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Resumo Direito e Processo Penal Militar - 02

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Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Crime Militar / Classificação Doutrinária / Classificação Moderna / Critérios 
Legais para Definição do Crime Militar / Crime Militar em Tempo de Paz / 
Crimes Propriamente Militares / Crime Militar Próprio e Coautoria com Civil / 
Crimes Impropriamente Militares Praticados por Militares 
2º Horário. 
 Crimes Impropriamente Militares Praticados por Civis 
 
1º Horário 
 
1. Crime Militar 
 
1.1. Classificação Doutrinária 
 
1.1.1. Classificação Moderna1 
Com base na classificação tradicional, a doutrina moderna classifica os crimes 
militares em próprios e impróprios. 
a) Crimes Militares Próprios: tratam-se dos crimes essencialmente militares da 
classificação tradicional, tendo bem jurídico protegido exclusivamente na esfera 
militar, o sujeito ativo é o militar da ativa e só encontram previsão no CPM. 
b) Crimes Militares Impróprios: são os crimes que têm como bens jurídicos 
valores comuns à vida militar e à vida civil, estando previstos tanto no CPM, quanto em 
outros diplomas legais repressivos, com idêntica ou semelhante definição. Ademais, 
podem ser praticados por militares da ativa e por não militares. Exemplo: estupro. 
Concurso – STM – Analista – Execução de Mandados – 2001 
Os crimes militares próprios correspondem aos crimes praticados por militares e 
previstos no Código Penal Militar. 
R: Errado, pois o crime militar impróprio também pode ser praticado por militar e 
estar previsto no CPM. 
 
 
1
 Praticamente todas as provas de concurso cobram este tema. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Concurso – MP/ES – 2010 
Os crimes contra a administração militar são crimes militares próprios, ou seja, 
não são perpetrados por civis. 
R: Errado, pois os crimes contra a administração militar são impróprios. 
 
DPU – 2001 
Considera-se crime propriamente militar o furto praticado no interior de um 
quartel por uma praça em situação de atividade. 
R: Errado, pois furto tem previsão tanto no CPM, quanto fora, sendo crime militar 
impróprio. 
 
Observação: Crime de Insubmissão 
O crime de insubmissão está previsto no art. 183, CPM. 
Insubmissão 
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo 
que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de 
incorporação: 
Pena - impedimento, de três meses a um ano. 
O insubmisso é aquele que se apresenta para o serviço militar obrigatório e é 
selecionado para servir, mas não comparece no dia da incorporação ou ausenta-se do 
período de preparação para o ato oficial de ser incorporado. Não deve, pois, ser 
confundido com o refratário, que é aquele que não se apresenta para a seleção do 
serviço militar obrigatório, não cometendo crime. 
O insubmisso ainda não é militar, mas comete crime militar nas situações 
descritas pelo tipo penal. Cumpre frisar que se houve defeito de incorporação por erro 
da Administração Militar, o sujeito não pratica o crime de insubmissão, sendo sua 
conduta atípica. 
O crime de insubmissão possui algumas correntes acerca da sua classificação: 
1ª corrente: o crime é militar próprio para a doutrina majoritária (Jorge 
Alberto Romeiro, Alexandre Saraiva e STM). Em que pese não ser praticado por militar, 
o bem jurídico tutelado é exclusivo da esfera militar, só tendo previsão no CPM. 
2ª corrente: o crime é militar impróprio, pois praticado por civil, condição esta 
essencial ao crime (Ricardo Giuliani e Célio Lobão). 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
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3ª corrente: trata-se de crime tipicamente militar, visto que é previsto no CPM. 
Esta categoria foi criada por parte minoritária da doutrina para resolver o problema do 
crime de insubmissão, sendo gênero que possui as espécies próprio e impróprio 
(Cláudio Amin). 
4ª corrente: é crime acidentalmente militar, com base na classificação 
tradicional de Beviláqua, por ser praticado por civil, só ter previsão no CPM e o bem 
jurídico protegido ser exclusivo das Instituições Militares (Jorge Cesar de Assis). 
 
