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Capı´tulo 2 Ondas Transversais Eletromagnéti as Os ampos elétri os e magnéti os (fen�meno de propagação de ondas eletromag- néti as (EM))que variam om o tempo obede em as leis físi as, des ritas por um onjunto de equação diferen iais obtidas a partir das equações de Maxwell. Estas ondas podem ter formas extremamente ompli adas ou, em asos espe iais, bastantes simples. Um aso espe ial parti ularmente útil é o objetivo deste apítulo. Deve-se men ionar que, no aso de ampos EM estáti os, os ampos elétri o e magnéti os são independentes um do outro, em quando que, no aso de ampos EM dinâmi os, os dois ampos são interdependentes. Neste apítulo são estudadas ondas eletromagnéti as propagando-se num meio li- near, homogêneo, dielétri o isotrópi o e sem perdas, � ando o pro esso de geração ou radiação de ondas para apítulos posteriores. Em sugundo lugar, os ampos EM variá- veis n otempo, representados por E(x, y, z, t) e H(x, y, z, t), sào de maior importân ia práti a do que os ampos EM estáti os. Os prin ipais meios matérias de propagação de ondas EM são: 1. Espaço livre (σ = 0, ǫ = ǫ0, µ = µ0); 2. Dielétri os sem perdas (σ = 0, ǫ = ǫrǫ0, µ = µrµ0 ou σ ≪ ωǫ); 3. Dielétri os om perdas (σ 6= 0, ǫ = ǫrǫ0, µ = µrµ0); 4. Bons ondutores (σ ≃ ∞, ǫ = ǫ0, µ = µrµ0 ou σ ≫ ωǫ). em que ω é a freqüên ia angular das ondas1. 1 Devido à es assez de material em português sobre o assunto de Dispositivos em Mi roondas, essas notas de aula têm o objetivo de dire ionar o aluno de graduação de Engenharia Elétri a Eletr�ni a Tele omuni ações no aprofundamento do tema. O autor é um ompilador de diversos autores, em que tenda levar o aluno a uma ompreensão do assunto e en aminhá-lo para autores mais espe ializados aso deseje maior espe i� ação do material. Enfatizando, essas notas de aula é uma tentativa de orientar o aluno no assunto de Dispositivos em Mi roondas, todo mérito deve ser dado aos autores referên ias (ver referên ias [1, 2, 3, 4, 5, 6℄.) 2 Mi roondas - Notas de Aula 2.1 A Equação de Onda Nessa seção será deduzida a hamada equação de onda em meios lineares, ho- mogêneos e isotrópi os, exprimir essa equação em oordenadas artesianas e depois restringir o problema à sua forma mais simples e signi� ativa. As equações de Maxwell, na forma diferen ial, podem ser simpli� adas para pon- tos do espaço onde não existem argas e/ou orrentes elétri as. Estas regiões serão denominadas a partir de agora de espaço-livre e as equações de Maxwell, asso iadas a elas, são ∇×E = −µ∂H ∂t , (2.1) ∇×H = σE+ ǫ∂E ∂t , (2.2) ∇ ·H = 0, (2.3) ∇ · E = 0, (2.4) em que E é o vetor ampo elétri o (Volt/metro), H é o vetor ampo magnéti o (Ampère/metro). Lembrando-se que µ = µrµ0 e ǫ = ǫrǫ0, sendo µr a permeabilidade relativa do meio e ǫr permissividade relativa e no vá uo ǫ0 = 8, 85×10−12 Henry/metro e µ0 = 4π × 10−7 Farad/metro. Relembrado o operador linear, onsidere a equação de Lapla e ∇2V = 0, assim, utilizando o operador linear ∇2, a equação de Lapla e em oordenadas artesiana, ilíndri a e esféri a, respe tivamente, tem-se ∂2V ∂x2 + ∂2V ∂y2 + ∂2V ∂z2 = 0 (2.5) 1 ρ ∂ ∂ρ ( ρ ∂V ∂ ρ ) + 1 ρ2 ∂2V ∂φ2 + ∂2V ∂z2 = 0 (2.6) 1 r2 ∂ ∂r ( r2 ∂V ∂ r ) + 1 r2 sin θ ∂2 ∂θ ( sin θ V θ ) + 1 r2 sin θ2 ∂2V ∂φ2 = 0 (2.7) Por outro lado, tomando o rota ional em ambos os lados da Equação (2.2), obtém ∇×∇×H = σ (∇×E) + ǫ ∂ ∂t (∇×E) . Substituindo ∇×E dado pela Equação (2.1) e transformando os termos, en ontra-se ∇×∇×H+ µǫ∂ 2 H ∂t2 + µσ ∂H ∂t = 0. (2.8) Uma transformação análoga mostra que ∇×∇×E+ µǫ∂ 2 E ∂t2 + µσ ∂E ∂t = 0. (2.9) Ondas Transversais Eletromagnéti as 3 Sabe-se de identidades vetoriais que ∇×∇×A = ∇(∇ ·A)−∇2A e da