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Direito Administrativo - Intervenção do Estado no Domínio Econômico e Social - Resumo

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Intervenção do Estado no domínio econômico e social
Primeiramente, é preciso estudar os princípios constitucionais (valorização do trabalho humano, justiça social, redução das desigualdades, erradicação da pobreza, etc.);
Ordem econômica se refere ao particular (exceção petróleo, gás, minérios e minerais nucleares). Serviço público se refere ao Estado (exceção educação, saúde, previdência, assistência e quando credenciar).
Intervenção do Estado em dois casos: Segurança nacional ou demanda do interesse público. Sempre atendendo aos fins acima (ou seja, os princípios constitucionais), sob pena de nulidade.
Existem três modos de intervenção do Estado, que são feitos através de: 
- Poder de polícia (fiscalizando e planejando de forma indicativa para o particular. Se faz isso por lei, os atos administrativos são chamados de polícia administrativa);
- O Estado mesmo atuando como empresário, criando pessoas para isso;
- Incentivo à iniciativa privada.
Então, é preciso analisar alguns conceitos antes:
- valorização do trabalho humano. Ordem econômica está vinculada com a ordem social, observando aqueles princípios, sob pena de ser inconstitucional.
- livre iniciativa e livre concorrência. O Estado não tem poder para definir qual atividade e nem a quantidade produzida ou comercializada. O planejamento econômico feito pelo Estado é só indicativo para o setor privado, com o mero fim de seduzir e atrair a livre iniciativa deles. É determinante só para o setor público. O Estado não pode impor as diretrizes. O planejamento não pode ser compatível com o sistema cartorial em certos setores, que dependem da outorga governamental e dentro das cotas e limites deferidos pelo Poder Público. O que a lei pode ressalvar (parágrafo único do art. 170) é a desnecessidade de autorização dita no artigo. Ou seja, há casos em que deve autorizar, mas somente por conta de salubridade, segurança, meio ambiente, qualidade do produto em defesa do consumidor, etc. Ex.: medicamentos, agrotóxicos, alimentos industrializados, etc. Nisso o Estado interfere, dando prévia autorização. Mas o mais comum nem é a autorização, e sim a fiscalização.
- Atividades privadas sob regime especial. Há um regime especial, fora da regra geral, para certas atividades que merecem tratamento especial. Ex: atividades de ensino.
- Função social da propriedade. Tanto rural como urbano, o imóvel deve ter utilidade. Imóvel que esteja incluído no Plano Diretor sem ser edificado ou não utilizado, poderá sofrer:
*Parcelamento ou edificação compulsória;
	*Imposto progressivo no tempo;
*Desapropriação paga por títulos da dívida, com prazo de resgate de até dez anos, com preservação do seu valor real, com parcelas anuais e sucessivas (urbana). Para rural, 20 anos. A União poderá intervir por meio de compra, desapropriação de bens e requisição de serviços.
- Repressão ao abuso do poder econômico. É dever do Estado repelir o uso incorreto do poder econômico, que fere os princípios constitucionais (dominação de mercado, eliminação da concorrência, aumento arbitrário dos lucros).
- CADE: Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Tem a função de julgar as infrações na ordem econômica, aplicando penalidades. Por não ter câmaras, órgãos (instâncias) inferiores a ele, os julgamentos do CADE não podem ser definitivos. Afinal, sempre cabe recurso nos processos administrativos ou outros. Então, a parte interessada pode procurar o Ministro, diminuindo a importância do CADE.
- SDE: Secretaria de Direito Econômico, órgão do Ministério da Justiça. Averigua indícios de infrações administrativas e instaura processo que será encaminhado ao CADE.
Infrações à ordem econômica
Independentemente da existência de culpa, infrações à ordem econômica são os que causam: dominação de mercado, eliminação da concorrência, aumento arbitrário dos lucros, exercício de forma abusiva da posição dominante (que é deter parcela de 20% de mercado relevante). O CADE analisará e poderá autorizar se o objetivo for aumentar a produtividade, se os benefícios forem distribuídos igualitariamente entre participantes e consumidores finais, etc. 
Se houver indício de infração, tornando o resultado ineficaz ou lesão irreparável ao mercado, o SDE pode adotar medidas preventivas que conduzam a cessação da prática, fixando prazo, e multa no caso de não cumprimento. Além dos relatórios periódicos sobre sua atuação no mercado. Se cumpridas as obrigações, o processo ficará suspenso.
