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RESUMO DE GENÉTICA

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RESUMO DE GENÉTICA – PRIMEIRA PROVA
Alguns conceitos básicos
Características genéticas: características que passam de uma geração para a outra pelo DNA. O que nos define genotípica e fenotipicamente. Cor dos olhos, cabelos, pele, altura, peso. Algumas podem ser influenciadas pelo ambiente (o que comemos, quanto sol pegamos, esportes, sono, etc.). São herdadas dos pais para os filhos, com recombinação e podem ser afetadas por mutações cromossômicas e gênicas, normalmente das células germinativas, mas também algumas vezes das somáticas. 
Características congênitas: características que não são, necessariamente, hereditárias, afetam a gestação e os primeiros momentos da vida do bebê. São causadas por alterações no corpo da mãe durante a gravidez. Muitas vezes são vírus, como rubéola ou zika; ou medicamentos, como talidomida; álcool e drogas também podem ser causadores. Doenças genéticas são sempre congênitas (nascem com a criança), mas características congênitas nem sempre são genéticas.
Diferença de doença e síndrome: doença é pontual, com uma única característica comum, enquanto a síndrome envolve uma quantidade maior de características.
Organização do material genético
Todas as células de um mesmo organismo têm a mesma constituição genética, mas cada uma pode ter formatos diferentes, dependendo da sua função.
Os genes se localizam em pedaços das cromátides, denominados locus, dentro dos cromossomos que constituem o núcleo da célula. Cada cromátide tem uma dupla-hélice, composta pelo material genético contido nos locus (significado: lugar, posição). Os genes também podem ser encontrados nas mitocôndrias. O óvulo passa também os genes da mitocôndria e o espermatozoide normalmente não, ele passa somente os do núcleo.
Cromatina é uma substância que envolve a dupla-hélice, junto com proteínas. É dividida em eucromatina (informação genética) e heterocromatina. Ela é dividida em estonas que, junto com as proteínas, envolvem o DNA, empacotando as características (estrutura densa).
Estrutura cromossômica
Duplicação celular
Geralmente, ao se duplicarem, as células dão origem a novas células com a mesma função, à exceção de células tronco, que podem exercer uma função diferente da célula-mãe.
Duplicação cromossômica: antes da duplicação, cada cromossomo contem uma única molécula dupla de DNA, depois, cada cromossomo contém duas cromátides irmãs conectadas pelo centrômero, cada uma com uma cópia do DNA. Elas são teoricamente iguais (se não ocorreram mutações). Em seguida, elas se separam (ao longo da duplicação celular) em dois cromossomos teoricamente iguais.
Mitose: duplicação conservativa em células somáticas. Uma célula diploide (2n) dá origem a duas células também diploides (2n).
- G1 da interfase: a cromatina é duplicada e aparecem os centrossomos (que envolverão os centrômeros);
- Prófase: é a etapa preparatória da célula para início da divisão. Ocorre o desaparecimento do nucléolo; formação do fuso mitótico (migração dos centríolos para os polos opostos da célula) há duas cromátides e centrômero visível.
- Metáfase: fase de máxima condensação dos cromossomos e desfragmentação total da carioteca (membrana nuclear). Ocorre o deslocamento e disposição linear dos cromossomos na placa equatorial (metafásica) da célula e a ligação dos centrômeros às fibras do fuso (cinetócoro).
- Anáfase: o fuso mitótico separa as cromátides irmãs, que vão para os polos da célula e passam a se chamar cromossomos irmãos.
- Telófase: os cromossomos deixam de ser condensados, o nucléolo é formado e ocorre a divisão células por citocinese.
Meiose: divisão celular para a formação de células germinativas. É importante para determinar doenças genéticas hereditárias, pois podem ocorrer mutações que passarão para outras gerações. Uma célula diploide (2n) dá origem a quatro células haploides (n).
A interfase ocorre da mesma maneira que na mitose.
- Prófase I: os cromossomos homólogos se duplicam, formando quatro lócus iguais. Ocorre o crossing over entre as cromátides não irmãs dos cromossomos homólogos.
- Metáfase I: os cromossomos homólogos se direcionam ao equador da célula.
- Anáfase I: os cromossomos homólogos se separam, mas as cromátides irmãs se mantém juntas.
- O processo de meiose II é o mesmo que o da mitose.
Segregação independente
Para determinar o número de tipos de gametas formados por um indivíduo, segundo a segregação independente, basta aplicar a expressão 2n, em que n representa o número de pares de alelos no genótipo que se encontram na condição heterozigota.
