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II NN TT EE RR PP RR EE TT AA ÇÇ ÃÃ OO DD EE TT EE XX TT OO SS (( MM óó dd uu ll oo II )) Prof. ª Eliane Vieira Aula 03 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com 1 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Coesão Textual Teoria Objetiva A palavra texto provém do latim "textum", que significa tecido, entrelaçamento. Expondo de forma prática, podemos dizer que texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor. Há de se convir que um texto também deve ser claro, estando essa qualidade relacionada diretamente aos elementos coesivos (ligação entre as partes). Falar em coesão é necessariamente falar em endófora e exófora. Esta faz remissão a um elemento fora dos limites do texto; aquela se impõe no emprego de pronomes e expressões que se referem a elementos nominais, presentes na superfície textual. Vejamos as principais características de cada uma delas: � Endófora é dividida em: anáfora e catáfora. a) Anáfora: expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa. "Secretária de Educação escreve pichação com "x". Ela justifica a gafe pela pressa". Observe que o pronome "Ela" retoma uma expressão já citada anteriormente - Secretária de Educação -, portanto trata-se de uma retomada por anáfora. vale lembrar que a expressão retomada (no exemplo acima representada pela porção Secretária de Educação) é, também, chamada, em provas de Concurso, de referente ideológico. b) Catáfora: pronome ou expressão nominal que antecipa uma expressão presente em porção posterior do texto. Observe: Só queremos isto: a aprovação! No exemplo, o pronome "isto" só pode ser recuperado se identificarmos o termo aprovação, que aparece na porção posterior à estrutura. É, portanto, um exemplo clássico de catáfora. Vejamos, a seguir, outros: Eu quero ajuda de alguém: pode ser de você. (catáfora ou remissão catafórica) Não viu seu amigo na festa. (catáfora ou remissão catafórica) 2 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com "A manicure Vanessa foi baleada na Tijuca. Ela levou um tiro no abdome". - O Globo (anáfora ou remissão anafórica) Três homens e uma mulher tentaram roubar um Xsara Picasso na Tijuca: deram 10 tiros no carro, mas não conseguiram levá-lo. (anáfora ou remissão anafórica) - O Globo � Exófora: a remissão é feita a algum elemento da situação comunicativa, ou seja, o referente está fora da superfície textual. Você consegue compreender? Aqui ou ali? Afinal, onde vocês se sentarão? Os referentes "você", “aqui”, “ali” e “vocês” estão fora da estrutura textual. Trata-se de uma remissão exofórica. Outros Mecanismos de ã ua l � Mecanismos de coesão: é meio pelo qual ocorre a coesão em um texto. Os principais são: 1) Coesão por substituição: consiste na colocação de um item em lugar de outro(s) elemento(s) do texto, ou até mesmo de uma oração inteira. Ele comprou um carro. Eu também quero comprar um. Ele comprou um carro novo e eu também. Observe que ocorre uma redefinição, ou seja, não há identidade entre o item de referência e o item pressuposto. O que existe, na verdade, é uma nova definição nos termos: um, também. Comparemos com outro exemplo: Comprei um carro vermelho, mas Pedro preferiu um verde. O termo "vermelho" é o adjunto adnominal de carro. Ele é, então, o modificador do substantivo “carro”. Todavia, esse termo é silenciado e, em seu lugar, faz-se presente a porção especificativa "verde". Logo, trata-se de uma redefinição do referente. 2) Coesão por elipse: ocorre quando elemento do texto é omitido em algum dos contextos em que deveria ocorrer. -Pedro vai comprar o carro? - Vai! Houve a omissão dos termos Paulo (sujeito) e comprar o carro (predicado verbal), todavia essa não prejudicou nem a correção gramatical nem a clareza do texto. Exemplo clássico de coesão por elipse. 3 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com 3) Coesão por Conjunção: estabelece relações significativas entre os elementos ou orações do texto, através do uso de marcadores formais - as conjunções. Essas podem exprimir valor semântico de adição, adversidade, causa, tempo... Perdeu as forças e caiu. (adição) Perdeu as forças, mas permaneceu firme. (adversidade) Perdeu as forças, porque não se alimentou. (causa) Perdeu as forças, quando soube a verdade. (tempo) Observe que todas as relações de sentido estabelecidas entre as duas porções textuais são feitas por meio dos conectores: e, mas, porque, quando. 4) Coesão Lexical: é obtida pela seleção vocabular. Tal mecanismo é garantido por dois tipos de procedimentos: a) Reiteração: ocorre por repetição do mesmo item lexical ou através de hiperônimos, sinônimos ou nomes genéricos. O aluno estava nervoso. O aluno havia sido assaltado. (repetição do mesmo item lexical) A menina desapareceu. A garota estava envolvida com drogas. (coesão resultante do uso de sinônimo) Havia muitas ferramentas espalhadas, mas só precisava achar o martelo. (coesão por hiperônimo: ferramentas é o gênero de que martelo é a espécie) Todos ouviram um barulho atrás da porta. Abriram-na e viram uma coisa em cima da mesa. (coesão resultante de um nome genérico) b) Coesão por colocação ou contiguidade: consiste no uso de termos pertencentes a um mesmo campo semântico. Houve um grande evento nas areias de Copacabana, no último dia 02. O motivo da festa foi este: o Rio sediará as olimpíadas de 2016. 