Equação 2.3 e Equação (2.4) (ter eira e quarta equação de Maxwell), pode-se es rever as Equação (2.8) e Equação (2.9) respe tivamente omo −∇2H+ µǫ∂ 2 H ∂t2 + µσ ∂H ∂t = 0, (2.10) −∇2E+ µǫ∂ 2 E ∂t2 + µσ ∂E ∂t = 0. (2.11) As Equações (2.10) e (2.11) são as formas gerais das hamadas equações de onda a que obede em os vetores do ampo E e H, ontudo são muito gerais para o objetivo desse apítulo, assim pode-se tomar o problema mais parti ular. A primeira simpli� ação é impor que o meio sem fontes não seja ondutor; isto é, em todos os pontos a ondutividade é zero, σ = 0. Nesta ondição, as Equações (2.10) e (2.11) reduzem-se ∇2H− µǫ∂ 2 H ∂t2 ,= 0 (2.12) ∇2E− µǫ∂ 2 E ∂t2 ,= 0 (2.13) em que ∇2A = ∇2Axax+∇2Ayay +∇2Azaz , em oordenadas artesianas. As equa- ções diferen iais (2.12) e (2.13), envolvendo os ampos elétri o e magnéti o, represen- tam de forma matemáti a um onda eletromagnéti a propagando-se no espaço-livre. No aso em que o meio é linear, homogêneo, isotrópi o, livre de fontes, não on- dutor e ilimitado, existe soluções da equação de onda as quais só há uma omponente do ampo elétri o, a qual varia apenas om o tempo e om a direção perpendi ular a omponente do ampo. Assim a Equação (2.13) se reduz à úni a equação ∂2Ex ∂z2 − µǫ∂ 2Ex ∂t2 = 0. (2.14) A Equação (2.14) é uma equação diferen ial par ial de segunda ordem,assim, pos- sui duas soluções linearmente independentes além de uma solução independente do tempo, da forma Ex(z, t) = E + x (z − υt) + E−x (z − υt) (2.15) O matemáti o fran es D'Alembert, em 1747, quando este tentava des rever o movimento ondulatório em uma orda esti ada obteve uma equação semelhante. A equação obtida por ele era algo pare ido om ∂2y ∂x2 − 1 υ2 ∂2y ∂t2 = 0, em que y é a posição de um ponto qualquer da orda na direção transversal à mesma e υ a velo idade de propagação da onda me âni a que surge nesta orda, Ver Figura 2.1. 4 Mi roondas - Notas de Aula Figura 2.1: Movimento ondulatório em uma orda esti ada. Uma omparação entre as equações Equação (2.12) ou Equação (2.13) mostra que a velo idade de propagação da onda eletromagnéti a é dada por υ = 1√ µǫ , (2.16) que pode ser veri� ado das Equações (2.14) e (2.15). Para o aso de ondas eletro- magnéti as que se propagam no ar ou no vá uo, tem-se c = 1√ µ0ǫ0 , sendo a velo idade da luz no vá uo, ujo valor é aproximadamente 3× 108 m/s. 2.2 Solução da Equação de Onda Para tornar o pro esso de obtenção da solução da equação de onda mais laro e didáti o, é interessante tomar-se um exemplo práti o. Considere um dipolo, antena linear onstituída por duas hastes metáli as, orientado na direção az e alimentado por um gerador de sinais de RF (Rádio Freqüên ia). A tensão alternada desenvolvida nos terminais do dipolo ria uma orrente de ondução nas hastes que varia no tempo. Sabe-se, pela lei de Amp`ere, que esta orrente alternada produz ampo magnéti o no espaço em volta da antena, neste exemplo, orientado na direção aϕ. Foi visto na seção anterior que ampo magnéti o variante no tempo produz ampo elétri o variante no tempo, neste aso, om orientação na direção az . Para um ponto de observação muito distante da antena dipolo, as frentes de onda podem ser onsi- deradas prati amente planas e os ampos podem ser representados neste aso pelas equações ∂2E ∂r2 − ∂ 2 E ∂t2 = 0 (2.17) e ∂2H ∂r2 − ∂ 2 H ∂t2 = 0 (2.18) em que c é a velo idade da onda eletromagnéti a que se propaga na direção ar, om ampo elétri o da forma E = Ez(r, t)az (2.19) e o ampo magnéti o H = Hϕ(r, t)aϕ (2.20) A solução da Equação (2.17) ou (2.18) pode ser obtida utilizando-se o método daseparação de variáveis. Tomando-se por exemplo a Equação (2.17) e onsiderando que Hz(r, t) = f(t)g(t) (2.21) Ondas