Sanções:
- Empresa: Multa de 1 a 30% do valor do faturamento bruto de seu ultimo exercício, excluídos os impostos. Nunca será inferior à vantagem auferida (obtida).
- Administrador da empresa (direta ou indiretamente responsável pela infração): 10 a 50% do valor da multa da empresa. Responsabilidade pessoal e exclusiva do administrador.
- Os demais: 6000 a 6.000.000 de Unidades Fiscais de Referência. Se reincidente, dobra-se.
As sanções podem ser ainda, de forma isolada ou cumulativamente, as seguintes: 
- Publicar por dois dias seguidos, de uma a três semanas consecutivas, o extrato de decisão condenatória em meia página de jornal indicado, e às custas do infrator;
- Proibição de participar de licitação por cinco anos pelo menos (Administração Direta ou Indireta);
- Inscrição no Cadastro Nacional de Defesa do Consumidor;
- Recomendação dos órgãos competentes para que seja concedida licença compulsória de patentes de titularidade do infrator; sejam cancelados incentivos fiscais ou subsídios públicos, ou negados parcelamento de tributos federais, ou cortante providência; cisão de sociedade, cessação parcial de atividade, ou outra providencia necessária à eliminação dos efeitos nocivos à ordem econômica. 
Se houver a continuidade de atos, mesmo tendo o CADE decidido sua cessação, haverá multa diária de não menos que 5000 UFR, podendo ser aumentada até 20 vezes. A ação punitiva prescreve em cinco anos, a contar da prática do ato da infração, ou (se for atos infracionais continuados), da data em que cessou de fazer.
Acordo de leniência:
Os autores de infração, que colaborarem com o processo e com a investigação, contribuindo para identificar coautores e documentos, poderão ter a sua pena suspensa ou reduzida de dois terços da penalidade que sofreriam. Não precisa da aprovação do CADE, mas compete a ele decretar a extinção da ação punitiva ou reduzir de um a dois terços as penas. 
Defesa do Consumidor: as multas do CDC são inconstitucionais, pois o juiz deve ser o “legislador” para os múltiplos casos concretos que aparecem.
Interferência do Estado como empresário: 
Art. 173 - Como o Estado pode atuar como empresário. Permitido só em casos de segurança nacional e demanda pública relevante. Só mediante lei complementar, e não ordinária (pois é só pra estes casos; seria redundante em face do outro artigo que já prevê criação de entidades estatais). Enquanto a lei complementar não for editada, não se pode criar empresas públicas, sociedades de economia mista ou outras pessoas estatais com fins econômicos. Estas não recebem privilégios fiscais e se submetem ao mesmo regime das empresas privadas.
Quando o Estado interfere dessa forma, está diante de serviço governamental e não de serviço público. Se submete ao regime das empresas privadas e também aos princípios constitucionais, como licitação e contratação de obras, serviços, compras, alienações.
Interferência do Estado mediante fomento (incentivo):
Feita, obviamente, mediante incentivos fiscais e financiamentos. 
- Incentivos fiscais: exoneração total ou parcial da obrigação de pagamento de determinados tipos de tributo, por um tempo. Contrapartida: investir em certa atividade sob certas condições, úteis para a coletividade, em consonância com os princípios constitucionais.
- Financiamentos: Injeções de recursos do Poder Público em favor da empresa, com juros baixos.
- Exceção do monopólio do Estado: petróleo, gás natural, minérios e minerais nucleares. Não são serviços públicos, mas serviços governamentais, sujeitosàs regras do Direito Privado. As pessoas que o Estado criar para estas atividades não prestarão serviço público.
Intervenção do Estado no domínio social
Art. 193 CF. O objetivo primordial é a justiça social e o trabalho, e não a satisfação do interesse do capital. Se é o objetivo da República Federativa do Brasil, há duas claras consequências disso: rejeição a qualquer ideia de neoliberalismo, visto que é dever do Estado; e inconstitucional quando se favorece os interesses do capital (juros, rendimento de capital) em detrimento dos interesses do trabalho.
Política pública é o conjunto de atos destinados a implementar um projeto do governo. É possível controlar esses atos. É mais grave empreender uma política pública injurídica do que cometer um ato apenas.
São legitimados para oporem-se às políticas públicas inválidas: o MP, os habilitados a proposituras de ações civis públicas, ou qualquer cidadão prejudicado.
