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DIREITO PREVIDENCIÁRIO Instrução para uso dos slides Prezados Acadêmicos, Lembro a todos que os slides são apenas um instrumento para agilizar e tornar mais organizada a exposição da matéria em sala de aula. Com eles visualizamos melhor o conteúdo, permitindo uma melhor compreensão sobre a matéria. E só isso. Nesse sentido, os slides não esgotam a matéria e todos devem complementar seus estudos com as bibliografias indicadas no plano de ensino. Lembro aos Srs. que tudo falado e passado em aula pode cair na prova, não apenas a matéria presente nos slides. Bom estudo! PREVIDÊNCIA SOCIAL No Direito Previdenciário, há sempre relação de uma pessoa – natural ou jurídica – com o ente previdenciário estatal. Essa relação se dá de duas espécies distintas de relações jurídicas decorrentes da aplicação da legislação previdenciária: a relação de custeio e a relação de prestação. Numa delas, o Estado é credor, noutra, devedor. PREVIDÊNCIA SOCIAL A existência de uma relação jurídica de custeio própria para o âmbito da Previdência Social caracteriza o modelo de previdência de caráter contributivo. A ordem jurídica interna estabelece na C.F., art. 201, caput, pelo sistema contributivo, a receita da Previdência Social decorre de pagamentos feitos por pessoas com destinação específica para o financiamento das ações no campo da proteção social. PREVIDÊNCIA SOCIAL Obrigação previdenciária de custeio é espécie do gênero obrigação tributária. A obrigatoriedade de sua participação se impõe para que possam fruir dos benefícios e serviços previstos em lei, sendo fundamental a comprovação das contribuições – ou, pelo menos, do enquadramento como segurado obrigatório – para este fim. Outras pessoas têm a obrigação de contribuir porque a lei simplesmente lhes determina tal ônus, sem que tenham qualquer contraprestação pelo fato de verterem recursos para o sistema. PREVIDÊNCIA SOCIAL Os termos “contribuinte” e “segurado” possuem diferenças de significado importantes no âmbito do Direito Previdenciário. Contribuinte é o sujeito passivo da obrigação tributária, podendo ser pessoa física ou jurídica que, por determinação legal, está sujeita ao pagamento de tributo. Os segurados da Previdência são os principais contribuintes do sistema de seguridade social previsto na ordem jurídica nacional. São contribuintes em função do vínculo jurídico que possuem com o regime de previdência, uma vez que, para obter os benefícios, devem teoricamente verter contribuições ao fundo comum. PREVIDÊNCIA SOCIAL Os segurados são classificados em obrigatórios e facultativos. Obrigatórios são os segurados de quem a lei exige a participação no custeio, bem como lhes concede, em contrapartida, benefícios e serviços, quando presentes os requisitos para a concessão. Facultativos são aqueles que, não tendo regime previdenciário próprio (art. 201, § 5º, da CF), nem se enquadrando na condição de segurados obrigatórios do regime geral, resolvem verter contribuições para fazer jus a benefícios e serviços. PREVIDÊNCIA SOCIAL Toda a sociedade deverá financiar a seguridade social brasileira, de maneira direta ou indireta, ante o seu caráter universal que objetiva a proteção do povo contra os riscos sociais selecionados pelo legislador, consoante o interesse público, através de prestações na área da saúde pública, assistência e previdência social. Existe um orçamento específico para a seguridade social, ao lado do orçamento fiscal e do de investimentos nas empresas estatais, para onde são destinadas as contribuições, competindo à União cobrir a eventual falta de recursos financeiros para o pagamento dos benefícios previdenciários. PREVIDÊNCIA SOCIAL CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL EM ESPÉCIE As contribuições para a seguridade social estão previstas no artigo 195, da Constituição Federal, a cargo de diversas fontes de custeio, cujo texto foi reformado pela Emenda 20/1998, exigindo-se lei complementar para a criação de novas fontes não previstas no texto constitucional. Com base no artigo 195, incisos I/IV, serão analisadas as contribuições para a seguridade social pagas pelas empresas, empregadores e equiparados (contribuição previdenciária patronal, COFINS e CSLL), pelos trabalhadores e demais segurados do RGPS (contribuição previdenciária) e pelo importador ele bens ou serviços do exterior (COFINS). PREVIDÊNCIA SOCIAL Custeio da seguridade social – art. 195, CF Contribuições das empresas; empregados e equiparados Incidentes sobre a folha de salário e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a qualquer título à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Incidentes sobre a receita ou o faturamento. Incidentes sobre o lucro. Contribuições dos trabalhadores e demais segurados do RGPS Concurso de Prognósticos Contribuições do importador de bens ou serviços do exterior PREVIDÊNCIA SOCIAL Art. 194 do Decreto 3.048/99 Art. 195 C.F. PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso A contribuição destes segurados é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota, de forma não cumulativa, sobre o seu