Transversais Eletromagnéti as 5 Pode-se obter, através da substituição de 2.21 em 2.17, o seguinte resultado f(t) ∂2g(r) ∂r2 = g(r) c2 ∂2f(t) ∂t2 (2.22) ou, dividindo-se toda a equação por Ez(r, t), 1 g(r) ∂2g(r) ∂r2 = 1 c2f(t) ∂2f(t) ∂t2 . (2.23) Observe que o lado direito da Equação 2.23 só será igual ao lado esquerdo quando ambos forem iguais a uma onstante. Portanto, pode-se es rever duas equações a partir de 2.23, ou seja, 1 g(r) ∂2g(r) ∂r2 = −k2 (2.24) e 1 c2f(t) ∂2f(t) ∂t2 = −k2 (2.25) em que o termo onstante −k2 foi es olhido dessa forma por onveniên ia. As soluções das equações diferen iais ordinárias de segunda ordem 2.24 e 2.25 são ombinações lineares de duas funções ortonormais que, neste aso, são respe tivamente es ritas omo g(r) = C1e jkr + C2e −jkr (2.26) e g(r) = C3e jωt + C4e −jωt (2.27) sendo ω = kc. Será mostrado mais adiante que, para ondas propagando-se no sentido r+, o que neste aso equivale a onda sendo radiada pela antena, C1 é igual a zero e g(r) = C2e −jkr (2.28) Já a variação temporal pode ser es rita omo, f(t) = C3e jωt (2.29) Sendo assim, a função que des reve a variação do ampo elétri o de uma onda plana é da forma Ez(r, t) = E0e j(ωt−kr) (2.30) neste aso, a amplitude E0 é onsiderada onstante. De maneira semelhante, pode-se obter a seguinte expressão para o ampo magné- ti o: Hϕ(r, t) = H0e j(ωt−kr) (2.31) sendo H0 onstante. Os resultados apresentados em 2.30 e 2.31 representam os am- pos de uma onda plana ideal. Na práti a, as amplitudes E0 e H0 diminuem om a distân ia, omo será visto posteriormente. 6 Mi roondas - Notas de Aula 2.3 Cara terísti as de uma Onda Eletromagnéti a Analisando-se as ara terísti as de uma onda plana, ujo ampo elétri o é repre- sentado matemati amente pelo fasor-vetor E(r, t) = E0e jφ) ay = E0e j(ωt−kr)) ay (2.32) ou, tomando-se apenas a parte real, E(r, t) = cosφay = cos (ωt− kr)ay (2.33) Pode-se veri� ar que, para um plano z �xo, o ampo elétri o varia harmoni amente no tempo. Da mesma forma tem-se para um instante de tempo t uma variação espa ial do ampo também harm�ni a. A variação espa ial, neste aso, o orre ao longo de z. O valor máximo do ampo, E0, é hamado de amplitude, enquanto o argumento da função ossenoidal é hamado de fase da onda, ou seja, φ = ωt− kr. A velo idade de propagação da onda plana é igual `a velo idade de um observador que a ompanha o deslo amento de uma frente de onda uja fase é, por exemplo, φ0, isto é, dφ0 dt = ω − k z dt = 0 (2.34) ou vf = z dt = ω k (2.35) ou na forma vetorial, vf = ω k az (2.36) Lembrando-se que vf , também denominada velo idade de fase da onda, depende das ara terísti as elétri as e magnéti as do meio, omo mostra a Equação 2.16. A propagação da onda, neste aso, se dá no sentido z+, omo mostrado na Figura ??. Para ondas propagando-se no sentido ontrário, tem-se dφ0 dt = ω + k z dt = 0 (2.37) ou na forma vetorial, vf = ω k az. (2.38) A dist.an ia entre duas frentes de onda de mesma fase, para um dado instante de tempo, é denominada de omprimento de onda, representado pela letra grega λ (vide Figura 2.2). Neste aso, a variação ∆φ entre as duas frentes é igual a 2π, ou seja, ∆φ = k∆z = kλ = 2π (2.39) e omo onseqüên ia, a razão entre ∆φ e ∆z é dada por k ∆φ ∆z = 2π λ (2.40) Ondas Transversais Eletromagnéti as 7 Figura 2.2: Variação da intensidade do ampo elétri o no: (a) espaço; (b) tempo. omumente hamada de número de onda. A variação de fase de 2π que o orre num intervalo de tempo ∆t = T , para um dado plano z, é denominado de período da onda (vide Figura ??). Portanto, ∆φ = ω∆t = ωT = φ2π (2.41) e omo onseqüên ia, a razão entre ∆φ e ∆t é dada por ω = ∆φ ∆t = 2π T (2.42) Substituindo as Equações 2.40 e 2.42 