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Constitucional I Resumo II (Rached)

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DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
1 
1. APLICAÇÃO DAS NORMAS DEFINIDORAS DE DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
1. Aplicação Imediata: Está prevista no artigo 1º, §1º da CF: § 1º As normas definidoras 
dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Por aplicação imediata 
entende-se a vinculação exercida sobre a criação de leis, o poder executivo e a 
jurisdição à imediata vigência dos direitos fundamentais. 
 
2. Titular e destinatário dos direitos fundamentais. 
 
 
 Direito fundamental: É o direito previsto na constituição de um Estado. 
 Direito objetivo: Não ultrapassa a esfera da pessoa. Titular e destinatário se 
confundem. São normas que autorizam ou não comportamentos. 
 Direito subjetivo: Atribui ao titular um direito a determinado ato por um destinatário. 
o Na visão de Kelsen, O direito subjetivo é um DIREITO REFLEXO. Exemplo do 
professor: Se A tem uma permissão diante de B, este tem que tolerar o direito 
de A. Se B não tolerar, A pode fazer uma lei (para isso precisa de um 
mecanismo processual adequado). A e B podem ser privados ou um deles 
pode ser o Estado. 
 
 Direito subjetivo público: A relação se dá entre privado(titular) x estado(destinatário) 
 Direito subjetivo privado: A relação se dá entre privados (um titular e outro 
destinatário) 
 
 Enquanto o titular dos direitos fundamentais é a pessoa, o destinatário é o Estado. 
Segundo Jellinek, os direitos fundamentais garantem ao particular direitos subjetivos 
com hierarquia constitucional, diferenciando esses direitos subjetivos dos demais 
previstos na legislação infraconstitucional, atribuindo-lhes caráter público. 
 
 Questão 2015/1: Quem é o destinatário dos direitos fundamentais? 
Os direitos fundamentais são subjetivos públicos, encontrando como titular a pessoa e 
como destinatário o Estado. Como exemplo: 
- XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
 - XXII - é garantido o direito de propriedade; 
- XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à 
autoridade competente; 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
2 
3. Efeito perante terceiros de direitos fundamentais: Como já afirmado, o titular dos 
direitos fundamentais é a pessoa e destinatário é o Estado, contudo, na aplicação, o 
destinatário pode ser tanto o Estado como outro privado (eficácia horizontal – o 
professor não utiliza esse termo doutrinário) 
 
4. Os três estados (status) do particular que se caracterizam diante do estado. 
 
 Status negativus  Diante o do estado, o particular tem a garantia de sua liberdade para 
realizar atos de seu interesse sem a intervenção do estado. Esse status é assegurado pelos 
direitos fundamentais, como direitos de defesa, que limitam a atuação do estado na vida 
privada. (Impõe a omissão do estado) 
 Status positivus  Diante o do estado, o particular tem a garantia de prestações, mas não 
de sua liberdade. A sua liberdade é dependente do estado. Esse status é assegurado pelos 
direitos fundamentais, como direitos de pretensão. 
 Questão 2015/1: L pergunta sobre o status activus. Que resposta você dará para 
L? 
 Status activus  O particular tem sua liberdade no Estado e para o Estado. Pode atuar, em 
relação ao Estado, tanto de forma passiva como de forma ativa: Alegando objeção de 
consciência, tendo acesso a cargos públicos, sendo eleito... Esse status é assegurado pelos 
direitos fundamentais, como direitos cívico-estatais. Percebe-se uma relação de 
interdependência entre privados e Estado e não somente prestações, negativas ou positivas, 
deste para aqueles. 
5. Aplicação mediata: 
 Questão 2015/1: O que a aplicação mediata torna duvidosa? 
A aplicação mediata torna duvidosa a aplicação das normas constitucionais, admitindo 
a existência das chamadas normas programáticas e, por consequência, a falta de 
deonticidade das normas constitucionais. 
 
 Ausência de deonticidade  Falta de vinculatividade, de obrigatoriedade no 
cumprimento. 
 