O Estado, então, interfere pela prestação de serviços públicos dessa forma: educação, saúde, previdência social, assistência social; e pelo fomento a particulares com recursos para serem aplicados com fins sociais.
A previdência e a assistência social privadas terão caráter complementar, visto que são deveres do Estado.
Reserva do possível – o Estado não tem como acudir todas as necessidades sociais. Mas o mínimo existencial sempre tem que ser levado em primeiro plano.
Fomento direto – feito através de contribuições (previstos em lei especial), auxílios (previstos na lei de orçamento) – e estas duas são feitas a partir de transferências de recursos para despesas de capital, como obras, instalações, equipamentos -, e subvenções (transferências de recursos destinados a acobertar despesas de custeio, manutenção, em prol de assistência social, médica e educacional).
Estes fomentos não são obrigatórios, mas são destinados às entidades de utilidade pública, ou seja, que não visam benefícios próprios, mas os da coletividade. Requisitos: provar personalidade jurídica, estar em efetivo funcionamento, servir à coletividade, sem interesses, e não remunerar cargos da diretoria.
Outros instrumentos para fomentar: 
- Organizações sociais (privadas). O Estado se liga a elas por meio do contrato de gestão.
- Organizações da sociedade civil de interesse público (privadas). O Estado se relaciona por meio do termo de parceria.
Improbidade administrativa
Distinção entre moralidade e probidade administrativa: ambas requerem lealdade e honestidade. É preciso observar não somente a lei, mas também os princípios éticos, lealdade e boa-fé.
Improbidade administrativa: Ato ilícito desde muito tempo para os agentes políticos, enquadrando-se como crime de responsabilidade. Para os servidores públicos em geral, punia-se somente o enriquecimento ilícito no cargo ou função e corrupção. Visto com o caráter de tipicidade, próprio do Direito Penal.
Moralidade: princípio base do ordenamento jurídico. Conceito de valor, indeterminado. Visto como agravante da ilegalidade do ato, e não como um vício autônomo. Quando incluso no Constituição, a sua exigência estendeu-se a toda a Administração Pública, e a improbidade ganhou abrangência maior (não só o enriquecimento ilícito), enquadrando todos os servidores. Ganhou destaque com a evolução do principio da legalidade, que abrangeu valores como boa-fé, moralidade. Teor mais axiológico, e não positivista apenas.
Então, há a legalidade restrita (abrange a obediência à lei, existência de leis para as práticas de determinados atos que restringem os direitos dos cidadãos, lei para criar cargos, empregos e funções, etc.); e a legalidade em sentido amplo, que abrange a obediência a valores e princípios.
Portanto, a legalidade abrangeu os princípios da boa-fé, da boa administração, do interesse público, da lealdade, etc. 
Improbidade e moralidade são iguais quando são vistos como princípios. Mas são distintos quando se fala em ato ilícito (improbidade), pois a improbidade abrange muito mais que os atos desonestos ou imorais. Abrange também os atos ilegais.
Lei da improbidade: enriquecimento ilícito, atos que causam prejuízo ao erário e atos que vão contra os princípios da Administração Pública (honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições). Para ser improbidade, nem precisa provar a ilicitude do ato, basta mostrar a lesão à moralidade.
Pessoas indiciadas por crimes que causem prejuízo à Fazenda Pública, que tenham adquirido bens dolosamente ou com culpa grave, são sujeitas ao sequestro de bens para reaver o prejuízo. Se não reaver, deve ser promovida a execução da sentença condenatória no juízo competente, reavendo quantos bens forem necessários. A perda dos bens não poderá se manter se a ação for extinta ou se houver absolvição. Mas isso sem prejuízo da responsabilidade criminal em que tenham incorrido. A sanção de natureza civil se mantém, mesmo com a extinção da ação penal ou absolvição penal. Há obrigatoriedade de registro público dos valores e dos bens de patrimônios privados das pessoas que exercem cargos ou funções públicas da União e entidades autárquicas.
Lei 3.502/58 – inovações: perda e sequestro aplicáveis a servidor público e a dirigente de autarquia;
Servidor Público é todo aquele que exerce cargo, função ou emprego, nos três poderes na União, Estados, Municípios, etc.;
Dirigente de autarquia é igual a dirigente de sociedade de economia mista, etc.;
Estudar os casos de enriquecimento ilícito;
Estados, DF, Municípios, etc., fundações, autarquias, etc. tem legitimidade para pleitear o sequestro e perda de bens. Se não pleitearem, qualquer cidadão poderá fazê-lo, citando a entidade para o contraditório;
Sequestro é medida acautelatória.