1.2. Critérios Legais para Definição do Crime Militar 
O CPM adota uma pluralidade de critérios para definir o crime militar, 
prevalecendo o critério ratione legis (em razão da lei), entendendo-se como crime 
militar o que a lei dispõe ser. 
Os critérios combinados ao ratione legis são os seguintes: 
a) ratione personae: o fato de o sujeito ativo/passivo ser militar caracteriza o 
crime como militar. 
b) ratione loci: é crime militar o praticado em local sujeito à Administração 
Militar. 
c) ratione materiae: configura-se o crime militar em razão da matéria envolvida 
no fato, como quando, por exemplo, os bens jurídicos tutelados são a hierarquia e a 
disciplina. 
d) ratione temporis: o crime é militar se ocorrer dentro de determinadas 
circunstâncias temporais, ainda que fora de local sujeito à Administração Militar. 
Exemplo: crime praticado durante o período de vigilância. 
DPU – 2007 
Entre os critérios utilizados para classificar o crime militar, o critério 
processualista se impôs, com preferência pelo critério ratione materiae, sendo 
crime militar aquele definido no CPM. 
R: Errado, pois o critério prevalecente é o ratione legis. 
 
1.2.1. Crime Militar em Tempo de Paz 
O art. 9º, CPM traz os critérios para que se identifique um crime como militar 
em tempos de paz. 
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei 
penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição 
especial; 
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição 
na lei penal comum, quando praticados: 
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma 
situação ou assemelhado; 
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à 
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, 
ou civil; 
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de 
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à 
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação 
dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996) 
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da 
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob 
a administração militar, ou a ordem administrativa militar; 
f) revogada. (Vide Lei nº 9.299, de 8.8.1996) 
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra 
as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no 
inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos: 
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem 
administrativa militar; 
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade 
ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, 
no exercício de função inerente ao seu cargo; 
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, 
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras; 
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em 
função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e 
preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente 
requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior. 
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida 
e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando 
praticados no contexto de ação militar 
O inciso I aponta o critério ratione legis, ou seja, é crime militar em tempos de 
paz o que o CPM assim definir. Indica ainda o reconhecimento dos crimes 
impropriamente militares (“quando definidos de modo diverso na lei penal comum”; 
“qualquer que seja o agente”) e propriamente militares (“ou nela não previstos”; 
“salvo disposição especial”), respaldando a classificação moderna. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
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Respaldado neste inciso, o professor Cláudio Amin reconhece o crime 
tipicamente militar, como sendo gênero, cujas espécies são os crimes militares 
próprios e impróprios. 
 
1.2.1.1. Crimes Propriamente Militares 
Os crimes militares próprios têm respaldo no inciso I, sendo que os incisos II e 
III, todos do art. 9º, CPM tratam de crimes militares impróprios. 
Exemplos de crimes militares próprios2: motim e revolta (arts. 149 a 153, CPM), 
violência contra superior (arts. 157 e 159, CPM), recusa de obediência (art. 163, CPM), 
reunião ilícita (art. 165), publicação de crítica indevida (art. 166, CPM), deserção (arts. 
187 a 192, CPM), omissão de oficial (art. 194, CPM), abandono de posto (art. 195, 
CPM) e demais crimes de serviço (arts. 195 a 203, CPM). 
Motim 
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: 
I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; 
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou 
praticando violência; 
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, 
em comum, contra superior; 
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou 
dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura 
militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para 
ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em 
detrimento da ordem ou da disciplina militar: 
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças. 
 
Revolta 
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados: 
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças. 
 
Organização de grupo para a prática de violência 
Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou 
material bélico, de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa 
pública ou particular em lugar sujeito ou não à administração militar: 
Pena - reclusão, de quatro a oito anos. 
 
Omissão de lealdade militar 
 
2
 Devem ser lidos, por se tratarem dos crimes mais cobrados em provas de concurso. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
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Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o 
motim ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato 
criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para impedi-lo: 
Pena - reclusão, de três a cinco anos. 
 
Conspiração 
Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime 
previsto no artigo 149: 
Pena - reclusão, de três a cinco anos. 
Isenção de pena 
Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes da execução do crime e 
quando era ainda possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de que 
participou. 
 
Cumulação de penas 
Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à violência. 
 
Violência contra superior 
Art. 157. Praticar violência contra superior: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
 
Ausência de dolo no resultado 
Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as circunstâncias 
evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, 
a pena do crime contra a pessoa é diminuída de metade. 
 
