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Uma breve história do mundo dos quanta Érica Polycarpo Equipe de Física Coordenação: Prof. Marta Barroso E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 2 Tópicos da Segunda Aula Abordagem histórica Radiação de corpo negro Efeito fotoelétrico Espalhamento Compton Aplicações Atividades de fixação Referências E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 3 Radiação de Corpo Negro Definição: radiação emitida por corpos cujas superfícies absorvem toda a radiação térmica queincide sobre eles. Característica : todos os corpos negros, independente da sua composição, emitem radiação térmica com o mesmo espectro. A forma desse espectro só depende da temperatura (1859- Gustav Kirchhoff). aquecimento: vermelha alaranjada branco-azulada Exemplos: forno, corpo coberto com camada difusa de pigmento preto, cavidade com pequeno orifício etc E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 4 Radiação de Corpo Negro Distribuição espectral da radiação 1896 (Wilhelm Wien) : deslocamento do pico da radiação térmica com a temperatura υmax α T E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 5 Descrição Clássica Hipóteses: há equilíbrio térmico no interior da cavidade (troca de energia entre a radiação e os átomos da parede,que absorvem e reemitem a radiação) a absorção e a reemissão de radiação eletromagnética ocorre quando as cargas oscilam com a frequência da radiação. A troca de energia ocorre de forma contínua: qualquer quantidade pode ser absorvida ou emitida Distribuição espectral : I α ν3(Lei de Stefan) Boa descrição da distribuição a baixas frequências Grandes discrepâncias a altas frequências E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 6 Descrição de Planck Hipótese: a troca de energia é quantizada - um oscilador de frequência só pode emitir ou absorver energia em múltiplos inteiros de um quantum de energia Energia de um quantum :E = hν h = 6,63x1034 Js (constante de Planck) Inteiramente incompreensível do ponto de vista clássico, onde a energia de uma oscilação depende apenas da amplitude, que pode variar continuamente E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 7 Efeito Fotoelétrico Descoberta : Heinrich Hertz, em 1887. Uma descarga elétrica entre dois eletrodos pode ser mais facilmente produzida quando se faz incidir sobre um deles um feixe de luz ultravioleta. Evolução dos experimentos: Hallwachs : luz ultravioleta incidindo sobre corpos carregados Thomson : luz ultravioleta incidindo em eletrodos dentro de um tubo de raios catódicos causa a emissão de elétrons Lenard : a energia dos fotoelétrons não depende da intensidade da luz e quanto maior a frequência da luz, maior a energia dos elétrons emitidos. E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 8 Experimento de Lenard E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 9 Conflitos com a teoria clássica da luz Classicamente a amplitude do campo elétrico cresce com o aumento da intensidade da luz, logo a energia dos elétrons ejetados deveria também crescer com o aumento da intensidade da iluminação, em oposição aos dados experimentais. o efeito deveria ser observado para qualquer frequência da luz, desde que a intensidade da mesma fosse grande o bastante para permitir o aumento da energia do elétron até a ejeção, mas foi observado que existe uma frequência mínima abaixo do qual o efeito não ocorre. Se I é baixa, espera-se medir um intervalo de tempo entre o instante em que a luz começa a incidir sobre a superfície e o momento da ejeção, necessário para que o elétron acumule energia suficiente para escapar. Esse retardo nunca foi observado experimentalmente. E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 10 A explicação de Einstein Hipótese: a luz transfere energia de forma discreta, em pacotes de energia proporcional à sua frequência ! Na fotoemissão, um desses pacotes é absorvido por um elétron. Se a energia do pacote é maior que a função trabalho W do material o elétron será emitido com energia Ee = h ν − W Quanto maior a frequência da luz, maior a energia cinética dos elétrons. V0 mede Emax do fotoelétron mais rápido : Emax = eV 0 Comprovação : medida da relação linear entre o potencial de corte V0 e a frequência da luz (Millikan - 1913/1914) E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 11 O artigo de Einstein Um ponto de vista heurístico sobre a produção e a transformação da luz O nome fóton só aparece em 1926, em um trabalho de G.N. Lewis: “A intensidade da luz é proporcional a energia total que transporta e, por conseguinte, ao número de fótons, o que explica por que a fotocorrente diretamente proporcional a intensidade da luz”. E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 12 Espalhamento Compton Observação : λ de radiação espalhada por alvo de grafita diferente de dos raios-X incidentes. O deslocamento do comprimento de onda depende do ângulo de espalhamento. Classicamente, a radiação espalhada é resultado da vibração eletrônica induzida pela radiação incidente, com mesmo comprimento de onda . Hipótese: espalhamento é resultado da colisão de um fóton com um elétron do átomo, inicialmente em repouso. Durante a colisão, elétron e fóton trocam energia e momento. O comprimento de onda do fóton espalhado é menor ou maior que o do fóton incidente ? E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 13 Espalhamento Compton h t t p : / / f s c . u f s c . b r / c a n z i a n / s m e d / r e v i e w - r a d i o l o g i c - p h y s i c s - 3 . h t m l R a d i o d i a g n ó s t i c o E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 14 Espalhamento Compton Deslocamento Compton ∆λ=h/mc(1-cosθ) Evidência direta de propriedade corpuscular da luz E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 15 Aplicações Produção de pares Fótons com energia suficientemente alta colidem com núcleos de um alvo, perdendo toda a sua energia na criação de um par elétron- pósitron. Como a massa do núcleo é muito grande, a energia cinética adquirida por ele no processo pode ser desprezada, e a energia mínima necessária ao fóton para criar o par é igual a 2mec2. E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 16 Aplicações Aniquilação de pares: referencial de centro de massa do sistema elétron-positron, onde inicialmente têm momentos opostos com módulo igual a pe. O fóton é criado com energia hν Conservação de energia: Conservação de momento processo mais provável : produção de dois fótons em direções diametralmente opostas, com uma energia cinética igual a 0,511 MeV cada um. tomografias por emissão de pósitrons E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 17 Aplicações Bremsstrahlung Os tubos de raios X utilizados para diagnóstico ou terapia utilizam a perda de energia de um feixe de elétrons acelerados por uma diferença de potencial V0 de alguns milhares de volts em um alvo para produzir radiação com um espectro contínuo de frequëncias. A interpretação do raio X como um fóton de luz com energia hν permite a compreensão da existência de uma frequência máxima para o espectro da radiação emitida, que depende apenas do potencial de aceleração dos elétrons. Em geral, os elétrons sofrem varias colisões com os núcleos do alvo, até perderem toda a sua energia. Em cada colisão, um fóton de frequência proporcional à perda de energia do elétron é emitido. A perda de energia máxima ocorre quando um elétron perde toda a sua energia cinética em apenas uma colisão. Neste caso, a equação de conservação de energia é dada por eV0= hνmax  νmax = eV0/h. E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 18 Atividades de fixação Calcular o deslocamento Compton do comprimento de onda em espalhamento de raios-X por átomos A função trabalho para uma superfície de lítio é 2,3 eV. Faça um esboço do gráfico do potencial de corte V0 contra a frequência da luz incidente para tal superfície, indicando suas características importantes E. Polycarpo Uma breve história do mundo dos quanta 19 Referências The Feynman Lectures on Physics, VolIII Feynman,Leighton and Sands Addison Wesley, 1965 Curso de Física Básica 4 H. Moysés Nussenzveig Editora Edgar Blucher, 1998. Física Quântica Eisberg e Resnick Editora Campus, 1994. http://www.colorado.edu/physics/2000/index.pl
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