Evolução no direito positivo: A expressão improbidade administrativa só foi introduzida pela CF de 1988. Antes, apenas para designar as infrações de agentes políticos. E o seu significado só foi definido com a Lei nº 8.429/92, de forma mais ampla. Entretanto, sempre foi crime de responsabilidade do Presidente da República; e hoje a Lei 1.079 também inclui os Ministros do Estado, Ministros do STF, Procurador-Geral da República, Governadores e Secretários dos Estados. Penalidade: perda de cargo; e fica inativo por cinco anos para o exercício de qualquer função pública. Ação penal. Mas isso não impede a aplicação das sanções da improbidade administrativa também.
Prefeitos: outro decreto, valendo reclusão e detenção para crimes de responsabilidade. Além da perda do cargo e inabilitação por cinco anos, sem prejuízo da ação da improbidade administrativa.
Infrações e sanções administrativas
Infração e sanção são intimamente ligados na norma.
Infração: descumprimento voluntário da norma administrativa, que cabe sanção imposta por uma autoridade administrativa. Para reconhecer que a infração é administrativa, é preciso ver a sanção aplicada. E para reconhecer que a sanção é administrativa, é preciso ver a autoridade que a aplica. 
O que separa a sanção e a infração administrativa da sanção e infração penal é a autoridade competente, que impõe a sanção.
Sanção: providência gravosa imposta pela Administração a alguém que cometeu a infração administrativa. Entretanto, nem sempre a Administração aplicará efetivamente a sanção. Quando não for espontaneamente atendida, poderá aplicar pela via judicial.
Tipos de sanção:
- Advertência, sanções pecuniárias (multas), interdição de local ou estabelecimento (como fechar uma fábrica por poluir rio), inabilitação temporária para certa atividade (como suspensão do direito de licitar, ou de dirigir – CNH), extinção da relação jurídica com o Poder Público (como cassação de licença de funcionamento de uma concessão de serviço público), apreensão ou destruição de bens (como equipamentos de pesca).
A apreensão preliminar não é sanção e sim medida acautelatória.
Não existe mais a prisão administrativa.
Objetivo da existência da infração administrativa, com as suas respectivas sanções: desestimular o indivíduoa praticar as condutas proibidas/censuradas (bem como desestimular o infrator a ser reincidente na conduta), e estimular a pessoa a praticar as condutas de conformidade com as regras do comportamento positivo. O objetivo não é castigar e nem arrecadar dinheiro para o Poder Público. E sim regular o convívio social correto.
Sujeito passivo (sujeito às infrações e de responder por elas) – pessoas físicas e jurídicas (direito privado ou direito público). O menor também (ex.: ficar por mais tempo do que o permitido com algum livro da biblioteca pública. Mas não acontece o mesmo para alguns casos, como dirigir sem CNH). 
Infrator e responsável subsidiário: Infrator é o sujeito que pratica a infração e responderá por ela com a sanção. Responsável subsidiário é quem responderá pela infração caso quem a cometeu não possa responder ou não responda por ela.
Há casos em que se exclui a infração cometida, que são os casos em que falta o elemento subjetivo da voluntariedade. E outros que se exclui a sanção apenas, que são: obediência hierárquica, estrito cumprimento do dever legal, e exercício regular do direito.
Para que seja infração, devem ser obedecidos os seguintes princípios:
- Legalidade – Submissão da Administração à lei. Portanto, tanto as infrações como as sanções devem ser instituídas em lei (não decretos, portarias, etc.). Com exceção dos órgãos que travam vínculo com a Administração (concessão de telecomunicação, por exemplo, ou admissão de alguém na biblioteca pública). E também de normas que exigem sua conclusão com averiguação técnica e científica, como o que é considerado droga, por exemplo, ou outro exemplo: segurança contra fogo em edificações. Se a lei impõe a adoção de equipamentos de prevenção e segurança contra incêndio, cabe averiguação para saber o que será tecnicamente necessário, que completará o que a lei não especificou.
- Anterioridade – não se aplica sanção e nem infração sem que haja uma lei anterior. A posterior ao ato praticado não pode valer.