em 2.35, obtém-se vf = λf (2.43) onde f = 1/T é hamada de freqüên ia da onda. Exemplo 2.1 Duas antenas do tipo dipolo estão espaçadas perpendi ularmente em relação ao eixo z, omo mostrado na Figura 2.3. Cada antena radia ondas eletromagnéti as de mesma intensidade e fase. Qual deve ser o espaçamento mínimo para que o ampo, no ponto P , seja máximo? Solução: O ampo elétri o no plano z = z0 é obtido a partir de E(z0, t) = E0 cosφ1 + E0 cosφ2 sendo, φ1 = ωt − kz0 = ωt − k(z0 − d) = φ1 + kd. Pode-se fa ilmente veri� ar que as ondas se superpõem quando φ2 = φ1 ou, de uma forma geral, quando φ2 = φ1 = 2nπ . Portanto, a diferença de fase é então ∆φ = kd = 2nπ e d = 2nπ k = nλ o valor mínimo de d, diferente de zero, é λ. ⋄ 8 Mi roondas - Notas de Aula Figura 2.3: Arranjo de antenas dipolos separadas por uma distân ia d. Exemplo 2.2 O ampo elétri o no espaço livre é dado por E = 50 cos(108t+ kx)ay V/m a. En ontre a orientação de propagação da onda. b. Cal ule k e o tempo que a onda leva para se propagar por uma distân ia de λ/2. . Esbo e a onda a t = T/4 e T/2. Solução (a) Devido ao sinal positivo em (ωt + kx), inferi-se que a onda está propagando ao longo de −ay. Isto será on�rmado na parte ( ) desse exer í io. (b) No espaço livre, vf = c, assim tem-se da Equação 2.35 k = ω c = 108 3× 108 = 1 3 ou k = 0, 33333 rad/m Se T é o período da onda, isto signi� a que a onda leva T segundos para se deslo ar por uma distân ia λ à velo idade c. Portanto, para se deslo ar por uma distân ia λ/2 levará t1 = T 2 = 1 2 2π ω = π 108 = 31, 42 ns Alternativamente, porque a onda está se propagando om velo idade da luz c, λ 2 = ct1 ou t1 = λ 2c Porém, λ = 2π k = 6π Portanto, t1 = 6π 2(3 × 108) = 31, 42 ns omo obtido anteriormente. ( ) • Em t = 0, Ey = 50 cos kx. • Em t = T/4, Ey = 50 cos ( ω · 2π 4ω + kx ) = 50 cos (kx+ π/2) = −50 sinkx. • Em t = T/2, Ey = 50 cos ( ω · 2π 2ω + kx ) = 50 cos (kx+ π) = −50 cos kx. Ondas Transversais Eletromagnéti as 9 Figura 2.4: Referente ao Exemplo 2.3; onda propagando ao longo de −ax. O grá� o de Ey em função de x para t = 0, T/4 e T/2 é apresentado na Figura. Note que o ponto P (sele ionado arbitrariamente) da onda se move ao longo de −ax onforme t aumenta om o tempo. Isto mostra que a onda se deslo a ao longo de −ax. ⋄ 2.4 Polarização de Ondas Eletromagnéti as Uma onda está polarizada linearmente quando o ampo elétri o não muda de direção no espaço. No aso de uma onda plana propagando-se na direção z+, om o vetor ampo elétri o apontando sempre na direção y, E = E0 sin (ωt− kz)ay (2.44) a polarização é dita linear na direção y. O vetor ampo elétri o poderia apontar em qualquer outra direção no plano xy, para uma onda propagando-se na direção z, e ainda assim ser linearmente polarizada, desde que este não mude de direção ao longo do sentido de propagação. O aso mais geral em termos de polarização o orre quando o vetor ampo elétri o muda de direção ao longo da direção de propagação. Nesta ondição, a onda está polarizada elipti amente ou ir ularmente, omo será visto mais adiante. Sendo as- sim, pode-se lassi� ar as ondas eletromagnéti as de a ordo om a direção do ampo elétri o ou polarização. Os tipos de polarização possíveis são mostrados na Figura 2.5, ou seja: elípti as ( aso genéri o), ir ular e linear ( asos parti ulares). 