Mendel concluiu que a segregação independente dos fatores para duas ou mais características era um princípio geral, constituindo uma segunda lei da herança. Assim, ele denominou esse princípio segunda lei da herança ou lei da segregação independente, posteriormente chamada segunda lei de Mendel: os fatores para duas ou mais características segregam-se no híbrido, distribuindo-se independentemente para os gametas, onde se combinam ao acaso.
Durante a formação de gametas, os genes se separam (na meiose) de forma independente (1ª Lei de Mendel); e como estamos estudando duas características ao mesmo tempo, separamos os genes da seguinte forma:
- Sementes amarelas e lisas: VVRR, formarão apenas gametas VR
- Sementes verdes e rugosas: vvrr, formarão apenas gametas vr
	É um processo que é importante para a recombinação gênica e pode ser uma ligação completa, sem crossing over, ou incompleta, com crossing over.
Citogenética
É o estudo da estrutura, função, comportamento e alterações do cromossomo. O cariótipo é a constituição cromossômica do indivíduo e se escreve: número total de cromossomos; cromossomos sexuais (46;XX ou 46;XY).
No mapeamento gênico, o primeiro cromossomo é sempre o maior e o sexual é sempre o último, independente do tamanho.
Alterações cromossômicas
São mutações numéricas ou estruturais que podem causar algumas doenças em seres humanos.
Alterações numéricas são variações na ploidia. Em humanos, euploidia é o que consideramos organismos completos, normais. Quanto às alterações, podem ser de conjuntos de cromossomos inteiros, chamado euploidia aberrante ou de partes, conhecida como aneuploidia.
Euploidia aberrante: são organismos que tem mais ou menos do que o número normal de conjuntos de cromossomos (poliploides, triploides, tetraploides, etc.). A poliploidia é comum em plantas, mas rara em animais. Um membro de uma espécie normalmente diploide que tem somente um conjunto cromossômico é chamado de monoploide (é comum em abelhas, vespas e formigas).
Aneuploidia: os organismos aneuploides possuem número de cromossomos anormal, diferente do tipo selvagem por parte de um conjunto de cromossomos. Essa diferença pode ser para mais ou para menos (2n – 1, 2n + 1, 2n – 2, etc.). A nomenclatura é baseada no número de cópias do cromossomo específico no estado aneuploide (trissomia do 21, por exemplo). Organismos nulissômicos são aqueles que possuem a perda de ambos os cromossomos homólogos de um mesmo par.
A maioria das aneuploidias é causada pela não-disjunção durante a meiose ou a mitose. Isso é, os cromossomos homólogos ou as cromátides irmãs não são corretamente separados para polos opostos durante a divisão. Assim, a não-disjunção constitui o processo de dois cromossomos ou cromátides irem para o mesmo polo e nenhum(a) para o outro.
- Monossomia (2n – 1): são organismos que não tem uma cópia de um cromossomo. Em humanos, os monossômicos morrem no útero. Alguns monossômicos para o cromossomo X também morrem no útero, e os que não morrem produzem o pessoas com a chamada Síndrome de Turner (45; XO). Mulheres portadoras dessa síndrome são estéreis, de baixa estatura e geralmente têm pescoço alado cuja extensão fica entre o pescoço e os ombros.
- Trissomia (2n + 1): são organismos que contêm uma cópia extra de algum cromossomo. Existem muitos exemplos trissômicos viáveis e, inclusive, férteis.Um dos exemplos de trissomia é a Síndrome de Klinefelter (XXY), cujas características são indivíduos do sexo masculino, magros, com QI levemente prejudicado e estéreis. Outras trissomias de cromossomos sexuais também são possíveis, como XYY (homens férteis) ou XXX (mulheres fenotipicamente normais e férteis); apesar de serem férteis, esses indivíduos não transmitem sua condição para a prole porque, na meiose, o terceiro cromossomo não pareia. O exemplo mais conhecido de trissomia é a do cromossomo 21, chamada Síndrome de Down. Fenotipicamente, são indivíduos com retardo mental, face larga e achatada, olhos com pregas epicânticas, baixa estatura, mãos curtas com um sulco no meio e uma língua grande e com rugas; as mulheres podem ser férteis e ter uma prole normal ou trissômica, mas os homens são estéreis. Indivíduos com essa síndrome também possuem baixa expectativa de vida.