- Tipicidade – Identificação correta da conduta para que o infrator saiba o que não pode se incorrer mais, sem ficar na dúvida; e para saberem previamente qual conduta adotar e qual não adotar; e para que a incursão seja reconhecida. Caracterização das condutas proibidas de maneira clara e objetiva. Da mesma forma para as sanções. Não seria considerada válida a sanção que fosse tipificada de 20 reais a 5000 reais de multa, pois não deixaria claro, e o administrador teria uma liberdade de governar (discricionariedade exagerada) sobre os administrados, sendo que estes deveriam ser governados pela lei. Além da falta de razoabilidade, no caso.
- Princípio da exigência de voluntariedade – não é dolo nem culpa. Só o animus de praticar a conduta. Mesmo que haja a transferência da sanção, pois houve o animus do filho menor, por exemplo.
Para que haja sanção, os seguintes princípios:
- Proporcionalidade – Sanções proporcionais com a gravidade da infração praticada. Se desproporcional, a sanção é inválida. Se há dúvida quanto à gravidade, sanção menor.
- Devido processo legal – Toda sanção administrativa deverá ser submetida ao devido processo legal. Dificuldades práticas – no caso da multa, o auto de infração é apenas um aviso de lançamento da multa. No caso de apreensão de equipamentos, alimentos, destruição, não há o devido processo legal, pois são medidas acautelatórias e não sanções administrativas, então não precisam de um processo preliminar.
- Princípio da Motivação – A Administração é obrigada a expor fundamentos em que se embasa a infração. Não só do dispositivo, mas da conduta; e por que agravou ou por que gradou. 
Diferença entre providência administrativa acautelatória e sanção administrativa: medidas adotadas de imediato pela Administração para prevenir eventuais danos ao interesse público ou boa ordem administrativa. Paralisa comportamentos que possam gerar danos. Não visa estimular ou intimidar. Ex.: apreensão de medicamentos ou alimentos impróprios para o consumo, expulsão de aluno, interdição de estabelecimento que esteja poluindo. 
Só se converterá em sanção administrativa depois da oportunidade de defesa, após processo.
Multas:
Todas as sanções cumprem seu papel intimidador. São classificadas, nesse sentido, em:
- Sanções que se limitam a cumprir essa finalidade;
- As que, além disso, visam ressarcir a Administração por prejuízo que a infração causou (multas reparatórias);
- As de caráter cominatório.
A multa não pode ser confiscatória (elevada demais). Princípio da Proporcionalidade. E a multa deve cessar quando o infrator ingressar em juízo.
Há o dever de sancionar toda vez que for identificada uma infração. Não pode ser discricionário. Mas há o princípio da insignificância, com lesividade mínima, insignificante.
Poder de polícia:
Os cidadãos possuem direitos constitucionais, mas seu usufruto deve ser compatível com o bem estar social. O uso da liberdade e da propriedade deve estar compatível com a utilidade coletiva.
Liberdade e propriedade são diferentes de direito à liberdade e direito à propriedade. Há limites para os primeiros, enquanto não há limites administrativos para os últimos.
A Administração tem o dever de reconhecer alguns direitos que não estão na lei. Ação discricionária. As atividades praticadas já previstas em lei, a Administração só deve assegurar o respeito à lei. As que não estão, a Administração deve analisar as circunstancias objetivas e subjetivas, pela periculosidade da atividade (ato obsceno, violento, etc.) e pela inexistência de perigo no caso de permitir uma vedação genérica, como a autorização de porte de arma.
Não se pode falar em limites de direitos. Se não há tumulto, a Administração não pode intervir numa passeata, por exemplo. Mas há limites no exercício da propriedade e da liberdade, que só delineiam a esfera de direito tutelado.
Poder de polícia: setor de atividade estatal que delineia o âmbito da liberdade e propriedade a partir das leis, ajustando-os aos interesses coletivos, e que executa as leis através dos atos administrativos. Este é o sentido amplo, abrange atos tanto do Executivo quanto do Legislativo.
Por isso, é uma expressão infeliz, pois engloba leis e atos administrativos, que são diferentes. A Administração não tem esse amplo poder de disposições superiores (leis), senão o de atuar com base na lei, conferindo a serem exercidos dentro da lei.
Sentido estrito de poder de polícia: é a polícia administrativa, que está relacionada unicamente com as intervenções do Poder Executivo (abstratas e concretas – regulamentos; e autorizações, licenças e injunções), com o fim de prevenir atividades que contrastam com o interesse coletivo.