Recusa de obediência 
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de 
serviço, ou relativamentea dever imposto em lei, regulamento ou instrução: 
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Reunião ilícita 
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de 
ato de superior ou assunto atinente à disciplina militar: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis 
meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Publicação ou crítica indevida 
Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, 
ou criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina 
militar, ou a qualquer resolução do Governo: 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
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Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
 
Deserção 
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar 
em que deve permanecer, por mais de oito dias: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada. 
 
Casos assimilados 
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que: 
I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de 
trânsito ou férias; 
II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, 
contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que 
é declarado o estado de sítio ou de guerra; 
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias; 
IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou 
simulando incapacidade. 
 
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III: 
Atenuante especial 
I - se o agente se apresenta voluntàriamente dentro em oito dias após a 
consumação do crime, a pena é diminuída de metade; e de um têrço, se de mais 
de oito dias e até sessenta; 
Agravante especial 
II - se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, 
a pena é agravada de um têrço. 
 
Deserção especial 
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou 
aeronave, de que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou força em que 
serve: (Redação dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998) 
Pena - detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, 
dentro de vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à 
autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao comando militar 
competente.(Redação dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998) 
§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e 
não excedente a cinco dias: 
Pena - detenção, de dois a oito meses. 
§ 2º Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: (Redação dada pela Lei 
nº 9.764, de 18.12.1998) 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
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§ 2º-A. Se superior a oito dias: (Incluído pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998) 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Aumento de pena 
§ 3º A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou 
suboficial, e de metade, se oficial. (Redação dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998) 
 
Concerto para deserção 
Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção: 
I - se a deserção não chega a consumar-se: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Modalidade complexa 
II - se consumada a deserção: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos. 
 
Deserção por evasão ou fuga 
Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de detenção ou de 
prisão, ou fugir em seguida à prática de crime para evitar prisão, permanecendo 
ausente por mais de oito dias: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
Omissão de oficial 
Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou devendo saber 
encontrar-se entre os seus comandados: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano. 
 
Abandono de posto 
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe 
tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Descumprimento de missão 
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um terço. 
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de metade. 
Modalidade culposa 
§ 3º Se a abstenção é culposa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Retenção indevida 
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Data: 10/11/2011 
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Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem de função, ou 
quando lhe é exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que lhe 
haja sido confiado: 
Pena - suspensão do exercício do posto, de três a seis meses, se o fato não 
constitui crime mais grave. 
Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou documento envolve ou 
constitui segredo relativo à segurança nacional: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Omissão de eficiência da força 
Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado de 
eficiência: 
Pena - suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano. 
 
Omissão de providências para evitar danos 
Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao seu alcance para 
evitar perda, destruição ou inutilização de instalações militares, navio, aeronave 
ou engenho de guerra motomecanizado em perigo: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Modalidade culposa 
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Omissão deprovidências para salvar comandados 
Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, 
colisão, ou outro perigo semelhante, de tomar todas as providências adequadas 
para salvar os seus comandados e minorar as conseqüências do sinistro, não 
sendo o último a sair de bordo ou a deixar a aeronave ou o quartel ou sede militar 
sob seu comando: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
Modalidade culposa 
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
Omissão de socorro 
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de guerra ou 
mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que 
hajam pedido socorro: 
Pena - suspensão do exercício do posto, de um a três anos ou reforma. 
 