10 Mi roondas - Notas de Aula Figura 2.5: Polarização: (a) elípti a para direita; (b) ir ular paradireita; ( ) linear. Uma onda elipti amente polarizada pode ser obtida a partir de duas ondas line- armente polarizadas, ujos ampos elétri os são ortogonais entre si. Por exemplo, Ex = E1 sin (ωt− kz) (2.45) e Ey = E2 sin (ωt− kz + δ) (2.46) sendo δ a defasagem entre as duas omponentes de ampo. O ampo resultante na forma vetorial é dado por E = E1 sin (ωt− kz)ax + E0 sin (ωt− kz + δ)ay (2.47) Para o plano z = 0, tem-se Ex = E1 sin (ωt) (2.48) e Ey = E2 sin (ωt+ δ) (2.49) ou Ey = E2 (sinωt cos δ + sin δ cosωt) (2.50) em que sinωt = Ex E1 (2.51) e cos omegat = √ 1− ( Ex E1 )2 (2.52) logo Ey E2 = Ex E1 cos δ + √ 1− ( Ex E1 )2 sin δ (2.53) ou ( Ey E2 − Ex E1 cos δ )2 1 sin δ 2 = 1− ( Ex E1 )2 (2.54) Ondas Transversais Eletromagnéti as 11 ou ainda( Ey E2 )2 − 2EyEx E2E1 cos δ + ( Ex E1 )2 cos δ2 + ( Ex E1 )2 sin δ2 = sin δ2 (2.55) Portanto, ( Ey E2 )2 − 2EyEx E2E1 cos δ + ( Ex E1 )2 = sin δ2 (2.56) Considerando 1 E21 sin δ 2 = a, (2.57) 2 cos δ E2E1 sin δ2 = b (2.58) 1 E22 sin δ 2 = c, (2.59) obtém-se a equação de uma elipse, ou seja, aE2x − 2bEyEx + E2y = 1 (2.60) A Equação (2.60) representa a variação do vetor ampo elétri o no plano z = 0, omo mostrado na Figura 2.5a. Quando δ = ±90◦ e E1 = E2 a Equação (2.56) se reduz `a equação de uma ir unfer.en ia, isto é, E2x + E 2 y = E 2 1 (2.61) neste aso, a variação do ampo elétri o no plano z = 0 é ir ular, omo mostrado na Figura 2.5b. O sinal de δ determina o sentido de giro do ampo. Por exemplo, se δ = 90◦. então, Ex = E1 sinωt (2.62) e Ey = E1 sinωt− π 2 = E1 cosωt (2.63) Portanto para t = 0, Ex = 0 e Ey = −E1, enquanto para t = T4 ,Ex = E1 e Ey = 0. O resultado é mostrado na Figura 2.6a e a polarização é denominada ir ular para direita. Quando δ = +90◦, obtém-se uma onda polarizada no sentido ontrário, omo visto na Figura 2.6b. Uma maneira simples de se asso iar o sentido da polarização om o resultado grá� o exposto pode ser obtida utilizando as mãos. Com a mão semife hada e polegar apontando na direção de propagação obtém-se o sentido da polarização. Por exemplo, quando os dedos da mão direita apontam no sentido de giro do ampo, a polarização é para direita. Para δ = 0◦. ou δ = 180◦ a Equação (2.56) se reduz a ( Ey E2 )2 − 2EyEx E2E1 + ( Ex E1 )2 = 0 (2.64) 12 Mi roondas - Notas de Aula Figura 2.6: Polarização ir ular para: (a) direita; (b) esquerda. ou ( Ey E2 + Ex E1 )2 = 0 (2.65) ou ainda Ey E2 = ∓Ex E1 (2.66) Rees revendo a Equação (2.66), obtém-se a equação de uma reta, ou seja, Ey = ∓E2 E1 Ex (2.67) neste aso, a variação do ampo elétri o no plano z = 0 é linear, omo mostrado na Figura 2.3 . Exemplo 2.3 Determine a polarização de uma onda eletromagnéti a uja variação do ampo elétri o é representada por E(z, t) = 2 sin(ωt − kz)ax − cos(ωt − kz)ay (2.68) Solução: Pela equação a ima, pode-se veri� ar que a onda se propaga no sentido z+, uma vez que os sinais, nos argumentos das funções seno e osseno, são negativos. Observa-se também que as omponentes de ampo têm amplitudes diferentes e estão em quadratura (defasagem de 90◦), cos(ωt − kz) = sin(ωt − kz + π/2). Portanto, pode-se on luir que a onda está elipti amente polarizada, pois a razão entre as amplitudes é diferente de 1 e a defasagem d = −90◦. Entretanto, � a faltando saber se o sentido é para direita ou para esquerda. No plano z = 0, quando t = 0, Ex = 0 e Ey = −1, enquanto para t = T4 , Ex = 2 e Ey = 0, logo o sentido é para direita, omo mostrado na Figura 2.5a. ⋄ 2.5 Equação de Helmholtz Considerando-se que a variação da onda eletromagnéti a no domínio do tempo é harm�ni a, isto ejωt, e que o ampo elétri o pode ser es rito omo o produto de uma Ondas Transversais Eletromagnéti as 13 função que depende somente do espaço om outra que depende são do tempo, ou seja, E(r, t) = E(r)ejωt, então a equação de onda (??) pode ser es rita omo ejωt∇2E(r) + ω 2 v2 E(r)ejωt = 0 (2.69) ou ∇2E(r) + k2E(r) = 0 (2.70) uma vez que ∂2E ∂t2 = ω2E(r)ejωt (2.71) A equação diferen ial (2.70) é hamada de equação