salário-de- contribuição mensal, de acordo com a seguinte tabela: TABELA VIGENTE Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2015 Portaria Interministerial MTPS/MF 1/2016 Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimentoao INSS (%) Até R$ 1.556,94 8,00 De R$ 1.556,95 até R$ 2.594,92 9,00 de R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82 11,00 TABELA VIGENTE Tabela de contribuição dos segurados contribuintes individual e facultativo Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) 880,00 5,00* 880,00 11,00** 880,00 até 5.189,82 20,00 * Alíquota exclusiva do microempreendedor individual e do segurada (o) facultativo que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência. Lei 12,470 de 31 de Agosto de 2011 – DOU de 01/09/2011. **Plano Simplificado – Lei Complementar 123,de 14/12/2006 PREVIDÊNCIA SOCIAL Tipo de Salário de Contribuição Alíquotas (%) Limite (R$) * Empresários (contribuição sobre o pró-labore) 11% (desconto na fonte) R$ 570,88 Autônomos (recebimentos de pessoas físicas) 20% R$ 1.037,96 Autônomos (recebimentos de pessoas jurídicas) 11% (desconto na fonte) R$ 570,88 Contribuintes Individuais e Facultativos (Decreto 6042/2007) 11% R$ 96,80 Tabela de Contribuição da Previdência Social Desconto na fonte: o empresário ou autônomo deve constar na GFIP. * Limite para pagamento do salário máximo de contribuição: R$ 5.189,82 Contribuição do segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso A contribuição do segurado empregado, inclusive o doméstico, e do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota, de forma não cumulativa, sobre o seu salário de contribuição mensal. O Decretono 3.048/1999, em seu art. 214, incisos I e II, define salário de contribuição para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso Decreto 3.048/99 Art. 214. Entende-se por salário de contribuição: • I – para o empregado e o trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; • II – para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observados os limites mínimo e máximo [...] PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso O limite mínimo do salário de contribuição corresponde, para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso, equivale ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. O valor do limite máximo do salário de contribuição é publicado mediante portaria do Ministério da Previdência Social, sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios. Atualmente, esse valor é de R$ 4.663,75. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso A Lei no 8.212/1991, no art. 30, determina que a empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado e do trabalhador avulso a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração até o dia 20 do mês seguinte àquele a que se referirem as remunerações, antecipando-se o vencimento para o dia útil anterior, quando não houver expediente bancário no dia 20. Além disso, o inciso V do mesmo artigo dispõe que o empregador doméstico é obrigado a arrecadar a contribuição do empregado doméstico a seu serviço e recolhê-la até o dia 15 do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente, quando não houver expediente bancário no dia 15. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso Com relação aos segurados empregados, domésticos e trabalhadores avulsos é importante salientar que existe a presunção de desconto dos seus salários de contribuição da sua própria contribuição social, por parte da empresa, empregador doméstico, e sindicato ou órgão gestor de mão de obra (OGMO). Isso significa que estes não são os responsáveis pelo recolhimento de sua contribuição previdenciária, essa obrigação é da empresa, do empregador doméstico, é da empresa ou do OGMO, não lhes sendo lícito alegar qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com o Decreto no 3.048/1999. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso O art. 216, § 5º, do Decreto no 3.048/1999 não deixa margem a dúvida de interpretação ao determinar que o desconto da contribuição sempre se presumirá feito, oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador doméstico, pelo sindicato e pelo OGMO a isso obrigados, não lhes sendo lícito alegar qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos diretamente responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com o Decreto no 3.048/1999. Caso o responsável pelo recolhimento desconte o valor da contribuição do segurado e não efetue o recolhimento, ficará caracterizado o crime de apropriação indébita, tipificado pela Lei no 9.983/00, que acrescentou o seguinte dispositivo no Código Penal. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do segurado contribuinte individual e facultativo Esses dois tipos de segurado são os responsáveis pelo pagamento e recolhimento de suas contribuições. O salário de contribuição para o contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês. Para o segurado facultativo, o salário de contribuição é o valor por ele declarado. A alíquota é de 20% sobre o respectivo salário de contribuição, observados os limites mínimo e máximo. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do segurado contribuinte individual e facultativo A partir de abril de 2003, o contribuinte individual que presta serviço a empresas não é o responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição para a Seguridade Social, cabendo à empresa este encargo. Os demais contribuintes individuais, como os taxistas, feirantes e comerciantes ambulantes, entre outros, continuam responsáveis pelo cumprimento da obrigação principal de recolher sua contribuição. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do segurado contribuinte individual e facultativo O contribuinte individual é obrigado a complementar, diretamente, a sua contribuição até o valor mínimo mensal do salário de contribuição, quando as remunerações recebidas no mês, por serviços prestados a pessoas jurídicas, forem inferiores a este. Por exemplo, em janeiro de 2016, José , eletricista autônomo, prestou serviços para a empresa Assim Assado Ltda. e recebeu pelo serviço executado R$ 680,00. Como o valor do salário mínimo nesta competência era de R$ 880,00, se José Aragão não prestar nenhum outro serviço, terá que complementar sua contribuição até o valor mínimo mensal do salário de contribuição (salário mínimo) e deverá recolher por conta própria à Previdenciária Social (R$ 880,00 x 20% = R$ 176,00) PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição da empresa e entidades equiparadas O art. 15, inciso I, da Lei n. 8.212/91, considera-se empresa, para fins de aplicação da legislação de custeio, a firma individual ou sociedade que assume o risco da atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração direta, indireta e fundacional, estes quanto aos exercentes de cargos em comissão, empregados públicos e contratados temporariamente, filiados obrigatoriamente ao RGPS. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição da empresa e entidades equiparadas Equipara-se à empresa, para fins previdenciários, de acordo com o art. 12, parágrafo único, do Decreto n. 3.048/99: – o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço; – a cooperativa; – a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade; – a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras; – o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra de que trata a Lei n. 8.630, de 25.2.93; – o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço. PREVIDÊNCIA SOCIALContribuição da empresa e entidades equiparadas Contribuição da empresa sobre a folha de pagamento de empregados e avulsos e valores pagos a contribuintes individuais A previsão legal para essa exação encontra-se no art. 195, inciso I, alínea a) da Constituição Federal, correspondendo ao disposto no art. 195, inciso I, do Decreto no 3.048/1999. Essa contribuição deve ser recolhida pelas empresas à SRFB conforme as seguintes alíquotas: PREVIDÊNCIA SOCIAL Alíquota Base de Cálculo 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso; 20% sobre o total das remunerações ou retribuições pagas ou creditadas no decorrer do mês ao segurado contribuinte individual. Contribuição da empresa e entidades equiparadas Trabalhador avulso A Lei no 8.630/1993 dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias. A Lei no 9.719/1998 dispõe sobre normas de proteção ao trabalhador portuário PREVIDÊNCIA SOCIAL Microempresa e empresa de pequeno porte O Simples foi criado pela Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, entrando em vigor em 1o de janeiro de 1997, abrangendo os seguintes impostos e contribuições: PREVIDÊNCIA SOCIAL Microempresa e empresa de pequeno porte O Simples foi criado pela Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, entrando em vigor em 1º de janeiro de 1997, abrangendo os seguintes impostos e contribuições: PREVIDÊNCIA SOCIAL Sociedade civil de prestação de serviços profissionais No caso de sociedade civil de prestação de serviços profissionais, relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas, a contribuição da empresa referente aos segurados empresários será de 20% sobre: I – a remuneração paga ou creditada aos sócios em decorrência de seu trabalho, de acordo com a escrituração contábil da empresa; ou II – os valores totais pagos ou creditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídica, quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do capital social. PREVIDÊNCIA SOCIAL Cooperativas A cooperativa de trabalho não está sujeita à contribuição de 20% sobre o contribuinte individual, em relação às importâncias por ela pagas, distribuídas ou creditadas aos respectivos cooperados, a título de remuneração ou retribuição pelos serviços que, por seu intermédio, tenham prestado a empresas. A cooperativa de trabalho está obrigada a arrecadar a contribuição do seu cooperado, descontando-a da respectiva remuneração, recolhendo o valor arrecadado até o dia 20 do mês seguinte ao da competência em que foi prestado o serviço, ou no primeiro dia útil anterior, quando não houver expediente bancário no dia 20. PREVIDÊNCIA SOCIAL Cooperativas As empresas que contratam os serviços de cooperativa de trabalho é que ficam responsáveis pela cota patronal. Podemos