Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
* * DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CENTRO DE HUMANIDADES DOCENTE : HENRIQUE TOSCANO * * O estudo do Direito Constitucional é, de toda maneira, essencial à compreensão do nosso mundo. Se perfaz desde sua ampliativa atuação no campo do Direito e por sua ingerência na garantização das mais ardorosas e vitais conquistas em que o ser humano foi ator e vítima, mas que deslocou os espaços jurídico-políticos de acordo com suas necessidades temporárias e perenes.É, segundo a escola de Coimbra, fenômeno intrinsecamente ligado à regulação dos fenômenos políticos, servindo-lhe de estatuto, conforme lição de Canotilho. * * O Direito Constitucional é, na mais acertada acepção de Jorge Miranda: “A parcela da ordem jurídica que rege o próprio Estado enquanto comunidade e enquanto poder. É o conjunto de normas (disposições e princípios) que recortam o contexto jurídico correspondente à comunidade política como um todo e aí situam os indivíduos e os grupos uns em face dos outros e frente ao Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a titularidade do poder, os modos de formação e manifestação da vontade política, os órgãos de que esta carece e os actos em que se concretiza” (MIRANDA,Jorge.Manual de Direito Constitucional,Tomo I p.12) * * Da necessidade de agrupamento humano e do desenvolvimento de uma convivência não beligerante surgiu, ou floresceu, a necessidade da presença do Direito como regulador das atividades.Antes disso, há quem ressalte o primeiro surgimento do Estado, como instituição política mantenedora desta ordem legitimada pelos fatos.Assim,como toda atividade humana pressupõe um fim, o direito enquanto fato cultural é criado pelo homem como um meio para a realização de valores como justiça,segurança,igualdade,liberdade,dignidade, moralidade entre muitos outros. * * Há que se acrescentar que, em meados do século XVII, abandona-se a tendência de se considerar que o ser humano tem direitos inatos dados por Deus, para a crença de que estes direitos estavam naturalmente assegurados através da razão.Esse mudança de tônica de pensamento se deu com o racionalismo. Para a consecução desses valores,inerentes à condição humana, a Constituição surge como estatuto normativo apto a consagrá-los, sendo esta o objeto de estudo do Direito Constitucional. * * Há que se acrescentar que, em meados do século XVII, abandona-se a tendência de se considerar que o ser humano tem direitos inatos dados por Deus, para a crença de que estes direitos estavam naturalmente assegurados através da razão.Esse mudança de tônica de pensamento se deu com o racionalismo. Para a consecução desses valores,inerentes à condição humana, a Constituição surge como estatuto normativo apto a consagrá-los, sendo esta o objeto de estudo do Direito Constitucional. * * Em muitas referências o Direito Constitucional é entendido com sentido similar ao de Constituição.No entanto, parece-nos mais adequado apresentar a conceituação positivada do Direito Constitucional, como sendo o ramo interno do Direito Público que tem por objeto o estudo sistematizado das normas supremas,originárias e estruturantes do Estado. * * O direito Constitucional tem como objeto o estudo das normas fundamentais de organização do Estado, normas às quais o Estado deve a sua existência e que tratam, dentre outros temas, de sua estrutura e de seus órgãos; da distribuição de competências; da aquisição,exercício e transmissão da autoridade; e dos direitos e garantias fundamentais. Para José Afonso da Silva, acrescenta-se, por ser uma Ciência, que o Direito Constitucional não apenas estuda estes fenômenos de maneira sistematizada em sentido estrito, mas buscando também a investigação do valor e eficácia das normas e regras fundamentais. * * Quanto à origem Outorgadas: São as constituições impostas de maneira unilateral pelo agente revolucionário ( grupos; governantes) que não receberam do povo a legitimidade para em nome delas atuar. Exemplos : Constituições de 1824 (Império); 1937 ( Governo Vargas); 1967 ( ditadura militar) e EC. nº 1 de 1969 ( imprecisamente chamada de Constituição) Promulgadas:Também denominada de democrática ou popular, é aquela fruto do trabalho de uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo para que em nome dele possa atuar.São exemplos deste tipo de Constituição as de 1891 ( primeira da República), a de 1934, a de 1946 e finalmente a atual Constituição de 1988. * * Quanto ao conteúdo Materialmente Constitucional:É aquele texto que contém as normas estruturais e fundamentais de um Estado, a organização de seus órgãos e aparelhos institucionais, direitos e garantias fundamentais.Como exemplo podemos citar a Constituição de 1824 que assevera, em seu texto, ser constitucional somente o que dissesse respeito aos limites de atuação de cada poder político e aos direitos políticos e individuais do cidadão. Formal: Caracteriza-se por ser uma Constituição que elege como critério o processo de sua elaboração, e não o conteúdo de suas normas.Assim, qualquer regra contida nela terá o caráter de constitucional. * * Quanto à forma Escrita: Também denominada de instrumental, seria a constituição organizada e que sistematizasse um conjunto de regras em um único documento escrito, que estabelece as normas fundamentais de um Estado. Costumeira: É aquela constituição que, ao contrário da escrita, não traz suas regras disciplinadas em um único documento, solene e codificado.É formada por textos esparsos, reconhecidos pelo uso reiterado e pela crença de validade e obrigatoriedade de agir conforme esses usos.Baseia-se nos usos,costumes,jurisprudências e convenções ( Constituição da Inglaterra) * * Quanto ao modo de elaboração Dogmáticas(sistemáticas): Sempre serão escritas e estão consubstanciadas em dogmas estruturais e fundamentais do Estado.Em melhor entendimento, são as constituições erigidas de teorias,planos e sistemas pré-existentes, seguindo um específico panorama ideológico e determinados ditames de natureza política.São feitas em um só momento, pela Assembléia Nacional Constituinte. Ex: Constituição de 1988 Históricas:Seu processo de formação se perpassa no tempo, sendo forjada contínua e lentamente através dos tempos, reunindo as histórias,hábitos,costumes e valores consagrados por determinado povo. * * -Quanto à estabilidade ou alterabilidade Rígidas:Necessitam, no que tange à sua alteração, um processo legislativo mais árduo,mais solene e dificultoso do que a alteração de normas infraconstitucionais. Excetuando-se a Constituição de 1824, todas as constituições brasileiras foram rígidas. Semi-rígidas:Apresentam um sistema híbrido de estabilidade.Ela é tanto rígida como flexível, pois algumas matérias exigem um processo de alteração mais difícil enquanto outras apresentam núcleos mais flexíveis de modificação.Exemplo: Constituição de 1824 Flexíveis: As constituições apresentam processos de modificação iguais aos das leis infraconstitucionais. * * -Quanto à extensão Sintéticas:São aquelas Constituições mais resumidas, enxutas, que trazem apenas as normas estruturantes do Estado e os princípios fundamentais.Ex: Constituição Americana Analíticas:São aquelas que abordam todos os aspectos que os representantes do povo, em Assembléia Nacional Constituinte entenderem ser de natureza fundamental, além, propriamente, da estrutura do Estado. * * Promulgada - Formal - Escrita – dogmática - rígida - analítica
Compartilhar