2. DIREITOS FUNDAMENTAIS PROCESSUAIS – REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
1. DIREITOS E GARANTIAS EXPRESSOS E DECORRENTES: 
 
 Expressos  Positivados na CF. 
 Decorrentes  Depende da ocorrência de caso concreto ou decorrem de tratados e 
convenções. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
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2. Habeas corpus: É a ordem de tribunal ou juiz para fazer cessar a coerção indevida à 
liberdade de locomoção. É esta, portanto, o seu objeto. 
CF, Art 5º XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
CF, Art 5º LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder; 
Após a reforma de 1926, a doutrina passou a não mais mencionar o habeas corpus como 
remédio para violação da posse de direitos pessoais (no âmbito do direito civil). Esta ideia foi 
abandonada em decorrência do surgimento do mandado de segurança. Cabe ainda destacar 
que o autor da doutrina do Habeas corpus, no Brasil, foi Ruy Barbosa. 
3. Habeas data: O termo “DATA” pode-se entender como “DADOS”. Tem como objeto 
os dados relativos à pessoa do impetrante (quem entra com Habeas data) e dupla 
finalidade: 
 
A) Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante que 
se encontrem em bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público (que se encontrem com o Estado) 
B) Retificação de dados da pessoa do impetrante 
Uma pessoa não pode impetrar um habeas data para tomar conhecimento de dados de 
outrem ou retificar (Editar) esses dados. 
4. Mandado de segurança: Tem como função ou finalidade proteger direito líquido e 
certo não amparado por Habeas corpus (locomoção) ou habeas data (dados), quando 
a pessoa que viola esse direito é autoridade pública ou agente no exercício de 
atribuições do Poder Público. Essa violação pode se dar por ilegalidade ou abuso de 
poder. 
 Direito líquido e certo  É o que resulta de um FATO certo. Fato certo é o que pode ser 
provado imediatamente, isto é, no mesmo momento em que se impetra o MS. A 
ilegalidade ou abuso de poder deve estar evidente e claro. Não se faz necessário prova 
testemunhal. 
 Mandado de segurança Coletivo: LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser 
impetrado por: 
 
o a) partido político com representação no Congresso Nacional; (Basta 1 
deputado ou senador) 
 
o b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados . 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
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5. Mandado de injunção: Tem por objeto a omissão legislativa que impede o exercício 
de um direito constitucional (apenas direitos previstos na constituição) relativo à 
nacionalidade, à soberania e a cidadania (apenas a estes temas, ou seja, não é 
remédio para qualquer omissão legislativa). É, sobretudo, o direito a uma prestação 
positiva do estado – dever de fazer uma norma. 
 Normas programáticas e o mandado de injunção  É importante lembrar que o professor 
não adere à teoria das normas programáticas e defende a tese de que elas não existem. “ 
Dizer que uma norma é programática significa negar a elaa vinculatividade”. Portanto, a 
violação de uma norma que aponta algo a ser realizado, ou seja, a não realização por parte do 
legislativo (omissão), acarreta violação à constituição federal. 
 Controle de constitucionalidade e o mandado de injunção: 
 Ação declaratória de constitucionalidade / Ação direta de Inconstitucionalidade 
(ADC)/(ADI): É o controle concentrado de constitucionalidade, realizado diretamente 
pelo STF. Se, por exemplo, o Presidente da República quiser questionar a 
constitucionalidade de determinada norma poderá impetrar uma ADI ao supremo. Ao 
contrário do mandado de injunção, na ADI/ADC não há titulares de direitos ou 
liberdades. 
 Questão 2015/1: B quer saber se existe um direito público subjetivo na ação direta 
de inconstitucionalidade. Que resposta você daria para B? 
Na ação direta de inconstitucionalidade não se discute direitos subjetivos públicos 
(direitos que o indivíduo possui em relação ao Estado). O objeto imediato da ADI é 
saber se a lei é constitucional ou não. Não é possível declarar a inconstitucionalidade 
de uma omissão, já que não se pode declarar inconstitucional o que não existe (na 
visão do professor). 
 Controle abstrato de normas: É o controle difuso de constitucionalidade realizado 
após surgimento, diante de caso concreto, da dúvida em relação à constitucionalidade 
de uma determinada norma. “É um procedimento objetivo, não depende de 
justificação subjetiva para defesa da constituição” (não depende de violação de um 
direito público subjetivo). 
 Questão 2015/1: No mandado de injunção estão em jogo direitos ou liberdades? 
O mandado de injunção não serve para liberdades, apenas para direitos. Os direitos de 
liberdade são direitos a uma prestação negativa do Estado, de não impedimento ao 
exercício de um direito, já o mandado de injunção visa uma prestação positiva por 
parte do estado – a criação de uma norma regulamentadora de um direito. Além disso, 
na perspectiva Civil Law, as liberdades não podem ser violadas por uma omissão 
Estatal, já que ela, a omissão, constitui objeto da liberdade; A omissão é referente uma 
tarefa que o Estado deveria realizar, mas não o fez. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
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LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
O que está “em jogo” é o direito a uma prestação positiva. Essa prestação positiva, de 
suprir a omissão existente, pode estar inviabilizando tanto um direito como uma 
liberdade inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
 