Alterações estruturais são mudanças na estrutura de algum cromossomo e são chamadas também de rearranjos.
Deleção: é a perda de uma parte de um braço cromossômico. O fragmento deletado não possui centrômero, portanto, não pode ser levado para um polo e acaba sendo perdido. 
- Deleção intragênica: ocorre dentro de um gene e o deixa inativado e tem o mesmo efeito que outras mutações nulas nesse gene;
- Deleção multigênica: alguns ou muitos genes são apagados. Suas consequências são mais graves. Se ambos os homólogos tem a mesma deleção, ela é letal. Deleção heterozigota (em somente um dos homólogos) podem ser letais ou não. Quando são pequenas, essas deleções fazem com que seja necessário o surgimento de uma alça de deleção para que haja o pareamento entre os cromossomos.
* Alça de deleção: na meiose, o homólogo normal forma uma alça e os genes dessa alça não tem alelos para parear. 
Duplicação: um processo que às vezes produz uma cópia extra de alguma região cromossômica.
- Duplicação em tandem: quando as regiões duplicadas são adjacentes uma a outra, podendo ser duplicada mais de uma vez.
- Duplicação insercional: quando a cópia extra se localiza em outra parte do genoma.
- Duplicação segmentar: quando as unidades duplicadas são muito extensas.
Inversão: para criar uma inversão, um segmento do cromossomo é cortado, girado e reinserido. Podem ser inversões homozigotas (iguais em ambos os cromossomos homólogos) e, nesse caso, não há consequências; ou heterozigotas (em apenas um dos homólogos). Na meiose, um cromossomo gira as extremidades da inversão para parear com o seu homólogo não invertido, formando uma alça de inversão. 
- Inversão paracêntrica: localizada longe do centrômero, sem envolvê-lo. Nesse tipo de inversão, o crossing over dentro da alça de inversão na meiose conecta centrômeros homólogos em uma ponte dicêntrica, que também produz um fragmento acêntrico. Assim, quando os cromossomos se separam em anáfase I, os centrômeros permanecem ligados na ponte e os fragmentos acêntricos são perdidos, sendo envolvidos pela membrana e chamado de micronúcleo. A tensão da separação rompe a ponte dicêntrica e forma cromossomos com deleções terminais, tornando o gameta, ou o possível zigoto, inviável. Se ocorre crossing over dentro da alça de inversão não há recombinação, pois apenas os cromossomos invertidos participam do crossing e o efeito é apenas o da mutação.
- Inversão pericêntrica: envolvendo o centrômero. Assim como na inversão paracêntrica, os gametas, ou possíveis zigotos, produtos dessa inversão são inviáveis, mas por motivos diferentes. Nesse caso, os cromossomos envolvidos no crossing over separam-se de modo normal, sem a criação de uma ponte, mas o evento de crossing over acaba produzindo cromátides que contêm uma duplicação e uma deleção em partes diferentes do cromossomo.
Translocações: um segmento de um cromossomo se desprende e se une a outro cromossomo, não homólogo; há transferência dos genes de um cromossomo para o outro.
- Translocação recíproca: troca de fragmentos de dois cromossomos não homólogos sem perda de material genético. O pareamento é cruciforme. 
- Translocações robertsonianas: cromossomos não homólogos fundem seus centrômeros. A fusão de dois cromossomos acrocêntricos produz um cromossomo metacêntrico (pequenos braços curtos são perdidos nesse processo) . Pode haver fusão terminal dos cromossomos para formar uma estrutura com dois centrômeros, se um deles for desativado a fusão será estável. O cromossomo 2 humano (metacêntrico) tem braços que correspondem a dois cromossomos acrocêntricos nos genomas de grandes primatas (o que indica que houve uma translocação robertoniana nesse processo evolutivo). Uma pequena proporção de casos de Síndrome de Down pode ser resultante de uma translocação em um dos pais.
Estrutura do DNA
As leis de Mendel foram a primeira evidência sobre o material genético, antes mesmo da descoberta da dupla-hélice. Elas afirmam que de alguma forma as características passam de uma geração para a outra.
Watson e Crick descobriram a estrutura do DNA em 1953. Foi a primeira proposta do gene em termos químicos.
Na primeira metade do século XX, sabia-se que o DNA era o material genético e que era composto por quatro bases nucleotídicas. Experimentos já haviam determinado a composição química do DNA e a proporção de suas bases.