Embriaguez em serviço 
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Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado 
para prestá-lo: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
Dormir em serviço 
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, 
ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, 
plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza 
semelhante: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
1.2.1.1.1. Crime Militar Próprio e Coautoria com Civil 
A Teoria Monista é adotada pelo CPM, porém, a orientação mais aceita na 
doutrina (Célio Lobão) é pela impossibilidade de co-autoria de militar com civil em 
crime propriamente militar, por a condição ser incomunicável. 
Exemplo: crime de pederastia – militar surpreendido tendo relações com a 
faxineira do quartel, que é terceirizada. O ato libidinoso praticado pelo militar é crime 
militar próprio, motivo pelo qual apenas este responde pelo crime, pois o bem jurídico 
tutelado é o pundonor militar. 
Para uma segunda orientação (Jorge César de Assis), comunica-se a condição 
pessoal de militar ao civil, sendo cabível a co-autoria entre militares e civis em crimes 
militares. Exemplo: art. 53, parágrafo 1º, CPM, que traz a Teoria Monista Moderada. 
Art. 53, § 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos 
outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, 
outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. 
Não obstante as divergências, a jurisprudência do STM faz algumas 
ponderações, em linha seguida pelo STF. No crime de mão própria, a princípio, não há 
comunicação da condição pessoal do militar ao civil, tendo em vista que estes crimes 
só podem ser materialmente realizados pela pessoa indicada no tipo. Exemplo: 
deserção e abandono de posto. 
No entanto, sendo o crime propriamente militar, mas não de mão própria, 
haverá a comunicação da condição pessoal. Exemplo: art. 176, CPM – ofensa aviltante 
a inferior hierárquico. 
Ofensa aviltante a inferior 
Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo 
meio empregado, se considere aviltante: 
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Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo anterior. 
Uma segunda ponderação feita pelo STM é a de que se o legislador previu uma 
outra figura típica para adequar-se ao comportamento do civil, há uma quebra da 
Teoria Monista, não respondendo o civil pelo crime militar do qual foi coautor. 
Exemplo: um sargento e um civil se recusam a obedecer uma ordem de um superior, 
respondendo aquele por recusa de obediência (art. 163, CPM) e o civil por 
desobediência (art. 301, CPM). 
Recusa de obediência 
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de 
serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: 
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Desobediência 
Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar: 
Pena - detenção, até seis meses. 
 
DPU – 2010 
Considere que em conluio um servidor civil lotado nas forças armadas e um 
militar em serviço tenham se recusado a obedecer a ordem de um superior sobre 
assunto ou matéria em serviço. Nessa situação, somente o militar é sujeito ativo 
do delito de insubordinação, que é considerado crime propriamente militar, o que 
exclui o civil, mesmo na qualidade de coautor. 
R: Certa, pois a banca adotou a posição de Cesar Lobão, havendo uma previsão 
para o comportamento do civil. 
 
STM – Analista Judiciário – 2011 
Um agrupamento de militares armados, em concurso com civis, ocupou um 
estabelecimento militar em desobediência à ordem superior. Nesse caso, 
configura crime de revolta, sendo que os civis não ingressam na relação jurídico-
penal castrense, nem mesmo como coautores. 
R: Os crimes de revolta e motim são militares, não cabendo coautoria com civis. 
Motim é sem armas e revolta é com armas. 
 
Com relação ao crime de revolta (art. 149, CPM), em sentido contrário, há uma 
orientação minoritária que entende que, quando o referido delito é comissivo, os civis 
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podem ser coautores com os militares. No entanto, sendo a conduta omissiva, em 
hipótese alguma se admite coautoria. 
Motim 
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: 
I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; 
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou 
praticando violência; 
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, 
em comum, contra superior; 
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou 
dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura 
militar, ou utilizando-sede qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para 
ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em 
detrimento da ordem ou da disciplina militar: 
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças. 
 
Revolta 
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados: 
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças. 
No entanto, se a conduta do civil foi de aliciar os militares para a prática de 
motim ou revolta, ele responderá pelos arts. 154 ou 155, CPM, apesar de não 
responder por aqueles delitos militares. 
Aliciação para motim ou revolta 
Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos crimes 
previstos no capítulo anterior: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos. 
 
Incitamento 
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em 
lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material 
mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à 
prática dos atos previstos no artigo. 
 
1.2.1.2. Crimes Impropriamente Militares Praticados por Militares 
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição 
na lei penal comum, quando praticados: 
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a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma 
situação ou assemelhado; 
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à 
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, 
ou civil; 
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de 
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à 
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação 
dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996) 
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da 
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob 
a administração militar, ou a ordem administrativa militar; 
f) revogada. (Vide Lei nº 9.299, de 8.8.1996) 
 
• alínea “a”: O inciso II, “a”, do art. 9º, CPM dispõe acerca dos critérios ratione 
legis e ratione personae, pois são aqueles praticados por militar da ativa (sujeito ativo) 
e contra militar da ativa (sujeito passivo), em qualquer tempo e em qualquer lugar, 
tendo em vista que a doutrina majoritária entende que a condição de militar é 
existente independentemente de militar estar exercendo a função, estar de folga, de 
férias etc. 
Art. 9º, II, a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar 
na mesma situação ou assemelhado; 
Exemplo: militar da ativa mata outro no horário de almoço, o crime será militar. 
O STF e o STM entendem que um crime praticado por um militar contra outro 
na mesma situação é sempre delito militar. 
 
