos parasitas. Os eosinófilos aderem aos 
parasitas e liberam substâncias que matam muitos deles. Os eosinófilos também têm tendência de acumular-se 
nos tecidos onde ocorreram reações alérgicas, e provavelmente evitam desse modo, a disseminação de 
processo local inflamatório. 
 Os basófilos se assemelham aos mastócitos; contêm histamina (vasodilatador) e heparina 
(anticoagulante). 
 
Plaquetas 
São fragmentos celulares originados de uma célula denominada megacariócito. No sangue, encontram-se 
em uma concentração de 200.000-400.000/mm3 de sangue; normalmente têm meia-vida de cerca de 4 dias. 
Entre 60 e 75% das plaquetas liberadas da medula óssea, passam para o sangue circulante e o restante fica, 
sobretudo, no baço. 
As funções das plaques estão relacionadas com a hemostasia, ou seja, as plaquetas ou trombócitos são 
componentes fundamentais na prevenção da perda de sangue: 
-liberam substâncias vasoconstritoras que provocarão o espasmo vascular reduzindo o fluxo sanguíneo local e 
conseqüentemente a perda; 
-formam um tampão plaquetário a partir da agregação plaquetária: as plaquetas em contato com as fibras 
colágenas do vaso lesado, ou com o ADP e trombina, são ativadas de forma que tendem a se agregar até 
constituírem um tampão de plaquetas; 
-participam ativamente da cascata de ativação de fatores de coagulação que culmina na formação de um 
coágulo de sangue. 
Podemos concluir assim que, um baixo número de plaquetas pode colocar a vida do indivíduo em risco 
pois, neste caso, os mecanismos hemostáticos ficam comprometidos. 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO 
 
1- O cálcio é importante no mecanismo de coagulação sanguínea? 
2- Esquematize o processo químico da coagulação sanguínea a partir do trauma tecidual (via extrínseca). 
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3- Esquematize o processo químico da coagulação sanguínea a partir do trauma do próprio sangue (via 
intrínseca). 
4- O que é, como é produzido e qual é a importância do espasmo vascular? 
5- Explique resumidamente como se forma o tampão plaquetário? 
6- A dipirona e o ácido acetilsalicílico influenciam a ação plaquetária? Por que? 
7- Por que o sangue a hemostasia é um processo comprometido nos hemofílicos? 
8- Nosso organismo produz substâncias anticoagulantes? Quais? 
9- Problemas hepáticos que comprometem a síntese protéica podem produzir sangramento? Por que? 
10- A deficiência de vitamina K pode produzir sangramento? Por que? 
11- O fluxo sanguíneo lento e a alteração na superfície dos vasos sanguíneos podem provocar a formação de 
coágulos sanguíneos? Qual é a via desencadeada? 
12- Quais são os valores referenciais das seguintes variáveis, em um indivíduo adulto jovem de 70Kg? 
a) volemia: 
b) hematócrito: 
c) concentração de hemácias no sangue: 
d) concentração de leucócitos no sangue: 
e) concentração de plaquetas no sangue: 
f) concentração de hemoglobina: 
13-Justifique a diferençca de hematócrito entre indivíduos do sexo masculino e feminino e, entre RN e bebês de 
3 meses. 
14- Escreva como acontece a regulação da produção de eritrócitos. 
15- Cite as propriedades dos leucócitos. 
16- Se o indivíduo apresentar desidratação poderá apresentar alteração de hematócrito? 
17- Suponhamos que tenha acontecido uma lesão na pele e a contaminação, na área, por bactérias. Descreva 
a resposta dos macrófagos teciduais e dos neutrófilos nete caso. 
18- Apresente a participação das plaquetas em cada mecanismo hemostático. 
19- Escreva sobre as funções das proteínas plasmáticas. 
20- A concentração de substâncias no plasma é igual entre os indivíduos? Os hábitos alimentares e os níveis 
de hormônios no sangue podem interferir? Cite exemplos. 
21- Quais são os efeitos da tromboxana A2, ADP, adrenalina e colágeno sobre a função plaquetária? 
22- A deficiência de ferro e a insuficiência renal crônica podem causar anemia? Explique. 
 29 
 
 
AULA: SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
 
1. FUNÇÕES: captação de O2 da atmosfera e fornecimento deste gás ao sangue, remoção do CO2 do 
sangue e eliminação deste gás na atmosfera, participação na manutenção do pH, funções bioquímicas 
(exemplo: conversão de angiotensina I em angiotensina II), fonação, etc. 
 
2. VENTILAÇÃO PULMONAR 
Nossas células necessitam de um suprimento contínuo de oxigênio para que, no processo químico de 
respiração celular, possam gerar a energia necessária para seu perfeito funcionamento e produção de trabalho. 
O oxigênio existe em abundância em nossa atmosfera e para captá-lo necessitamos de nosso aparelho 
respiratório, através do qual este gás atinge a corrente sanguínea, pela qual é transportado até as células. As 
células liberam gás carbônico que, após ser transportado pela mesma corrente sanguínea, é eliminado na 
atmosfera também pelo mesmo aparelho respiratório. 
Para que seja possível uma adequada difusão de gases através da membrana respiratória é necessário 
um processo constante de ventilação pulmonar. A ventilação pulmonar consiste numa renovação contínua do ar 
presente no interior dos alvéolos produzida pelos movimentos (inspiratórios e expiratórios) que proporcionam 
insuflação e desinsuflação de todos ou quase todos os alvéolos. 
Durante a inspiração, ocorre a expansão pulmonar e da caixa torácica, com diminuição da pressão 
alveolar e intra-pleural em relação a pressão atmosférica e, assim uma certa quantidade de ar atmosférico é 
inalado pelo aparelho respiratório. Durante a expiração, ocorre a retração pulmonar e da caixa torácica, com 
aumento da pressão alveolar e intra-pleural em relação a pressão atmosférica, e assim a quantidade de ar é 
eliminada dos pulmões. 
Para que possamos insuflar e desinsuflar nossos alvéolos, devemos inflar e desinflar nossos pulmões o 
que é possível através de movimentos inspiratórios e expiratórios, respectivamente. Podemos expandir os 
pulmões e a caixa torácica levantando nossas costelas e contraindo o nosso músculo diafragma. Para 
retrairmos os pulmões e a caixa torácica fazemos exatamente o contrário: rebaixamos nossas costelas e 
relaxamos o nosso diafragma. Assim, em condições de repouso, a contração dos músculos inspiratórios produz 
a inspiração e, relaxamento dos mesmos músculos produz a expiração. Em algumas situações como durante 
atividade física, necessitamos de uma expiração mais intensa e, para que isso ocorra, podemos necessitar 
também de músculos expiratórios, que ao se contrair promovem maior retração da caixa torácica e pressão das 
vísceras abdominais contra o diafragma, causando a saída adicional de ar do sistema respiratório para o ar 
atmosférico. Assim: 
Na INSPIRAÇÃO: (aumento da caixa torácica e expansão pulmonar) – entrada do ar no sistema 
respiratório, movimento ativo produzido pela contração de músculos respiratórios inspiratórios, entre os quais 
se destacam o diafragma e os intercostais externos. Tem duração de 2 segundos. 
 Na EXPIRAÇÃO: (redução da caixa torácica e retração pulmonar) saída do ar do sistema respiratório: 
 30 
 -repouso: ocorre movimento passivo, produzido pelo relaxamento dos músculos respiratórios 
inspiratórios. 
-forçada/exercício: além do relaxamento dos músculos inspiratórios, ocorre a contração

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