Watson e Crick organizaram a bibliografia sobre o assunto para concluir que o DNA é uma dupla-hélice e, assim, o material hereditário pode servir de molde, sendo copiado e transmitido adiante. A sequência de um filamento determina a sequência do outro.
A informação para a formação de um organismo está codificada na sequência de bases que forma a dupla-hélice. Todas as células de um organismo têm a mesma informação gênica.
Propriedades do material genético: a replicação é fiel durante a divisão celular; possui conteúdo informativo (proteínas); precisa ser estável, mas permitir ocasionais mudanças (seleção evolutiva), nesse caso, rearranjos não são mutações.
Modelo de Watson e Crick: eles construíram um modelo com base em elementos estruturais: fosfato, desoxirribose e quatro bases nitrogenadas. Elas podem ser divididas entre purinas (adenina e guanina, com 2 anéis aromáticos) e pirimidinas (citosina e timina, com a penas 1 anel aromático).
Regras de Chargaff:
- A proporção de purinas é sempre igual a de pirimidinas;
- A proporção de timina é sempre igual a de adenina, assim como a de citosina é sempre igual a de guanina;
- Entretanto, a proporção de adenina e timina normalmente é diferente da de citosina mais guanina;
- As ligações entre as bases são feitas por pontes de hidrogênio. São três pontes de hidrogênio entre guanina e citosina (ligação mais forte) e duas entre adenina e timina.
Replicação do DNA
É um processo que é igual em todas as células do organismo e se localiza no núcleo dos eucariontes. Ocorre antes dos processos de meiose e mitose.
A duplicação do DNA é semiconservativa: a célula-mãe passa metade da molécula para a célula filha. A dupla-hélice se abre, expondo as bases nitrogenadas e cada uma pareia com nucleotídeos livres que contêm a base complementar. Um nucleotídeo é composto de açúcar (ribose ou desoxirribose), fosfato e base nitrogenada.
A forquilha de replicação é o local onde a dupla-hélice se desenrola para produzir os dois filamentos únicos que servirão de moldes para os novos DNAs.
DNA polimerase I:
- Adiciona os desoxirribonucleotídeos à extremidade 3’ após a abertura da dupla-hélice;
- Catalisa o crescimento da fita no sentido 5’ – 3’;
- Remove bases incorretamente adicionadas no sentido 3’ – 5’;
- Degrada filamentos simples de DNA e RNA no sentido 5’ – 3’.
DNA polimerase III: é responsável pela replicação e só atua no sentido 5’ – 3’ (sentido da vida), pois precisa da extremidade 3’ livre (fita de replicação contínua).
- Na fita de replicação não contínua (sentido 3’ – 5’) formam-se os fragmentos de Okasaki, a medida que o DNA se abre e deixando uma extremidade 3’ livre.
Nos eucariontes, o DNA é linear e a replicação se iniciaem vários pontos ao mesmo tempo, diferente dos procariontes, cujo DNA é circular e a replicação se inicia em apenas um ponto.
A síntese do DNA se dá no período S e uma série de proteínas é necessária para que ela ocorra. Essas proteínas são produzidas e armazenadas no final da mitose e no intervalo G1. Os replissomos são formados antes do período S.
No sentido 5’ – 3’, a replicação ocorre até a ponta final do molde. Já no sentido contrário, é necessária a presença dos primers, o que leva à perda de sequências da ponta quando o primer é removido. Se o processo continuasse, ocorreria um encurtamento do cromossomo até que partes codificadores essenciais fossem perdidas (morte celular ou do indivíduo). Por isso, existe um mecanismo que impede este processo: a adição de múltiplas cópias de sequências simples não codificadoras (telômeros) nas pontas dos cromossomos. A telomerase é responsável pela reposição dos telômeros nas extremidades dos cromossomos. Ela está muito presente em células germinativas, pois nas somáticas proliferativas (epiderme, mucosas), os cromossomos são progressivamente mais curtos, até que cessem as divisões ou a célula entre em senescência.
RNA: transcrição e processamento
O RNA difere do DNA em alguns aspectos, como o fato de ser uma cadeia única de nucleotídeos e não uma dupla-hélice, o que o torna mais flexível. Além disso, o RNA contém o açúcar ribose, em vez de desoxirribose, na sua composição, e uracila como uma das bases nitrogenadas, no lugar da timina. De semelhante com o DNA, o RNA também tem uma extremidade 5’ e uma 3’. O RNA possui duas classes, o RNA mensageiro, que codifica as proteínas, e o RNA funcional, dividido em transportador e ribossômico.
