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Linguagem Colloquial e Norma Culta

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AULA 1 - LINGUAGEM COLOQUIAL E NORMA CULTA
Emprego da língua
Uma das funções da universidade é prepará-lo para o mercado de trabalho. Você, inclusive, já deve ter imaginado como seria atuar fora do ambiente acadêmico – quem sabe em uma grande empresa? Mas e se você tiver de escrever um texto simples, tal como um breve relatório? Será que você colocará todas as vírgulas em seus devidos lugares? E quanto à crase? Você saberá empregá-la corretamente? 
Não se sinta menosprezado se não souber fazê-lo. Afinal, a disciplina de Língua Portuguesa está aqui exatamente para auxiliá-lo a compreender um pouco melhor os usos formais da língua. 
Para iniciar esse estudo, vamos aprender alguns conceitos importantes.
Tipos de linguagem
Antes de estudarmos os usos de verbos, os sinais de pontuação etc., precisamos entender alguns conceitos importantes. Para começar:
Você sabe o que é linguagem?
Só podemos afirmar que vivemos em sociedade porque nos comunicamos, certo?
Todo e qualquer ato comunicativo se dá por meio do uso de alguma linguagem.
Existem dois tipos de linguagens: a verbal e a não verbal.
ex: Conversas no Whatsapp - Verbal
Semáforo - Não verbal 
Orquestra - Não verbal 
Bate papo - Verbal 
A linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, o código utilizado para manter a comunicação é a própria língua (portuguesa, inglesa, francesa etc.). Logo, o diálogo no WhatsApp e o bate papo são exemplos de linguagem verbal.
Já a linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. No exemplo do semáforo, a comunicação ocorre através das cores e, no caso da orquestra, através da música instrumental. 
Linguagem não verbal
Agora que você já conheceu os diferentes tipos de linguagem, vamos nos ater àquele que, de fato, é de nosso interesse: a linguagem verbal – no nosso caso, a Língua Portuguesa. 
A partir de agora, você vai conhecer algumas regras para falar e escrever de forma adequada, isto é, de acordo com os contextos de uso do idioma.
A propósito: adequação é uma palavra que deve fazer parte do nosso dia a dia.
Para exemplificar, analise as falas destes dois personagens em situações cotidianas distintas...
Mas que tipo de linguagem os ambientes formal e informal envolvem: a escrita, a fala?
No escritório falando com o chefe: Bom dia, chefe. Como vai?
Na praia falando com os amigos: E aí, brother! Beleza?
Ambiente formal e informal
Ambiente formal: Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo para desempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião será responder:
1. Disponho de tempo integral para assumir o cargo.
2. Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro!
Ambiente informal: Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe fizer uma pergunta sobre as novidades que você tem para contar, o mais adequado para a ocasião será responder:
1. Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou fadada à monotonia. 
2. Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de sempre.
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a situações como uma entrevista de emprego, uma reunião de trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso.
Já o ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do cotidiano, adequada a situações como uma conversa entre amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas redes sociais. 
Variação linguística
A expressão linguística pode se realizar em diferentes modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças entre elas.
Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na qual a comunicação acontece, geralmente, na ausência de um dos participantes. 
Além disso, na fala, as marcas de planejamento do texto costumam não aparecer, porque sua produção e execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração. 
CUIDADO! 
Não associe língua falada ao registro informal nem língua escrita ao registro formal, porque tanto em uma quanto em outra modalidade, verificamos diferentes graus de formalidade. Podem existir textos muito formais na língua falada e textos completamente informais na língua escrita.
Mas o que isso quer dizer? Em outras palavras, que a língua varia de acordo com o lugar, com a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos. 
Isso é o que chamamos de VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. 
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de uma mesma língua. Ela pode ser: 
Regional: Os regionalismos manifestam-se, principalmente, pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos falantes de determinada região. 
Podemos citar as diferenças entre o falar:
Carioca: Caraca! Esse curso é muito maneiro.
Cearense: Êta que esse curso é bem arretado!
Mineiro: Nossinhora! Esse curso é bom demais da conta, sô!
ATENÇÃO!
NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o português mais correto”. Tal afirmação é falsa, pois o que há são variações da Língua Portuguesa. A pronúncia do cearense ou do carioca, por exemplo, não é errada ou certa, mas, simplesmente, o modo de articular os sons daquela comunidade linguística.