O poder da policia administrativa é emanado de sua supremacia geral, que nada mais é do que a supremacia das leis, que são concretizadas através dos atos da Administração. É diferente da supremacia especial (ou relação especial de sujeição).
Supremacia geral – a Administração só possui poder de agir se tiver extraindo esse poder da lei.
Supremacia especial – Decorrente de relação especial da Administração com o indivíduo. Usuários, concessionários, servidores públicos. Para se reconhecer a supremacia especial:
- Situação de vínculo entre a Administração e círculo de pessoas diferentes das demais pessoas em geral. Ex.: Servidor Público e Estado; matriculados e Universidade Pública; internados e hospital público; matriculados na biblioteca pública e Biblioteca. Diferente das demais pessoas que não tem essas relações.
Portanto, exigem uma disciplina interna. Regras, disposições restritivas ou disposições benéficas, etc. Ex.: Horário, sanção, disciplina para estudantes daquelas; condições de higiene, regras pra visitantes, segurança pra hospitais, etc. Seria impossível que todas essas regras fossem ditadas por leis. Para isso, existem condições:
- Encontrar seu fundamento último na lei, que confere atribuição de fazer regras, sendo estas especificações da lei.
- Fundamentarseu poder nas relações de sujeição especial, assim como o poder contratual encontra seu fundamento no contrato;
- Restringir suas disposições ao que for necessário somente;
- Atrelar suas disposições no princípio de razoabilidade e proporcionalidade, sem exageros.
E não podem:
- Desobedecer direitos, deveres e obrigações da lei e da CF;
- Extravasar a intimidade da relação;
- Exceder em nada daquilo que for estritamente necessário;
- Produzir efeitos que restrinjam direitos de terceiros.
Os atos da supremacia especial não englobam o poder de policia (limitação administrativa a liberdade e a propriedade).
Essência do poder de polícia:
É incorreto dizer que é um poder negativo (não positivo). Pois, por ex.: impedir uma construção que possa vir a enfear a cidade é positivo, pois impede que a cidade se enfeie, e também constrói um valor estético da cidade.
Porém, o poder de polícia na sua maioria é negativo, visa impedir certos atos. Exige um não fazer. Mas isso é bom, porque a utilidade pública é conseguida através do poder de polícia indiretamente. Diretamente é o serviço público. Mas enquanto o poder de polícia obtém a utilidade pública de forma indireta, o serviço público a obtém diretamente. Ambas são prestações do Estado.
Exceção: Ação positiva do proprietário que tem o dever de ajudar sua propriedade de modo a cumprir uma função social, devendo efetuar edificação.
Características do poder de policia:
- provém de autoridade pública;
- é imposta coercitivamente pela Administração;
- Abrange genericamente as atividades e propriedades.
- Impõe abstenções aos particulares, ao invés de deveres positivos de fazer ou de dar.
Às vezes há aparência de fazer: fazer habilitação para motorista, colocar equipamento contra incêndio nos prédios, etc. Mas isso é aparência. O Poder Público quer evitar que os particulares façam algo nocivo ou perigoso.
O Poder Público também não sujeita os bens ao interesse público, como nas servidões. Apenas estabelece limitações a propriedade privada que favorece a utilidade social.
Incumbe a Administração manifestar-se discricionariamente, examinando a conveniência e oportunidade de concordar com a prática do ato que seria vedado ao particular à falta de autorização. E o caso do porte de arma, por exemplo. E licença pra construir.
A atuação administrativa marca-se pela repressão a uma atuação antissocial. Somente se poderá considerá-la preventiva relativamente, isto é, em relação aos futuros danos outros que adviriam da persistência do comportamento reprimido. É claro que não leva o infrator ao Judiciário para aplicar a sanção, nem captura delinquentes. Mas é repressiva sim.
Age repressivamente também na apreensão de produtos danificados já vendidos, ou coibindo eventos onde já aconteceu uma atividade antissocial ou obscena. Age depois, e não preventivamente.
A polícia judiciária, portanto, não se difere da administrativa pelo caráter repressivo, pois ambas são repressivas, mas se diferem devido à atuação da primeira sob o regimento das normas penais, enquanto a outra, sob as normas administrativas.
A polícia administrativa manifesta-se tanto por disposições genéricas (como regulamentos e portarias que disciplinam horário de venda de bebida alcoólica, por exemplo) como por disposições específicas (como apreensão de jornal com noticia imoral, guichamento de veículo que obstrua via, etc.).