- RNA mensageiro: a maioria dos genes codifica mRNAs cuja função é servir de intermediário na síntese do produto gênico final;
- RNA transportador: são os adaptadores do códon no mRNA para o aminoácido correspondente. Carregam o anti-códon;
- RNA ribossômico: são os constituintes dos ribossomos.
O processo de síntese do RNA usando o DNA como molde é chamado de transcrição e ocorre com o pareamento complementar de bases de um segmento de DNA. O sentido desse processo é sempre o mesmo para qualquer gene e começa da ponta 3’ do molde de DNA e da 5’ do RNA transcrito. Esse processo é dividido em três etapas: iniciação (começo da transcrição no lugar correto), alongamento (continuação da transcrição ao longo do gene) e término (na outra ponta).
Curiosamente, o organismo humano, considerado extremamente complexo, tem apenas em torno de vinte mil genes. Apesar dessa pequena quantidade, eles são capazes de codificar mais de cem mil proteínas, por causa do processo de recomposição alternativa do RNA, que ocorre graças aos éxons e íntrons. Os éxons servem para codificar parte das proteínas o os íntros os separam uns dos outros, dessa forma, os organizamos superiores codificam proteínas em fragmentos, não continuamente. Depois do processo de transcrição, forma-se um RNA composto de éxons e íntros, que logo são removidos para que o RNA contenha a informação contínua (contida nos éxons) necessária para a síntese de uma proteína.
Tradução de proteínas
É o processo de codificação de proteínas a partir do RNA transcrito. Na maioria dos eucariontes, a transcrição ocorre no núcleo e a tradução no citoplasma.
Esse processo ocorre nos ribossomos, quando o tRNA e o mRNA se unem. Os ribossomos são grandes complexos macromoleculares capazes de reunir os aminoácidos formando as proteínas, formados de duas subunidades de rRNA e proteínas. Eles possuem três sítios: A, P e E.
A tradução é dividida em três etapas:
- Início: posicionamento do primeiro tRNA no sítio P do ribossomo. O primeiro aminoácido é sempre uma metionina (códon AUG);
- Alongamento: o sítio A está disponível para outro tRNA (complementar ao segundo códon do molde). Os tRNAs dos sítios A e P passam respectivamente para os sítios P e E, liberando o A para um novo transportador;
- Término: o ciclo continua até que o molde encontre um stop códon. Proteínas específicas reconhecem esses códons e se ligam ao sítio A, interrompendo a tradução. As subunidades do ribossomo se separam, liberando a proteína (5’ – 3’).
O que são proteínas: são determinantes da forma e da função biológica; influenciam na forma, na cor, no tamanho, no comportamento e na fisiologia dos organismos. Todo e qualquer fenótipo é influenciado por alguma proteína. Elas são formadas por polímeros, formados de monômeros (aminoácidos).
Estrutura de um aminoácido padrão:
	NH2 – CH – COOH 
		|
	 Radical
Para ligar dois aminoácidos, liga-se o H de um com o O do outro.
O radical é o que confere as propriedades físico-químicas aos aminoácidos.
As proteínas podem ter estruturas secundárias, terciárias e quaternárias (alfa-hélice, beta, etc.) formadas a partir de dobramentos em locais determinados.
A forma de uma proteína permite que ela desempenhe sua função na célula. Essa forma se relaciona com sequências de aminoácidos ou dobras que estejam relacionados a determinadas funções nas proteínas e são chamados de domínios. A estrutura final da proteína pode ser:
- globular: proteínas com estrutura compacta (enzimas e anticorpos);
- linear ou fibrosa: proteínas estruturais da pele, pelos, tendões.
Gene e código genético: um gene é uma proteína. Cada códon (conjunto de três bases nitrogenadas) forma um aminoácido. O código é lido a partir de um ponto inicial (start códon) e continua até o final da sequência, formando a proteína. O aminoácido é levado até o molde (códon) por um adaptador, tRNA.
Regulação gênica
Regulação da expressão gênica é a regulagem da informação codificada no gene para resultar em um produto gênico ou uma função, ou ainda, um sistema em que o DNA determina quais os genes, seu número e o momento em que irão funcionar dentro da célula, produzindo proteínas que realizam várias funções.
- A recomposição alternativa (splissing) do pré-mRNA permite que um mesmo gene codifique diferentes tipos de proteínas. Os domínios funcionais de cada proteína são codificados pelos éxons, assim, um processamento alternativo leva a produção de diferentes proteínas. 