de onda reduzida ou equação de Helmholtz. A solução de (2.70) forne e a variação espa ial do vetor ampo elétri o da onda. De forma semelhante pode-se obter a equação de Helmholtz para o ampo magnéti o, ∇H(r) + k2H(r) = 0 (2.72) A solução da equação de Helmholtz para uma onda eletromagnéti a propagando- se num dielétri o isotrópi o sem perdas pode ser obtida utilizando-se o método da separação de variáveis. Na forma vetorial, a solução de (2.70) é do tipo E(r) = E0(r)e jkr (2.73) Enquanto a solução para (2.72) H(r) = H0(r)e jkr (2.74) sendo E0 e H0 os vetores amplitude, r o vetor posição e k o vetor de onda que aponta no sentido de propagação. Em oordenadas retangulares, estes vetores podem ser es ritos omo se segue: E0(r) = Ex0(r)ax + Ey0(r)ay + Ez0(r)az (2.75) H0(r) = Hx0(r)ax +Hy0(r)ay +Hz0(r)az (2.76) r = xax + yay + zaz (2.77) e r = kxax + kyay + kzaz (2.78) Por exemplo, se uma onda plana se propaga na sentido z− om ampo elétri o orientado na direção y, então a expressão do ampo elétri o em função da posição no espaço será dada por E(r) = (Ey0ay)e −jkzaz · (xax + yay + zaz) = Ey0ejkzzay (2.79) 14 Mi roondas - Notas de Aula 2.5.1 Ondas Transversais Eletromagnéti as A solução da equação de Helmholtz para ondas propagando-se num espaço aberto é dada, no aso do ampo elétri o, por (2.73). Sabe-se que, para pontos livres de argas elétri as, ∇ ·E = 0 (2.80) logo, ∇ · E0e−jk·r = 0 (2.81) Utilizando-se a identidade vetorial ∇ ·Fφ ≡ F · ∇φ (2.82) sendo F uma função vetorial e é uma função es alar, tem-se E0(r) · ∇e−jk·r = −jE · k = 0 (2.83) ou simplesmente E · k = 0 (2.84) Portanto, o produto es alar entre o vetor ampo elétri o e o vetor número de onda, que aponta na direção de propagação da onda, é zero. Este resultado indi a que o ampo elétri o é ortogonal, ou transversal, à direção de propagação. De maneira semelhante, substituindo (2.74) em (2.3), pode-se obter H · k = 0 (2.85) indi ando que o ampo magnéti o também é transversal à direção de propagação. Por este motivo as ondas eletromagnéti as, sejam elas planas, ilíndri as ou esféri as, om os ampos elétri o e magnéti o ortogonais à direção de propagação, são hamadas de ondas Transversais Eletromagnéti as (TEM). 2.6 Impedân ia e Admitân ia Intrínse as do Meio Para ondas TEM, propagando-se num meio dielétri o isotrópi o homogêneo sem perdas, as variações dos ampos no espaço são representadas matemati amente pelas equações (2.73) e (2.74). Sabe-se também que, para variação harm�ni a no tempo, ∇×H = ǫ∂E ∂t = jωǫE (2.86) e ∇×E = µ∂H ∂t = jωµH (2.87) Substituindo (2.73) em (2.87), tem-se ∇×E0(r)e−jk·r = jωǫH (2.88) Ondas Transversais Eletromagnéti as 15 ou H = j ωµ ∇×E0(r)e−jk·r (2.89) De maneira semelhante, substituindo (2.74) em (2.86), pode-se obter E = −j ωǫ ∇×H0(r)e−jk·r (2.90) Utilizando-se a identidade vetorial des rita na Equação (2.82) ∇ ·Fφ ≡ F · ∇φ pode-se rees rever as equações (2.89) e (2.90) omo H = j ωµ E0(r)×∇e−jk·r = 1 ωµ k×E (2.91) e E = j ωǫ H0(r)×∇e−jk·r = 1 ωǫ k×H (2.92) Considerando-se que n (vetor) é um versor na direção de propagação, têm-se H = Y n×E (2.93) e E = −Zn×H (2.94) em que Z = η = k ωǫ = √ µ ǫ (2.95) é a impedân ia intrínse a do dielétri o e Z = 1 η = k ωµ = √ ǫ µ (2.96)a admitân ia. 2.7 Densidade de Potên ia e Densidade Volumétri a de Energia Sabe-se que onde existe ampo elétri o h�a também energia e que a densidade volumétri a de energia elétri a máxima é dada por Uemax = 1 2 ǫE20 (2.97) sendo E0 o valor de pi o do ampo elétri o. Enquanto seu valor médio é dado por Ue = 1 2 ǫE2ef = 1 4 ǫE20 (2.98) 16 Mi roondas - Notas de Aula onde Eef = E0√ 2 é o ampo elétri o e� az para ampos que variam harmoni amente no tempo. Da mesma