6. Ação popular: É a ação proposta por qualquer cidadão (cidadão – ação), pessoa que 
detém a capacidade política ativa (votar) e passiva (ser votado), contra ato lesivo: 
 
A) Ao patrimônio público (um prédio público, p.ex), 
B) Ao patrimônio de entidade qual o Estado faça parte (que tenha dinheiro público 
envolvido) 
C) Ao patrimônio histórico-cultural 
D) À moralidade administrativa 
E) Ao meio ambiente 
 
 Salvo comprovada má-fé, o autor está isento das custas judiciais e do ônus da 
sucumbência (em caso que parte for “vencida”, ter seu pedido negado) 
 
 Questão 2015/1: Qual é o objeto da ação popular? 
 
O Objeto da ação popular NÃO é um direito e sim um INTERESSE contra atos lesivos ao 
patrimônio público, à entidade de que o estado participe, à moralidade administrativa, 
ao meio ambiente e a patrimônio histórico-cultural. 
 
Partindo dessa afirmação, conclui-se que os meios processuais (garantias 
constitucionais) não asseguram APENAS direitos fundamentais, mas também 
interesses. 
 
 Os meios processuais não resguardam TODOS os direitos fundamentais elencados no 
Título II da CF. 
3. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E DIREITO INTERNO 
1. Recepção: 
CF, Art 5º: 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
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§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 Questão 2015/1: As normas de direito internacional público podem servir de 
critério normativo para o ordenamento jurídico? 
A norma de direito internacional público servirá de critério normativo para o 
ordenamento jurídico brasileiro quando por este recepcionada. Se não for 
recepcionada, não servirá de critério normativo. Enquanto §2 do artigo 5º autoriza 
essa recepção, O §3 do mesmo artigo determina critérios para que uma norma de 
direito internacional público seja recepcionada como emenda constitucional. 
2. Conflito: A constituição não pode prevalecer sobre a norma de DPI que tenha aderido. 
O pacto de São José da Costa Rica contradiz o artigo 5º, LXVII (habeas corpus). Neste 
caso é o Legislativo brasileiro que deve tomar uma providência e adequar o texto 
constitucional ao tratado e não o contrário. 
 
3. Soberania: O §4 do artigo 5º demonstra a preponderância, atualmente, dos direitos 
fundamentais sobre a soberania do Estado: 
 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação 
tenha manifestado adesão. 
4. DIREITOS SOCIAIS 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, 
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
1. Categorias de trabalhadores e restrição aos direitos do trabalhador doméstico: Os 
trabalhadores podem ser classificados em Rurais (exercem atividades agropastoril), 
Urbanos (Exercem indústria e comércio, prestação de serviços) e Domésticos 
(Exercem atividades residenciais). Está última categoria não possui os mesmos 
direitos, elencados no artigo 7º da CF, que as demais. Alguns dos mencionados direitos 
foram estendidos aos domésticos com a emenda 74/2013, porém tal determinação 
ainda carece de regulamentação. 
 
2. Direito ao trabalho x Direito do trabalho: 
 Direito ao trabalho: 
Art. 1º: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
 
Art. 170º: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
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Art. 193º: A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar 
e a justiça sociais. 
 
 Direito do trabalho: 
Art. 7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria 
de sua condição social: 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos 
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos. 
  Questão 2015/1: Qual a diferença entre direito do trabalho e direito ao 
trabalho? 
O direito ao trabalho está relacionado com o reconhecimento da importância do 
trabalho para concretização dos princípios e fundamentos adotados pela república 
federativa do Brasil. Já o direito do trabalho diz respeitoaos direitos e garantias 
daqueles que exercem a atividade, como os elencados no artigo 7º da CF. Quanto ao 
trabalho, o primeiro reconhece a sua importância e o segundo estabelece meios para 
sua plena execução. 
 