O informativo nº 626, STF veiculou um caso julgado pela 1ª Turma declarando a 
incompetência da Justiça Militar (HC 99.541/RJ) para apreciar prática de crime de lesão 
corporal grave (art. 209, parágrafo 1º, CPM) cometido por um militar contra outro sem 
que a situação funcional fosse conhecida e por não estarem uniformizados. Desta 
forma, não basta que estejam conjugados os critérios ratione legis e ratione personae, 
pois a lesão ao bem jurídico deve igualmente ser considerada, considerando-se o 
critério ratione materiae, no caso do julgado. 
Lesão grave 
Art. 209, § 1° Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente 
de membro, sentido ou função, ou incapacidade para as ocupações habituais, por 
mais de trinta dias: 
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Pena - reclusão, até cinco anos. 
 
HC 99541 / RJ - RIO DE JANEIRO 
HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. LUIZ FUX 
Julgamento: 10/05/2011 Órgão Julgador: Primeira Turma 
Publicação DJe-098 DIVULG 24-05-2011 PUBLIC 25-05-2011 EMENT VOL-02529-01 
PP-00250 RT v. 100, n. 910, 2011, p. 394-401 
EMENTA: PENAL MILITAR. HABEAS CORPUS. CRIME IMPRÓPRIO: LESÃO CORPORAL 
GRAVE (CPM, ART. 209, § 1º). CRIME PRATICADO POR MILITAR CONTRA MILITAR 
EM CONTEXTO EM QUE OS ENVOLVIDOS NÃO CONHECIAM A SITUAÇÃO 
FUNCIONAL DE CADA QUAL, NÃO ESTAVAM UNIFORMIZADOS E DIRIGIAM 
CARROS DESCARACTERIZADOS. HIPÓTESE QUE NÃO SE ENQUADRA NA 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR DEFINIDA NO ARTIGO 9º, INCISO II, ALÍNEA 'A' 
DO CÓDIGO PENAL MILITAR. 1. A competência da Justiça Militar, posto 
excepcional, não pode ser fixada apenas com à luz do critério subjetivo, fazendo-
se mister a reunião de outros elementos que justifiquem a submissão do caso 
concreto à jurisdição castrense, principalmente a análise envolvendo a lesão, ou 
não, do bem ou serviço militar juridicamente tutelado. 2. In casu, uma discussão 
de trânsito evoluiu para lesão corporal, sem que os envolvidos tivessem 
conhecimento da situação funcional de cada qual, além de não se encontrarem 
uniformizados e dirigirem seus carros descaracterizados. A Justiça Castrense não é 
competente a priori para julgar crimes de militares, mas crimes militares . 
Precedentes: RHC 88122/MG, Relator o Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, 
DJe de 13/09/2007 e 83003/RS, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda 
Turma, DJ e de 25/04/2008. 3. Ordem concedida para declarar a incompetência da 
Justiça Militar. 
Observação1: se a questão da prova falar em jurisprudência recente, deve-se 
adotar uma posição mais restritiva com relação à competência da Justiça Militar, por 
ser a tendência do STF. 
Observação2: Há uma controvérsia com relação ao caso de militar como sujeito 
ativo ou passivo ser bombeiro ou policial militar do estado. 
1ª corrente: para o STM, militar do estado é militar, motivo pelo qual, quando 
for sujeito passivo ou ativo de delito militar, a competência é da Justiça Militar da 
União. 
2ª corrente: para o STF, militar estadual não é militar propriamente dito para 
efeitos de configuração da competência da Justiça Militar da União. 
 
