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Narrativas Míticas

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Ambiente cultural e literário
Gn 
1-11
 
Criação
Gn 
1
EXÍLIO
Torre de Babel
(B
abilônia)
Gn 
11
Jardins.
Natureza.
Unidade.
Benção.
Centros urbanos.
Dispersão.
Condenação.
A FORÇA DO MITO BÍBLICO.
1 – Os onze primeiros capítulos da Bíblia condensam reflexões milenares acerca do universo e do homem. Não se trata de história na acepção moderna do termo. Esses relatos representam um olhar ao homem e a seu mundo a partir de posições eminentemente religiosas. 
2 – A linguagem e os episódios trazem a marca de antigos mitos do Egito, da Mesopotâmia e de Canaã, das cosmogonias (trata da origem e evolução do universo) e antropologias de suas tradições religiosas. As narrativas da criação do mundo foram inspiradas em antigos relatos mesopotâmicas, moldadas por interesses teológicos.
	
Mito na Bíblia?
“O mito consiste em tomarmos uma grande questão que trazemos em nós e a projetarmos, na forma de história, num mundo irreal, num tempo de antes do tempo, o dos deuses, quando o homem ainda não existia. Esta história dos deuses é a nossa, transposta. Ela se torna, então, o modelo que o homem deve copiar. As histórias míticas são, portanto, muito sérias: elas são a primeira reflexão da humanidade. Inspirando-se nos grandes mitos, especialmente nas narrações da criação, a Bíblia os retoma em função da sua FÉ NUM DEUS ÚNICO, que intervém em nossa história e que quer que o homem seja livre” (Etienne CHARPENTIER. Para ler o Antigo Testamento. 1986, 36-7).
Epopéia de Atra-Hasis: CRIAÇÃO DO HOMEM.[1: Textos extraídos de Pierre GRELOT. Homem, quem és? Paulinas, 1982. Cadernos Bíblicos.]
A cópia mais antiga desse documento provém da Babilônia e data mais ou menos de 1600 aC. Consta mais ou menos de 1645 linhas. Atra-Hasis é o herói.
 “Quando os deuses, à maneira dos homens, trabalhavam e labutavam, a labuta dos deuses era grande, pesado o seu trabalho [...]. 
 Que seja morto um deus, que todos os deuses se purifiquem no seu sangue! Que, com a sua carne e o seu sangue Nintu (=a deusa mãe) misture a argila, de modo que deus e homem sejam misturados juntos na argila [...] Que por esta carne de deus haja um espírito [...]”.
 “Marduque, ouvindo o apelo dos deuses, resolveu criar uma obra-prima: ‘Farei canais de sangue, formarei uma ossatura e suscitarei um ser, cujo nome será: homem. Sim, vou criar um ser humano, um homem! Que sobre ele recaia o serviço dos deuses, para o bem estar deles!”.
Torre de Babel – Gn 11,1-9.
	As narrativas do Dilúvio e a Torre de Babel tinham a função de apresentar o poder das divindades sob o comando de forças cósmicas totalmente incontroláveis. O jogo do poder era, é claro, mostrar a sutileza do exercício desse poder divino na prática comandada pelo império e seus representantes legais, seja na ordem política, na figura do rei-soberano, seja na ordem religiosa, nas figuras dos sacerdotes, adivinhos e magos. As mediações entre a divindade e os homens eram, na verdade, poderes acessíveis a poucos iniciados, ficando sempre a mercê da manipulação.
	A GRANDE TORRE é um símbolo do poder estrangeiro (judeus no exílio). A redação bíblia pressupõe elementos culturais importados ():
“A função do culto é manter o firmamento [era o império que se apresentava como autoridade que legitima o firmamento], acalmando as divindades com templos e sacrifícios. As torres e as zigurates [torres] têm esta função precisa: levar os sacrifícios para bem perto das divindades do céu, sol e lua” (M. SCHWANTES, p. 62). 
	A linguagem simbólica:
Paradigma de reação contra a arrogância e a prepotência do império.
Reação contra a imposição de valores culturais e religiosos estranhos.
A confusão das línguas é um recurso de linguagem usado para dar voz à diversidade cultural. Essa diversidade é responsável por reforçar a identidade de um povo frente ao império. No texto, a diversidade das línguas pode não ser visto como castigo, mas como consciência de identidade.
Língua implica em unidade cultural, meio usado pelos impérios para controlar povos indefesos, ‘bárbaros’ (o grego = Helenismo). Por isso, para Yahweh essa unidade artificial tem que ser quebrada, porque não apresenta uma unidade autêntica (v. 6-7).
Dispersão é visto como liberdade para aqueles que se tornaram vitimas da unidade forçada do império.
Torre: invoca um sistema de controle oferecido pela religião oficial: construamos uma cidade e uma torre cujo ápice penetre nos céus (v.4). A torre também remete às grandes edificações e santuários babilônicos, os Zigurates, espaços reservados ao exercício do sagrado (sacrifícios).

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