dizer então que a cota patronal das cooperativas de trabalho sobre esses contribuintes individuais foi substituída pela contribuição da empresa contratante, que é de 15%, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços prestados por cooperados intermediados pelas cooperativas de trabalho. Não é um desconto de 15% sobre a nota fiscal ou fatura da prestação dos serviços; é uma contribuição sobre a fatura, esta última é paga em sua totalidade sem desconto algum. PREVIDÊNCIA SOCIAL Frete (transportador autônomo) O contribuinte individual fretista ou transportador autônomo é tratado de forma diferenciada pela legislação previdenciária em relação ao contribuinte individual em geral, pois a nota fiscal relativa ao frete inclui não somente o pagamento de remuneração ao transportador autônomo, mas também abrange despesas com combustível, seguros da mercadoria e do veículo etc. Assim, seria injusto que as alíquotas previdenciárias incidissem sobre o valor total da nota fiscal do frete, pois esta inclui várias despesas relacionadas à execução do serviço e manutenção do veículo. PREVIDÊNCIA SOCIAL Frete (transportador autônomo) A remuneração paga ou creditada a condutor autônomo de veículo rodoviário ou a auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei no 6.094/1974, pela prestação de serviços de frete, carreto ou transporte de passageiros, realizado por conta própria, corresponde a 20% do rendimento bruto. Este percentual serve para determinar a base de cálculo reduzida da contribuição, ou seja, à remuneração bruta do condutor autônomo, posteriormente, é aplicada a alíquota, também de 20% sobre esta base, que representa a contribuição incidente sobre os valores pagos ou creditados a qualquer título ao segurado contribuinte individual. A empresa, dessa forma, aplica a alíquota de 20% de sua cota patronal não diretamente sobre o valor bruto do frete e sim sobre a base de cálculo reduzida: PREVIDÊNCIA SOCIAL Frete (transportador autônomo) Um condutor autônomo cobrou R$ 4.000,00 para transportar determinada carga. Qual a contribuição devida pela empresa? Valor Bruto do Frete = R$ 4.000,00 Remuneração do transportador = 20% x R$ 4.000,00 = R$ 800,00 (Base de Cálculo Reduzida) Valor da contribuição = 20% x R$ 800,00 = R$ 160,00 Observe que, neste caso, o condutor é um contribuinte individual e não um empregado da empresa. Esse cálculo refere-se à contribuição da empresa incidente sobre os valores pagos ou creditados a qualquer título ao segurado contribuinte individual. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuinte individual O salário de contribuição do contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês. Dessa forma, percebemos que a remuneração do contribuinte individual provém da prestação de serviços diretamente a uma empresa ou do exercício de sua atividade profissional por conta própria. Quando o contribuinte individual presta serviços a uma empresa, existem três situações para o desconto e recolhimento da contribuição própria dos contribuintes individuais por parte das empresas: PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuinte individual • contribuintes individuais que prestem serviço a empresas em geral: as empresas terão a obrigação de descontar e recolher 11% dos valores pagos aos mesmos; Exemplo: João, advogado, prestou serviço no mês de janeiro de 2015 à empresa Fica Frio Ltda., recebendo R$ 1.000,00. A empresa Fica Frio , contribui com 20% sobre o valor pago a João e a empresa também está obrigada a descontar 11% dos contribuintes individuais que lhe prestem serviço. Assim a empresa Fica Frio deve recolher à previdência social, em relação ao valor pago a João, R$ 200,00 (20% x R$ 1.000,00, referentes à contribuição da empresa) mais R$ 110,00 (11% x R$ 1.000,00, desconto do contribuinte individual), totalizando R$ 330,00. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuinte individual • contribuintes individuais que prestem serviço a entidades beneficentes de assistência social: as entidades terão a obrigação de descontar e recolher 20% dos valores pagos aos mesmos; A alíquota de contribuição a ser descontada pelas entidades beneficentes de assistência social que possuemisenção de contribuições sociais, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao contribuinte individual a seu serviço, é de 20%. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuinte individual • contribuintes individuais que prestem serviço a desobrigados de proceder o desconto da contribuição – missão diplomática, repartição consular de carreiras estrangeiras, produtor rural pessoa física, a outro contribuinte individual ou a pessoa física não sofrerão desconto algum por parte dos contratantes: nesse caso, o próprio contribuinte individual deverá efetuar o recolhimento da sua contribuição, utilizando a alíquota de 20%, e poderá deduzir 45% da contribuição patronal do contratante, efetivamente recolhida ou declarada, limitada a 9% do respectivo salário de contribuição. PREVIDÊNCIA SOCIAL Riscos Ambientais do Trabalho (RAT) O seguro obrigatório, instituído por lei, mediante uma contribuição adicional a cargo