 
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Data: 10/11/2011 
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2º Horário 
Houve um caso recente, veiculado no Informativo nº 632, STF (HC 105.844/RS), 
julgado pela 1ª Turma do STF, em que um soldado da polícia militar desacatou um 
oficial das Forças Armadas, sendo considerado como crime militar, mas a competência 
para processar e julgar foi entendida como sendo da Justiça Militar Estadual, à luz do 
art. 125, parágrafo 4º, CRFB. 
Art. 125, § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares 
dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, 
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos 
oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
 
HC 105844 / RS - RIO GRANDE DO SUL 
HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA 
Julgamento: 21/06/2011 Órgão Julgador: Primeira Turma 
Publicação PROCESSO ELETRÔNICO DJe-158 DIVULG 17-08-2011 PUBLIC 18-08-
2011 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE DESACATO CONTRA 
MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS. PERSECUÇÃO PENAL DE POLICIAL MILITAR 
ESTADUAL NA JUSTIÇA MILITAR: IMPOSSIBILIDADE: CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
CARACTERIZADO. ORDEM CONCEDIDA. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal 
é firme no sentido de que a competência para processar e julgar policial militar 
acusado de cometer crime militar contra membro das Forças Armadas é da Justiça 
Militar estadual, mormente quando o Paciente, pelo que se tem na denúncia, quis 
manifestamente menosprezar a vítima, oficial das Forças Armadas, em razão da 
função por ela ocupada, humilhando-a diante de outros militares federais e 
estaduais. Precedentes. 2. Habeas corpus concedido. 
No entanto, se o mesmo caso fosse julgado pelo STM, este entenderia que a 
competência para processar e julgar o crime militar seria da Justiça Militar da União. 
Insta consignar um recente caso julgado pelo STJ sobre militar que agrediu um 
militar da União, dentro do quadro de infantaria, caso em que o crime foi considerado 
militar, o que demonstra a tendência de acompanhamento do entendimento do STM. 
 
• alínea “b”: A alínea “b”, do inciso II, do art. 9º, CPM trata dos crimes militares 
em que a vítima seja qualquer pessoa, quando o crime for praticado por militar, 
trazendo os critérios ratione legis, personae e loci. 
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Art. 9º, II, b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar 
sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou 
assemelhado, ou civil; 
A inviolabilidade do domicílio deve ser respeitada, não sendo área sujeita à 
Administração Militar a casa do militar. No entanto, se a violência praticada dentro do 
domicílio for de um militar contra outro, haverá crime militar pela alínea “a” do inciso 
em comento. 
Importante salientar que crime cometido em via pública nas adjacências do 
quartel não é crime militar (exemplo: crime cometido na alameda do quartel). 
Com relação ao crime de abuso de autoridade praticado por militar contra civil 
ainda que no exercício da função, não é crime militar, tendo em vista a súmula 172, 
STJ, por ser crime previsto na Lei 4.898/65. 
STJ Súmula nº 172 - 23/10/1996 - DJ 31.10.1996 
Competência - Militar - Abuso de Autoridade - Processo e Julgamento 
Compete à Justiça Federal processar e julgar militar por crime de abuso de 
autoridade, ainda que praticado em serviço. 
Todavia, se o abuso for de militar contra militar da ativa, o crime é militar por 
força da alínea “a”, do inciso II, art. 9º, CPM. 
 
• alínea “c”: A alínea “c”, do inciso II traz os critérios ratione legis, personae e 
materiae. 
Art. 9º, II, c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão 
de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à 
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação 
dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996) 
“Em serviço” significa militar no expediente, devendo o militar estar realizando 
função de natureza militar para que o crime praticado contra civil seja considerado 
militar. Exemplo: militar, durante o desfile do dia 7 de setembro estupra uma moça 
que observava o espetáculo, sendo o referido delito militar por esta o sujeito em 
serviço. 
 