3. Irredutibilidade do trabalho: Não é uma garantia absoluta, pois a segunda parte do 
inciso VI do artigo 7º autoriza a redução por convenção ou acordo coletivo. Enquanto 
convenção coletiva se dá sempre entre sindicatos da categoria, o acordo coletivo é 
realiza-se entre sindicato e empresa. 
 
4. Participação nos lucros e na gestão de empresa: Art. 7º: São direitos dos 
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, 
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei. 
 
 Esse dispositivo nunca foi regulamentado. 
 
5. Aposentadoria: É dispensa do empregado de suas atividades, continuando a ser 
subsidiado pelo regime previdenciário adotado, após preenchido os requisitos pré-
estabelecidos. A lei 8213, estabelece que a aposentadoria pode ser, entre outras 
modalidades, por idade e por tempo de contribuição. 
 
6. Liberdade de associação profissional ou sindical: Primeiramente cabe destacar que 
associação profissional e sindicato são organizações diferentes, já que possuem 
prerrogativas e capacidades distintas. O sindicato possui, diante da associação 
profissional, certas prerrogativas como: celebrar convenções coletivas de trabalho, 
eleger seus representantes, capacidade tributária ativa ... 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
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 Questão 2015/1: A associação profissional, pela CF/1988, tem de anteceder ao 
sindicato? 
 
Não. Com o advento da constituição de 1988, a associação profissional deixou de ser 
um pressuposto para formação de um sindicato. A formação do sindicato é imediata. 
 
7. Direito de greve: Consiste do direito de suspensão temporária das atividades, de 
forma pacífica, total ou parcial, da prestação de serviços. A greve não anula a 
prestação de serviços, apenas suspende. 
 Finalidades da greve: 
 Luta trabalhista: Apoio a outros trabalhadores, greve de simpatia 
 Acentuação na manifestação de determinados desejos: Greve de demonstração de 
advertência, de protesto. 
 Influência sobre órgãos políticos, parlamento em geral: Greve política 
 
5. NACIONALIDADE 
 O elemento humano do Estado é a população, que tem como componentes: 
Nacionais, estrangeiros e apátridas. Logo, a população compõe-se de Súditos 
(estrangeiros e apátridas) e cidadãos (participam da formação soberana do poder e da 
criação das leis). Pode existir Estado sem território, mas não pode existir Estado sem 
população. 
 