4 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Exercícios 1- Assinale a opção que preenche, de forma coesa e coerente, as lacunas do texto abaixo. O fenômeno da globalização econômica ocasionou uma série ampla e complexa de mudanças sociais no nível interno e externo da sociedade, afetando, em especial, o poder regulador do Estado. _________________ a estonteante rapidez e abrangência _________ tais mudanças ocorrem, é preciso considerar que em qualquer sociedade, em todos os tempos, a mudança existiu como algo inerente ao sistema social. (Adaptado de texto da Revista do TCU, nº 82) a) Não obstante – com que b) Portanto – de que c) De maneira que – a que d) Porquanto – ao que e) Quando – de que 2- Marque a sequência que completa corretamente as lacunas para que o trecho a seguir seja coerente. A visão sistêmica exclui o diálogo, de resto necessário numa sociedade ________ forma de codificação das relações sociais encontrou no dinheiro uma linguagem universal. A validade dessa linguagem não precisa ser questionada, ________ o sistema funciona na base de imperativos automáticos que jamais foram objeto de discussão dos interessados. (Barbara Freytag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, pág. 61, com adaptações) a) em que – posto que b) onde – em que c) cuja – já que d) na qual – todavia e) já que – porque 3. Leia o texto a seguir e assinale a opção que dá sequência com coerência e coesão. Em nossos dias, a ética ressurge e se revigora em muitas áreas da sociedade industrial e pós-industrial. Ela procura novos caminhos para os cidadãos e as organizações, encarando construtivamente as inúmeras modificações que são verificadas no quadro referencial de valores.A dignidade do indivíduo passa a aferir- se pela relação deste com seus semelhantes, muito em especial com as organizações de que participa e com a própria sociedade em que está inserido. (José de Ávila Aguiar Coimbra – Fronteiras da Ética, São Paulo, Editora SENAC, 2002). 5 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com a) A sociedade moderna, no entanto, proclamou sua independência em relação a esse pensamento religioso predominante. b) Mesmo hoje, nem sempre são muito claros os limites entre essa moral e a ética, pois vários pensadores partem de conceitos diferentes. c) Não é de estranhar, pois, que tanto a administração pública quanto a iniciativa privada estejam ocupando-se de problemas éticos e suas respectivas soluções. d) A ciência também produz a ignorância na medida em que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades e suas respectivas soluções. e) Paradoxalmente, cada avanço dos conhecimentos científicos, unidirecionais produz mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se pressupõe acerto e segurança.Material Elaborado por Prof. Eliane Vieiraww.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@gmail.coml de uso exclusivo do curso Português em Foco - ópia não autorizada sujeita 4- Assinale a opção que não constitui uma articulação coesa e coerente para as duas partes do texto. O capital humano é a grande âncora do desenvolvimento na Sociedade de Serviços, alimentada pelo conhecimento, pela informação e pela comunicação, que se configuram como peças-chave na economia e na sociedade do século XXI. _____________, no mundo pós-moderno, um país ou uma comunidade equivale à sua densidade e potencial educacional, cultural e científico-tecnológico, capazes de gerar serviços, informações, conhecimentos e bens tangíveis e intangíveis, que criem as condições necessárias para inovar, criar, inventar. (Aspásia Camargo, “Um novo paradigma de desenvolvimento”) a) Diante dessas considerações, b) É necessário considerar a ideia oposta de que, c) Partindo-se dessas premissas, d) Tendo como pressupostos essas afirmações, e) Aceitando-se essa premissa, é preciso considerar que, 5- Assinale a opção que não representa uma continuação coesa e coerente para o trecho abaixo. É preciso garantir que as crianças não apenas fiquem na escola, mas aprendam, e o principal caminho para isso, além de investimentos em equipamentos, é o professor. É preciso fazer com que o professor seja um profissional bem remunerado, bem preparado e dedicado, ou seja, investir na cabeça, no coração e no bolso do professor. a) Qualquer esforço dessa natureza já tem sido feito há muitos anos e comprovou que os resultados são irrelevantes, pois não há uma importação de tecnologia educacional. b) Tal investimento não custaria mais, em 15 anos, do que o equivalente a duas Itaipus. c) Esse esforço financeiro custaria muito menos do que o que será preciso gastar daqui a 20 ou 30 anos para corrigir os desastres decorrentes da falta de educação. d) Isso custaria muitas vezes menos que o que foi gasto para criar a infraestrutura econômica. 