• alínea “d”: A alínea “d”, do inciso II traz os critérios ratione legis, personae e 
temporis. O sujeito passivo, no caso, pode ser civil ou militar, sendo que a 
circunstância temporal é que deve ser levada em consideração para a configuração do 
delito militar. 
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Art. 9º, II, d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar 
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
Observação: no caso de militar que provoque acidente dirigindo viatura militar 
em serviço, o crime será militar. No entanto, se o militar estiver fora de atividade 
efetiva, o delito militar não será configurado na visão do STF. Exemplo: militar 
terminou a escolta e está retornando ao quartel, caso provoque acidente, o crime não 
será militar, mas mero incidente administrativo militar. 
Uma vez que o militar abandona o posto, não está mais em exercício, 
respondendo apenas pelo abandono de posto na Justiça Militar e, na Justiça Comum, 
pelos delitos que vier a praticar em virtude do referido ato. Exemplo: militar que 
abandona o posto estando em serviço e pratica roubos com a arma do quartel. Estes 
delitos não serão crimes militares, tendo em vista que não está em serviço, mas agindo 
como qualquer pessoa. 
O art. 15, parágrafo 7º, LC 97/99 dispõe o que se considera como atividade 
militar para manutenção da lei e da ordem, o que define a competência da Justiça 
Militar da União para processar e julgar crimes militares praticados pelos integrantes 
das Forças de Paz. Por conta disto, se um militar cedido para a manutenção da lei e da 
ordem praticar um crime contra civil, o crime será considerado militar. 
Art. 15. § 7º A atuação do militarnos casos previstos nos arts. 13, 14, 15, 16-A, 
nos incisos IV e V do art. 17, no inciso III do art. 17-A, nos incisos VI e VII do art. 18, 
nas atividades de defesa civil a que se refere o art. 16 desta Lei Complementar e 
no inciso XIV do art. 23 da Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), é 
considerada atividade militar para os fins do art. 124 da Constituição Federal. 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 136, de 2010). 
 
• alínea “e”: A alínea “e”, inciso II, art. 9º, CPM dispõe acerca dos critérios 
ratione legis, ratione personae e materiae, no caso de crimes contra o patrimônio da 
Administração Militar ou contra a ordem administrativa militar. 
Art. 9º, II, e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o 
patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar; 
O sujeito passivo, no caso, é a própria Administração Militar, sendo que o 
sujeito ativo é sempre o militar. 
Exemplos: desacato e peculato. 
O art. 343, CPM é equivalente à denunciação caluniosa, mas é cometido contra 
a Administração Militar, pois provoca a instauração de inquérito. 
Denunciação caluniosa 
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Art. 343. Dar causa à instauração de inquérito policial ou processo judicial militar 
contra alguém, imputando-lhe crime sujeito à jurisdição militar, de que o sabe 
inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
Observação: a alínea “f” foi revogada, motivo pelo qual o fato de usar arma, 
material ou equipamento militar na prática do crime não o caracteriza como militar. 
 
1.2.1.3. Crimes Impropriamente Militares Praticados por Civis 
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra 
as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no 
inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos: 
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem 
administrativa militar; 
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade 
ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, 
no exercício de função inerente ao seu cargo; 
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, 
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras; 
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em 
função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e 
preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente 
requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior. 
Inicialmente, importante destacar que o inciso III só se aplica à esfera federal, 
tendo em vista que a Justiça Militar Estadual não julga civis. 
Os crimes definidos no inciso III, conforme orientação do STF e do STM, só 
serão configurados quando a conduta do civil for dolosa, devendo o dolo vir 
acompanhado da intenção de impedir, frustrar ou malograr operação militar ou, ainda, 
causar dano deliberadamente contra Instituição Militar. 
Exemplo1: se civil bate em viatura militar, culposamente, ao dirigir, o crime será 
de trânsito, por não haver dolo do civil em causar dano. 
Exemplo2: no caso de haver dois civis discutindo e militares de quartel próximo 
se intrometem para apaziguar a situação, se um dos civis o xingar, não caracteriza 
desacato militar, pois a intenção dos agentes não era atingir a Instituição Militar, 
devendo o desacato ser julgado pela Justiça Comum. 
 
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• alínea “a”: A alínea “a”, do inciso III trata dos critérios ratione legis e 
materiae. O crime praticado contra patrimônio cuja administração incumbe às Forças 
Armadas é crime militar se praticado por civil, mesmo que o bem não pertença a estas. 
Art. 9º, III, a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem 
administrativa militar; 
Exemplo: roubo de armamento apreendido. 
Observação: Falsificação de Carteira de Arraiz Amador 
Trata-se de carteira de habilitação expedida pela marinha para que se possa 
pilotar embarcações. Se for falsificada por um civil, há duas orientações que merecem 
destaque. 
1ª orientação: para o STM, o crime é militar por se enquadrar na alínea “a”, do 
inciso III, art. 9º, CPM, por afetar a Administração Militar. 
2ª orientação: para o STF é crime comum de competência da Justiça Federal, 
por envolver interesse da União na falsificação de documento público. Este 
entendimento foi encaminhado como proposta de súmula vinculante. 
 
