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Estudos Culturais − Começaram na Inglaterra, entre meados dos anos 50 e os primeiros anos da década de 60 − Os Estudos Culturais se voltaram para as relações existentes entre estrutura social, contexto histórico e ação dos meios de comunicação, no intuito de determinar como se dá a atribuição de sentido à realidade cotidiana de práticas sociais compartilhadas − Objetivo: definir o estudo da cultura própria da sociedade contemporânea como um campo de análise conceitualmente relevante, pertinente e teoricamente fundamentado − No conceito de cultura estão englobados os significados, valores, experiências, hábitos e rotinas adotados por uma sociedade − Se uma cultura provê um recorte da realidade para atribuir-lhe um ou mais sentidos, então cada grupo social que a integre imprimirá a tal recorte feições próprias, atualizando-as em suas práticas sociais e em seus hábitos de vida − A mídia desempenha uma função importante na medida em que é tida como elemento dinamizador de culturas próprias à sociedade moderna, atuando em plano simbólico − Devem ser estudados as estruturas e os processos pelos quais as instituições das comunicações de massa mantêm e reproduzem a estabilidade social e cultural. Isso não acontece de forma estática, mas adaptando-se continuamente às pressões, às contradições que emergem da sociedade, englobando-as e integrando-as no próprio sistema cultural − O comportamento do público é orientado por fatores estruturais e culturais que, por outro lado, influenciam o conteúdo dos meios de comunicação de massa, precisamente pela capacidade de adaptação e de englobamento destes últimos − Os Estudos Culturais reafirmam a centralidade das criações culturais coletivas como agentes da continuidade social − Ressaltam a importância das estruturas sociais exteriores ao sistema dos meios de comunicação de massa e as condições histórias específicas − Os Estudos Culturais admitem haver um “sistema cultural dominante” que se manifesta e atua pela interposição dos meios de comunicação. Atitudes, usos e costumes de um grande número de indivíduos são afetados por esse sistema. Mas são contra uma “teoria conspiratória” da mídia − A resistência que o público possa demonstrar à adoção pura e simples de padrões de consumo apregoados pela mídia não deve, porém, ser confundida com um “mecanismo de defesa”. O que se tem é uma “cultura do outro”, que não se deixa assimilar inteiramente e encontra suas próprias formas de adequação e pertença a configurações que lhe são próprias − Início dos anos 70: foco na emergência de várias subculturas que pareciam resistir a alguns aspectos da estrutura dominante de poder. Ainda na mesma década, surge o trabalho em torno das diferenças de gênero, através do feminismo, e o desenvolvimento em torno da idéia de “resistência” − Anos 80: foco na reflexão sobre as novas condições de constituição das identidades sociais. Passou-se a investigações que combinam análise de texto (década de 70) com pesquisa de audiência. São implementados estudos de recepção dos meios massivos, especialmente em relação ao meio televisivo − Anos 90: foco na audiência procura ainda mais enfaticamente capturar a experiência, a capacidade de ação dos mais diversos grupos sociais. Destacam-se questões como raça e etnia, o uso e a integração de novas tecnologias − Stuar Hall: busca determinar como o público, distribuído por distintos contextos socioculturais, “decofica” o que lhe vem da mídia. Por serem “ideologicamente codificados”, os fluxos informacionais midiáticos encerram um “sentido preferencial”. A novidade está em que é teoricamente admissível haver certo grau de liberdade para a apreensão desses “sentidos”, porque variadas faixas de público irão interpretar os sentidos veiculados à sua maneira própria. − Essa “decodificação” pode ser: dominante (modos hegemônicos de ver), opositiva (modo de ver contrário ao do prevalecente) e negociada (contra-argumentação proporcionada pela experiência de situações vividas)
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