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3. PODER SOCIAL

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3 - Poder Social 
        3.1 - Noções introdutórias 
O poder subordina as pessoas, que lhe dão essa prerrogativa em no intuito de se conseguir viver em harmonia com seus semelhantes.
Vale dizer que o poder somente poderá ser considerado dentro de uma sociedade e em relação a duas ou mais vontades, sendo que uma irá sempre sobressair em relação à outra, submetendo as demais.
3.2 - Anarquismo 
        3.2.1 - Conceito 
Há quem diga que não há nenhuma necessidade a existência de um poder social que coordene e controle a sociedade.
Embora sejam diferentes as justificativas para tal resistência ao poder social, pode-se dizer que todos aqueles não aceitam essa necessidade seriam todos denominados anarquistas.
3.2.2 - Histórico 
Na Grécia, nos séculos V e VI a. C., há havia pessoas que negavam a necessidade de um poder social. Eram duas facções principais: cínicos e estóicos.
A primeira delas preconizava uma vida livre e natural, que não observasse valores e regras de condutas, sem maiores preocupações com outras necessidades que não estivessem diretamente relacionadas à convivência harmônica com a natureza.
Já a segunda, embora concordasse com algumas regras sociais, buscam uma vida espontânea, que, pela relação também direta com a natureza, também induziria ao anarquismo.
O Cristianismo, por outro lado, também pode ser considerado uma forma de anarquismo pois a doutrina cristã, ao estabelecer como uma de suas verdades a igualdade entre os homens, condena a submissão de uns sobre o poder de outros.
Dessa forma, pode-se dizer que o cristianismo também induziria ao anarquismo, vez que condenava o poder.
Mais tarde, a doutrina cristã assumiu uma diferente postura, afirmando que todo o poder vinha de Deus e, assim, os homens deveriam obedecer as autoridades terrenas.
Pode-se dizer que essas novas idéias deram base para o absolutismo, ou seja, forma de poder incontestada e ilimitada, por parte do soberano, aquele que o detém.
Mais tarde, Santo Agostinho foi responsável por lançar a idéia do anarquismo cristão, afirmando que não poderá haver dominação do homem pelo homem, mas o único legítimo para chefiar um poder é cristo.
Depois disso a Igreja entendeu que deveria fazer parte do poder social, no intuito de se formar um grande império cristão.
Esse novo objetivo da Igreja foi responsável por inúmeras lutas entre o Estado e a Igreja, mas assim que assumisse definitivamente o poder haveria a pacificação da convivência humana, surgindo um sentimento espontâneo de fraternalismo, e dessa forma, não seria necessário nenhum poder para controlar os homens.
Com essa afirmativa, mais uma vez, o Cristianismo induzia às idéias anarquistas.
O próximo autor a adotar idéias anarquistas foi Leon Duguit, que explicava a desnecessidade de um poder social devido à existência de um sentimento de sociabilidade entre os homens, que os faria a ser solidários e justos.
Já, a partir do século XIX, surgiram inúmeros movimentos anarquistas, todos acreditando que o Estado e a propriedade privada eram um mal, que retiravam o homem de seu estado natural de bondade e fraternidade.
Vale dizer que as várias facções do movimento eram mais ou menos agressivas, dependendo dos ideais de seus líderes.
Pierre Joseph Proudhon foi um autor de grande importância, que atuou intensamente na Comuna de Paris, em 1871.
Esse autor considerava um mal qualquer forma de poder e também condenava a propriedade privada. Suas idéias, por enfatizar questões econômicas, influenciaram seriamente os movimentos operários desse período.
Mikhail Bakunin, outro idealista dessa época considerava que o Estado era um instrumento que trazia a exploração dos pobres pelos ricos e subjugando, também, as classes superiores, quando julgasse necessário.
Dessa forma, qualquer maneira pela qual se conseguisse destruir o Estado seria válida.
No momento que esse idealista atesta que a violência também seria uma forma válida para a destruição do Estado, há um choque de idéias com outros autores como Karl Marx e Piotr Kropotkin, por acreditarem, esses autores, nas vias pacíficas.
Karl Marx condenava o uso da violência, e afirmava que era possível e melhor que o poder fosse conquistado por meio de um partido, em situação normal.
Marx, também, acreditava na possibilidade de haver diálogo com a classe burguesa e decorrente desse diálogo, poderiam ser feitas concessões recíprocas.
Entre Marx e Kropotkin também havia divergências ideológicas, sendo que Kropotkin acreditava que os partidos políticos não seriam eficazes na busca de seus objetivos originários quando chegassem ao poder, acabando por fazer uma exploração das indústrias pelo Estado, em vez dos trabalhadores ditarem as regras do regime a vigorar.
Cumpre salientar que no começo do século XX, o movimento anarquista perdia a sua força, verificando manifestações isoladas por todo o mundo.
Pode-se dizer que a fragilidade do anarquismo se encontrava, principalmente, na sua feição agressiva e violenta.
3.3 - A necessidade de um poder social 
Em toda e qualquer experiência humana de vida em sociedade sempre se verificou a existência de um poder social que controle e organize a vida em sociedade.
Esse poder é necessário para garantir que o bem comum seja atingido, pois as vontades particulares e interesses privados, podem comprometer o objetivo do corpo coletivo.
O poder, para ser exercido, poderá contar com o apoio da força, de modo a impor limites e condutas.
Vale dizer que nas sociedades mais primitivas, o poder social se manifestava por meio da força física, sendo que os homens mais fortes exerciam poder sobre os mais fracos.
Já na época moderna, a força física é exercida em situações excepcionais e extremas, somente quando é ameaçada a ordem jurídica.
Há de se estabelecer, então, um limite geral para que o líder, no exercício do poder, utilize com cautela essa força, sob pena de poder e força se confundirem.
Com a constante evolução da consciência intelectual e política, sobretudo durante o século XIX, surgiu a idéia de que o poder não poderá utilizar-se da força em função de seu mero arbítrio.
Deverão ser delimitados aspectos gerais para que o poder seja legítimo (relativos à possibilidade da pessoa que detém o poder, ser autorizada pela população ou pela lei para fazer esse papel) e jurídico (quando o poder é exercido dentro dos limites gerais do Direito).
Pode-se dizer que há vários critérios para se determinar a questão da legitimidade do soberano.
Há, basicamente, três formas de poder que são consideradas legítimas: poder tradicional, que decorre das monarquias, passando o poder de geração em geração; poder carismático, em que o líder é aquele reflete as aspirações do povo e para quem governa, inclusive contra a lei, e poder racional, decorrente da lei, e exercido nos limites por ela imposto.
Vale dizer que o poder racional engloba, simultaneamente a legitimidade e a legalidade, por estar adaptado às regras da ordem jurídica.
Dessa forma, cada vez mais se aproxima a questão da legitimidade com a legalidade, pois aquele que detém o poder, o terá devido aos critérios pré- estabelecidos em lei.
Da mesma forma, aquele que detém o poder, o exercerá obedecendo princípios e normas pré- estabelecidas.
É importante lembrar que o poder pode apresentar graus de juridicidade, podendo variar em razão de ser exercido mais ou menos dentro das regras de Direito.
Concluindo, pode-se dizer que o poder social é necessário, pois qualquer forma de sociedade somente funciona mediante um adequado controle da vida social.
Mas esse poder não poderá ser arbitrário, devendo, pois, ser legítimo, na medida em que o líder que o detém, tem a competência e autorização para desempenhar tal função.
O poder, ainda, deverá ser jurídico, ou seja, sendo exercido dentro das regras e limites pré- estabelecidos pelas principais leis existentes em determinada sociedade.

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