De registro : A formalidade ou a informalidade da situação comunicativa determinam as diferentes formas de usar a língua. Há dois registros: formal e informal.  
Analise as situações a seguir:
1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o período de matrícula nas disciplinas.
2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A gente precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos?
Comentário: Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – e através de registros distintos – o formal e o informal.
Social : As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de pessoas.   
Norma culta
Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto, independente das diferenças citadas, há uma variedade da língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em determinadas situações comunicativas: a norma culta.  
MAS O QUE É EXATAMENTE ESSA NORMA CULTA?
É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma é tão valorizada socialmente que, quando estão em um ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de escolaridade procuram monitorar sua fala. 
Em sua opinião, que frase está CORRETA?
·	A gente vai até lá para conferir de perto.
·	Nós vamos até lá para conferir de perto.
As duas formas estão corretas, mas há uma diferença entre elas: a primeira é coloquial, e a segunda segue a gramática normativa.
Forma marcada da língua
Vamos entender, agora, como a norma de prestígio funciona. 
Como vimos anteriormente, uma das formas em variação no português brasileiro contempla a oposição das estruturas a gente x nós. 
A ideia básica é de que a expressão A GENTE pode ser usada em ambientes informais e o pronome pessoal do caso retoNÓS – prescrito pela gramática normativa –, em ambientes formais.
No entanto, precisamos considerar que, quando usada, a forma “a gente” deve ser acompanhada do verbo na 3ª pessoa do singular: a gente vai.  
Lembra-se daquela variação social sobre a qual conversamos? Ela nos mostra que há pessoas, falantes de uma variedade da língua chamada de não padrão, que dizem “a gente vamos”.
"Eu vi ela no corredor."
Embora o uso do pronome ELA como objeto direto seja comum na fala de muitas pessoas – mesmo escolarizadas –, ele não é prescrito pela gramática normativa. 
A forma adequada seria “Eu a vi no corredor”. Usar o pronome oblíquo “a” é formal, mas, dependendo do ambiente, o falante pode optar por: “Eu vi a coordenadora no corredor”.
Fala x escrita 
Mesmo que utilizemos a norma culta para falar e para escrever, fala e escrita são modalidades diferentes de uma mesma língua. 
Não escrevemos como falamos nem falamos como escrevemos, certo? 
Embora passemos boa parte do tempo diante do computador – seja nas redes sociais, seja trabalhando e estudando –, no final, utilizamos mais a fala do que a escrita. 
ONDE X AONDE 
Onde estou?
Aonde vou?
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo ESTAR não indica movimento.
HÁ X A 
HÁ = flexão do verbo HAVER
Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou “HÁ anos atrás”, pois isso é classificado como PLEONASMO, ou seja, repetição desnecessária de ideias. Basta afirmar “HÁ dez minutos” ou “HÁ dez anos”. 
Usamos A nas seguintes situações: 
Artigo definido: A aluna não devolveu o trabalho corrigido.
Tempo futuro: Ela chegará daqui a 10 minutos. 
MAU X MAL
MAL é o oposto de BEM. 
O garoto está passando mal.
Nesse caso, MAL é um advérbio. Por isso, não pode sofrer variação. Vamos testar essa teoria? Mude o termo GAROTO por GAROTA e verifique se haverá mudança de gênero do vocábulo destacado:
• A garota está passando mal! 
Não houve alteração na palavra em destaque, porque os advérbios são invariáveis. Além disso, aqui, MAL não se refere ao substantivo GAROTA, mas modifica a locução verbal ESTÁ PASSANDO. 
MAU é o oposto de BOM.
O garoto mau ofendeu sua tia.
Observe que, nesse caso, a palavra MAU refere-se ao substantivo GAROTO. Logo, trata-se de um adjetivo. Mas e se, no lugar dele, usássemos o vocábulo GAROTA? Teríamos a seguinte oração:
• A garota má ofendeu sua tia.
• Afinal, os adjetivos podem variar em gênero e em número.
ATENÇÃO!
A palavra MAL também pode ser um substantivo.
Exemplo: Este é um mal necessário.
Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – como o artigo indefinido UM. 
Além disso, considerando tal substantivação – acompanhada de um artigo definido ou indefinido –, o mesmo vocábulo pode variar em número.  
Exemplo: Os males da vida são muitos.
MENOS X MENAS 
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, como já vimos, advérbios são invariáveis!
MENAS não existe na Língua Portuguesa.

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