6 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com e) Um empreendimento dessa natureza exige como uma condição preliminar: uma grande coalizão nacional, entre partidos, lideranças, Estados, Municípios e União, todos voltados para o objetivo de chegarmos a 2022, o segundo centenário da Independência, sem a vergonha do analfabetismo. (Adaptado de Cristovam Buarque, O Estado de São Paulo, 09/7/2003) Mliane Vieira wortugueo.comsemfocmail.com 6- Os trechos abaixo compõem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os para que componham um texto coeso e coerente. A seguir, indique a opção correta. ( ) O primeiro desses presidentes foi Getúlio Vargas, que soube promover, com êxito, o modelo de substituição de importações e abriu o caminho da industrialização brasileira, colocando, em definitivo, um ponto final na vocação exclusivamente agrária herdada dos idos da colônia. ( ) O ciclo econômico subsequente que nos surpreendeu, sem dúvida, foi a modernização conservadora levada à prática pelos militares, de forte coloração nacionalista e alicerçado nas grandes empresas estatais. ( ) Hoje, depois de todo esse percurso, o Brasil é uma economia que mantém a enorme vitalidade do passado, porém, há mais de duas décadas, procura, sem encontrar, o fio para sair do labirinto da estagnação e retomar novamente o caminho do desenvolvimento e da correção dos desequilíbrios sociais, que se agravam a cada dia. ( ) Com JK, o país afirmou a sua confiança na capacidade de realizar e pôde negociar em igualdade com os grandes investidores internacionais, mostrando, na prática, que oferecia rentabilidade e segurança ao capital. ( ) Em mais de um século, dois presidentes e um ciclo recente da economia atraíram as atenções pelo êxito nos programas de desenvolvimento. ( ) Juscelino Kubitschek veio logo depois com seu programa de 50 anos em 5, tornando a indústria automobilística uma realidade, construindo moderna infraestrutura e promovendo a arrancada de setores estratégicos, como a siderurgia, o petróleo e a energia elétrica. (Emerson Kapaz, “Dedos cruzados” in: Revista Política Democrática nº 6, p. 39) a) 1º - 2º - 4º - 5º - 6º - 3º b) 2º - 3º - 5º - 1º - 4º - 6º c) 2º - 5º - 6º - 4º - 1º - 3º d) 5º - 2º - 4º - 6º - 3º - 1º e) 3º - 5º - 2º - 1º - 4º - 6º 7 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com 7. Marque a opção em que não completa, de forma coerente e lógica, o trecho citado: “Provavelmente devido à proximidade com os perigos e a morte, os marinheiros dos séculos XV e XVI eram muito religiosos. Praticavam um tipo de religião popular em que os conhecimentos teológicos eram mínimos e as superstições muitas.” (Janaína Amado, com cortes e adaptações) a) Entre essas, figuravam o medo de zarpar numa sexta-feira e o de olhar fixamente para o mar à meia- noite. b) Cristóvão Colombo, talvez o mais religioso entre todos os navegantes, costumava antepor a cada coisa que faria os dizeres: “Em nome da Santíssima Trindade farei isto”. c) Apesar disso, os instrumentos náuticos representaram progressos para a navegação oceânica, facilitando a tarefa de pilotos e aumentando a segurança e confiabilidade das rotas e viagens. d) Nos navios, que não raro transportavam padres, promoviam-se rezas coletivas várias vezes ao dia e, nos fins de semana, serviços religiosos especiais. e) Constituíam expressão de religiosidade dos marinheiros constantes promessas aos santos, individuais ou coletivas. 8. Indique a opção que completa com coerência e coesão o trecho a seguir. Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional. Pois, se a evolução orgânica do sistema de um país depende de suas condições econômicas, a) subordina-se o problema pedagógico à questão maior da filosofia da educação e dos fins a que devem se propor as escolas em todos os níveis de ensino. b) é impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção sem o preparo intensivo das forças culturais. c) são elas as reais condutoras do processo histórico de arregimentação das forças de renovação nacional. d) o entrelaçamento das reformas econômicas e educacionais constitui fator de somenos relevância para o soerguimento da cultura nacional. e) às quais se associamos projetos de reorganização do sistema educacional com vistas à renovação cultural da sociedade brasileira Gabarito 1. A 2. C 3. C 4. B 5. A 6. C 7. C 8. B 8 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª ed. rev. e ampl., Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. BECHARA, Evanildo. Lições de Português pela Análise Sintática. 18ª ed. rev. e ampl., Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. CÂMARA JR, J. Mattoso. Dicionário de Filologia e Gramática. 4ª ed. rev. e ampl. J.OZON, editor, 1970. CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova gramática do Português Contemporâneo. 3ª ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3. Ed. Positivo. GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em Prosa Moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 26ª Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. 21ª ed., São Paulo: Contexto, 2007. KOCH, Ingedore Villaça. A coerência textual. 21ª ed., São Paulo: Contexto, 2007. LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática Normativa da língua portuguesa. 27ª ed., Rio de janeiro: José Olympio, 1986. LUFT, Celso Pedro. Dicionário Prático de Regência Verbal. 8ª ed., Rio de Janeiro: Ática, 2000. LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática Normativa da língua portuguesa. 27ª ed., Rio de janeiro: José Olympio, 1986. LUFT, Celso Pedro. Dicionário Prático de Regência Verbal. 8ª ed., Rio de Janeiro: Ática, 2000. ALMEIDA, Nílson de Teixeira. Gramática da Língua Portuguesa para concurso, vestibulares. 8ª Ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2003. AQUINO. Renato. Português para Concursos. 18ª Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
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