1. Conceitos: 
 População: É determinada sob um aspecto de ordem quantitativa aritmética e de 
estatística. É composta por todos os seres humanos que vivem em um determinado 
território, incluindo cidadãos nacionais, estrangeiros e apátridas. 
 Povo: É composto pelos que usufruem plenamente dos direitos políticos, os cidadãos. Estes 
exercem a cidadania votando e sendo votado. 
 Massa: É o conjunto de pessoas justapostas, com um mínimo de interação, onde não há 
solidariedade e inter-relação. Exemplo: Estádio de futebol. A massa geralmente tem 
formação transitória e alto grau de excitabilidade. Os indivíduos que compõem a massa, 
geralmente, perdem o senso crítico. 
 Comunidade: Em relação à massa, apresenta maior integração entre seus membros, que 
compartilham valores, costumes e interesses comuns. É marcada por um alto grau de coesão. 
Exemplo: Família 
 Sociedade: Diferencia-se do Estado porquanto visa fins específicos. Os indivíduos formam 
no Estado uma unidade orgânica destinada à proteção global de sua existência. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
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 Nação: É o conjunto de indivíduos que nasceu no mesmo lugar e tempo (época). É a larga 
evolução histórica de um grupo social. Este passa a constituir uma nação quando desenvolve 
alguns elementos como: identidade de cultura, unidade histórica, religiosa e linguística, além 
de costumes comuns. 
 Nacionalidade: É o conceito utilizado pelo direito para definir as pessoas legitimadas e 
obrigadas a participar da vida política do Estado, como por exemplo, ser funcionário público e 
prestar ao serviço militar. Aqueles que não se encaixam nessa categoria – apátridas e 
estrangeiros – submetem-se às regras do Estado e usufruem de alguns direitos, contudo, de 
maneira muito limitada. 
 Questão 2015/1: i pergunta se a nacionalidade é um pressuposto. Que resposta 
você dará para i? 
(deveria ter sido informado pressuposto “para que” ou “de que”) A nacionalidade é 
sim um pressuposto para que o indivíduo usufrua de forma plena de direitos e 
obrigações referentes à participação na atividade estatal, como a nacionalidade e ser 
funcionário público. Os estrangeiros possuem alguns direitos inerentes aos nacionais, 
todavia, de forma restrita. 
2. Modos de aquisição da nacionalidade: Há dois modos ou critérios para aquisição 
da nacionalidade: 
 Ius Sólis  É a pessoa que nasce no território do Estado. No caso do Brasil, é brasileiro, em 
regra, aquele que nasce em solo brasileiro. 
 Ius Sanguinis  Leva-se em consideração para definir a nacionalidade “o sangue” dos pais 
do indivíduo. Ainda que tenha nascido em solo estrangeiro, pode ser considerado nacional. 
3. Brasileiros natos: É a forma de nacionalidade primária, originária ou de origem. 
Art. 12. São brasileiros: I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que 
estes não estejam a serviço de seu país; (Ius Sólis) 
 Nasceu em solo brasileiro, é brasileiro (Regra). Nasceu em solo brasileiro, mas o pai ou a 
mãe está a serviço de pais estrangeiro, não será brasileiro nato. 
 Se A é filho de B e C, sendo que C está a serviço da Alemanha, mesmo A que tenha nascido 
no Brasil, não será brasileiro nato. Se A será nacional do país estrangeiro não sabemos. 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles 
esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (Ius sanguinis) 
 Ainda que nascido em pais estrangeiro, será considerado nacional aquele que o pai ou a 
mãe está a serviço da RFB. 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
Aluno: Rached Centeno 
 
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Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira 
 Ius sanguinis + registro: Se o filho nascer no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, 
e for registrado em repartição brasileira competente, será brasileiro NATO. 
 Ius sanguinis + opção confirmativa: Caso a situação descrita acima venha a se repetir, 
porém os pais não fazem o registro necessário, o indivíduo pode optar pela nacionalidade 
brasileira após atingir a maioridade. 
 Questão 2015/1: Quais os privilégios dos brasileiros natos? 
São três os privilégios dos brasileiros natos: A) Alguns cargos públicos só podem ter 
como titulares brasileiros natos – Art 12 § 3º, B) Ser membro do conselho da 
república – Art 89, VII, C) Impossibilidade de ser extraditado. (Art 5º, LI) 
 
4. Brasileiros naturalizados: O vínculo ao Estado se dá pela naturalização. É chamada 
de nacionalidade derivada, secundária ou adquirida. 
Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquirama nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de 
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
 Originários países de língua portuguesa apenas  apenas 1 ano ininterrupto e 
idoneidade moral. 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil 
há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira. 
 Tanto na alínea A quanto na B, trata-se de naturalização expressa, que se caracteriza pela 
voluntariedade no ato de requisição. 
 A naturalização tácita ocorreu em 1889 com a proclamação da república, onde todos 
estrangeiros que se encontravam no Brasil e não expressaram vontade contrária foram 
naturalizados brasileiros automaticamente. 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor 
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos 
nesta Constituição. (Português equiparado ao brasileiro) 
 Não implica perda da nacionalidade portuguesa. 
 
5. Proibição de distinguir o brasileiro nato do naturalizado. Art 12. § 2º A lei não 
poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos 
casos previstos nesta Constituição. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I – RESUMO II – Prof Heck 
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 A lei só pode fazer distinções entre brasileiros natos e naturalizados nos casos já 
estabelecidos pela CF: 
 
 Possibilidade de extradição: Art 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de 
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma 
da lei; 
 
 Propriedade imediata de empresa jornalística de radiodifusão: Art. 222. A 
propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é 
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas 
jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. 
o Precisa ser naturalizado há mais de dez anos. 
 