forma, pode-se a�rmar que onde existe ampo magnéti o há energia magnéti a e a densidade volumétri a de energia máxima é dada por Ummax = 1 2 µH20 (2.99) enquanto a densidade volumétri a média é forne ida por Um = 1 2 µH2ef = 1 4 µH20 (2.100) sendo Hef = H0√ 2 2 o ampo magnéti o e� az e H0 ampo magnéti o de pi o. A energia armazenada num dado volume é forne ida pela express.ao E = ∫ ∫ ∫ V UdV (2.101) Portanto, a energia elétri a e magnéti a armazenada num volume V são forne idas respe tivamente por Ee = ∫ ∫ ∫ V Uedv = ǫ 4 ∫ ∫ ∫ V E · E∗dV (2.102) e Em = ∫ ∫ ∫ V Umdv = ǫ 4 ∫ ∫ ∫ V H ·H∗dV (2.103) onde o asteris o indi a omplexo onjugado. Imagine agora uma onda eletromagnéti a plana propagando-se na direção z. A densidade volumétri a de energia média total asso iada à onda é dada por Ut = Ue + Um = 1 4 ǫE20 + 1 4 µH20 (2.104) es revendo a equação (2.93) na forma es alar, tem-se H0 = Y E0 (2.105) Substituindo (2.105) em (2.103), obtém-se Ut = 2Ue = 2Um = 1 2 ǫE20 = 1 2 µH20 (2.106) A densidade de potên ia média num plano z qualquer é igual ao produto da densidade volumétri a de energia total da onda pela velo idade de propagação da energia, isto é, Wm = Utv (2.107) Ondas Transversais Eletromagnéti as 17 num dielétri o perfeito a energia asso iada à onda é transportada a uma velo idade igual a velo idade de fase desta onda. Portanto, Wm = 1 2 ǫE20vf = E20 2η (2.108) ou ainda Wm = 1 2 ǫH20vf = ηH20 2 (2.109) É importante salientar que existem meios onde o transporte de energia asso iada à onda eletromagnéti a não o orre à velo idade de fase. Geralmente, a densidade de potên ia é representada na forma vetorial, ou seja, Wm = 1 2 E×H∗ (2.110) sendo Wm denominado de vetor de Poynting médio. Para um meio qualquer, em que a impedân ia intrínse a pode ser omplexa, o vetor de Poynting é dado por Wm = 1 2 ℜ{E×H∗} (2.111) A potên ia média asso iada a uma área S de uma determinada frente de onda é forne ida por Pm = ∫ ∫ S Wm · ds (2.112) Exemplo 2.4 Um opo d'água, om 10 m de diâmetro e 15 m de profundidade, é olo ado para esquentar dentro de um forno de mi roondas. O ampo elétri o gerado pelo forno tem valor máximo igual a 1kV/m e varia om uma freqüên ia de 1GHz. Supondo-se que a onda eletromagnéti a é plana e in ide normalmente sobre a superfí ie da água, qual deve ser a energia absorvida por este líquido? Qual a potên ia média que hega à superfí ie d'água? Considere que o ampo elétri o na água diminui para 20% do seu valor máximo no ar. Nesta freqüên ia a permissividade relativa da água é igual 81. Solução: A energia pode ser al ulada a partir da integração da densidade volumétri a de energia total, Equação (2.106). Neste aso, torna-se ne essário en ontrar o valor do ampo elétri o máximo dentro d'água, este valor é 5 vezes menor (20%) que no ar, isto é, 200V/m. Sendo assim, Ut = 1 2 ǫrǫ0E 2 0 = 1 2 × 81 × 8, 85× 10−12 × (200)2 = 1, 43 × 10−5 J/m3 A energia é então obtida a partir de E = ∫ ∫ ∫ V UtdV = UtV = 1, 43× 10−5 × π × (5× 10−2)2 × 1, 5× 10−1 = 1, 68× 10−8 J Finalmente, a potên ia média que hega à superfí ie da água é dada por Pm = ∫ ∫ S Wm · ds = E 2 0 2η S Como a impedân ia intrínse a do ar é η0 = 120πΩ, então Pm = (1 × 103)2 240π π × (5× 10−2)2 = 10, 4 W ⋄ 18 Mi roondas - Notas de Aula 2.8 Velo idade de Fase, de Grupo e Relativa Foi visto que, para meios dielétri os perfeitos, a velo idade de fase de uma onda eletromagnéti a é dada por vf = 1√ µǫ (2.113) e no espaço-livre, por vf = 1√ µ0ǫ0 (2.114) A velo idade relativa é de�nida omo a razão entre a velo idade de fase da onda no meio dielétri o pela velo idade da onda no vá uo, ou seja, p = vf c = 1√ µrǫr (2.115) Observe que, quanto maior for a permissividade e/ou