exclusivo da empresa, que se destina à cobertura de eventos resultantes de acidentes de trabalho. Essa contribuição para a seguridade social incide sobre os valores pagos pelas empresas aos segurados empregados e aos trabalhadores avulsos, sendo destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O RAT corresponde à aplicação dos seguintes percentuais: PREVIDÊNCIA SOCIAL Riscos Ambientais do Trabalho (RAT) I – 1% para a empresa, em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II – 2% para a empresa, em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou III – 3% para a empresa, em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. PREVIDÊNCIA SOCIAL Adicional RAT para empresas em geral Haverá um acréscimo na alíquota RAT principal da empresa quando esta mantiver segurados a seu serviço submetidos a condições de trabalho que prejudiquem de tal forma a saúde e a integridade física, que ensejem aos mesmos o direito à obtenção do benefício da aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de trabalho exercido naquelas condições, a depender do agente nocivo a que o segurado esteve exposto. A alíquota RAT da empresa será acrescida de 12, 9 ou 6 pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. É importante chamar atenção para o fato de que essas alíquotas adicionais não incidem sobre o total da folha de pagamento, mas tão somente sobre a remuneração dos empregados e trabalhadores avulsos sujeitos às condições de trabalho que proporcionem a aquisição futura de aposentadoria especial. PREVIDÊNCIA SOCIAL Adicional RAT para empresas em geral Haverá um acréscimo na alíquota RAT principal da empresa quando esta mantiver segurados a seu serviço submetidos a condições de trabalho que prejudiquem de tal forma a saúde e a integridade física, que ensejem aos mesmos o direito à obtenção do benefício da aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de trabalho exercido naquelas condições, a depender do agente nocivo a que o segurado esteve exposto. A alíquota RAT da empresa será acrescida de 12, 9 ou 6 pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. É importante chamar atenção para o fato de que essas alíquotas adicionais não incidem sobre o total da folha de pagamento, mas tão somente sobre a remuneração dos empregados e trabalhadores avulsos sujeitos às condições de trabalho que proporcionem a aquisição futura de aposentadoria especial. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição sobre o Faturamento da Empresa (Cofins) A previsão para o estabelecimento dessa contribuição consta no art. 195, inciso I, alínea b, da C.F. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição sobre o Lucro Líquido da Empresa (CSLL) A previsão para o estabelecimento dessa contribuição consta no art. 195, inciso I, alínea c, da C.F. PREVIDÊNCIA SOCIAL Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) A contribuição para o PIS/Pasep ocorre de três formas. Para cada situação que configure fato gerador da obrigação tributária, há um sujeito passivo determinado, conforme demonstramos a seguir. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuições de terceiros As contribuições para terceiros são classificadas como contribuições sociais em geral, sendo destinadas às entidades privadas de serviços sociais autônomos e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical. Essas contribuições não são destinadas ao custeio da seguridade social. Como o próprio nome já diz, são de terceiros, ou seja, são destinadas a entidades que têm como finalidade o ensino fundamental profissionalizante e a outros órgãos que prestam serviços no âmbito social e econômico, como, por exemplo, as contribuições destinadas ao Serviço Social da Indústria (Sesi), ao Serviço Social do Comércio (Sesc), ao Serviço Social do Transporte (Sest), ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), bem como ao salário educação. PREVIDÊNCIA SOCIAL Instituições financeiras Para efeitos perante a Previdência Social, são enquadrados como instituições financeiras: banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, caixa econômica, sociedade de crédito, financiamento e investimento, sociedade de crédito imobiliário, inclusive associação de poupança e empréstimo, sociedade corretora, distribuidora de títulos e valores mobiliários, inclusive bolsa de mercadorias e de valores, empresa de arrendamento mercantil, cooperativa de crédito, empresa de seguros privados e de capitalização, agente autônomo de seguros privados e de crédito e entidade de previdência privada, aberta e fechada. PREVIDÊNCIA SOCIAL Instituições financeiras Para essas entidades, a cota patronal relativa às contribuições sociais está acrescida de 2,5% em relação às empresas em geral, ou seja, em outras palavras a alíquota é de: • 22,5% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhador avulso; • 22,5% sobre o total das remunerações ou retribuições pagas ou creditadas no decorrer do mês ao segurado contribuinte individual. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do produtor rural pessoa jurídica A contribuição do empregador rural pessoa jurídica tem como base de cálculo a receita bruta da comercialização da produção rural, tendo as seguintes alíquotas e destinações: • 2,5% para a seguridade social; e • 0,1% para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. Além dessas contribuições, o produtor rural pessoa jurídica contribui ainda com uma alíquota de 0,25% sobre a receita bruta da comercialização da produção rural destinada ao Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural),que é a contribuição de terceiros. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do produtor rural pessoa jurídica PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do produtor rural pessoa física e do segurado especial A contribuição do empregador rural pessoa física e a do segurado especial têm como base de cálculo a receita bruta da comercialização da produção rural, ou seja, o valor recebido ou creditado pela comercialização da produção, assim entendida a operação de venda ou consignação. PREVIDÊNCIA SOCIAL Sub-rogação Sub-rogação é uma forma de exclusão da responsabilidade de recolhimento do tributo pelo contribuinte, atribuída a um responsável, mediante lei. PREVIDÊNCIA SOCIAL Sub-rogação PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição da associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional A associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional não contribui para a Seguridade Social como as empresas em geral. Sua contribuição corresponde a 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participe em todo território nacional, em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos. Essa alíquota de 5% substitui as contribuições sobre os valores pagos ou creditados aos empregados e trabalhadores avulsos e o RAT. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do empregador doméstico A alíquota aplicada é de 12% sobre o salário de contribuição do empregado doméstico. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos O Decreto no 3.048/1999 considera concurso de prognósticos todo e qualquer concurso de sorteio de números ou quaisquer outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, promovidos por órgãos do Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis. As contribuição incidente sobre a receita de concursos de prognósticos tem as seguintes bases de cálculo e alíquotas: a) 100% da renda líquida, ou seja, o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de despesas com administração, dos concursos de prognósticos realizados pelos órgãos do Poder Público destinada à seguridade social de sua esfera de governo, além dos valores destinados ao Programa de Crédito Educativo; PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos b) 5% sobre o movimento global de apostas em prado de corridas, ou seja, sobre o total das importâncias relativas às várias modalidades de jogos, inclusive o de acumulada, apregoadas para o público no prado de corrida, subsede ou outra dependência da entidade; e c) 5% sobre o movimento global de sorteio de números ou de quaisquer modalidades de símbolos, ou seja, sobre o total da receita bruta, apurada com a venda de cartelas, cartões ou quaisquer outras modalidades, para sorteio realizado em qualquer condição. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do MEI O MEI é enquadrado como contribuinte individual, devendo contribuir para a Previdência Social aplicando a alíquota de 5% sobre o salário mínimo. • CONTRIBUIÇÃO MEI = 5% x Salário mínimo PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do MEI Benefícios Previdenciários do MEI O MEI e seus dependentes terão direito aos benefícios previdenciários: O MEI não fará jus ao benefício aposentadoria por tempo de contribuição, a não ser que complemente a contribuição mensal recolhida (5%) com uma alíquota de 15% acrescida de juros Selic. PREVIDÊNCIA SOCIAL Contribuição do MEI Contratação de Empregados pelo MEI Em regra, o MEI não pode contratar empregados. Entretanto, obedecendo as seguintes condições é permitida a contratação: a) possua um único empregado; b) o salário do empregado deverá ser igual a um salário mínimo ou o piso salarial da categoria; c) deverá reter e recolher a contribuição do empregado a seu serviço; d) elaborar a GFIP declarando o empregado. A contribuição patronal do MEI é reduzida, pois no lugar de 20%, deverá contribuir utilizando uma alíquota de 3% sobre o salário de contribuição do empregado a seu serviço. PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL Empregador Doméstico 12% x Salário de contribuição do empregado doméstico É a única cota patronal em que a base de cálculo está limitada ao teto do RGPS; A contribuição não está sujeita ao GILRAT ou ao Adicional GILRAT. PREVIDÊNCIA SOCIAL Livros utilizados Prezados alunos, Para preparação desses slides foram utilizadas as seguintes obras: • CASTRO, Carlos Alberto Pereira de, LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 16.ed. Rio de Janeiro : Forense, 2014. • EDUARDO, Ítalo Romano, EDUARDO Jeane Tavares Aragão. Curso de direito previdenciário . 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
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