6. Apátrida x Polipátrida x Refugiado 
 Apátrida: Pessoa que devida a circunstâncias do nascimento não se vincula a um Estado 
nem pelo critério Ius sólis nem pelo Ius sanguinis. Exemplo: Na Itália prevalece o Ius Solis, no 
Brasil o Ius sanguinis. Se um filho de brasileiros que não estavam a serviço da RFB nascer na 
Itália e não forem registrados em repartição competente, será um apátrida, já que não é 
italiano porque não filho de italiano e não é brasileiro porque não nasceu no brasil. 
 Polipátrida: Pessoa que devida a circunstâncias do nascimento não se vincula a dois Estados, 
sendo que em um preenche o critério Ius sólis e em outro Ius sanguinis. Exemplo: Na Itália 
prevalece o Ius Solis, no Brasil o Ius sanguinis. Se um casal de Italianos, que não está a serviço 
da Itália, tiver um filho no Brasil, o filho será um Polipátrida, pois preenche o critério do sangue 
pela Itália e o do Solo pelo Brasil. 
 Refugiado: Pessoa que sofre perseguição de seu país originário e procura um asilo, refúgio 
em outro país. 
7. Perda da nacionalidade 
Art. 12 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao 
interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado 
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos 
civis; 
 Duas possibilidades: Cancelamento da NATURALIZAÇÃO por atividade nociva ao interesse 
nacional e reconhecimento outra nacionalidade. Nesse último caso o brasileiro não perderá 
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sua nacionalidade se: O país estrangeiro reconhecer a dupla nacionalidade; adquirir a 
nacionalidade de pais estrangeiro seja requisito para permanência neste território. 
6. DIREITOS POLÍTICOS 
 
1. Relação eleitor x Eleito: 
 Mandado imperativo: Os eleitos levam para seu mandado instruções dos eleitores. 
 Mandado privado: Relação outorgante e outorgado, como possibilidade de revogação e de 
prestação de contas, sendo a atuação do outorgado limitada pelos poderes a ele transmitidos. 
 Mandado representativo: 
 Questão 2015/1: Quais são as características do mandado político-representativo? 
 Político: O eleito vai desempenhar funções políticas. 
 Representativo: Característica que distingue esse mandado do imperativo e do 
privado. 
 Geral: Essa é a característica mais importante. No mandado representativo o Eleito 
representa a nação e não interesses de um grupo específico. 
 Livre: Não há vinculação ou prestação de contas. 
 Irrevogável: O eleito só perde o mandado em casos excepcionais previstos em lei 
específica ou na CF. No EUA há um mecanismo para destituição do eleito, o Recall, 
contudo isso não invalida a regra. 
 
2. Categorias de democracia quanto à forma ou participação do povo 
 Democracia direta: Pressupõe uma assembleia aberta com participação de todo povo. Só é 
aplicável em territórios de pequena população (10 mil, segundo Rousseau) 
 Democracia indireta ou representativa: É formula que permite que os privados participem 
das funções do estado por meio de seus representantes eleitos. Pressupõe eleições 
periódicas, um sistema eleitoral e opinião pública. 
 Democracia semidireta ou participativa: Há previsão de certos institutos que permitem a 
participação direta dos cidadãos nas atividades estatais. Convive eventualmente com a 
democracia representativa ou indireta. 
 MECANISMOS DA DEMOCRACIA SEMIDIRETA OU REPRESENTATIVA: 
 
 Referendo: Quando o corpo eleitoral manifesta-se publicamente (uma consulta 
pública) sobre um ato legislativo, geralmente, de natureza normativa. Pode ser 
facultativo ou obrigatório. No referendo a consulta é após ato. 
 
 
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 Questão 2015/1: Y quer saber se há um exemplo de referendo na CF/88. Que 
resposta você dará para Y? 
Não há exemplo de referendo na CF/88. Segundo o art. 49, cabe ao CN a autorização 
do referendo. Em 2005 houve um referendo no Brasil acerca do comércio de armas 
de fogo e munições. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: XV - autorizar referendo 
e convocar plebiscito; 
 Plebiscito: Quando o corpo eleitoral manifesta-se publicamente sobre um ato 
legislativo, geralmente, de natureza política (constitucional ou de governo). Ex.: 
Coroação de Napoleão I e Napoleão II. No plebiscito a consulta é feita antes do ato 
(Para lembrar, o P vem ANTES do R no alfabeto) 
o Não há exemplo de referendo na constituição, mas de plebiscito há dois: 
 Art 18, §§ 2º e 3º sobre modificações no território. 
 Art 2º da ADCT  Previu plebiscito para o dia 07/09/1993, para 
decidir sobre a adoção da forma (república ou monarquia) e sistema 
de governo (parlamentarismo ou presidencialismo). 
 