permeabilidade do meio, menor será a velo idade relativa da onda. Para meios não-magnéti os, tem-se p = 1√ ǫr (2.116) uma vez que a permeabilidade relativa é igual à unidade. Muitos materiais dielétri os são lassi� ados de a ordo om uma grandeza ha- mada índi e de refração, que é de�nido omo sendo o inverso da velo idade relativa da onda no meio, isto é, n = 1 p = √ ǫr (2.117) A velo idade de grupo está asso iada a um grupo de ondas eletromgnéti as de freqüên ias distintas. Cada onda se propaga om velo idade de fase dada por (2.113) e velo idade de grupo vg = dω dβ (2.118) Para materiais dieléletri os β = k. A equação (2.118) pode ser obtida omo segue. Considere, por exemplo, duas ondas eletromagnéti as de freqüên ias distintas ujas expressões dos ampos elétri os são dadas por E1(z, t) = E0e ω1t−k1zay (2.119) e E2(z, t) = E0e ω2t−k2zay (2.120) Em que o ampo elétri o resultante é Et = E0 [ eω1t−k1z + eω2t−k2z ] ay (2.121) Supondo que ω1 = ω0 −∆ω (2.122) Ondas Transversais Eletromagnéti as 19 Figura 2.7: Onda resultante da superposição de duas ondas de freqüên ias distintas. As velo idades de fase e grupo estão indi adas. e ω2 = ω0 −∆ω (2.123) sendo ω0 = ω1 + ω2 2 (2.124) e ∆ω = ω2 + ω1 2 (2.125) pode-se rees rever a equação (2.121) omo Et = E0e j(ω0t−k0z) [ e−j(∆ω0t−∆k0z) + ej(∆ω0t−∆k0z) ] ay (2.126) ou Et = 2E0e j(ω0t−k0z) cos (∆ω0t−∆k0z)ay (2.127) Considerando-se apenas a parte real, tem-se Et = 2E0 cos (ω0t− k0z) cos (∆ω0t−∆k0z)ay (2.128) O que lembra um sinal modulado em amplitude om portadora suprimida [33℄[21℄, onde a freqüên ia da portadora é ω0 e do sinal modulador ∆ω. A Figura 2.7 mostra a onda resultante indi ando a velo idade de grupo e de fase. A velo idade do grupo de um onjunto de onda está asso iada à envoltória da onda resultante e é de�nida omo sendo a velo idade de deslo amento de um dado ponto �xo desta envoltória, ou seja, vg = ∆ω ∆k (2.129) ou vg = lim ∆ω→0 ∆ω ∆k = dω dk (2.130) 20 Mi roondas - Notas de Aula A equação (2.130) forne e a velo idade do grupo de ondas na freqüên ia ω0 que é a média das freqüên ias de ada onda que ompõe o grupo. Observe que, se a permissividade do meio não varia om a freqüên ia, então vg = vf (2.131) pois, substituindo ω = vfk em (2.130), tem-se vg = dω dk = vf + k dvf dk (2.132) Se a permissividade não varia om a freqüên ia, vf também não varia om a freqüên ia e nem om o número de onda, tornando o segundo termo da equação (2.132) nulo. Lista de Exer í io - Ondas Transversais Eletromagné- ti as Questões referentes ao Capítulo 2. Exer í io 2.8.1 Conforme a disposição e ara terísti as dos dipolos magnéti os pre- sentes nos materiais, estes serão lassi� ados de que forma? Exer í io 2.8.2 A água do mar é um meio não magnetizável que apresenta as se- guintes ara terísti as: σ = 4S/m, ǫ = 81ǫ0. Determinar a distân ia ne essária para que a amplitude de um ampo eletromagnéti o aia a 1% de seu valor original nas freqüên ias de 20KHz e 200MHz. Exer í io 2.8.3 Uma onda eletromagnétia om freqüên ia de 3MHz em um meio ilimitado, om as seguintes ara terísti as elétri as: µ = µ0, ǫ = 5ǫ0 e σ = 2 × 10−3S/m. Determinar o fator de atenuação, fator de fase, a impedân ia intrínse a do meio, a velo idade de fase, de grupo e índi e de refração(de grupo e de fase). Exer í io 2.8.4 Explique as diferenças entre as Polarizações de Ondas Eletromag- néti as. Exer í io 2.8.5 Um dielétri o om perdas tem um impedân ia intrínse a de 100∠60◦Ω em uma freqüên ia. Se, nesta freqüên ia, a onda plana se propaga no material tem o ampo magnéti o H = 100eαx cos ( ωt− 1 2 x ) ay A/m en ontre E e α. Determine a profundidade peli ular e a polarização da onda.
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