• alínea “b”: A alínea “b” trata dos crimes cometidos em local sujeito à 
Administração Militar cujos critérios são ratione legis, loci e personae. 
Art. 9º, III, b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação 
de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da 
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo; 
Exemplo: estelionato praticado por civil contra militar da ativa em local sujeito 
à Administração Militar, como no caso de empréstimos consignados feitos no pátio da 
Instituição Militar. Cumpre frisar que, no caso envolvendo bancos, se o prejuízo for 
suportado por este o crime é comum, mas se o militar é que for prejudicado, o crime 
será militar. 
Atente-se que um segundo caso é o de crime cometido por civil contra civil em 
local sujeito à Administração Militar, que também será entendido como crime militar. 
 
• alínea “c”: A alínea “c” trata dos casos em que haja crime praticado contra 
militares que estejam exercendo manobras em geral. Consideram-se os critérios 
ratione legis, personae e materiae. 
Art. 9º, III, c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, 
vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou 
manobras; 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 20 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158– Tel.: (21)2494-1888 
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• alínea “d”: Já a alínea “d” dispõe acerca dos crimes praticados contra 
militares em atividades desta espécie em geral, desde que em atividade. 
Art. 9º, III, d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra 
militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, 
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando 
legalmente requisitado para aquêle fim, ou em obediência a determinação legal 
superior. 
 
• parágrafo único: O parágrafo único, art. 9º, CPM foi alterado pela Lei 
12.432/11, que incluiu o crime da Lei do Abate como sendo de competência da Justiça 
Militar. 
Art. 9º, parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra 
a vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo 
quando praticados no contexto de ação militar. 
Este dispositivo é uma regra processual inserta no CPM, gerando uma 
problemática por estabelecer que delitos de grupos de extermínios ou dolosos contra 
a vida praticados por militares contra civis devem ser julgados pela Justiça Comum. 
A Lei do Abate é muito criticada por trazer um caso de homicídio legalmente 
autorizado, sendo entendida como inconstitucional pela maioria da doutrina, por 
permitir a execução sumária no caso de aviões clandestinos que não cumpram com a 
ordem de pouso dada pelas Forças Aéreas. 
O parágrafo único, art. 9º, CPM dispõe que, neste caso, a competência para 
julgar este tipo de homicídio doloso praticado por militar contra civil dentro da Lei do 
Abate é da Justiça Militar se verificado abuso ou burla aos critérios da lei. 
O STM consolidou entendimento de que o referido dispositivo é 
inconstitucional para a esfera federal, não sendo a ela aplicado, pois criaria um 
tribunal de exceção, tendo em vista que a Justiça Militar da União seria competente 
para julgar crimes de militar contra militar e de civil contra militar, excetuando apenas 
os de militares contra civis. 
Desta forma, o STM entende que, com base no art. 125, parágrafo 4º, CRFB, o 
parágrafo único, art. 9º, CPM só é aplicado à Justiça Militar Estadual, por haver uma 
restrição da competência desta aos crimes praticados por militares dos estados e 
definidos em lei. 
Art. 125, § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares 
dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 10/11/2011 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, 
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos 
oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
Já o STF, instado a se manifestar, fez uma leitura conforme a CRFB do 
parágrafo único, art. 9º, CPM, entendendo que sua aplicação não é cabível na esfera 
da Justiça Militar da União. 
DPU – 2007 
Compete à Justiça Militar da União processar e julgar crime doloso contra a vida 
praticado por militar do exército brasileiro contra civil, estando aquele militar em 
atividade inerente às funções institucionais das Forças Armadas. 
R: Certa. 
A EC nº 45/04 parece ter resolvido a polêmica criada pelo parágrafo único, art. 
9º, CPM por só ter alterado o art. 125, parágrafo 4º, CRFB, deixando de fazer qualquer 
ressalva no caso do art. 124, CRFB, motivo pelo qual o referido parágrafo único não se 
aplica ao caso. 
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos 
em lei. 
 
STM – analista Judiciário – 2004 
De acordo com a legislação penal militar, os crimes culposos contra a vida em 
tempo de paz, praticados por militar em serviço, são considerados como crimes 
militares. 
R: Certa. 
 
1.3. Crime Militar em Tempo de Guerra 
Será abordado na próxima aula.

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