 Iniciativa popular: Quando uma fração do corpo eleitoral pode apresentar um projeto 
de lei. Pode ser simples, quando se envia apenas o objeto da lei, ou formulada, 
quando se envia o projeto pronto com o texto da lei. 
o Exemplos de iniciativa popular na CF: 
 Art, 29 XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse 
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de 
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; 
 Art 61, § 2º A iniciativapopular pode ser exercida pela apresentação à 
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 
um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco 
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de 
cada um deles. 
 Destituição popular: Quando uma parcela do corpo eleitoral pode destituir o eleito 
por decisão majoritária, a exemplo do Recall – EUA. 
 Veto popular: Quando uma fração de eleitores pode, em determinado tempo, 
manifestar-se sobre uma lei já promulgada e publicada. 
 
 Tipos de democracia na CF-88: Art 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
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III - iniciativa popular. 
3. Sufrágio e voto 
 Corpo eleitoral: É formado pelos cidadãos, isto é, aqueles que detêm a capacidade eleitoral 
ativa e passiva. 
 Questão 2015/1 O que significa capacidade ativa e passiva? 
A capacidade ELEITORAL ativa significa a capacidade de ser votar (eleger) e a passiva 
de ser votado (ser eleito). São atributos inerentes ao cidadão. 
 
 Capacidade ativa e passiva do índio: O índio integrado possui plena capacidade 
eleitoral. Já o índio não integrado deve preencher requisitos previstos em lei. 
 Capacidade ativa e passiva do preso: O preso não possui capacidade passiva. Apenas 
o preso PROVISÓRIO pode votar, o definitivo não pode. 
o Provisório  Ativa 
o Definitivo  Nem ativa nem passiva 
 Natureza do sufrágio. O sufrágio é uma função ou um direito? Para Jellinek é uma função, 
pois consiste em uma obrigação, e para Rousseau é um direito que ninguém pode tirar do 
cidadão. Tanto do Brasil quanto na América do norte o voto é um direito, visto que há 
medidas judiciais usadas no caso de impedimento do livre exercício da cidadania. 
4. Cidadania 
 Em sentido Estrito: É o status que decorre da posse dos direitos políticos. Se uma pessoa 
detém direitos políticos é cidadão, caso contrário não é cidadão. 
 Em sentido Amplo: 
 Questão 2015/1 Qual é o conceito de cidadania em sentido amplo? 
A cidadania em sentido amplo abarca além da posse dos direitos políticos uma série de 
direitos fundamentais, como por exemplo, a liberdade de ofício, reunião, associação e 
informação (direitos de defesa) e direitos de prestações positivas do estado, que 
devem ser realizados na prática e não fiquem na mera previsão constitucional. 
 Alistamento: É o ato pelo qual os direitos políticos (capacidade de participar das atividades 
do estado) são adquiridos. Qualifica o cidadão como eleitor. 
 Art. 14 § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos 
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b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
 Elegibilidade: (Capacidade eleitoral passiva) As condições para elegibilidade estão previstas 
nos §3º do artigo 14. O §6º trata da necessidade de renúncia em casos especiais e o §8º da 
elegibilidade do militar. 
 Inelegibilidade: (Ausência de Capacidade eleitoral passiva) 
 Analfabeto: possui a faculdade de votar, mas não pode ser eleito. 
 Art. 14 §5º  Impossibilidade de eleição sucessiva 
 Art 14 §7º  Impedimento de parentes do titular do mandado 
 Art 14 §9  Possibilita a limitação por lei infraconstitucional (como a lei ficha limpa) 
 Perda dos direitos políticos: O indivíduo adquire os direitos políticos pelo alistamento e os 
perde pela suspensão ou cancelamento. 
 I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (cancelamento) 
II - incapacidade civil absoluta; (suspensão) 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (suspensão) 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 
5º, VIII; (suspensão) 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (suspensão) 
 Questão 2015/1 L quer saber se os direitos políticos podem ser suspensos. Que 
resposta você dará para L? 
Os direitos políticos podem ser suspensos, como no caso de condenação criminal 
transitada em julgado, que quando cumprida fará cessar a suspensão. 
 