A atividade de polícia agrega fiscalizadores que atuam de modo a prevenir também. Ex.: fiscalizar caça, fiscalizar condição de veiculo, fiscalizar pesos de produtos, etc.
O poder de policia é discricionário no sentido amplo (Legislativo – delimitar a liberdade e a propriedade). Mas não o é no sentido estrito (polícia administrativa).
A polícia administrativa é a atividade da Administração Pública de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção, a fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais.
Os atos jurídicos da policia administrativa não podem ser delegados aos particulares, porque uns poderiam ter supremacia sobre outros.
Mas certos atos materiais, que antecedem os atos jurídicos de polícia administrativa, podem ser delegados ou contratados aos particulares (chamados de Credenciamento). Exemplo: empresas que possuem e operam equipamentos fotossensores, que captam a velocidade dos veículos, contratadas pelo Poder Público para a fiscalização do cumprimento de normas de trânsito. Não há supremacia entre os particulares, pois não há expedição de sanção ou decisão de algo, apenas há uma constatação de um fato.
Mas há ainda a prática sucessiva de ato jurídico de polícia, que o particular pode exercer. Ato jurídico que interfere somente na propriedade e nunca na liberdade do administrado. Ex.: Executar a demolição de uma propriedade irregular desocupada, quando o proprietário se recusa a intimação para fazer isso por seus meios.
Há também os atos executados por meio de máquinas – emissão de auto de infração por parquímetros, pertencentes a particulares, mas não delegados.
Para executar os atos da polícia administrativa, a Administração Pública não precisa de uma declaração ou autorização do Poder Judiciário. Ela pode por si mesma fazer o comportamento do individuo se enquadrar às regras da Administração. Dissolução de comício ou passeata, quando perturbam, por exemplo, são asseguradas pelos órgãos administrativos. Poder Executivo, e não Judiciário.
Essas medidas são feitas nas seguintes hipóteses: quando a lei autorizar; quando a adoção da medida for urgente, que acarrete risco pra coletividade; quando não houver outra via de direito. Essa coação administrativa é feita porque se fosse depender do Judiciário, os valores pereceriam pela demora. 
A obediência compulsória da Administração não fere a legalidade. Mandado de segurança e habeas corpus são medidas que podem defender o particular. Os meios coativos são uma necessidade imposta em nome dos interesses públicos. Mas tem um limite: atingimento da finalidade legal. Nunca deve se servir dos meios mais enérgicos do que os necessários. É preciso a proporcionalidade entre a coação e a finalidade pretendida. E só é aplicada a coação quando não houver outro meio.
Se houver excessos, pode se apresentar de dois modos:
- Quando a intensidade da medida é maior que a necessária. Ex.: emprego de violência para dissolver reunião pacífica, mas não autorizada;
- Quando a extensão é maior que a necessária. Ex.: apreensão de todo um jornal que publicou algo imoral, se só poderia apreender o da região afetada.
Setores da polícia administrativa:
- Policia de caça (protege fauna terrestre);
- Polícia de pesca (protege a fauna aquática);
- Polícia de divertimentos públicos (protegendo valores sociais feridos por teatros e cinema);
- Polícia florestal (protege a flora);
- Polícia de pesos e medidas (fiscaliza padrões de medida, em defesa da economia popular);
- Polícia de tráfego e trânsito (segurança e ordem nas rodovias);
- Polícia dos logradouros públicos (tranquilidade pública);
- Polícia da sanitária (saúde pública, incidindo em várias outras polícias).
Em resumo, a polícia administrativa se propõe a salvaguardar os valores:
a) de segurança publica; 
b) de ordem publica; 
c) de tranquilidade publica; 
d) de higiene e saúde publicas; 
e) estéticos e artísticos; 
f) históricos e paisagísticos;
g) de riquezas naturais; 
h) de moralidade pública; 
i) de economia popular.
Polícia administrativa na União, Estados e DF: As atividades de polícia administrativa incubem a quem legisla sobre a matéria.
- União – art. 22 CF. Concorrerá com Estados no art. 24.
- Estados – parágrafo 1º do art. 25, em concorrência com a União no art. 24.
- Municípios – art. 30.
- DF – art. 32, parágrafo 1º. Concorrente art. 24.
Muitos são arrolados comoda União, mas são do interesse do município. Ex.: incumbe à União legislar sobre direito comercial. Entretanto, horários, locais onde é vedado o estabelecimento, serão da competência do Município.

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