- O dobramento produz a forma tridimensional da proteína e é o evento mais importante pós-síntese;
- As cadeiras laterais se formam por modificações por adição de aminoácidos (fosforilação, ubiquitinação);
- Regulação transcricional: os genes podem ser transcritos apenas em alguns estágios e para isso é necessária a interação entre determinadas proteínas e elementos;
- Cromatina dinâmica: modificação estrutural da cromatina ao redor de sequências gênicas específicas. Herança epigenética: a cromatina é herdada de uma geração celular para a outra; pode mudar ao longo do tempo e permite movimentação dos nucleossomos.
- Acentuadores (enhancers): sequências de DNA que aumentam a taxa de transcrição do RNA. Podem agir a grandes distâncias dos genes alvo para modular a atividade do aparelho transcricional.
Recombinação e mutação
Recombinação consiste no crossing over e é um processo natural, não adiciona nada novo, só modifica a distribuição, gerando novas combinações. Já a mutação é a mudança na sequência de DNA de um gene. Ela faz com que novos alelos surjam espontaneamente (ou por ação de agentes ambientais) e ocorre porque o DNA não está completamente estável. A mutação afeta a geração atual, mas nem todas permanecem, por causa dos mecanismos de reparo. Algumas mutações podem não ter efeitos nem positivos nem negativos (como a cor dos olhos).
Mutação de um ponto: ocorre em um só nucleotídeo. Podem ser substituições, inserções ou deleções de bases.
- Substituição: pode ser transição (purina por purina ou pirimidina por pirimidina) ou transversão (purina por pirimidina ou vice e versa);
- Inserção ou deleção (INDELS): um ou mais pares de nucleotídeos são inseridos ou deletados da cadeia de DNA. Ocorrem por causa do mal funcionamento do sistema de replicação oude reparo ou por causa da interferência química ou física sobre o DNA.
- Mutações tautométricas: são flutuações químicas decorrentes de mudanças nas posições dos átomos (algumas substâncias celulares são parecidas com as bases).
As mutações de ponto podem ter algumas consequências específicas:
- mutações sinônimas (silenciosa): o códon é alterado, mas ele acaba codificando o mesmo aminoácido;
- mutações de sentido trocado: o códon novo codifica um aminoácido diferente;
- mutações sem sentido: o códon novo é um códon de parada e a proteína é interrompida, podendo não ser funcional;
- Indels: altera a matriz de leitura, fazendo com que toda a sequência após o sítio de mutação não tenha relação com a original, alterando completamente a estrutura da proteína.
Mutação em região não-condificadora: altera o padrão da expressão dos genes, mas as consequências fenotípicas não são tão fáceis de perceber (ocorre em células de câncer). Os tipos dessa mutação são os mesmos das de ponto, o que muda são as consequências. Os eventos da mutação ocorrem antes da exposição ao agende de seleção.
Fatores de mutação
Espontânea: são erros de replicação do DNA (pares errados de nucleotídeos ou pareamentos deslocados); ou lesões espontâneas: despurinação (interrupção entre base purina e açúcar, o que resulta na perda da base), desaminação (citosina que vira uracila), dano oxidativo (lesionam o DNA).
Induzida: ações de mutagenos que alteram o DNA: substituição alteração ou dano nas bases. Podem ser: incorporação de análogos (substâncias com estruturas semelhantes as das bases); agentes intercalares (que se inserem entre as bases, alterando a estrutura); ou danos às bases que impedem a continuidade da replicação (luz UV, radiação ionizante, espécies reativas de oxigênio, algatoxina B1, etc.).
Reparo
Tipos: ação corretiva da DNA polimerase; reversão direta; excisão de bases; excisão de nucleotídeos; pós-replicação por correção de malpareamento; síntese de DNA translesão; reparo de quebras bifilamentares.
Síndromes e doenças
Síndrome de Usher: é hereditária autossômica recessiva. Ela degenera a retina causando cegueira e pode causar surdez. É uma doença sem cura e o fonoaudiólogo pode ajudar através de terapia com o uso da língua de sinais terapia de fala associada ao uso de e próteses auditivas, auxiliando na comunicação.
Síndrome de Lobstein: é autossômica dominante e é caracterizada pela fragilidade óssea que pode gerar perda auditiva. O papel do fonoaudiólogo é o mesmo nos dois casos.

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