5. Opinião pública: 
 Conceito e características: É a opinião que nasce do “público”. Por ser opinião, tem caráter 
mutável, não é fixa, é discutível, alterável. 
 Funções: 
A) Função de legitimação: Pode legitimar ou deslegitimar o poder político. 
B) Função de controle: Traz os atos de governo para debate, discussão. 
C) Função de Influência: Quando bem articulada pode mudar os rumos do poder. 
 Grupos de pressão x Partidos políticos: Grupos de pressão São grupos informais da 
sociedade que buscam influenciar o processo político, através de ameaças de sansões positivas 
(prêmios) ou negativas (punições). A diferença dos grupos de pressão para os partidos políticos 
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é que apenas este exerce competição eleitoral e a gestão direta dos mecanismos de gestão 
estatal. 
7. PARTIDOS POLÍTICOS 
1. Funções dos partidos políticos: 
 Coordenar atividade política: Fazem a ligação entre o Estado e o Cidadão e servem como 
freio acautelador. 
 Impedem os regimes de partidos únicos: A sociedade não possui uma opinião homogênea. 
Os partidos servem para representar essas diversas opiniões. 
 Participação no processo político: O partido político participa do processo político ao 
organizar as eleições, ao competir, ao conquistar e exercer o poder. 
2. Classificações dos partidos políticos: 
 Quanto ao número: Mono ou unipartidarismo, bipartidarismo e pluripartidarismo. 
 Quanto à estrutura: 
 Maurice Duverger: 
o PARTIDOS DE ESTRUTURA DIRETA: A filiação ao partido se dá diretamente. 
o PARTIDO DE ESTRUTURA INDIRETA: A filiação ao partido não se dá 
diretamente, como na Inglaterra, onde ninguém se filiava diretamente ao 
partido trabalhista e sim aos sindicatos, cooperativas e grupos de base. 
 Georges Burdeau: 
o PARTIDOS DE OPINIÃO: É voltado para capacidade intelectual do adepto, 
estimulando sua opinião. É flexível ideologicamente. 
o PARTIDOS DE MASSA: Rígida disciplina interna e inflexibilidade ideológica. É 
duro e intolerante com as ideias e opiniões. 
 
3. Elementos de base: São os componentes do partido sob um ponto de vista 
horizontal. Dependem do tipo de partido, da sua ideologia. 
  Comitê: Possui origem liberal, sendo mais característico na ING e nos EUA. É formado por 
poucas pessoas, um grupo seleto e fechado, mas que possui grande prestígio. 
Geograficamente corresponde ao distrito. 
 Seção: Origem socialista, importa mais a quantidade do que a qualidade. É uma estrutura 
organizada, hierarquizada e disciplinada. Geograficamente corresponde às comunas e bairros. 
 Célula: Origem comunista, reúne os adeptos por base na profissão, trabalhadores que 
exercem a função em uma mesma empresa. Ainda assim a célula pode corresponder a rua ou 
bairro. 
 Milícia: Invenção do fascismo. Constituído por homens armados e treinados, de quantidade 
variável, uniformizados e hierarquizados. Serviram para derrubar o poder e instalar ditaduras 
como o nazismo. 
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4. Liberdade de criação,fusão, incorporação e extinção de partidos políticos: Não é 
uma liberdade absoluta, já que está submetida a diversas condições e preceitos 
previstos em lei. 
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a 
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da 
pessoa humana e observados os seguintes preceitos: 
I - caráter nacional; 
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou 
de subordinação a estes; 
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
5. Autonomia dos partidos políticos: § 1º É assegurada aos partidos políticos 
autonomia para: 
 definir sua estrutura interna, 
 organização e funcionamento e para 
 adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, 
o sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, 
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de 
disciplina e fidelidade partidária. 
 
6. Personalidade jurídica. 
 Questão 2015/1: Qual é a personalidade jurídica dos partidos políticos? 
 Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado. Art 17, § 2º Os 
partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, 
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. Conforme artigo 44 do 
código civil: São pessoas jurídicas de direito privado: V - os partidos políticos. 
o A antiga Lei orgânica dos partidos políticos previa a personalidade jurídica de 
direito público interno.

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